A presidente Dilma Rousseff não se esquivou nesta quarta-feira de uma pergunta um tanto exótica em sua visita à cidade de Varginha, no sul de Minas Gerais. Em uma entrevista a uma radio local, ela brincou com o símbolo da cidade: um “extraterrestre” que teria aparecido no município.
— Eu tenho respeito pelo ET de Varginha. Quem não viu conhece alguém que viu ou tem alguém na família que viu. De qualquer jeito, eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido — disse Dilma, que ainda tratou de questões como a aprovação do projeto que destina recursos dos royalties do petróleo para a saúde e educação.
A presidente disse que as manifestações populares dos últimos meses contribuíram para acelerar a tramitação de projetos de lei importantes para o país. Ela destacou a proposta dos royalties, que está na Câmara dos Deputados à espera de votação. Segundo ela, as mobilizações “vieram para o bem” e chegou a hora do Brasil “avançar a passos rápidos”.
— A gente avança se tiver recursos suficientes para apostar na educação. Isso vai passar por esses recursos (dos royalties). Por isso, estamos em um momento especial. Algumas coisas, às vezes, vêm para o bem. E vieram para o bem essas manifestações no sentido de acelerar esse processo — afirmou Dilma.
A presidente participou pela manhã da inauguração de um campus da Universidade Federal de Alfenas, em Varginha. Em discurso, ela disse que as manifestações no Brasil são diferentes das ocorridas na Europa, onde, segundo ela, luta-se para reverter a perda de direitos. A presidente afirmou que as reivindicações no país têm como objetivo ampliar e fazer avançar as conquistas dos últimos dez anos. Na avaliação dela, para o brasileiro “toda conquista é apenas um começo”.
— No Brasil luta-se por mais direitos. Na Europa, luta-se contra o desemprego e por direitos perdidos, tanto trabalhistas como previdenciários. Em outros países, a luta é por maior democracia e, em outros, contra a crise do sistema financeiro. Nós aqui lutamos pela ampliação das conquistas.
Em discurso de cerca de uma hora, Dilma fez uma defesa enfática do projeto que destina mais recursos ao projeto que destina mais recursos à educação e saúde. Segundo ela, ele é essencial para que o país avance nessas áreas. Dilma ainda destacou a necessidade do sistema da cotas no ensino e reconheceu que ainda há muito o que fazer nessa área.
— É necessário colocar a riqueza do pré-sal para garantir a mudança da educação no Brasil, a qual é vital — afirmou a presidente.
Para Dilma, a política de educação pública no Brasil foi “restritiva” até a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Segundo ela, nos últimos dez anos houve uma mudança radical na área, com a criação de mais vagas universitárias e a expansão de campi universitários para o interior do país.
O Globo
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