Diversos

Devido a fraudes recentes, concursos públicos vivem crise de credibilidade

22/02/2017. Crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press. Brasil. Brasília – DF. STJ – Superior Tribunal de Justiça.

O mundo dos concursos públicos sofreu alguns solavancos na semana passada. A segurança de seleções do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) foi posta em xeque e abalou a confiança de concurseiros de todo o país. Afinal, muitos deles se preparam durante anos para obter a sonhada vaga na administração pública e, quando um concurso é alvo de fraude, ou cancelado devido a alguma irregularidade, sentem que todo o sacrifício pode ter sido em vão. Nas redes sociais, o clima é de descrença nos concursos — e a má fama cai sobre as bancas examinadoras, apontadas pela maioria como culpadas. Segundo especialistas ouvidos pelo Correio, a fiscalização é de fato difícil, mas há meios de inibir a ousadia dos fraudadores.

O recente caso do STJ originou a quarta fase da Operação Panoptes, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrada na última quarta-feira. A corporação identificou 10 servidores suspeitos de terem ingressado no tribunal mediante fraude, na seleção de 2015. Relatos colhidos mostraram que um ex-funcionário da banca organizadora, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação de Seleção e de Promoção e Eventos (Cebraspe), da UnB, estava envolvido. “Ele pegava o gabarito, que era preenchido pelo candidato com pouquíssimas respostas e, após a prova, completava de forma ilegal”, relatou o delegado encarregado do caso, Adriano Valente. Cada um dos fraudadores teria pago R$ 83 mil para garantir a vaga. A primeira fase da operação começou em agosto de 2017 e revelou um esquema que ficou conhecido nacionalmente como a Máfia dos concursos e atingiu diversas seleções, como as do Corpo de Bombeiros, do STJ, do Incra, do Ibama, e da Secretaria de Educação, entre outras.

O futuro do concurso da Novacap, por sua vez, ainda é uma incógnita. Após quatro adiamentos das provas pela banca, a Inaz do Pará, tudo indica que a estatal, ligada ao governo do Distrito Federal, está decidida a rescindir o contrato, cancelar o certame e abrir um novo edital. Segundo o diretor da empresa, não houve fraude, nem na licitação que escolheu a examinadora, nem nas provas do concurso, apenas uma desorganização de natureza logística. Mas a PCDF também investiga o caso depois que a corporação e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) receberam ao menos 50 denúncias. A suspeita é de que a banca tenha sido beneficiada para ser escolhida como organizadora do concurso. Os investigadores também não descartam a participação de servidores da Novacap, que poderiam ser beneficiados na seleção.

Esquemas

De acordo com o advogado e presidente da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), Maurício Nicácio, os certames que mais atraem fraudadores são os que oferecem maior remuneração aos aprovados e possuem maior número de concorrentes. “Quanto mais gente há na disputa, mais difícil é fiscalizar. Quanto maior a remuneração, mais aguçados ficam os fraudadores”, comentou.

Nicácio explicou também que o aliciamento de pessoas por esquemas ilegais pode acontecer em qualquer lugar, com ou sem envolvimento da banca organizadora, o que torna a fiscalização difícil. “Quando a gente fala de fraude em concurso público, pensa logo no envolvimento da banca. Mas, há também as irregularidades que partem de esquemas próprios, sem participação da organizadora. São muitas situações”, disse.

Uma das formas mais comuns de fraude é o uso de pontos eletrônicos para a transmissão de gabaritos aos concorrentes. Porém, com o avanço da tecnologia, novas formas de golpe são aplicadas — e podem passar despercebidas. “As fraudes mais difíceis de serem descobertas são as que têm origem dentro das bancas. Uma simples microcâmera no botão da camisa de um funcionário envolvido na preparação do concurso, por exemplo, pode tirar fotos das provas sem deixar rastros”, observou o representante da OAB-DF.

Segundo Nicácio, para evitar fraudes, pequenas medidas fariam diferença. “Algumas atitudes da própria banca aumentariam a credibilidade dela. Por exemplo, realizar de vez em quando uma espécie de sindicância para monitorar os funcionários. Essa ação mostraria a evolução patrimonial dos profissionais e identificaria situações suspeitas. Não é possível uma pessoa que ganha mensalmente R$ 5 mil, de repente, ter um patrimônio muito elevado”, explicou.

Além disso, de acordo com o advogado, a presença da OAB e de órgãos policiais na comissão organizadora ajudaria a evitar golpes. “A participação de policiais, por exemplo, traria um olhar mais investigativo, já que a OAB não tem poder de polícia. Toda ajuda seria bem-vinda”.

Nicácio explica que o papel da Comissão de Fiscalização da OAB, atualmente, é ajudar todos os lados interessados na prestação do concurso e acionar órgãos competentes caso seja preciso. “Queremos que os candidatos e as instituições fiquem satisfeitos. Nosso papel é apenas auxiliar. Tentamos evitar golpes, observando alguns erros e vícios em editais, recolhendo reclamações de candidatos e notificando as bancas ou instituições quando necessário, para que os problemas sejam resolvidos. Entretanto, quando se trata de uma questão ilegal, é a hora de acionar a polícia e o Ministério Público”, afirmou.

O Cebraspe se defendeu e informou, em nota, que desde o início das investigações, colocou-se à inteira disposição das autoridades policiais, cooperando com absolutamente tudo que foi requerido. “O Cebraspe reafirma sua posição de jamais anuir com qualquer tipo de ilegalidade ou ilicitude e ressalta que contratou auditoria para revisão e sugestão de melhoria nos padrões de segurança desta instituição. Medidas essas já adotadas pelo Centro”.

Aliciamento

A polícia identificou os suspeitos a partir de denúncias dos próprios servidores do tribunal, que desconfiaram do baixo desempenho dos nomeados. De acordo com a PCDF, os integrantes do esquema aliciavam estudantes em portas de cursinho e um deles, que era porteiro de um condomínio, convidava os moradores a aderir ao esquema, pagando pela aprovação no certame. O Cebraspe informou que o funcionário apontado pela polícia como envolvido na fraude era cedido pela Fundação Universidade de Brasília (FUB) e já foi devolvido ao órgão de origem para as providências cabíveis.

Providências

O presidente da Novacap, Júlio Menegotto, informou que, se o cancelamento do concurso se concretizar, os candidatos receberão de volta a taxa de inscrição. A reabertura do certame seria feita em um outro edital, mas as providências seriam tomadas pela nova gestão, que vai assumir a companhia em janeiro. Segundo ele, existem duas possibilidades para o concurso acontecer: ou se convocam as bancas classificadas em segundo e terceiro lugares na licitação já feita, ou se inicia um procedimento de contratação inteiramente novo. Nesse último caso, a realização do processo seletivo seria mais demorada.

Três perguntas para// MAX KOLBE, Advogado, consultor jurídico, membro da Comissão de Fiscalização de Concursos Públicos da OAB-DF

Os concursos estão perdendo a credibilidade?

Não é que os concursos estejam perdendo a credibilidade. Mas, as bancas, sim. É absolutamente importante que o Estado, na hora de assinar contrato com as organizadoras, coloque cláusulas prevendo multas mais severas ou outras sanções, em caso de irregularidades, para trazer maior segurança aos certames. O Estado deveria também exigir garantias financeiras, para, se houvesse fraude, suportar o ônus de, eventualmente, ter de refazer alguma fase ou até mesmo todo o concurso.

O que deveria ser feito para evitar tantas fraudes?

Não há dúvida de que a banca organizadora deveria ser contratada não somente pelo critério de menor valor, mas que, ainda que cobre preço um pouco maior, justifique e ateste questões relacionadas à segurança, levando em consideração a Lei de Proteção de Dados. Também deveriam sempre ser levadas em conta questões de sigilo para que, ainda que a banca venha a sofrer alguma fraude, tenha dinheiro para refazer etapas do concurso sem gerar prejuízo à coletividade. Também é importante contratar bancas organizadoras que tenham como princípio a proteção de dados.

O modelo das comissões ou bancas estão ultrapassados? Tem de mudar?

Não acho que os modelos estejam ultrapassados. O que precisa melhorar são questões afetas à segurança. Deve-se investir em proteção de dados, informática e outros meios de reforçar o sigilo do certame para dificultar eventuais fraudes. Na medida em que arrecadam milhões com a realização do concurso, as bancas examinadores deveriam investir em segurança e em tudo o que for possível para trazer maior isonomia aos concursos públicos.

CorreioWeb

 

Opinião dos leitores

  1. Concurso não perde credibilidade. As bancas envolvidas em fraude é que estão perdendo a confiança. O concurso é a instituição mais democrática e meritocrática do Brasil. Qualquer pessoa através de seus esforços pode chegar a qualquer cargo. Diferente, por exemplo, de cargos em comissão que não raras vezes são conquistados através de bajulação.

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Geral

Empreiteira criada em 2022 no Piauí vira fenômeno bilionário no governo Lula

Foto: iStock/Getty Images

Criada em 2022 no Piauí, a Construtora Otima Ltda tornou-se um fenômeno no governo Lula. São 8,9 bilhões de reais em contratos com a gestão petista para manutenção de estradas, segundo dados oficiais da gestão petista.

A empreiteira fechou um pacote de obras com a Superintendência Regional do Dnit no estado que deixa as outras concorrentes muito distantes do seu faturamento na máquina federal.

A Otima atua em serviços de engenharia para manutenção — conservação e reparação — nas rodovias BR-343 e BR-226, nos trechos que cortam o Piauí.

Para se ter uma ideia, as outras construtoras com mais contratos no governo petista são LCM Construção e Comércio (265 milhões de reais em contratos), F. Gomes Construtora (204 milhões de reais) e Lucena Infraestrutura (185 milhões de reais).

Veja

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Futebol

Eduardo Machado é eleito presidente do ABC

Foto: Rennê Carvalho

Eduardo Machado foi eleito presidente do ABC Futebol Clube para o triênio 2025-2027.

Em eleição realizada neste domingo (24), no Frasqueirão, Eduardo venceu o candidato Irapoã Nóbrega que era apoiado pela atual diretoria do clube.

Em instantes, colocamos a quantidade de votantes e o percentual de cada candidato.

Opinião dos leitores

  1. Não dou 4 meses para se sentir saudades da gestão Bira Marques.
    Esse cidadão eleito será um desastre. Logo logo vai propor vender patrimônio do clube.

  2. Vai terminar de acabar com o ABC, nunca foi gestor de nada na vida, sempre foi puxa saco de políticos

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Futebol

Primeiro clube vegano do Brasil, Laguna é campeão da segunda divisão do Campeonato Potiguar

Foto: Jonathan Holanda/Laguna SAF

Primeiro clube vegano do Brasil e das Américas, o Laguna é o campeão da segunda divisão do Campeonato Potiguar. O título foi conquistado na tarde deste domingo com a vitória por 3 a 2 sobre o Univap, na cidade de Apodi, com direito a gol do centroavante Bill, ex-Corinthians, Botafogo e Coritiba. O time algodão doce, como também se denomina, contou ainda com a derrota do QFC para o Alecrim, em Natal.

Com os resultados, Laguna, Alecrim e QFC terminaram a segunda divisão com 19 pontos. Com seis vitórias, o campeão superou o Alecrim no confronto direto, segundo critério de desempate.

É o primeiro acesso da história do Laguna, que foi fundado em 2 de abril de 2022. O time havia sido vice-campeão nas duas últimas edições da segunda divisão do Rio Grande do Norte.
Com sede no município de Tibau do Sul, o Laguna foi primeira Sociedade Anônima de Futebol do Rio Grande do Norte, um dos três primeiros clubes do Brasil a nascerem como SAF e uma das 10 primeiras SAF’s do Brasil.
Com informações de ge-RN

Opinião dos leitores

  1. Pessoa vegana:
    Não consome carne, ovos, leite, mel, ou outros ingredientes derivados de animais
    Evita produtos de moda feitos de couro, lã, seda, penas, ou outros materiais de origem animal

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Geral

Zelensky diz que a posição de Lula em relação à guerra é fraca

Foto: Presidência da Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou uma posição “fraca” em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia. A declaração foi feita em entrevista à analista de Internacional da CNN, Fernanda Magnotta, que está em Kiev, capital da Ucrânia. Ela viajou a convite do governo ucraniano em uma comitiva de acadêmicos e intelectuais.

E conversa com o grupo, Zelensky comentou o relatório final do G20, sediado no Brasil, que evitou condenar as ações da Rússia na guerra. Para ele, a cúpula do bloco foi realizada com pouco apoio à Ucrânia. “Quero ser bastante direto e transparente: se quisermos boas relações entre as nossas nações, precisaremos apoiar primeiro as pessoas, e não os agressores e os líderes da agressão, como Putin e a Rússia de hoje”, disse o presidente ucraniano.

Zelensky afirmou ainda que o “comunicado do G20 mostrou uma posição fraca em uma situação muito difícil e que se tornou pública”.

As críticas também se estenderam ao presidente Lula. O presidente da Ucrânia disse que, apesar de já terem tido um “bom diálogo” em uma ocasião nos Estados Unidos, “infelizmente, o líder do Brasil também mostrou uma posição fraca nesta guerra. Não acho que o populismo possa deter Putin”.

O Brasil, visto como um possível mediador do conflito, teve a posição questionada na fala de Zelensky. “Não pode haver mediação brasileira neste caso, porque o país não mostrou sua voz durante o G20 em relação à agressão de Putin e da Rússia, não se expressou. Essa fraqueza dá para Putin a oportunidade de disparar novos mísseis, mesmo durante eventos tão grandes quanto a cúpula”, enfatizou.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

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Geral

Rombo da Previdência cresce quase R$ 17 bilhões e já supera prejuízo do ano passado

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O déficit da Previdência Social, registrado entre janeiro e setembro deste ano, já superou e está R$ 16,9 bilhões acima das despesas com aposentadorias, pensões, auxílios e outros benefícios acumulados no mesmo período do ano passado. A quantia saiu da marca de R$ 248,9 bilhões, em 2023, para R$ 265,8 bilhões até setembro deste ano.

Os dados constam no resultado do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) publicado pelo Ministério da Previdência Social na semana passada.

Comparando o mês de setembro de 2023 com este ano, por exemplo, a arrecadação do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) subiu de R$ 48,4 bilhões para R$ 49,2 bilhões. Em contrapartida, a despesa com o pagamento dos benefícios previdenciários aumentou 8,5%, de R$ 69,5 bilhões para R$ 75,4 neste ano.

Nesta sexta-feira (22), os ministérios da Fazenda e do Planejamento publicaram revisões sobre as expectativas das receitas e projeções de gastos até o fim do ano. Na avaliação das pastas, a previsão de gastos com benefícios previdenciários em 2024 subiu de R$ 932,3 bilhões, para R$ 940 bilhões, um avanço de R$ 7,7 bilhões.

O valor é um dos principais motivos para o bloqueio de pelo menos R$ 6 bilhões no Orçamento de 2024. Nesta segunda-feira (25), a expectativa é que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgue o detalhamento dos cortes de gastos após reunião interna com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Na segunda de manhã, nós vamos passar para o presidente a minuta dos atos que já foram minutados pela Casa Civil. Vamos bater com ele a redação de um ou outro detalhe, inclusive o acordo que foi feito com a Defesa, que ele soube só informalmente por mim hoje. Nós vamos bater com ele a redação e, ao fim da reunião de segunda-feira, nós estaremos prontos para divulgar. Aí, se faremos isso na própria segunda ou na terça, é uma decisão que a Comunicação vai tomar”, disse Haddad a jornalistas na última semana.

O ministro da Fazenda comentou que o governo fará apenas bloqueio, e não contingenciamento. Os dois instrumentos geram um corte temporário de despesas públicas, mas a aplicação de cada um depende da situação.

Segundo o arcabouço fiscal, o bloqueio acontece quando os gastos do governo superam 70% do crescimento da receita acima da inflação. O contingenciamento é feito quando a arrecadação é insuficiente para garantir o cumprimento da meta de resultado primário, que representa o saldo das contas públicas antes do pagamento dos juros da dívida.

R7

Opinião dos leitores

  1. BPC deve ser custeado pelo Tesouro Nacional e não pela previdência, haja visto que se trata de pessoas que não contribuíram com a previdência. Já passou da hora de separar essas contas e acabar com essa conversa fiada.

  2. Esse rombo não é gerado pelos trabalhadores nem pelos aposentados, esse rombo é gerado pelo BPC e pelas aposentadorias rurais.

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Geral

Inflação fica maior para os mais pobres com pressão de alimentos

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Com a pressão dos alimentos e da energia elétrica, a inflação acelerou principalmente para os consumidores mais pobres no Brasil. É o que indicam dados publicados neste mês pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Para as famílias com renda domiciliar muito baixa (menos de R$ 2.105,99 por mês), a inflação acumulada em 12 meses passou de 4,34% até setembro para 4,99% até outubro.

A alta de quase 5% é a mais intensa para essa faixa de consumidores desde fevereiro de 2023 (5,86%), período inicial do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

À época, o acumulado ainda era influenciado, em grande medida, pela carestia de itens como alimentos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Ao marcar 4,99%, a inflação das famílias com renda muito baixa superou em outubro as taxas registradas pelos outros cinco grupos de rendimento pesquisados pelo Ipea.

Isso mostra uma diferença na comparação com o cenário até setembro deste ano. Naquele mês, eram as famílias do outro extremo da distribuição, com renda considerada alta (acima de R$ 21.059,92), que acumulavam a maior alta de preços: 4,72%.

A inflação dos mais ricos, porém, desacelerou a 4,44% nos 12 meses até outubro. Com o resultado, o grupo passou a marcar a menor taxa entre os seis pesquisados pelo Ipea.

As famílias com renda alta, aliás, foram as únicas que tiveram desaceleração nos preços no acumulado até o último mês. Esse movimento foi influenciado pela trégua no custo das passagens aéreas em outubro, diz a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, responsável pelo levantamento do Ipea.

Os bilhetes de avião pesam mais no orçamento dos mais ricos. Quando as tarifas têm alívio, tendem a levar a inflação desse grupo para baixo.

Já a alimentação, proporcionalmente, consome uma fatia maior dos gastos dos brasileiros com renda inferior. “O alimento bate muito na inflação dos mais pobres: 25% do orçamento dessas famílias é gasto com a compra de alimentos”, diz Lameiras.

“Quando tem uma alta acentuada dos preços, há uma pressão inflacionária maior para o segmento de renda mais baixa”, acrescenta.

De acordo com o Ipea, as famílias com renda considerada baixa (entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99) acumularam a segunda maior inflação nos 12 meses até outubro: 4,96%.

Os consumidores com renda média-baixa (4,72%), média (4,68%) e média-alta (4,63%) vieram na sequência.

Para calcular as variações, o Ipea leva em consideração dados do IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os pesos dos produtos e serviços são adaptados de acordo com o perfil da cesta de consumo das famílias nas diferentes faixas de renda.

O dólar alto é outro fator que tende a influenciar parte dos alimentos, especialmente importados, aponta a pesquisadora.

A inflação da energia elétrica, por outro lado, deve mostrar alívio. Isso tende a ocorrer porque, com a melhora nas chuvas, a bandeira tarifária passou para a cor amarela em novembro, após dois meses no nível vermelho. A medida reduz a cobrança adicional nas contas de luz.

A pesquisadora acrescenta que o final do ano é marcado por mais dinheiro circulando na economia graças a fatores como o 13º salário. Segundo ela, o quadro pode impulsionar a demanda por bens industrializados e serviços e, consequentemente, pressionar os preços.

No caso dos serviços, Lameiras lembra que dezembro costuma mostrar uma procura por passagens aéreas e outros itens de lazer. São componentes que pesam mais na inflação das famílias mais ricas.

“Vamos ter uma inflação pressionando ainda todas as faixas de renda nos últimos meses do ano”, prevê.

  • Muito baixa: abaixo de R$ 2.105,99
  • Baixa: entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99
  • Média-baixa: entre R$ 3.158,99 e R$ 5.264,98
  • Média: entre R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96
  • Média-alta: entre R$ 10.529,96 e R$ 21.059,92
  • Alta: acima de R$ 21.059,92

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. E daí pobre não come inflação, tem que viver de amor mesmo. Parabéns aos idiotas úteis envolvidos.

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Segurança

Brasil tem 10 mil procurados pela Justiça há mais de 10 anos

Foto: Divulgação/Polícia Civil

O Brasil tem 10 mil procurados pela Justiça há mais de 10 anos, mostra um levantamento feito pelo portal g1 no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), que reúne ordens de prisão de todos os tribunais do país.

O número equivale a 3% dos 368 mil mandados de prisão que estavam vigentes no início de outubro, quando o g1 extraiu os dados do portal, mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Entre os mandados mais antigos, quatro foram expedidos há mais de 30 anos. Dois dos alvos desses processos foram localizados após o g1 questionar a polícia sobre o não cumprimento das ordens.

Segundo o CNJ, do total de mandados em vigor até o dia 19 de novembro, 77% são de natureza penal. A maioria desses mandados (58%) refere-se a cumprimento provisório. Ao todo, o país possui 108.593 pessoas procuradas para cumprir condenações definitivas e 149.728 para cumprir mandados provisórios.

O Ministério da Justiça foi procurado, mas não se manifestou.

O delegado-geral do Maranhão, Almeida Neto atribui a demora no cumprimento de mandados judiciais a falta de estrutura das polícias.

“Atualmente, temos 300 mil mandados de prisão para cumprir no Brasil e, quando alguém está foragido, o dever da prisão não é só da polícia, mas de todo o sistema de Justiça. Mas a estrutura disponível pela polícia [para cumprir os mandados] também pode contribuir”, afirmou.

Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), Rodolfo Laterza, explica que, sem um banco de dados integrado, quando a Justiça de um estado expede um mandado de prisão contra alguém que reside em outro, a ordem não é enviada diretamente para todas as delegacias. Em vez disso, ela segue para um departamento específico dentro das polícias civis, conhecido como Polinter.

Com informações de g1

Opinião dos leitores

  1. É fácil resolver isso. É só coloca nomes e dados de todos eles para que tenhamos conhecimento. 190 e 181 vão congestionar.

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Geral

Vaquejada em Vera Cruz é marcada por assassinato a tiros; autores do crime fugiram

Foto: reprodução

Uma transmissão ao vivo de uma vaquejada no município de Vera Cruz, no Agreste potiguar, foi interrompida por disparos de arma de fogo na manhã deste domingo (24). O alvo foi um vaqueiro, ainda não identificado, que foi assassinado enquanto deixava a pista do evento.

Testemunhas relataram que ao menos três homens participaram do crime e fugiram em um carro modelo Fiat Uno Vivace, de cor prata, em direção ao município de Lagoa Salgada. A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, confirmou o óbito.

A área foi isolada pela equipe da 8ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) enquanto aguardava as equipes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) para os procedimentos de investigação e remoção do corpo. O caso segue em apuração, e os suspeitos estão sendo procurados.

Ponta Negra News

Opinião dos leitores

  1. Vera Cruz vive dias estranhos desde 06/10. “As más companhias corrompem os bons costumes”. 1 Coríntios 15:33

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Geral

VÍDEO: Moradores controlam incêndio em terreno na zona sul de Natal pela terceira vez na semana

Um incêndio em uma área de vegetação foi registrado na noite de ontem (23) em um terreno localizado no conjunto Serrambi, entre os bairros de Ponta Negra e Neópolis, em Natal. De acordo com os moradores, esta foi a terceira ocorrência de fogo na mesma área em uma semana.

Os próprios moradores utilizaram mangueiras de incêndio do condomínio para controlar as chamas antes da chegada do Corpo de Bombeiros, que foi acionado, mas não compareceu ao local, segundo os moradores.

Segundo relatos, a fumaça gerada pelas chamas tem causado incômodo nas residências próximas nos últimos dias. Os moradores da região suspeitam que o incêndio tenha sido provocado intencionalmente.

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Geral

Tropas armadas do ditador Maduro fazem novo cerco à embaixada da Argentina; energia elétrica do local foi cortada

Foto: reprodução/X

Opositores venezuelanos que estão refugiados na embaixada da Argentina em Caracas denunciaram que as forças da ditadura de Nicolás Maduro cercam o local e bloqueiam a rua de acesso à sede.

A embaixada ainda está sob custódia do Brasil, apesar de Maduro ter revogado a medida.

O dissidente Pedro Urruchurtu Noselli, chefe da campanha de María Corina Machado, que está asilado na embaixada desde 20 de março, afirmou na noite de sábado, 23, que funcionários encapuzados da Diretoria de Ações Estratégicas e Táticas do Corpo de Polícia Nacional Bolivariano (DAET) e do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência (SEBIN) cercam a sede diplomática portando armas.

O Ministério de Relações Exteriores da Argentina condenou o que chamou de “atos de assédio e intimidação contra os requerentes de asilo”.

“O envio de tropas armadas, o fechamento das ruas ao redor da nossa Embaixada e outras manobras constituem uma perturbação da segurança que deve ser garantida às sedes diplomáticas de acordo com o direito internacional, bem como àqueles que solicitaram asilo diplomático”, afirmou o ministério do governo Javier Milei.

Também fez um apelo à comunidade internacional para condenar o cerco, agradeceu ao Brasil pelos esforços para proteger seus interesses no país e reafirmar seu compromisso com a “defesa dos direitos humanos, o respeito aos padrões internacionais e a segurança daqueles em situação de asilo”.

O líder da oposição Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha, alertou “o mundo sobre o que poderia acontecer aos colegas refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas”, que “estão sendo sitiados por pessoas encapuzadas”.

Além de Urruchurtu, também estão na embaixada: Magalli Meda, Omar González, Claudia Macero, Humberto Villalobos e Fernando Martínez Mottola.

Em publicação na manhã deste domingo, 24, Magalli Meda, gestora de campanha de María Corina Machado, escreveu nas redes: “6h30. Na Embaixada da Argentina na Venezuela, vigiada pelo Brasil, a energia elétrica foi cortada e o acesso à sede foi bloqueado”.

Cerco à embaixada protegida pelo Brasil

Em 7 de setembro, a Venezuela revogou a custódia brasileira à embaixada da Argentina em Caracas. Um dia antes, a polícia venezuelana cercou o local e cortou a energia para forçar a saída de opositores de Maduro.

O Itamaraty assumiu a representação da sede diplomática argentina após a ditadura venezuelana determinar a expulsão do corpo diplomático argentino e de outras seis nações da América Latina.

O cerco à embaixada argentina foi suspenso no domingo, 8, após o opositor Edmundo González Urrutia deixar a Venezuela rumo ao exílio forçado na Espanha.

O Antagonista

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