POR BRENO PERRUCI
Nada contra as esteiras, até porque as coitadas não fazem mal a ninguém, pelo contrário. A questão é que corredor de rua que se preze gosta mesmo é do vento no rosto, sentir o sol ou a chuva, sair pelo mundo ao lado dos antigos amigos ou conhecendo novos. E falando em correr por aí, o tema de hoje é sobre qual seria o piso ideal para treinar. De forma bem direta e simples amigo, é aquele em que você irá fazer a sua prova.
“No dia a dia de treinamentos, é natural o corredor de rua se deparar com vários tipos de pisos e aí é importante saber extrair o que tem de melhor as boas opções e também o que se deve evitar. Explorar de forma correta essas variáveis pode ser bem proveitosa, por mudar os estímulos musculares e ainda tornar o atleta “casca grossa””, ressalta o professor Walter Molina da Natal Runner.
Pois bem, sem mais delongas vamos aos prós e os contras de cada piso. O asfalto regular por ser firme facilita a impulsão e é perfeito para treinos de velocidade, de ritmo e os longos. O aspecto negativo é que a rigidez causa impacto nas articulações e aumenta o risco de lesões, por isso a necessidade de fortalecer a musculatura e os tendões com o auxílio da musculação.
A areia por sua vez amortece o impacto e é ideal para treinos curtos de potência e de saltos. Por dificultar a passada acaba fortalecendo as articulações, mas não dá pra abusar muito na frequência para não machucar muito especialmente os tornozelos, os joelhos e o quadril. Já a grama ou a terra batida podem ser apontadas como de baixo impacto e por isso ideais para treinos leves, regenerativos. A explicação desse cuidado está nos desníveis e buracos que podem ocasionar torções.
As características mais positivas a gente encontra nas pistas de atletismo, até porque foram feitas exatamente com essa finalidade. O único ponto ruim é que nem todos tem acesso, infelizmente. O piso totalmente plano e emborrachado absorve o impacto e ao mesmo tempo dá uma resposta de impulsão, para que o atleta ganhe rapidez. É ideal para treinos de velocidade e controlados. Por outro lado, as características mais negativas encontramos no concreto por ser mais duro que o asfalto e no piso de pedras portuguesas pela irregularidade. Ambos expõem o corredor de forma excessiva ao risco de lesões. Portanto, pelo sim e pelo não, fujamos dessas opções.
Por fim voltamos pelo que usamos para começar o texto, as esteiras. Elas são opções para os atletas que por um motivo ou outro estejam sem as boas opções citadas acima. As vantagens estão no amortecimento, controle de cadência e na temperatura. São boas para treinos esporádicos ou para fugir de chuvas intensas por exemplo. A desvantagem é que não simulam a naturalidade do ambiente ao ar livre e suas adversidades ocasionais.
De qual forma, seja onde for, é fundamental buscar uma orientação especializada de um profissional de educação física. É ele quem vai coordenar de forma saudável essa salutar variação de terrenos durante as preparações para as provas.
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Tenham cuidado, o homem não foi feito para correr longas distâncias, vejam que de vez em quando morre um inocente nessas provas de corridas. O cara começa a correr logo se acha um superatleta e em pouco tempo começam os problemas; joelho estourado, cabeça do fêmur pedindo socorro e muitas vezes chifre, pois o cara só pensa no treino, isso quando não ocorre um ataque cardíaco fulminante. Fica o aviso.