Diversos

Devido a fraudes recentes, concursos públicos vivem crise de credibilidade

22/02/2017. Crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press. Brasil. Brasília – DF. STJ – Superior Tribunal de Justiça.

O mundo dos concursos públicos sofreu alguns solavancos na semana passada. A segurança de seleções do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) foi posta em xeque e abalou a confiança de concurseiros de todo o país. Afinal, muitos deles se preparam durante anos para obter a sonhada vaga na administração pública e, quando um concurso é alvo de fraude, ou cancelado devido a alguma irregularidade, sentem que todo o sacrifício pode ter sido em vão. Nas redes sociais, o clima é de descrença nos concursos — e a má fama cai sobre as bancas examinadoras, apontadas pela maioria como culpadas. Segundo especialistas ouvidos pelo Correio, a fiscalização é de fato difícil, mas há meios de inibir a ousadia dos fraudadores.

O recente caso do STJ originou a quarta fase da Operação Panoptes, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrada na última quarta-feira. A corporação identificou 10 servidores suspeitos de terem ingressado no tribunal mediante fraude, na seleção de 2015. Relatos colhidos mostraram que um ex-funcionário da banca organizadora, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação de Seleção e de Promoção e Eventos (Cebraspe), da UnB, estava envolvido. “Ele pegava o gabarito, que era preenchido pelo candidato com pouquíssimas respostas e, após a prova, completava de forma ilegal”, relatou o delegado encarregado do caso, Adriano Valente. Cada um dos fraudadores teria pago R$ 83 mil para garantir a vaga. A primeira fase da operação começou em agosto de 2017 e revelou um esquema que ficou conhecido nacionalmente como a Máfia dos concursos e atingiu diversas seleções, como as do Corpo de Bombeiros, do STJ, do Incra, do Ibama, e da Secretaria de Educação, entre outras.

O futuro do concurso da Novacap, por sua vez, ainda é uma incógnita. Após quatro adiamentos das provas pela banca, a Inaz do Pará, tudo indica que a estatal, ligada ao governo do Distrito Federal, está decidida a rescindir o contrato, cancelar o certame e abrir um novo edital. Segundo o diretor da empresa, não houve fraude, nem na licitação que escolheu a examinadora, nem nas provas do concurso, apenas uma desorganização de natureza logística. Mas a PCDF também investiga o caso depois que a corporação e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) receberam ao menos 50 denúncias. A suspeita é de que a banca tenha sido beneficiada para ser escolhida como organizadora do concurso. Os investigadores também não descartam a participação de servidores da Novacap, que poderiam ser beneficiados na seleção.

Esquemas

De acordo com o advogado e presidente da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), Maurício Nicácio, os certames que mais atraem fraudadores são os que oferecem maior remuneração aos aprovados e possuem maior número de concorrentes. “Quanto mais gente há na disputa, mais difícil é fiscalizar. Quanto maior a remuneração, mais aguçados ficam os fraudadores”, comentou.

Nicácio explicou também que o aliciamento de pessoas por esquemas ilegais pode acontecer em qualquer lugar, com ou sem envolvimento da banca organizadora, o que torna a fiscalização difícil. “Quando a gente fala de fraude em concurso público, pensa logo no envolvimento da banca. Mas, há também as irregularidades que partem de esquemas próprios, sem participação da organizadora. São muitas situações”, disse.

Uma das formas mais comuns de fraude é o uso de pontos eletrônicos para a transmissão de gabaritos aos concorrentes. Porém, com o avanço da tecnologia, novas formas de golpe são aplicadas — e podem passar despercebidas. “As fraudes mais difíceis de serem descobertas são as que têm origem dentro das bancas. Uma simples microcâmera no botão da camisa de um funcionário envolvido na preparação do concurso, por exemplo, pode tirar fotos das provas sem deixar rastros”, observou o representante da OAB-DF.

Segundo Nicácio, para evitar fraudes, pequenas medidas fariam diferença. “Algumas atitudes da própria banca aumentariam a credibilidade dela. Por exemplo, realizar de vez em quando uma espécie de sindicância para monitorar os funcionários. Essa ação mostraria a evolução patrimonial dos profissionais e identificaria situações suspeitas. Não é possível uma pessoa que ganha mensalmente R$ 5 mil, de repente, ter um patrimônio muito elevado”, explicou.

Além disso, de acordo com o advogado, a presença da OAB e de órgãos policiais na comissão organizadora ajudaria a evitar golpes. “A participação de policiais, por exemplo, traria um olhar mais investigativo, já que a OAB não tem poder de polícia. Toda ajuda seria bem-vinda”.

Nicácio explica que o papel da Comissão de Fiscalização da OAB, atualmente, é ajudar todos os lados interessados na prestação do concurso e acionar órgãos competentes caso seja preciso. “Queremos que os candidatos e as instituições fiquem satisfeitos. Nosso papel é apenas auxiliar. Tentamos evitar golpes, observando alguns erros e vícios em editais, recolhendo reclamações de candidatos e notificando as bancas ou instituições quando necessário, para que os problemas sejam resolvidos. Entretanto, quando se trata de uma questão ilegal, é a hora de acionar a polícia e o Ministério Público”, afirmou.

O Cebraspe se defendeu e informou, em nota, que desde o início das investigações, colocou-se à inteira disposição das autoridades policiais, cooperando com absolutamente tudo que foi requerido. “O Cebraspe reafirma sua posição de jamais anuir com qualquer tipo de ilegalidade ou ilicitude e ressalta que contratou auditoria para revisão e sugestão de melhoria nos padrões de segurança desta instituição. Medidas essas já adotadas pelo Centro”.

Aliciamento

A polícia identificou os suspeitos a partir de denúncias dos próprios servidores do tribunal, que desconfiaram do baixo desempenho dos nomeados. De acordo com a PCDF, os integrantes do esquema aliciavam estudantes em portas de cursinho e um deles, que era porteiro de um condomínio, convidava os moradores a aderir ao esquema, pagando pela aprovação no certame. O Cebraspe informou que o funcionário apontado pela polícia como envolvido na fraude era cedido pela Fundação Universidade de Brasília (FUB) e já foi devolvido ao órgão de origem para as providências cabíveis.

Providências

O presidente da Novacap, Júlio Menegotto, informou que, se o cancelamento do concurso se concretizar, os candidatos receberão de volta a taxa de inscrição. A reabertura do certame seria feita em um outro edital, mas as providências seriam tomadas pela nova gestão, que vai assumir a companhia em janeiro. Segundo ele, existem duas possibilidades para o concurso acontecer: ou se convocam as bancas classificadas em segundo e terceiro lugares na licitação já feita, ou se inicia um procedimento de contratação inteiramente novo. Nesse último caso, a realização do processo seletivo seria mais demorada.

Três perguntas para// MAX KOLBE, Advogado, consultor jurídico, membro da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da OAB-DF

Os concursos estão perdendo a credibilidade?

Não é que os concursos estejam perdendo a credibilidade. Mas, as bancas, sim. É absolutamente importante que o Estado, na hora de assinar contrato com as organizadoras, coloque cláusulas prevendo multas mais severas ou outras sanções, em caso de irregularidades, para trazer maior segurança aos certames. O Estado deveria também exigir garantias financeiras, para, se houvesse fraude, suportar o ônus de, eventualmente, ter de refazer alguma fase ou até mesmo todo o concurso.

O que deveria ser feito para evitar tantas fraudes?

Não há dúvida de que a banca organizadora deveria ser contratada não somente pelo critério de menor valor, mas que, ainda que cobre preço um pouco maior, justifique e ateste questões relacionadas à segurança, levando em consideração a Lei de Proteção de Dados. Também deveriam sempre ser levadas em conta questões de sigilo para que, ainda que a banca venha a sofrer alguma fraude, tenha dinheiro para refazer etapas do concurso sem gerar prejuízo à coletividade. Também é importante contratar bancas organizadoras que tenham como princípio a proteção de dados.

O modelo das comissões ou bancas estão ultrapassados? Tem de mudar?

Não acho que os modelos estejam ultrapassados. O que precisa melhorar são questões afetas à segurança. Deve-se investir em proteção de dados, informática e outros meios de reforçar o sigilo do certame para dificultar eventuais fraudes. Na medida em que arrecadam milhões com a realização do concurso, as bancas examinadores deveriam investir em segurança e em tudo o que for possível para trazer maior isonomia aos concursos públicos.

CorreioWeb

 

Opinião dos leitores

  1. Concurso não perde credibilidade. As bancas envolvidas em fraude é que estão perdendo a confiança. O concurso é a instituição mais democrática e meritocrática do Brasil. Qualquer pessoa através de seus esforços pode chegar a qualquer cargo. Diferente, por exemplo, de cargos em comissão que não raras vezes são conquistados através de bajulação.

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Geral

CASO BANCO MASTER: Toffoli rejeita pedido da PGR e mantém acareação entre Vorcaro e presidetne do BRB

Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Dias Toffoli, do STF, rejeitou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e manteve a acareação no âmbito da investigação do Banco Master, marcada para terça-feira (30).

A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (24), cerca de duas horas após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitar a suspensão do procedimento. O processo corre em sigilo.

Toffoli determinou que sejam ouvidos o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. A acareação será realizada por videoconferência.

O objetivo é esclarecer contradições e apurar as circunstâncias de uma suposta fraude de R$ 12,2 bilhões na tentativa de venda do Banco Master ao BRB. A PGR argumentou que a medida seria prematura, já que os envolvidos ainda não prestaram depoimentos individuais.

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Mundo

Negar ajuda aos pobres é rejeitar Deus, afirma papa Leão XIV na Missa do Galo

Foto: Reprodução

Durante a Missa do Galo, celebrada na noite desta quarta-feira (24), o papa Leão XIV afirmou que negar ajuda aos pobres e estrangeiros equivale a rejeitar o próprio Deus. Ao recordar o nascimento de Jesus em um estábulo por falta de espaço na hospedaria, o pontífice disse que a mensagem do Natal continua atual diante das desigualdades e exclusões do mundo contemporâneo.

Conduzindo a celebração na Basílica de São Pedro, diante de cerca de 6 mil fiéis, Leão XIV destacou que a história do nascimento de Cristo revela a presença de Deus em cada pessoa. “Na Terra, não há lugar para Deus se não houver lugar para a pessoa humana. Recusar um é recusar o outro”, afirmou, reforçando que a dignidade humana deve estar no centro da fé cristã.

O papa, primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, celebrou seu primeiro Natal desde a eleição, ocorrida em maio. Em sua homilia, ele também citou palavras do papa emérito Bento XVI para criticar um mundo que ignora crianças, pobres e estrangeiros, além de condenar uma economia que trata pessoas como mercadoria.

“Enquanto uma economia distorcida desumaniza, Deus se faz humano e revela a dignidade infinita de cada pessoa”, disse Leão XIV. Segundo ele, “onde há espaço para o ser humano, há espaço para Deus”, ressaltando que até um estábulo pode se tornar mais sagrado do que um templo.

Do lado de fora da basílica, cerca de 5 mil pessoas acompanharam a celebração por telões na Praça de São Pedro, mesmo sob forte chuva. Antes da missa, o papa foi ao encontro dos fiéis e agradeceu a presença deles. Nesta quinta-feira (25), Leão XIV celebra a missa de Natal e profere a tradicional bênção “Urbi et Orbi”.

Com informações da CNN

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Política

Fachin patina no comando do STF e enfrenta crises internas e externas em apenas quatro meses

Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF

Após quatro meses à frente da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin tem encontrado dificuldades para conter o ambiente de tensão que cerca a Corte. Apesar de uma atuação discreta e focada no diálogo institucional, o magistrado precisou lidar com sucessivos atritos com o Congresso Nacional e também com desgastes dentro do próprio tribunal.

Nos bastidores, Fachin tem buscado interlocução direta com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na tentativa de evitar o agravamento de conflitos. Ele entrou em campo, por exemplo, durante a crise provocada por decisão do ministro Gilmar Mendes sobre a Lei do Impeachment e em meio a insatisfações do Legislativo após uma operação autorizada por Flávio Dino envolvendo emendas parlamentares.

Apesar dessas iniciativas, uma ala do STF avalia que o presidente da Corte tem falhado em fazer um diagnóstico mais preciso das crises. Ministros reclamam da condução excessivamente reservada de Fachin e da falta de escuta interna, o que teria ampliado o mal-estar entre os colegas.

O principal foco de desgaste interno surgiu com o anúncio da elaboração de um código de conduta para magistrados. A proposta, tornada pública em um momento delicado para a imagem do tribunal, foi vista por parte dos ministros como precipitada e mal articulada. O debate ganhou força justamente quando o STF enfrentava críticas externas, inclusive após a revelação de viagem do ministro Dias Toffoli em um jato privado ligado a advogado envolvido no caso do Banco Master.

Internamente, há o temor de que a discussão sobre o código forneça munição ao Congresso, especialmente num momento em que o Senado analisa mudanças na Lei do Impeachment. Um levantamento que circula nos gabinetes do Supremo aponta, inclusive, que não há lacuna jurídica que justifique um novo código, já que princípios como independência e imparcialidade estariam garantidos por normas em vigor.

Para tentar reduzir as tensões, Fachin passou a promover almoços no gabinete da presidência com ministros do STF e ex-integrantes da Corte. Interlocutores avaliam que o recesso do Judiciário pode ajudar a esfriar os ânimos e que a proposta do código de conduta deve ficar em segundo plano por tempo indeterminado, enquanto o presidente do Supremo tenta recuperar coesão em um tribunal ainda sob forte pressão política.

Com informações do O Globo

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Geral

Lula aposta em megacomitiva para explorar “sonho indiano” e abrir mercados em 2026

Foto: Reuters/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve desembarcar em Nova Délhi, na segunda semana de fevereiro de 2026, liderando o que integrantes do governo classificam como a maior missão de abertura de mercados da gestão petista na Ásia. A Índia é tratada internamente como um “sonho de mercado”, pelo tamanho do consumo interno e pelo potencial de negócios em áreas como agronegócio, tecnologia, energia e indústria.

A viagem será o ponto alto de um processo de aproximação iniciado após a visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao Brasil, em julho deste ano. Desde então, o Palácio do Planalto trabalha para reposicionar a Índia como parceira estratégica e diversificar o destino das exportações brasileiras, reduzindo a dependência de mercados tradicionais.

Lula decidiu assumir pessoalmente a articulação e pretende transformar a ida à Índia na última grande entrega econômica antes do período eleitoral, razão pela qual o roteiro foi planejado para coincidir com o feriado prolongado de Carnaval. A agenda será integrada a uma missão empresarial organizada pela ApexBrasil, que também inclui a Coreia do Sul, ampliando o alcance da ofensiva comercial brasileira na Ásia.

Um dos principais focos da viagem será o tema dos fertilizantes. A Índia está entre os maiores produtores globais, enquanto o Brasil depende de importações para suprir cerca de 70% da demanda. No governo, a avaliação é que acordos com Nova Délhi podem reduzir a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro, garantir previsibilidade de insumos e fortalecer as exportações.

Apesar do potencial, negociadores brasileiros avaliam que a relação comercial com a Índia ainda enfrenta entraves, como a falta de previsibilidade nas importações indianas, altamente dependentes do clima e da produção interna. A expectativa é que a presença presidencial dê peso político às negociações e destrave acordos de maior escala, após tentativas limitadas da Apex nos últimos anos.

Atualmente, a corrente de comércio entre Brasil e Índia gira em torno de US$ 12 bilhões, considerada modesta para o tamanho das duas economias. A meta estabelecida pelos governos é elevar esse volume para US$ 20 bilhões até 2030. A viagem de Lula é vista como a consolidação política dessa estratégia e o início de uma nova fase de cooperação em áreas-chave como agronegócio, fertilizantes, tecnologia e energia limpa.

Com informações da CNN

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Geral

Governo Lula deve reduzir envio de projetos ao Congresso em 2026 para evitar embates eleitorais

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Mesmo com a expectativa de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adote uma postura mais alinhada ao governo em 2026, lideranças governistas admitem que a estratégia do Palácio do Planalto será evitar o envio de novos projetos ao Congresso no próximo ano, marcado pelo calendário eleitoral.

A informação é do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles. Petistas e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que não há planos de encaminhar grandes propostas para análise da Câmara e do Senado, diferente do que ocorreu em 2025. A avaliação interna é de que o envio de matérias estruturantes pode gerar novos atritos com deputados e senadores em um momento de maior sensibilidade política.

A orientação do governo será concentrar esforços em projetos que já estão em tramitação no Legislativo. Entre eles, a principal aposta é a chamada PEC do 6×1, que deve se tornar uma das bandeiras centrais do PT e de partidos aliados. Lideranças do Centrão admitem discutir o tema, desde que o governo aceite avançar em pautas de interesse do bloco.

Outro foco do Planalto será a chamada PEC da Segurança, considerada estratégica pelo governo Lula para o debate eleitoral nacional. A proposta, no entanto, deve sofrer alterações relevantes durante a tramitação na Câmara dos Deputados.

Em 2025, o governo conseguiu vitórias importantes no Congresso, como a aprovação da reforma do Imposto de Renda e do aumento da tributação sobre bets e fintechs. Por outro lado, o avanço de pautas como o PL Antifacção e a PEC da Blindagem contribuiu para o desgaste na relação com o Legislativo, cenário que o Planalto pretende evitar às vésperas das eleições.

Com informações do Metrópoles

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Política

Bolsonaro passa por cirurgia de hérnia inguinal nesta quinta-feira (25), em Brasília

Foto: Reuters/Mateus Bonomi

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve passar por uma cirurgia de hérnia inguinal a partir das 9h da manhã desta quinta-feira (25), dia de Natal, no hospital DF Star, em Brasília. O procedimento está previsto para durar entre três e quatro horas, com tempo de internação estimado entre cinco e sete dias, segundo especialistas ouvidos pela CNN Brasil.

Bolsonaro está internado desde a quarta-feira (24), após ser transferido da Superintendência da Polícia Federal, onde se encontrava preso desde 22 de novembro. A remoção para o hospital ocorreu às 9h30, sob escolta da PF, com desembarque realizado de forma discreta na garagem da unidade, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A realização da cirurgia foi autorizada por Moraes na última segunda-feira (23). No mesmo despacho, o ministro permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhe o ex-presidente durante a internação, além de autorizar visitas dos filhos Flávio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro e da filha menor do casal, Laura Bolsonaro.

Nas redes sociais, Michelle informou que Laura já visitou o pai e relatou um momento de forte emoção. “Ficaram abraçados e conversaram bastante, mesmo entre soluços”, escreveu. O senador Flávio Bolsonaro também esteve no hospital na quarta-feira.

Por decisão do STF, Bolsonaro ficará internado em uma área isolada do hospital, sob vigilância permanente da Polícia Federal. A segurança será feita 24 horas por dia, com pelo menos dois agentes na porta do quarto e reforço de equipes dentro e fora da unidade hospitalar.

Ainda conforme determinação de Alexandre de Moraes, está proibida a entrada de celulares, computadores ou qualquer dispositivo eletrônico no quarto do ex-presidente, com exceção de equipamentos médicos, com o objetivo de preservar a segurança e impedir comunicações não autorizadas durante o período de internação.

Com informações da CNN

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Política

PGR tenta barrar acareação no STF em investigação sobre o Banco Master

Foto: Banco Master

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a suspensão da acareação determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do caso que envolve o Banco Master. O pedido foi feito após avaliação de que não estão presentes os requisitos técnicos necessários para a realização do procedimento neste momento.

Segundo apuração da jornalista Camila Bomfim, a PGR sustenta que os envolvidos ainda não foram ouvidos individualmente, o que inviabiliza o confronto de versões — etapa essencial antes de uma acareação. Além disso, o órgão destaca que o material da operação ainda não foi completamente finalizado, o que poderia comprometer a apuração dos fatos.

Mesmo diante dessas ponderações, Dias Toffoli marcou para a próxima terça-feira (30) uma audiência de acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino.

A decisão do ministro chamou atenção nos bastidores jurídicos por ter sido tomada de ofício, ou seja, sem pedido formal da Polícia Federal ou da própria PGR. Em regra, esse tipo de medida ocorre a partir de provocação dos órgãos de investigação, o que não aconteceu neste caso.

Com informações da GloboNews

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Geral

VÍDEO: Jornalista critica Moraes em caso que envolve esposa e Banco Master

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram

O jornalista Eduardo Oinegue, âncora do Jornal da Band, fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao comentar um possível conflito de interesses envolvendo o magistrado, sua esposa e o Banco Master. A análise foi feita diante da revelação de um contrato milionário firmado pelo escritório de advocacia de Viviane Barci, mulher de Moraes, com a instituição financeira.

Durante o comentário, Oinegue levantou dúvidas sobre a isonomia adotada pelo ministro em situações semelhantes. “Qual seria a reação do ministro Alexandre de Moraes se ele soubesse que a mulher do presidente da República, a mulher do presidente do Senado ou a mulher do presidente da Câmara assinou um contrato com o Banco Master?”, questionou o jornalista, ao comparar o episódio com figuras de outros Poderes.

Para o âncora da Band, há um contraste evidente entre a postura rigorosa adotada por Moraes em inquéritos que conduz no STF e o silêncio inicial diante do caso envolvendo sua própria família. Oinegue destacou que o ministro costuma adotar critérios duros ao analisar condutas de terceiros, o que, segundo ele, reforça a cobrança por um padrão semelhante neste episódio.

O contrato citado previa o pagamento mensal de R$ 3,6 milhões ao escritório de Viviane Barci entre 2024 e 2027. O acordo foi interrompido após o Banco Central decretar a liquidação do Banco Master, instituição controlada pelo banqueiro Daniel Vorcaro, alvo de investigações.

Além do contrato, vieram à tona informações sobre encontros entre Alexandre de Moraes e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio ao processo que resultou na liquidação do banco. O contexto ampliou o debate público sobre a necessidade de transparência e eventual conflito de interesses.

Na manhã da terça-feira (23), Moraes se manifestou oficialmente por meio de nota, afirmando que a reunião com Galípolo teve como pauta exclusiva as consequências da aplicação da Lei Magnitsky contra ele, negando qualquer atuação em favor do Banco Master.

Com informações do Canal do Paulo Mathias

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Geral

Sindicato do BC aponta pressão externa no caso Banco Master e cobra autonomia técnica

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Uma nota divulgada pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central adicionou um novo elemento à crise envolvendo a liquidação do Banco Master. O comunicado veio à tona no mesmo dia em que surgiram revelações sobre uma suposta pressão do ministro do STF Alexandre de Moraes sobre o presidente do BC, Gabriel Galípolo, para favorecer o banco controlado por Daniel Vorcaro — acusações que ambos negam.

Embora não cite nomes diretamente, o sindicato foi claro ao defender a estabilidade funcional e a autonomia técnica dos servidores como instrumentos essenciais para resistir a “ingerências e pressões externas”. Para a entidade, essas garantias não são corporativas, mas pilares institucionais que asseguram decisões fundamentadas no interesse público, especialmente em processos sensíveis como o da liquidação bancária.

O texto chama atenção também para a nota oficial do Banco Central, divulgada em conjunto com a de Moraes, que confirmou reuniões entre as partes sem detalhar datas, locais ou participantes. Para o sindicato, a falta de transparência amplia suspeitas e acaba colocando toda a instituição sob questionamento, num momento de forte desgaste público.

A entidade afirma que o episódio reforça a importância do Regime Jurídico Único justamente para que técnicos possam agir sem temor de retaliações. Ao mesmo tempo, sugere que, se houve pressão indevida, é necessário que ela seja explicitada, em nome da credibilidade institucional.

Enquanto no STF as apurações se concentram nas fraudes atribuídas a Vorcaro e, no TCU, nos critérios adotados pelo BC para liquidar o Master, a manifestação do sindicato expõe um ponto sensível: a necessidade de deixar claro se decisões técnicas foram tomadas apesar — ou sob risco — de pressões políticas.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Papa Leão XIV alerta: ‘negar ajuda a pobres é rejeitar a Deus’

Foto: Reprodução/Reuters

Na sua primeira Missa do Galo, nesta quarta-feira (24), o Papa Leão XIV afirmou que recusar ajuda a pobres e estrangeiros hoje equivale a rejeitar o próprio Deus. A celebração ocorreu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e foi acompanhada por cerca de 6 mil pessoas.

Leão lembrou que o nascimento de Jesus em um estábulo, por falta de lugar em uma hospedaria, mostra que Deus se manifesta em cada pessoa. “Na Terra, não há lugar para Deus se não há lugar para a pessoa humana. Recusar um é recusar o outro”, disse o papa, conduzindo os 1,4 bilhão de católicos do mundo ao Natal.

O papa, primeiro nascido nos Estados Unidos, fez do cuidado com imigrantes e pobres tema central do seu pontificado. Ele criticou políticas econômicas que tratam seres humanos como mercadoria e citou Bento XVI, lembrando que o mundo falha em proteger crianças, pobres e estrangeiros. “Onde há lugar para a pessoa humana, há lugar para Deus. Até mesmo um estábulo pode se tornar mais sagrado do que um templo”, afirmou.

Do lado de fora da basílica, cerca de 5 mil fiéis acompanharam a missa por telões na Praça de São Pedro, mesmo sob chuva forte. Leão saiu para cumprimentar os presentes e agradeceu a coragem deles. Na quinta-feira (25), ele celebrará a missa de Natal e fará a tradicional bênção “Urbi et Orbi”, dirigida à cidade e ao mundo. Assista às celebrações AQUI.

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