Política

CPI: vendedor da Davati cita oito autoridades que teriam atuado para negociar vacina; pelo menos seis são militares

O representante comercial da Davati Medical Supply Cristiano Carvalho detalhou nesta quinta-feira (15), em depoimento à CPI da Covid, a participação de pelo menos oito autoridades do Ministério da Saúde que teriam atuado para agilizar a negociação de vacinas com a Davati. Da lista, pelo menos seis são militares (veja nomes abaixo).

A empresa, com sede nos Estados Unidos, ofereceu ao ministério lotes com milhões de vacinas da Astrazeneca e da Janssen. As negociações avançaram, mesmo sem a Davati apresentar qualquer comprovação da existência dos lotes. Os dois laboratórios já negaram que atuem com esse tipo de intermediação.

Em uma dessas reuniões, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti – que também se apresenta como representante da Davati – diz ter recebido uma cobrança de propina, de US$ 1 por dose, para viabilizar a compra de 400 milhões de vacinas da Astrazeneca. A Davati entrou na mira da CPI em razão dessa denúncia.

Questionado por diversos senadores nesta quinta, Cristiano Carvalho confirmou reuniões e cobranças feitas por oito autoridades ligadas ao Ministério da Saúde, incluindo o ex-número dois da pasta Élcio Franco.

Reunião no ministério

Carvalho afirma que, em 12 de março, ele e Dominguetti participaram de reunião no ministério da Saúde intermediada pelo reverendo Amilton Gomes, da Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah, uma instituição privada) e pelo coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil. A dupla não tem cargo público.

No ministério, o grupo teria se reunido com:

o então diretor de Planejamento do Ministério da Saúde, coronel Cleverson Boechat;

o então diretor de Programas do Ministério da Saúde, coronel Marcelo Pires;

o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.

Na segunda-feira seguinte, diz Carvalho, o dono da Davati, Herman Cárdenas, enviou uma comunicação oficial a Élcio Franco para oferecer doses de vacina da Janssen em lugar da vacina da Astrazeneca, argumentando que o produto era mais barato e poderia ser administrado em dose única.

Questionado pela senadora Leila Barros (PSB-DF), Cristiano Carvalho citou também o ex-assessor do Ministério da Saúde e coronel Marcelo Blanco. Segundo ele, Blanco e Helcio Bruno (do instituto Força Brasil) pareciam os principais interessados no avanço das negociações.

Carvalho chegou a criticar, também em resposta a Leila Barros, a capacidade técnica das autoridades envolvidas na negociação.

“Percebi que eles não conheciam de comércio exterior, o que surpreendeu, inclusive. Fiquei pensando como estavam negociando vacinas com os fabricantes se não tinham as informações básicas”, afirmou.

Autoridades citadas

Confira abaixo a atuação de cada uma dessas autoridades, na versão de Cristiano Carvalho:

Élcio Franco, coronel da reserva do Exército e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde

Segundo Cristiano Carvalho, Élcio Franco se reuniu com os representantes da Davati em 12 de março e, em seguida, recebeu a comunicação da sede da empresa nos Estados Unidos para tratar de negociações da vacina da Janssen.

Carvalho diz que não voltou a se reunir com Franco e que, nessa única reunião, não houve qualquer cobrança de propina ou contrapartida. O e-mail sobre as doses da Janssen não foi respondido, e Élcio Franco foi exonerado do Ministério da Saúde em 26 de março. Hoje, ocupa cargo no Palácio do Planalto.

“Eu acredito que, logo depois, ele foi exonerado do cargo – dez dias depois se eu não me engano –, e não teve nem tempo de ele retornar, nada mais, porque, dois dias depois dessa reunião, o próprio general Pazuello já tinha dado indícios de que ele sairia do cargo por questões médicas. Neste caso do Elcio Franco, eu acredito que não foi concluído porque realmente ele não fazia mais parte do ministério, dois ou três ou quatro dias depois”, declarou Carvalho.

Roberto Ferreira Dias, sargento reformado da Aeronáutica e ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde

“Comprador do Ministério da Saúde do Brasil. Comigo, [a relação] foi estritamente comercial e informações a respeito das vacinas. […] Conforme é documentado e periciado, várias vezes ele me ligou e mandou mensagens”, afirmou Carvalho.

Roberto Dias foi acusado por Luiz Paulo Dominghetti de ter cobrado propina na negociação da Astrazeneca. Ouvido pela CPI, Dias negou essa cobrança e chamou Dominghetti de “picareta”.

Marcelo Blanco da Costa, tenente-coronel da reserva e ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde

“Ex-assessor do Roberto Dias e, aparentemente, continuava exercendo”, diz Carvalho. Segundo o representante da Davati, Blanco avançou nas negociações com ele e com Luiz Paulo Dominghetti.

Na sessão desta quinta, Cristiano Carvalho afirmou que se referia a Blanco quando disse, em uma mensagem de celular a Dominghetti interceptada pela CPI, que só havia “FDP” no ministério.

“Peço até desculpas pelo termo, mas eram mensagens que a gente trocava. Sobre isso, acho que até me excedi. Na verdade, o que eu estava me referindo é como eu passei a negociar com o senhor [Marcelo] Blanco, aqui, eu me referia a esse tipo de negociação que tinha sido instaurada. Que aparentemente, o Roberto Dias havia indicado o Blanco para negociar comigo. Ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo”, disse.

Cleverson Boechat Tinoco Ponciano, coronel da reserva do Exército e coordenador-geral de Planejamento do Ministério da Saúde.

“Ele era responsável pelos pagamentos dos insumos no Ministério da Saúde”, afirma Carvalho.

O representante comercial da Davati afirmou que a reunião de 12 de março ocorreu justamente no gabinete do coronel Boechat.

Em 12 de março, o representante da Davati ter participado de reunião com o coronel para tratar da suposta aquisição de vacinas.

“Se eu não me engano é no segundo andar. Foi lá que ele nos recebeu. E o coronel Pires e o coronel Elcio Franco também nos receberam dentro do gabinete do coronel Boechat. Dentro dessas tratativas e conversas dentro do Ministério da Saúde, não houve nada que desabonasse nenhum desses coronéis servidores públicos que estavam na reunião”, afirmou.

Marcelo Bento Pires, coronel da reserva do Exército e ex-coordenador do Plano Nacional de Operacionalização das Vacinas contra a Covid-19

“Acredito que ele era uma espécie de assistente de ordens do coronel Élcio Franco. Ele fez vários tipos de perguntas sobre a entrega, sobre o produto, não diretamente para mim. Diretamente para o coronel Hélcio Bruno, com H, que o coronel repassou para mim e eu disponibilizei”, diz Carvalho.

Questionado por Randolfe Rodrigues, Cristiano Carvalho disse que o coronel Pires manifestou interesse na aquisição das vacinas. “Nas mensagens, ele diz que sim e faz bastante perguntas”.

Glaucio Octaviano Guerra, coronel reformado da Aeronáutica e, segundo Randolfe Rodrigues, assessor do adido militar da embaixada do Brasil nos Estados Unidos

“O coronel Guerra atuou somente como o porta-voz do Herman nos Estados Unidos, não teve influência alguma na negociação. Só transmitia as informações que a ele eram passadas”, disse Carvalho.

Guilherme Filho Odilon, apontado como coronel pelo senador Randolfe Rodrigues

Cristiano Carvalho afirmou que uma pessoa identificada como “Odilon” seria um intermediador da negociação. Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que ele também é coronel, sem declarar a qual das Forças Armadas ele seria ligado.

“O Odilon é coronel? Eu não tenho esse conhecimento. ele aparece como um dos intermediadores da negociação”, afirmou Carvalho.

Em outro momento, o representante da Davati relacionou o nome “Odilon” ao suposto pedido de propina para negociar as doses da Astrazeneca. Carvalho usa o termo “comissionamento” para falar desse pedido.

“A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina, tá? Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon”, afirmou Cristiano.

As mensagens obtidas pela CPI no celular de Luiz Paulo Dominghetti também mostram um contato identificado como Guilherme Filho Odilon. Dominghetti envia a ele a seguinte mensagem:

“Estamos negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 0,25 centavos de dólar por dose”.

Laurício Monteiro Cruz, civil, médico veterinário e ex-diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde

“O Laurício foi quem apoiou a compra, através da Senah. Agendou reuniões e, inclusive, indicou que fosse copiado o Élcio Franco nos e-mails. Deu todas as credenciais necessárias para que pudéssemos avalizar que a Senah poderia concluir o negócio”, declarou Cristiano Carvalho.

Laurício é a única autoridade do Ministério da Saúde sem patente militar, na lista citada por Carvalho.

Militar sem cargo

O representante da Davati citou, ainda, um militar que não teve cargo ministerial: o coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil.

“Esse instituto, de cunho bolsonarista, patrocina sites e redes que são investigadas no inquérito das fake news e divulgava notícias falsas contra membros da CPI da Pandemia”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues.

Em seu depoimento na CPI da Covid, Carvalho disse que o Instituto Força Brasil conseguiu a reunião com o então secretário executivo, Élcio Franco, para discutir a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina.

O instituto admite ter agendado a audiência com o então secretário executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, mas diz que a reunião deveria ser realizada diretamente por representantes oficiais das vacinas, sem intermediários. E que a negociação dependia da confirmação da existência do produto disponível para entrega ao governo brasileiro.

“O Instituto Força Brasil, no meu ver, foi o braço que a Senah utilizou para chegar frente a frente com o Élcio Franco”, afirmou Carvalho.

Disputa entre militares

Cristiano Carvalho relatou ainda, à CPI, que havia dois “caminhos paralelos” de negociação com o Ministério da Saúde: um capitaneado por Élcio Franco, e outro, por Roberto Ferreira Dias.

“Eu vou deixar claro, porque talvez não tenha ficado claro. Eu vou reforçar. Havia dois caminhos dentro do ministério, aparentemente – um era via Elcio Franco, e um era via Roberto Dias –, e um não sabia do outro. O caminho que ele [Dominghetti] tentou via Roberto Dias, aparentemente, não prosseguiu por conta de algum pedido que foi feito lá, segundo chegou para mim num primeiro momento, como grupo do Blanco ou grupo do Odilon. Aparentemente não estava prosseguindo por causa disso”, disse.

“E, paralelamente, eles foram falar diretamente com o Secretário Elcio Franco, por intermédio do Força Brasil, acho que no intuito, ao meu ver, de driblar, inclusive, essa resistência por parte do comissionamento ou algo que o valha. São dois caminhos completamente diferentes”, prosseguiu Carvalho.

“O Roberto Dias não tinha conhecimento de que a gente estava falando com o Elcio Franco naquele dia. Inclusive, eu relatei aqui há pouco que, inclusive, recebi uma ligação, naquele mesmo dia, daquele Sr. Odilon, me perguntando se eu… que tinha um contato com o Roberto Dias, me indagando se eu tinha estado no ministério.”

G1

 

 

Opinião dos leitores

  1. Tá vendo, os militares foram aceitar cargos no governo civil e acharam q podiam continuar as falcatruas da caixa preta dos quartéis, só deu nisso.

  2. Levi é aquele corno que a mulher marcou com outro, reservou o dinheiro pra pagar o motel e ele descobriu.
    Aí ela cancelou e ele acha que não é corno…kkkkkkk

    1. Falei pra ela, se vai sair com alguém que seja um parecido com Bolsonaro um clone.
      Aí não tem problema algum.
      Com um ladrão fedorento condenado em duas instância nunca.
      Jamais!!!
      hihihihihihihihihi…

    2. Ela não pagou o motel…
      Tá certo ele…não é corno (não importa a intenção dela)…kkkkkkk
      Será que é por isso que chamam de gado…devido aos chifres? kkkkkk
      Muuuuummmmm

  3. Rapaz…por isso que os milicos ficaram tão bravos com a CPI…
    Estão descobrindo a roubalheira dos verde-olivas…
    Eita, milicada…parece que não vai ser tão fácil de encobrir quanto foi na época da ditadura não…

  4. Até o lider do governo ficou assustado com o nivel de corrupçao no ministerio da saude. E agora? O que vao dizer? Luladra e agora tb Bolsoladrao tbm e o que for diferente disso é mimimi…

  5. TODOS queremos agiĺizar a aquisição de vacinas. Porém, essa CPI fake, comandada por notórios corruptos, está há dias investigando uma compra de vacinas que NÃO EXISTIU e um superfaturamento no qual não foi pago um centavo sequer. É tudo isso com base em denúncia de um estelionatário internacional, que fugiu dos EUA para não ser preso por lá. É incrível!

  6. Pensei que só quem sabia roubar eram os petistas e o centrão… Agora ficou evidente que existe corrupção (alguém duvidava?) no governo do MINTOmaníaco das rachadinhas inclusive feita por MILITARES!!!

    1. Não houve corrupção porque não houve a compra de nenhuma dose e nem o pagamento de nenhum centavo o máximo que houve foi uma tentativa de alguém de aplicar um golpe no governo igual ao que Fátima caiu, pergunto cadê os 5 milhões?

    2. Não deve estar acompanhando vc, deve estar torcendo ! Quando vc acompanhar msm vai ver que é só narrativa e bla bla bla

    3. Duvido.
      Deixe apurar.
      Quantas doses dessa vacina foram compras?
      Quanto o governo federal gastou na compra dessas vacinas??
      Responda.
      Aí depois vc chupa!
      Calma aí.

    4. E são mesmo esse bandido não provou nada. Mais uma derrota do circo.

    5. Viiixe…Os militares negociando “comissionamento” (propina)?
      Tô bege….

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Judiciário

Justiça determina retomada imediata de pregão de tornozeleiras eletrônicas no RN

Foto: Alex Regis

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a retomada imediata do Pregão Eletrônico para contratação dos serviços de monitoração eletrônica de pessoas privadas de liberdade no estado. A decisão foi proferida no plantão judiciário do dia 24 de dezembro e envolve o processo conduzido pela Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP/RN), responsável pela gestão do sistema prisional potiguar.

A medida suspende os efeitos de uma cautelar anteriormente imposta pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), que havia interrompido o certame, e reafirma entendimento já consolidado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Com isso, o Estado está autorizado a dar continuidade ao processo licitatório para contratação definitiva do serviço de tornozeleiras eletrônicas.

Na decisão, a juíza Sulamita Bezerra destacou que os fundamentos utilizados pelo TCE para barrar o pregão — supostas falhas na segregação de funções de servidores e o uso do aplicativo WhatsApp como canal de suporte técnico — já haviam sido analisados e rejeitados pelo TJRN. Em mandado de segurança relatado pelo desembargador Dilermando Mota, a Corte concluiu pela “inexistência de ilegalidade” nos pontos questionados.

Para a corte, a manutenção da cautelar administrativa afronta o princípio da hierarquia das decisões, uma vez que o entendimento judicial deve prevalecer sobre deliberações administrativas. “A decisão judicial mencionada se sobrepõe ao decidido administrativamente, devendo o Estado e os órgãos de controle curvar-se ao entendimento da Corte de Justiça”, registra a magistrada.

A determinação atende a uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que apontou sucessivas paralisações do processo licitatório. Segundo o MP, as interrupções foram provocadas por impugnações apresentadas pela empresa Tekgeo, atual prestadora do serviço por meio de contratos emergenciais.

Tribuna do Norte

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Música

Celebração dos 426 anos de Natal marca abertura de shows do Natal em Natal

Foto: Magnus Nascimento

A cidade do Natal já entrou oficialmente no clima das festas de fim de ano com a abertura da programação de shows do Natal em Natal, realizada na noite desta quarta-feira (25), no Polo Ponta Negra. A data foi simbólica: marcou também os 426 anos da capital potiguar. O palco montado na orla recebeu apresentações de Gilmar Bezerra, Fernanda e Gislaine, Rafaela Marçal e Marquinhos Gomes, com participação especial de Kaline Araújo, em uma noite marcada por fé, música e celebração.

O prefeito Paulinho Freire destacou que a programação reforça o espírito de união e valoriza os espaços públicos. Segundo ele, o evento também impulsiona o turismo e a economia local, com cerca de 90% de ocupação da rede hoteleira. “Isso representa geração de emprego, renda e fortalecimento do comércio”, afirmou.

Um dos momentos mais aguardados foi o show de Marquinhos Gomes, que emocionou o público com canções marcantes da carreira. Antes de subir ao palco, a cantora Rafaela Marçal celebrou a participação e ressaltou o significado da data para os cristãos.

A Prefeitura montou uma operação integrada envolvendo diversas secretarias para garantir segurança, organização e conforto, com apoio da STTU, Guarda Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e equipes de serviços urbanos. O público aprovou a estrutura, destacando o clima familiar e a sensação de segurança.

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Política

Parlamentar diz que PT tenta dominar a esquerda e critica articulações para 2026

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

De volta à Câmara dos Deputados como suplente de Glauber Braga (PSOL-RJ), a deputada Heloísa Helena (Rede-RJ) fez duras críticas ao PT e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista, ela afirmou que o partido “sempre busca ser uma força hegemônica na esquerda brasileira” e avaliou com ressalvas a tentativa de aproximação entre PT e PSOL para as eleições de 2026.

Crítica histórica do petismo, Heloísa disse que mantém sua posição por coerência ideológica desde que foi expulsa do PT, em 2003. Segundo ela, sua atuação política não admite conciliação com o grande capital, nem apoio a medidas como o arcabouço fiscal ou privatizações de setores estratégicos. A deputada também rechaçou qualquer expectativa de alinhamento automático ao projeto de reeleição de Lula.

Sobre o cenário eleitoral, Heloísa avaliou como previsível a movimentação da direita em torno do nome de Flávio Bolsonaro, mas disse considerar improvável uma vitória desse campo político em uma disputa presidencial. Para ela, a esquerda precisa debater 2026 levando em conta o trauma institucional vivido pelo país nos últimos anos, especialmente após a gestão de Jair Bolsonaro.

A parlamentar também criticou pautas ambientais e econômicas do governo, como a exploração de terras raras e minerais estratégicos. Segundo ela, repetir o modelo de exportação sem beneficiamento representa uma “afronta à soberania nacional” e perpetua uma lógica de dependência econômica e entreguismo.

Por fim, ao comentar a crise interna na Rede Sustentabilidade e as tensões envolvendo a ministra Marina Silva, Heloísa defendeu que a ex-presidenciável permaneça no partido. Para a deputada, disputas internas fazem parte da democracia, e cabe aos derrotados reconhecerem o resultado e seguirem atuando dentro da legenda.

Com informações do O Globo

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Geral

Decisão judicial derruba trava do TCE e libera licitação das tornozeleiras no RN

Foto: Divulgação

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a retomada imediata do pregão eletrônico para a contratação do serviço de monitoramento eletrônico de pessoas privadas de liberdade, utilizado pela Secretaria da Administração Penitenciária (Seap). A decisão foi tomada no plantão judiciário do dia 24 de dezembro e suspende uma medida cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que havia paralisado o processo licitatório.

Ao analisar o caso, a juíza Sulamita Bezerra afirmou que os argumentos usados pelo TCE para barrar o certame já tinham sido examinados e rejeitados pelo Tribunal de Justiça do RN (TJRN). Entre os pontos questionados estavam a segregação de funções de servidores e o uso do aplicativo WhatsApp como canal de suporte técnico, considerados legais pela Corte estadual em decisão anterior.

Na avaliação da magistrada, manter a cautelar administrativa do TCE afrontaria a hierarquia das decisões, já que o entendimento do Judiciário deve prevalecer sobre atos de órgãos administrativos. A decisão judicial reafirma um mandado de segurança relatado pelo desembargador Dilermando Mota, que afastou qualquer ilegalidade no processo.

A medida atende a uma Ação Civil Pública do Ministério Público do RN, que apontou sucessivas paralisações do pregão. Segundo o MP, as interrupções teriam sido provocadas por impugnações apresentadas pela empresa Tekgeo, atual prestadora do serviço por meio de contratos emergenciais, com o objetivo de prolongar a situação e restringir a concorrência.

Além de determinar a conclusão do pregão e a formalização da contratação definitiva, a Justiça proibiu a empresa de apresentar novas impugnações com base em argumentos já analisados pelo Judiciário. Atualmente, duas empresas prestam o serviço de monitoramento eletrônico no estado.

Com informações da 96 FM

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Geral

Banda do Siri faz primeiro esquenta e leva frevo às ruas da Redinha neste sábado (27)

Foto: Divulgação

A tradição do arrastão carnavalesco pelas ruas da Redinha ganha mais um capítulo neste sábado (27), com a realização do primeiro esquenta da Banda do Siri. O desfile mantém viva a identidade do bairro, embalado pelo clássico Frevo do Xico, que há décadas anima moradores e visitantes.

A concentração está marcada para as 15h, no largo João Alfredo. De lá, a banda segue pelas ruas, vielas e travessas do bairro, passando pelo Mercado da Redinha, quiosques da praia e pelo Redinha Clube, arrastando foliões em clima de prévia carnavalesca.

Com 37 anos de história, a Banda do Siri se consolidou como um dos blocos mais tradicionais da zona Norte de Natal. Todos os anos, o desfile reúne uma multidão que ocupa as ruas da praia da Redinha em um cortejo marcado pela música, pela alegria e pela participação popular.

A história da banda começou em 1987, quando um grupo de veranistas da Redinha percebeu que muitos moradores do bairro se deslocavam até Pirangi para acompanhar a Banda do Cajueiro. A ideia de criar um bloco próprio surgiu desse movimento, liderado por Fábio Lima, ao lado de moradores e do saudoso Hélio Rocha.

Assim, no fim dos anos 1980, nascia a Banda do Siri, fortalecendo o carnaval de rua da Redinha e se tornando um símbolo cultural do bairro. Desde então, o bloco segue preservando a tradição do frevo e da ocupação festiva dos espaços públicos.

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Geral

TST impõe operação mínima e exige 80% dos Correios ativos durante greve nacional

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, determinou, em decisão liminar, que os Correios mantenham ao menos 80% do efetivo em funcionamento em todo o país durante a greve nacional da categoria, iniciada por tempo indeterminado. O descumprimento da ordem pode gerar multa diária de R$ 100 mil.

A paralisação teve início em 16 de dezembro e foi intensificada na noite do dia 23, após a maioria dos sindicatos rejeitar a proposta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026, negociada em mediação conduzida pela vice-presidência do próprio TST. A decisão foi tomada no âmbito de dissídio coletivo ajuizado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

Ao analisar o pedido, o ministro destacou o caráter essencial do serviço postal, prestado em regime de exclusividade, e alertou para os impactos da greve sobre a coletividade, especialmente no período de fim de ano. A determinação prevê que o percentual mínimo seja apurado por agência, com exceção das unidades unipessoais.

O despacho também obriga a ECT a fornecer dados detalhados sobre o efetivo de cada unidade, apenas para fins de fiscalização do cumprimento da liminar, respeitando as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). As entidades sindicais Fentect e Findect terão prazo de 24 horas para apresentar defesa, enquanto o Ministério Público do Trabalho (MPT) foi formalmente intimado.

O TST ainda agendou uma audiência de conciliação para o dia 29 de dezembro, às 14h, e marcou uma sessão extraordinária da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) para o dia 30, às 13h30, quando o mérito do dissídio será analisado.

Com informações da CNN

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Geral

VÍDEO: Jornalista da Globo critica Toffoli e vê tentativa de pressão sobre técnicos do Banco Central

 

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A post shared by Malu Gaspar (@malugaspar.jornalista)

Vídeo: Reprodução/Instagram

A jornalista Malu Gaspar classificou como “esdrúxula” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli no caso envolvendo o Banco Master. A avaliação foi feita em comentário ao vivo no Edição das 18h, da GloboNews, na qual ela aponta preocupação com os efeitos institucionais da medida.

Segundo a colunista, a decisão acaba colocando o Banco Central no mesmo patamar da instituição financeira investigada, o que, na sua visão, distorce o papel do órgão regulador. Para Malu, o BC deveria ser tratado como autoridade técnica responsável pela fiscalização do sistema financeiro, e não como parte do problema.

A jornalista afirma ainda que a medida pode ser interpretada como uma tentativa de intimidação aos técnicos do Banco Central, responsáveis por análises e pareceres independentes. Na avaliação dela, esse tipo de sinalização compromete a autonomia e a credibilidade do órgão.

Malu Gaspar ressalta que a decisão de Toffoli não parece estar centrada na apuração de possíveis fraudes financeiras, mas sim em criar obstáculos à atuação dos reguladores. Para ela, isso gera insegurança jurídica e enfraquece mecanismos de controle.

Na análise da colunista, episódios como esse acendem um alerta sobre interferências indevidas em instituições técnicas do Estado, especialmente em um momento em que a solidez e a confiança no sistema financeiro são consideradas fundamentais para a economia do país.

Com informações da GloboNews

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Política

Crises e rearranjos políticos: Lula promoveu oito trocas no ministério ao longo de 2025

Foto: Kebec Nogueira/Metrópoles

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerra 2025 marcado por uma sequência de mudanças no primeiro escalão. Ao todo, foram oito trocas ministeriais ao longo do ano, motivadas por crises políticas, denúncias, baixa entrega de resultados e também por ajustes estratégicos visando o cenário eleitoral de 2026.

As mudanças na Esplanada refletem a tentativa do Planalto de reorganizar áreas consideradas sensíveis, como Comunicação, Saúde e articulação política, além de responder a desgastes provocados por investigações e escândalos envolvendo ministros. A tendência é que o movimento continue em 2026, já que integrantes do governo que pretendem disputar eleições terão de deixar os cargos até abril.

Na área de comunicação, Paulo Pimenta deixou a Secretaria de Comunicação Social no início do ano, sendo substituído pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, numa aposta de Lula para modernizar a estratégia digital e combater a desinformação. Já na Saúde, a saída de Nísia Trindade abriu espaço para o retorno de Alexandre Padilha à pasta, em meio à cobrança por resultados e à queda de popularidade do governo.

A mudança de Padilha provocou efeito cascata: Gleisi Hoffmann assumiu a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação com o Congresso. No campo das crises, Juscelino Filho deixou o Ministério das Comunicações após ser denunciado pela PGR, enquanto Carlos Lupi pediu demissão da Previdência pressionado pelo escândalo bilionário de fraudes no INSS.

Também houve trocas no Ministério das Mulheres, com a saída de Cida Gonçalves e a chegada de Márcia Lopes, além da substituição de Márcio Macêdo por Guilherme Boulos na Secretaria-Geral da Presidência, num movimento visto como tentativa de reaproximação com movimentos sociais e fortalecimento da base política.

A última mudança do ano ocorreu no Ministério do Turismo, com a saída de Celso Sabino e a nomeação de Gustavo Feliciano, em meio a disputas internas no União Brasil e articulações com o Congresso. Com o calendário eleitoral se aproximando, o Planalto já trabalha com a expectativa de novas baixas no ministério em 2026, o que deve ampliar ainda mais a dança das cadeiras no governo Lula.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Adolescente perde a vida em afogamento em lagoa de Macaíba

Foto: Reprodução/ CBMRN

Um adolescente de 17 anos morreu vítima de afogamento na tarde desta quinta-feira (25) na Lagoa do Tapará, localizada na zona rural de Macaíba, na Região Metropolitana de Natal. A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (CBMRN).

De acordo com os bombeiros, o jovem estava em uma embarcação que virou enquanto navegava pela lagoa, provocando o desaparecimento dele nas águas. Pessoas que presenciaram o acidente acionaram imediatamente o socorro.

Para a operação, foi mobilizada a equipe de mergulho do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático (GBSA), especializada em ocorrências desse tipo. As buscas também contaram com apoio aéreo do helicóptero Potiguar 01, da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED).

As equipes iniciaram os trabalhos assim que chegaram ao local. Após cerca de 15 minutos de varredura subaquática, o corpo do adolescente foi localizado.

Com informações da Tribuna do Norte

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Política

Após abalo com crise do INSS, PT se reaproxima do PDT e articula acordo para 2026, mas enfrenta impasses regionais

Foto: Montagem de fotos de Brenno Carvalho

Após o desgaste provocado pela crise no INSS e a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, o PT iniciou um movimento de reaproximação com o PDT visando a construção de alianças para a eleição de 2026. O presidente nacional do PT, Edinho Silva, tem buscado dirigentes pedetistas para restabelecer a parceria nacional, considerada estratégica para a reeleição do presidente Lula. Apesar do abalo, aliados de Lupi avaliam que o apoio ao projeto presidencial está encaminhado.

A relação entre os partidos, no entanto, ainda enfrenta entraves em estados-chave como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. No território gaúcho, o PDT lançou a pré-candidatura de Juliana Brizola ao governo, enquanto o PT trabalha o nome de Edegar Pretto, atual presidente da Conab. Ambos os lados resistem à possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa, o que dificulta uma composição local, mesmo com o discurso público de diálogo entre as legendas.

Em Minas Gerais, as conversas avançaram após o PSD filiar o vice-governador Mateus Simões, adversário do PT. O partido avalia apoiar Alexandre Kalil, recém-filiado ao PDT, enquanto Lula ainda vê com simpatia o nome do senador Rodrigo Pacheco, que, por ora, descarta disputar o governo estadual. Paralelamente, há resistências internas no PT mineiro, que defende alternativas como alianças com o MDB ou PSB.

No Paraná, o cenário é mais favorável ao entendimento. O deputado estadual Requião Filho, pré-candidato do PDT ao governo, anunciou acordo com o petista Enio Verri para a formação de chapa em 2026, prevendo Verri como candidato ao Senado. Ainda assim, o PT local tenta acomodar outras lideranças internas, como o grupo do deputado Zeca Dirceu, o que mantém as negociações em aberto.

A tentativa de recompor a aliança também gerou tensões internas no PDT. O ex-ministro Ciro Gomes deixou o partido no Ceará, rejeitando qualquer aproximação com o PT e criticando o tratamento dado a Lupi durante a crise do INSS. Mesmo com as rusgas, a cúpula petista avalia que a reconstrução do diálogo com o PDT é essencial para fortalecer o palanque de Lula e ampliar a base de apoio em 2026.

Com informações do O Globo

Opinião dos leitores

  1. E como esse PDT não vale o que o gato enterra, vão aceitar todas as probostas dos PTralhas, pois são fo mesmo nível.

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