No dia 19 deste mês, a secretaria de Saúde, através de memorando, solicitou a todas as direções de hospitais e unidades que produzissem listas com os nomes dos servidores que têm aderido à greve. Segundo o Sindsaúde, estas listas possivelmente seriam usadas para medidas como o corte dos plantões eventuais e do adicional de produtividade. Ou até o corte de ponto, como chegou a ser anunciado pela Sesap à imprensa, mas que não foi comunicado oficialmente. Confira abaixo nota da categoria:
Diante dessa solicitação, a resposta das chefias do Hospital Walfredo Gurgel foi negativa. Em documento enviado à Sesap no dia 20, as chefias classificam a medida como assédio moral contra os servidores em greve. “Tal ato fere a Constituição Brasileira e se caracteriza como assédio moral coletivo, repudiado por nossa atitude ética e de bom senso”, diz o documento.
Na quarta-feira, a Sesap convocou uma reunião no hospital, com as chefias, para tentar convencê-los a entregar os nomes, sem sucesso. “Os coordenadores mantiveram-se firmes e não vão entregar os nomes”, conta Manoel Egídio, vice-coordenador do Sindsaúde-RN e enfermeiro do hospital. “Foi uma decisão importante e corajosa, e é um exemplo que já começa a repercutir nos outros hospitais”, conta Egídio.
No documento enviado, as chefias do Walfredo ainda afirmam que, durante a greve, “em nenhum momento os procedimentos da urgência e emergência foram negligenciados”. O documento do Walfredo e as recentes decisões judiciais negando a ilegalidade nas greves dos professores do Rio Grande do Norte e de Natal motivaram os servidores da saúde. “Nossa greve é justa e legal. Não vamos aceitar intimidação e terrorismo”, afirma Egídio.
VEJA O OFÍCIO DO WALFREDO GURGEL
Memo. 093/2013
Assunto: Solicitação de relação nominal de servidores
Em resposta ao memorando Nº012/2013-DG de 19 de 08 de 2013, cientes do conteúdo do mesmo e em concordância com todas as chefias desta Unidade Hospitalar, optamos por não enviar a relação dos servidores em greve por entendermos que tal ato fere a Constituição Brasileira e se caracteriza como assédio moral coletivo, repudiado por nossa atitude ética e de bom senso.
Esclarecemos que:
1 – Em nenhum momento os procedimentos da urgência e emergência foram negligenciados;
2 – Os prejuízos foram atenuados pela eleição de prioridades e procedimentos a ser cumpridos por cada categoria, de modo que não houvesse perdas para aqueles que precisavam de mais cuidados.
3 – Não houve a falta efetiva do funcionários, uma vez que se revezaram no trabalho e na greve, cumprindo com as atividades pactuadas na instituição e na programação do comando de greve.
Diante do exposto, reafirmamos a posição supracitada e seguem abaixo nossas assinaturas.
Esta atitude deveria também ser tomada pelo delegado geral, Ricardo Sérgio, e não entregar os nomes dos grevistas. A dignidade não pode ser vendida por nada, nem muito menos por uma mera gratificação.