Discursando em português, a presidente Dilma Rousseff enalteceu os exemplos deixados por Nelson Mandela em cerimônia religiosa de homenagem ao ex-presidente da África do Sul, morto na última quinta-feira (5), e destacou que o líder foi um exemplos para as lutas sociais no Brasil e na América do Sul. A homenagem foi prestada em Soccer City, o estádio que sediou a final da Copa do Mundo de 2010, em Soweto.
— A luta contra o apartheid inspirou a luta no Brasil e na América do Sul. Madiba é uma referência para todos nós, por sua estoica paciência com que suportou o cárcere. E também pela firmeza e determinação em sua luta, além do profundo compromisso com a justiça e com a paz. Sobretudo, por sua superioridade moral e ética.
A presidente sucedeu o norte-americano Barack Obama, que foi bastante aplaudido, na sequência dos discursos. Para ela, Mandela é a “personalidade maior do século 20”.
— Mandela conduziu com paixão um dos mais importantes processos de emancipação humana da história contemporânea. O combate dele e do povo sul-africano transformou-se em um paradigma para todos os povos que lutam por justiça, liberdade e igualdade.
Dilma reforçou que a morte é lamentada não só pelo governo e povo brasileiros, mas também por toda a América do Sul.
— Devemos reverenciar essa manifestação suprema de grandeza e humanismo de Mandela. A luta dele transcendeu as fronteiras nacionais e inspirou homens e mulheres a lutarem por justiça social. Mandela deixou lições para todos aqueles que buscam a paz.
Por fim, a presidente destacou, com orgulho, a imigração africana no Brasil e a continuidade das lutas pela igualdade entre os povos.
— Nós, nação brasileira, que orgulhosamente trazemos o sangue africano em nossas veias, celebramos o exemplo desse grande líder. Viva Mandela para sempre!
Dilma partiu para Johannesburgo com os antecessores Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello e José Sarney.
“O Estado brasileiro se une para honrar Mandela, exemplo que guiará todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz”, escreveu Dilma em sua conta no Twitter, antes de viajar para a África do Sul.
A presidente acrescentou que “é uma honra poder reunir todos os ex-presidentes num objetivo comum”, o qual considerou como “uma demonstração de que as eventuais divergências no dia a dia não contaminam as posições do Estado Brasileiro”.
Esta é a primeira vez que todos os ex-presidentes brasileiros participam juntos de um ato internacional. Em 2005, Lula convidou todos seus antecessores ao funeral do papa João Paulo 2º no Vaticano, mas Fernando Collor não pôde viajar, por isso que apenas acompanharam o presidente na ocasião José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco, que morreu em 2011.
Os funerais de Mandela se prolongarão até o dia 15 de dezembro, quando o ex-presidente sul-africano será sepultado em Qunu (sudeste), local onde passou sua infância.
R7
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