O BLOG do BG não tem bola de cristal, mas conseguiu há 1 ano 4 meses, prever a crise que se instalava nas empresas de transporte urbano de Natal. Motivo: já estava tudo anunciado. O agravamento da situação era só questão de tempo. Agora, a Riograndense abandonou as trêes linhas urbanas que fazia em Natal, apenas meses depois de outras duas terem sido vendidas, a Guanabara e a Conceição. Sendo que a Riograndense quebrou!!!
Em abril do ano passado, O BLOG do BG abriu a caixa preta do transporte público urbano em Natal. Ponto a ponto, foram detalhados os problemas que atormentam os empresários do setor e o que aconteceria – e aconteceu – caso não houvesse mudanças no tratamento.
O BLOG já havia mostrado, por exemplo, a conta injusta na relação gastos de manutenção do serviço versus preço da tarifa. Para lucrarem, as empresas de ônibus de Natal vivem em uma vigília constante. Fazem de tudo para gastar menos pneu, menos diesel, menos câmaras, tentam adquirir ônibus mais novos que depreciem menos, que gastem menos oficina de manutenção.
E ainda há os tão temidos números para comprovar a realidade cruel do setor. O número de gratuidades no transporte coletivo só cresce. São idosos (previsto em Lei), carteiros, oficiais de Justiça, deficientes físicos e acordos informais com policiais, por exemplo. Some-se a isto 160 mil estudantes que pagam metade da tarifa, ou seja, de um universo de pouco mais de 500 mil usuários, 1/3 é formado por estudantes que pagam metade e outro percentual alto e formado pelas gratuidades que citamos.
Por outro lado, o transporte coletivo é uma atividade cara, que requer investimentos constantes. Um simples pneu custa R$ 1.250,00 lembrando que cada ônibus tem seis pneus.
E o problema é que o município mantém ao longo de anos uma tarifa que não é técnica, mas baseada em demagogia política. È simples: o gestor público não autoriza os aumentos – necessários e comprovados tecnicamente – para não ganhar a antipatia da população. E além disso, se recusa a oferecer os benefícios de isenção de impostos ou de subsídio no combustível, como já é oferecidos a outros setores.
Para completar o quadro, o poder público ainda se mantém de braços cruzados diante da imobilidade urbana, da depredação das vias públicas e da falta de sinalização adequada.
Em fim, o transporte público não atende nem ao usuário que paga uma tarifa alta para a qualidade que tem e nem para os empresários que o tempo está mostrando que o ramo hoje não é uma boa. Sem falar nos assaltos constantes.
Segue os links das reportagens que fizemos há 15 meses atrás:
http://www.blogdobg.com.br/2011/04/raio-x-transporte-coletivo-em-natal-1%C2%BA-parte/
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