O caos no Walfredo Gurgel é crescente, além da falta de medicamentos e matérias básicos para o trabalho da equipe médica, a UTI cardiológica foi fechada ontem (31) pela falta de condições para funcionar. O setor de ortopedia sofre de problemas crônicos, vez por outras dando sinais de que não está bem e não há previsão para melhorar. Na Tribuna do Norte deste sábado a reportagem de Isaac Lira, mostra a espera de crianças por uma cirurgia ortopédica, que quando não feita logo, pode gerar sérios problemas de calcificação dos ossos e sequelas para a vida toda.
Confira abaixo a matéria na íntegra
Luiz Felipe Vieira e Abraão Mateus de Sousa têm 12 anos e até a última sexta-feira, 24 de agosto, não se conheciam. Além da idade, os meninos têm outras coisas em comum. Os dois são de Natal. Da mesma forma, ambos têm tido, desde o dia em que se conheceram, febre e crises de vômito constantes. Luiz Felipe e Mateus chegaram no mesmo dia ao Hospital Walfredo Gurgel, com fraturas no mesmo membro: o braço esquerdo. A febre é consequência da fratura, que não tem dia para ser tratada de forma adequada.
O caos na ortopedia da rede estadual de saúde passou a afetar também as crianças. Na clínica pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel, cinco crianças esperam, sem perspectivas de serem atendidas, uma cirurgia para corrigir problemas em membros fraturados. Neste momento, com a paralisação do atendimento nos hospitais conveniados, que são o Memorial e Médico-cirúrgico, não há como precisar o dia exato em que serão atendidos. Até lá, esperam.
Os garotos estão na fila da Unidade de Gerenciamento de Vagas do Walfredo Gurgel. Quando um paciente chega ao Hospital com um membro quebrado e é necessário uma cirurgia, a equipe do Walfredo faz o primeiro atendimento e encaminha para o Memorial ou para o Médico-cirúrgico. Lá, a cirurgia é realizada, dentro de um convênio com o Município de Natal. Sem pagamento, os hospitais interromperam na última semana esse atendimento. Resultado: a fila de pacientes supera as 50 pessoas.
No caso de crianças, a espera traz mais conseqüências. Como se sabe, a calcificação do osso é mais rápida nesta faixa de idade e a demora pode fazer com que o osso “cole” numa posição errada. “As crianças podem ganhar seqüelas para toda uma vida por conta da demora em se resolver esse tipo de coisa”, aponta o médico do Walfredo Gurgel, Sebastião Paulino. Os pais das crianças, algumas do interior, estão preocupados. “Estamos realmente sem saber se teremos o nosso problema resolvido”, diz Francisca de Sousa, mãe de Abraão Mateus.
A diretora do Walfredo, Fátima Pereira, disse que o Hospital não tem como resolver o problema dos pacientes à espera de atendimento nos corredores do Hospital, porque a responsabilidade pelas cirurgias é dos municípios. “Não temos como fazer esses procedimentos aqui. O Walfredo Gurgel faz unicamente o primeiro atendimento e as cirurgias relativas a fraturas expostas”, explica.
Os dois hospitais conveniados deixaram de receber pacientes da rede pública na última semana. Eles alegam a falta de repasses por parte do Município. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou a secretaria de Saúde, mas não houve retorno das ligações.
Outro problema que se agravou com a crise da saúde no Estado foi o da UTI cardiológica do Walfredo Gurgel. Na última quinta-feira, quatro dos seis leitos foram impedidos de receberem novos pacientes pela própria equipe médica por falta de medicamentos e equipamentos para atender os pacientes. Ontem pela manhã apenas dois leitos continham usuários do serviço de saúde.
Um dos equipamentos em falta é o marcapasso provisório, necessário para estabilizar vários tipos de pacientes. O estoque também está no fim para o medicamento chamado noradrenalina. “Em alguns casos, o paciente pode até morrer pela falta desse medicamento. E estamos no fim do estoque. Na semana passada, faltou máscaras. Então, é uma situação muito difícil”, aponta a médica Cristina Pita, que faz parte da equipe da UTI.
A diretora Fátima Pereira explicou que o setor será abastecido hoje e os atendimentos serão retomados. A unidade cardiológica do Walfredo Gurgel é a única UTI pública a tratar de problemas cardíacos.
Enquanto ISTO OS ATUAIS E FUTUROS POLÍTICOS
ESTÃO PREOCUPADOS APENAS EM CONSEGUIR VOTOS. Político bom seria aquele que
abandonaria a campanha e iria para o Walfredo tentar resolver esta situação
vergonhosa e alarmante. Não sei como a Governadora consegue dormir em paz
diante disto, COMO ELA TEM CORAGEM DE SUBIR EM UM PALANQUE E PEDIR VOTO PARA ALGUÉM. PARE E PENSE GOVERNADORA: Imagine que um filho, neto ou sobrinho seu estivesse internado no Walfredo. O QUE A SENHORA FARIA?
A rua está repleta de candidatos a vereadores, de artistas
a esportistas, de conhecidos a anônimos, todos em busca de um emprego fácil,
enquanto as CRIANÇAS SOFREM NO WALFREDO. O QUE DEVIA SER OBRIGATÓRIO NESTE PAÍS
ERA NÃO VOTAR. Votar em quem? Para que?
O aumento das passagens de ônibus foi a última e
inimaginável loucura da administração da Prefeita de Natal: Quem diria que a
coisa ainda pudesse piorar. Antes, pelo menos na época da campanha os políticos
eram bonzinhos, agora, nem mesmo nas campanhas.