Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, voltou a criticar nesta terça-feira as movimentações do Supremo Tribunal Federal (STF) para rever entendimentos a favor de réus da operação. Segundo ele, os ministros “soltam e ressoltam” corruptos poderosos. Para Deltan, a postura de “ministros do STF” contribui para o desânimo da população em relação à luta contra a corrupção.
— Dinheiro continua circulando em malas anos depois do início da Lava-Jato. Regras são gestadas no Congresso Nacional para beneficiar políticos. Ministros do Supremo soltam e ressoltam corruptos poderosos. Regras estão sendo gestadas no Supremo Tribunal Federal que implicarão enormes retrocessos na luta contra a corrupção — disse Deltan.
As declarações foram dadas no evento “Mãos Limpas e Lava Jato”, organizado pelo Centro de Debate de Políticas Públicas e pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Além de Deltan, também participam do encontro o juiz Sergio Moro e dois ex-procuradores que atuaram na operação Mãos Limpas, da Itália, que serviu de inspiração para a Lava-Jato.
O procurador negou que a força-tarefa adote um discurso salvacionista. Segundo ele, a Lava-Jato é um ponto fora da curva no combate à corrupção, já que, diz Deltan, 97 em cada 100 casos de corrupção terminam impunes.
Para Deltan, “é preciso ir além da Lava-Jato”. O procurador defendeu abertamente que os eleitores escolham candidatos que apoiem um pacote anticorrupção. Deltan chegou a citar que entidades civis estão se organizando para criar uma nova série de propostas para mudar as regras de combate aos crimes contra a administração pública.
ESCOLHA DE POLÍTICOS
— A estratégia não é mais colher assinaturas. A estratégia agora é escolher senadores e deputados federais que tenham um passado limpo, que tenham compromisso com os valores democráticos e apoiem esse projeto anticorrupção — disse.
Deltan falou após dois ex-procuradores da Operação Mãos Limpas. A operação é considerada uma inspiração para a Lava-Jato, que adotou alguns dos métodos da Mãos Limpas, como a utilização de prisões preventivas, acordos de colaboração premiada e publicidade processual.
A Operação Mãos Limpas, no entanto, terminou após políticos italianos aprovarem leis que afrouxaram as regras de combate à corrupção, temor dos procuradores do Brasil. Para Gerardo Colombo, que atuou como promotor na Itália, a operação também perdeu apoio da população quando crimes comuns de corrupção passaram a ser investigados.
— As provas nos levaram à corrupção de pessoas comuns, policiais, fiscais. Encontramos não apenas corrupção entre os de cima mas também entre os de baixo — disse Colombo, que concluiu: — O sentido da impunidade se fortaleceu (com o fim da Mãos Limpas). Pelo menos antes quem corrompia ou se fazia corromper pelo menos tinha vergonha.
O Globo
QUADRILHA SÓ DEFENDE QUADRILHA. É NORMAL.
Esses Promotores e o Juiz Moro falavam tanto e tão grosso no governo de Dilma e agora é tudo pianinho. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk