A presidente Dilma Rousseff (PT) recuperou parte da intenção de voto perdida por causa das manifestações de rua em junho. Ainda assim, continuaria sem vencer no primeiro turno se a disputa fosse hoje, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 7 a 9 deste mês, em todo o país, com 2.615 entrevistas.
Entre os candidatos de oposição, o destaque continua sendo Marina Silva, que no momento tenta montar seu novo partido, a Rede Sustentabilidade. A ex-senadora aparece novamente em segundo lugar, repetindo o movimento de avanço gradual em sua intenção de voto. Marina é a única candidata que manteve sua trajetória ascendente, mesmo durante os protestos de rua que tomaram conta do país em junho.
Outros dois candidatos de oposição, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ficaram estacionados ou registraram variações até o limite da margem de erro do levantamento, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que não é filiado a partido e declara não ter intenção de se candidatar, também tem oscilação negativa.
O ex-governador paulista José Serra, do PSDB, foi testado pela primeira vez e seu desempenho foi semelhante ao de seu colega de partido, o também tucano Aécio Neves. Sem espaço no PSDB, Serra estuda a possibilidade de sair para se candidatar a presidente por outro partido.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o nome testado pelo Datafolha com melhor desempenho entre todos. Ele ganharia, com folga, a eleição no primeiro turno se a disputa fosse hoje.
Dos sete cenários testados pelo Datafolha, o que é considerado hoje o mais provável inclui Dilma, Marina, Aécio e Campos. Nessa simulação, a petista tem 35% contra 30% no levantamento do final de junho.
Marina oscilou de 23% para 26%. Aécio deslizou de 17% para 13%. Campos variou de 7% para 8%. Brancos, nulos, nenhum ou indecisos somam 18%. Nesse cenário, Dilma enfrentaria Marina Silva no segundo turno.
A recuperação de Dilma foi especialmente robusta entre eleitores do Sudeste, onde ela saiu de 22% para 29% das intenções de voto. E no Sul, pulando de 27% para 33%. No Nordeste ela manteve a marca de 45%. Se o candidato tucano é Serra e não Aécio, a presidente Dilma registra 32%.
Mas nesse cenário testado pelo Datafolha está incluído também Joaquim Barbosa, cujo percentual é de 11%. Marina marca 21%. Eduardo Campos, 5%. O melhor cenário para o PT é com Lula como candidato e pontuando 51%. Os adversários, somados, ficam com apenas 36%: Marina (20%), Aécio (11%) e Campos (5%).
Na pesquisa espontânea, quando os entrevistados respondem em quem pretendem votar sem ver uma lista de nomes, apenas Lula registra uma melhora. Ele tinha 6% em junho e agora foi a 11%. Dilma ficou com os mesmos 16%. Aécio oscilou de 4% para 3%. Marina foi de 2% para 3%.
Se no levantamento de intenção de voto o desempenho de Serra é semelhante ao de Aécio Neves, a rejeição ao paulista é bem maior que a do mineiro. Para 36% dos entrevistados pelo Datafolha, Serra é um nome no qual eles não votariam de jeito nenhum. Aécio é rejeitado por 23%. Dilma, por 27%.
Folha
Sobre o fato aí de cima, em linhas gerais, há um comentário meu lá na frente, no post que fala do soluço de seis pontos numa pesquisa pró-Dilma. Está enganchado lá, não sei se o BG não viu ou achou melhor não publicá-lo, embora não haja nada que precise tirar as crianças da sala. Queria falar um pouco sobre Marina e passar um giz em Serra. Não dá: nem seu espelho aguenta mais a imagem do Vampiro Serra, como assim o batizou Zé Simão, da Folha. Esses números de Marina, nesta e em outras pesquisas, são como fogos coloridos e estrelados: sobem, e lá encima… "puf!…", desaparecem. É como se de repente caísse uma chuva forte e a única coisa que lhe restasse fosse correr para debaixo de uma árvore mixuruca. Quer dizer: apara um pouquinho, mas logo, logo você estará encharcado. São assim que as intenções de voto vão para Marina, foi assim com essas manifestações que pegaram todo mundo de surpresa. Como o quadro político é sofrível, ao chegar o pesquisador, sua primeira reação é correr para debaixo da árvore, no caso, Marina. É uma proteção, digamos, psicológica. Passou a chuva, bye, bye. Com sua voz infantilizada e layout conservador, por mais que suas intenções e projetos sejam de alguma consistência e resposta para alguns anseios, o eleitor não sente firmeza. Falta-lhe uma série de atributos, que no momento vou me abster de comentar aqui. E para piorar, o país é conservador. Veja você: Roriz e Arruda estão bem na fita lá em Brasília. Não se engane: criar o mundo até que foi rápido, acabar com ele vai demorar mais um pouco.
Quero só ver esse asqueroso Lula ganhar de novo, para agora sim, pegar um país falido mais do que já está, só para ver em quem esse hipócrita vai colocar a culpa pela herança recebida.