Finanças

Em guerra bilionária, farmacêutica tenta barrar genérico contra hepatite C; produção do medicamento no Brasil geraria economia de R$ 1 bi ao governo

A farmacêutica americana Gilead está barrando a compra de um medicamento genérico para hepatite C que geraria uma economia de cerca de R$ 1 bilhão ao ano para o governo brasileiro.

A Gilead produz o sofosbuvir, um antiviral que cura a hepatite C em 95% dos casos e revolucionou o tratamento desde 2014. Antes, a terapia mais eficaz disponível curava em apenas 50% dos casos.

Neste ano, o Ministério da Saúde anunciou um plano para eliminar a hepatite C até 2030, e o SUS passou a tratar todos os pacientes com os novos antivirais, e não apenas os doentes mais graves. Mas o tratamento que usa o sofosbuvir chega a custar R$ 35 mil por paciente no Brasil e limita número de pessoas tratadas.

Posto de orientação e campanha contra a hepatite C, na avenida Paulista, em SP – Marcelo Chello – 27.jul.2018/CJPress

Um convênio entre Farmanguinhos-Fiocruz e Blanver obteve registro da Anvisa para fabricar o sofosbuvir genérico. Em tomada de preços no início de julho no Ministério da Saúde, a Gilead ofereceu o sofosbuvir a US$ 34,32 (R$ 140,40) por comprimido, e a Farmanguinhos ofertou o genérico a US$ 8,50 (R$ 34,80).

Hoje, o ministério paga US$ 6.905 (R$ 28.241) pela combinação sofosbuvir e daclatasvir de marca. Com a nova proposta, o governo passaria a pagar US$ 1.506 (R$ 6.160), com a Fiocruz e a Bristol. Dada a meta de tratar 50 mil pessoas em 2019, isso significaria uma economia de US$ 269.961.859 (R$ 1,1 bilhão) em relação aos gastos com a combinação sem o genérico.

O departamento de hepatites do ministério solicitou em agosto a compra do medicamento mais barato com urgência. Por causa de contestações de farmacêuticas, não foi feita a aquisição, e o estoque de vários antivirais no SUS acabou há meses. Há fila de 12 mil pacientes, e muitos esperam há mais de seis meses.

O ministério afirma que ainda não há decisão. “O processo de aquisição do sofosbuvir foi iniciado, e todas as empresas que têm registro no Brasil poderão participar”.

“Aquilo não foi uma tomada de preços, não houve processo de compra, estamos questionando por que alguns produtos não foram considerados”, disse o diretor-geral da Gilead, Christian Schneider.

No dia 28 de agosto, a Gilead enviou carta ao ministério, obtida pela Folha, na qual pede a anulação dos resultados da reunião e oferece uma nova combinação de drogas por um preço inferior aos genéricos.

Mas, segundo técnicos, a oferta inclui uma droga que não funciona para todos os vírus de hepatite e não é recomendada pela Organização Mundial da Saúde.

“Nossa combinação é mais avançada, e os genéricos não consideram todos os cenários”, diz Schneider.

Um grupo liderado pelos Médicos sem Fronteiras (MSF) encaminhou uma representação ao Ministério Público acusando a Gilead de pressionar o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual) para conceder a patente do sofosbuvir e de entrar com inúmeras ações judiciais para barrar o genérico.

“A competição com genéricos pode resultar em cura mais acessível para as 700 mil pessoas com hepatite C no país. O Brasil pode enviar uma mensagem ao mundo, com decisões que estimulam a concorrência e permitem maior acesso a tratamentos”, diz Felipe Carvalho, da MSF.

A Gilead solicitou registro da patente do sofosbuvir no Brasil. De 126 pedidos da empresa, 124 foram rejeitados pelo INPI e dois estão em análise e poderiam bloquear o genérico.

Segundo Pedro Villardi, coordenador do Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual, o INPI indicava uma decisão negativa em relação à patente da Gilead, mas mudou subitamente de curso este ano. A empresa entrou com uma ação judicial pedindo reversão da decisão do INPI antes mesmo de ela sair.

Procurado, o INPI afirma que o pedido está em exame.

“Tem muita pressão das farmacêuticas, por isso paralisaram o processo de compra no ministério, e o INPI mudou de curso”, diz Villardi. A Gilead afirma ter “plena convicção” de sua patente.

A empresa faturou US$ 55 bilhões (R$ 225 bi) com remédios contra hepatite C desde 2014. Quando lançado, o tratamento com o sofosbuvir saía por US$ 84 mil (R$ 344 mil).

A briga no país para impedir a fabricação do genérico contra hepatite C, comparada por ativistas à batalha pelos medicamentos contra o HIV, divide sociedades médicas e inclui até fake news.

A assessoria de imprensa da Gilead, a Fundamento Comunicação, circulou no mês passado um press release que saiu no site de uma revista com o título: “Adoção do medicamento genérico para Hepatite C pode sair mais caro do que tratamento convencional”.

No texto, Carlos Varaldo, presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, dizia que os genéricos gerariam um aumento de gasto de R$ 48 milhões em relação ao de marca.

A Fundamento afirma que fez o release para o grupo Otimismo, e não para a Gilead. A Gilead é uma das principais financiadoras do Grupo Otimismo. Em prestações de contas em 2014, 2015 e 2016, Varaldo declarou que o grupo recebeu um total de R$ 1,2 milhão das farmacêuticas Gilead, Roche, Janssen, MSD e BMS. Ele diz não ver conflito de interesses.

“Eu coloco tudo na prestação de contas, como realizar eventos enormes sem apoio da indústria? Se não fossem as farmacêuticas, estaríamos tratando hepatite C com chá de ervas”, afirma o ativista.

Indagada, a Gilead disse que não financiou o release e não tem nada a ver com isso. “A Gilead é patrocinadora do Grupo Otimismo de forma totalmente transparente.”

A Sociedade Brasileira de Infectologia enviou carta ao ministério questionando a qualidade e segurança do genérico. “Além disso, as novas drogas são mais fáceis de tomar, mais avançadas e reduzem o tempo de tratamento, seria um retrocesso não usá-las”, disse Sergio Cimerman, presidente da entidade.

Mas Marcelo Simão Ferreira, presidente do comitê de hepatites da sociedade, é a favor dos genéricos e do uso da combinação proposta. “Não temos dúvida de que a combinação em estudo é muito eficaz”, diz.

Paulo Abraão, que era diretor do comitê da SBI, pediu afastamento por não concordar com o posicionamento contra o genérico. Já a Fiocruz afirma que seu sofosbuvir teve a bioequivalência testada e que tem capacidade para produzi-lo, como fez com os genéricos anti-HIV.

A Gilead também questionou junto ao TCU a parceria entre Fiocruz e Blanver. Em acórdão de agosto, o tribunal pede que a parceria seja descontinuada para novos medicamentos, mas diz que “não interfere na pesquisa e produção do sofosbuvir”.

A luta contra os genéricos para hepatite C é mundial. Na Colômbia, a proposta de regular o preço do sofosbuvir foi citada pela Phrma, o lobby das farmacêuticas dos EUA, para barrar a entrada da Colômbia na OCDE. Mesmo assim, o país acabou admitido.

No Chile, o governo de Michele Bachelet havia anunciado que iria pedir o licenciamento compulsório (quebra da patente) do medicamento. Com a posse de Sebastian Piñera, o plano foi engavetado. Mas, em agosto, o governo voltou a considerar. A Argentina não concedeu a patente à Gilead e fabrica genéricos.

No Egito, foi negada a patente do sofosbuvir à farmacêutica, que fez um acordo e passou a fornecer o remédio a preço reduzido. O governo passou a fabricar genéricos e já tratou 1 milhão de pacientes. No Brasil, foram tratados 75 mil pacientes.

Na Índia, a Gilead fez um acordo com as fabricantes de genéricos, que permite que elas fabriquem pagando uma licença, mas proíbe-as de exportar para países de renda média com muitos casos da doença, como o Brasil.

ENTENDA A DISPUTA PELOS MEDICAMENTOS

Como é o tratamento para hepatite C? Atualmente, no SUS, entre outros medicamentos oferecidos, há uma combinação de duas drogas: sofosbuvir, da farmacêutica americana Gilead, e daclatasvir, de outra empresa

O que está em disputa? A Farmanguinhos (da Fiocruz), em convênio com a Blanver, recebeu da Anvisa a autorização para produzir o sofosbuvir genérico. Como o remédio brasileiro custa bem menos que o americano, o Ministério da Saúde estuda adotá-lo no SUS. Entretanto, a Gilead tenta barrar a compra da droga nacional

A Gilead tem patente para o sofosbuvir no Brasil? Não. A farmacêutica entrou com 126 pedidos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, mas 124 foram rejeitados. Ainda há dois em análise. Um desses pedidos, se aceito, proibiria a fabricação de genéricos por outras empresas ou instituições

O sofosbuvir é eficiente? Sim. O medicamento, que é administrado com outras drogas, tem índice de cura de 95%, enquanto outros usados anteriormente chegavam a 50%. O remédio também encurta o tratamento e reduz os efeitos colaterais

E o genérico brasileiro? O medicamento produzido pela Fiocruz foi registrado pela Anvisa e passou por testes de bioequivalência, que indicam que a droga tem o mesmo efeito da produzida pela Gilead

O que dizem os médicos? Há diferentes opiniões. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) é contra o genérico e diz que há remédios mais novos que deveriam ser considerados. O diretor do comitê de hepatites virais da entidade pediu afastamento por não concordar com essa posição, e há outras vozes dissidentes na SBI. Já os Médicos Sem Fronteiras acusam a Gilead de pressionar médicos e governo. Para eles, a compra do genérico é mais vantajosa, visto que o medicamento é efetivo e mais acessível

O que acontece em outros países? A patente foi concedida no Chile, mas o governo avalia quebrá-la; foi negada na Argentina e no Egito e está em análise na União Europeia. Na Índia, outras empresas podem fabricar os genéricos, mas elas pagam uma taxa à Gilead e a exportação para países de renda média com grande número de pacientes é proibida

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Bom Dia !
    Este tipo de assunto deveria ser motivo de muito debate entre os leitores do blog, afinal diz respeito a todos nós seres humanos que eventualmente podemos contrair a doença, assim como os políticos de plantão, porém não vi nenhum comentário sobre um assunto de tão alta relevância para o grandioso povo BRASILEIRO.

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Judiciário

Ministério Público pede a inelegibilidade de Álvaro Dias e perda de mandatos de Paulinho Freire, Joana Guerra, Irapoã Nóbrega e Daniell Rendall

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ajuizou uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) contra o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias, o atual prefeito da capital, Paulinho Freire, e outros envolvidos por abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024. A ação pede a cassação dos diplomas do atual prefeito, da vice-prefeita eleita, Joanna Guerra, e dos vereadores eleitos, Daniell Rendall e Irapoã Nóbrega, além de inelegibilidade de todos pelo período de oito anos.

O diretor técnico da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município do Natal (ARSBAN), Victor Matheus Diógenes Ramos de Oliveira Freitas, também é alvo da AIJE.

Na AIJE, o MPRN apresenta indícios de que servidores comissionados e terceirizados foram cooptados para apoiar os candidatos a vereador, Daniell Rendall e Irapoã Nóbrega, além do candidato a prefeito, Paulinho Freire, e da candidata a vice-prefeita, Joanna de Oliveira Guerra. Esse apoio teria sido obtido por meio de influência/coação, como ameaças de demissão e exoneração, e através de postagens em redes sociais e eventos públicos. Os elementos denotam que Álvaro Costa Dias organizou essa prática através do loteamento das secretarias e dos órgãos municipais para garantir apoio político, utilizando a máquina pública para beneficiar as campanhas dos candidatos aliados.

Existem ainda evidências de que a gestão municipal ofereceu serviços públicos em troca de apoio eleitoral, explorando lideranças locais para cooptar eleitores.

Além da cassação de mandatos e da inelegibilidade, o MPRN pediu a aplicação de multa aos envolvidos bem como informações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e à Controladoria Geral do Município de Natal.

O Juízo da 4ª Zona Eleitoral de Natal determinou a citação dos investigados para que ofereçam defesa e deferiu as diligências requeridas pelo Ministério Público.

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Política

Haddad e Eduardo têm a maior rejeição para 2026

Foto: Reprodução

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta 2ª feira (3.fev.2025) indica que a maioria dos eleitores rejeita o nome do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para a Presidência em 2026: 56% disseram que o conhecem, mas que não votariam nele. É seguido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com 55% e 53% respectivamente. 

Foram entrevistadas 4.500 pessoas de forma presencial de 23 a 26 de janeiro. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos. Eis a íntegra (PDF – 28 MB).

A pesquisa submeteu 12 nomes aos entrevistados para avaliar o grau de conhecimento, o potencial de voto e a rejeição de cada um deles.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é conhecido e apoiado por 47%, índice muito próximo dos 49% que dizem conhecê-lo e não votar nele.

Eis o cenário completo no quesito rejeição: 

  • Fernando Haddad – 56%;
  • Eduardo Bolsonaro – 55%;
  • Jair Bolsonaro – 53%;
  • Ciro Gomes (PDT) – 52%;
  • Gusttavo Lima – 50%;
  • Lula – 49%;
  • Michelle Bolsonaro – 49%;
  • Pablo Marçal (PRTB) – 42%; 
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo – 32%;
  • Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná – 32%;
  • Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais – 23%;
  • Ronaldo Caiado, governador de Goiás (União Brasil) – 21%.

Poder 360

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Acidente

Caminhão carregado de melão pega fogo na BR-304, no RN

Foto: PRF

Um caminhão que trafegava em um trecho da BR-304, no Rio Grande do Norte, pegou fogo no fim da tarde desse domingo (2). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo estava carregado de melão e ninguém ficou ferido.

Segundo informações da PRF, o incêndio teve início enquanto o veículo trafegava. Assim que percebeu o princípio do fogo, o condutor parou no acostamento e conseguiu retirar a carga.

A ocorrência foi registrada por volta das 16h, no km 288, no sentido Natal-Mossoró. Não há informações sobre o que teria motivado o início do fogo no caminhão.

Tribuna do Norte

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Geral

Pitanga Virou Festa é a abertura das prévias de carnaval em Natal no sábado (8)

Foto: Divulgação

Primeira prévia do carnaval de Natal, o Pitanga Virou Festa vai transformar o largo do Dom Vinícius, na rua Ângelo Varela, em Tirol, em uma grande festa no sábado (8), a partir das 16h e vai reviver os bons tempos do Pitanga Bar, que marcou época na cidade.

E para animar essa tarde/noite, estão confirmados os shows de Pura Retrô, Valber Fernandes, Dj PL e Pedro Luccas para uma verdadeira viagem no tempo e resgatar a atmosfera envolvente que fez do bar um ponto de encontro obrigatório para quem buscava momentos especiais na cidade.

Além disso, vão ter participações as especiais no Pitanga Virou Festa de Jolian do Sonzera Band, Bethoven do Frevo do Xico, Diogo das Virgens , Zé Gotinha e Duda Pereira.

Vale ressaltar que todas as atrações e participações são locais e tiveram histórias e shows durante a existência do Pitanga Bar. Sem falar, claro, no clima de carnaval que já vai tomar conta da cidade a partir desta festa. E com um diferencial importante: a primeira prévia de carnaval da cidade a contar com a tradução em libras.

A organização da festa tem preparado todo o ambiente para que o público vivencie um período marcante da noite natalense com o Pitanga Bar.

A venda de ingressos acontece no site Bilheteria Digital e na loja Aerotur, que fica na Rua Ceará Mirim perto da igreja Santa Teresinha. Mais informações no perfil oficial @pitangaviroufesta no Instagram.

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Geral

VÍDEO: Janja e Lula realizam atividade física: “Começando a semana”

A primeira-dama Janja da Silva (PT) publicou nesta 2ª feira (3.fev.2025) imagens da atividade física que fez ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Bora começar a semana nessa energia”, disse ela em postagem em storie de seu perfil no Instagram, às 6h30. “Bom dia e boa semana para noix [sic]”, acrescentou.

No registro, o petista aparece realizando sua caminhada matinal, ao lado das 3 cachorras do casal: Esperança, Paris e Resistência.

No post seguinte, a primeira-dama aproveita para divulgar a música “Ramalhete de Flor” interpretada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. “A música do carnaval. Já estamos nesse agito, vamos começar a semana”, disse Janja, indicando que estava ouvindo a música no celular durante a caminhada.

Assista ao vídeo publicado pela Janja (1min03):

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Que bom que vossas majestades tem tempo para começar a semana assim. O povo que você governa tem que passar 4h no buzão e não dá tempo.

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Brasil

PGR deve denunciar Bolsonaro por tentativa de golpe nos próximos dias

Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, nos próximos dias. A expectativa entre integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional é que isso ocorra ainda em fevereiro.

Com a retomada dos trabalhos no Legislativo e no Judiciário, também se aproxima o momento decisivo para a investigação sobre o 8 de Janeiro, e atos que antecedem a data e são considerados golpistas por ministros do STF.

Até então, tudo o que a investigação concluiu diz respeito ao olhar da Polícia Federal. A partir da denúncia, são feitas análises e ponderações pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

A PF indiciou 40 pessoas pelo crime, entre elas o ex-presidente Bolsonaro, e ex-ministros de seu governo, generais como Braga Netto, que foi da Defesa e da Casa Civil, e atualmente está preso; também Augusto Heleno, ex-Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

Para não contaminar o ano eleitoral de 2026, ministros do STF apostam em andamento do caso ainda em 2025.

Há possibilidade de Gonet fatiar as denúncias em grupos, o que daria mais celeridade para que o STF julgue ainda neste ano.

Caberá ao Supremo avaliar as denúncias, e se é caso de transformar investigados em réus. Após esse processual, a Suprema Corte ainda precisaria marcar o julgamento de mérito das acusações de que o governo Bolsonaro, incluindo o então presidente da República, tentou aplicar um golpe no país.

CNN

 

Opinião dos leitores

  1. Essa tendenciosa posição da justiça está indo longe demais, estão comprometendo a a capacidade de aceitação da sociedade, que exige equidade e equilíbrio em suas decisões.

  2. O que esperar de um país onde o representante maior é a peça chave do maior esquema de corrupção de todos os tempos e de uma justiça a serviço do mal?
    Infelizmente não vejo jeito para o Brasil. O sistema esteve enfraquecido, mas o STF o fez mais forte com decisões cada vez mais absurdas, que foram passando aos poucos e agora não têm nenhum pudor.

  3. Ainda tão nessa?
    Esqueça Bolsonaro!
    Vão trabalhar!
    Bolsonaro já era!
    Ou é o m do dele voltar, e botar pra tirar?
    Agora ramais perto de 2026, vão continuar perseguindo por medo de perderem a boquinha!
    Rapaz , sei não viu.
    Tão esquecendo até das esposas em casa,pra ta vigiando Bolsonaro.
    Cuidado, o Ricardão pode pular o muro!
    Kkkkkkkkkkkkk

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Acidente

Acidente interdita parcialmente trecho da BR-101 no RN

Foto: Reprodução 

Um acidente registrado na manhã desta segunda-feira (3) deixou um trecho da BR-101, no Rio Grande do Norte, parcialmente interditado. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Norte (PRF/RN), ninguém ficou ferido.

Segundo imagens divulgadas pela PRF, um caminhão capotou no km 138, no município de Arez. Enquanto a ocorrência segue sendo atendida, o local está parcialmente interditado no sentido Natal-João Pessoa.

Não foram informados detalhes, até o momento, sobre a identidade do motorista e o que teria motivado o capotamento do veículo.

Tribuna do Norte

 

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Geral

Quaest para presidente: Lula tem 30%; Tarcísio, 13%; e Gusttavo Lima, 12%

 

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (3), mostra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente de Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, do cantor Gusttavo Lima e do empresário Pablo Marçal (PRTB) na disputa para a Presidência em 2026.

O levantamento apresenta quatro cenários. Os candidatos seriam: Lula (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Gusttavo Lima (Sem Partido), Pablo Marçal (PRTB), Eduardo Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União).

Em um contexto de primeiro turno, Lula teria 30%, Tarcísio, 13%, Gusttavo Lima, 12%, e Marçal, 11%. Ciro Gomes alcaçaria 9%, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, 3% cada. Os indecisos somam 5% e os brancos, nulos ou que não vão votar, são 14%, segundo a pesquisa.

O primeiro cenário não conta com o deputado federal Eduardo Bolsonaro na disputa. Já o segundo exclui Tarcísio. O terceiro não tem o governador de São Paulo nem o parlamentar. E o quarto cenário não conta com Tarcísio, Eduardo e Pablo Marçal. Todos contam com Lula na corrida presidencial.

CNN

Opinião dos leitores

    1. Tú tem uma tara no mito não é coronela delgada .kkkkkkk

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Brasil

Sem Bolsonaro, Gusttavo Lima é o mais competitivo contra Lula em 2026, revela pesquisa Quaest

Reprodução

O cantor Gusttavo Lima (sem partido) é o nome mais competitivo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (3/2). O cantor é o que fica mais próximo do petista em eventual segundo turno. Lula, no entanto, vence todos os candidatos de oposição em primeiro e segundo turno.

No cenário de disputa direta entre Gusttavo Lima e Lula, o cantor aparece com 35% das intenções de voto ante 41% do petista. Uma diferença de 6 pontos percentuais. O levantamento ouviu 4,5 mil pessoas de 23 a 26 de janeiro.

A pesquisa sai uma semana depois de o mesmo instituto de pesquisa revelar que, pela primeira vez desde o início do mandato, o governo Lula é mais reprovado do que aprovado pelos brasileiros. São 49% dos brasileiros que reprovam a gestão contra 47% que a aprovam.

Outros nomes da direita, como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) são menos competitivos, segundo o levantamento.

A pesquisa testou seis cenários de segundo turno, sendo que em nenhum deles o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece, uma vez que ele está inelegível e não pode concorrer no pleito do próximo ano.

Em uma possibilidade de Lula disputar o segundo turno com Tarcísio, o petista aparece 9 pontos percentuais à frente. Lula tem 43% de intenções de voto contra 34% de Tarcísio.

Já contra Eduardo Bolsonaro (PL) ou Pablo Marçal (PRTB), Lula aparece com 44% ante 34% de ambos os candidatos.

Além dos nomes acima, foi testado também um eventual segundo turno de Lula com os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Em ambos os cenários, a vantagem do petista é ampliada. Lula teria 45% de intenções de voto, ante 28% de Zema e 26% de Caiado.

Leia mais

Metrópoles

 

Opinião dos leitores

  1. Só podem está de sacanagem. Estamos condenados a sermos terceiro mundo até o dia do juízo final.

  2. Sério isso? não é Marceu Van Hatten, Luiz Philipe de Orleans, Kim Kataguiri? O nome mais forte é um “cantorzin” Lei Rouanet? Brasileiro não aprendeu nada?

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Mundo

Ativistas organizam correntes de texto e grupos em redes sociais para dificultar deportação

Foto: Scott Olson/Getty Images/AFP

Um exemplo é Little Village, uma comunidade predominantemente hispânica de cerca de 70 mil habitantes no sudoeste de Chicago — uma cidade santuário —, onde seus membros lançaram uma elaborada contra-ação ao governo, com um sistema de mensagens de texto, grupos de mídia social e chamadas entre líderes locais.

Uma reportagem do Wall Street Journal mostrou como funciona o esquema: os ativistas usam as redes sociais e mensagens para rastrear os agentes de imigração, monitorando seus movimentos pelos bairros de forma coordenada. Depois, despacham vários ativistas pela cidade para tentar confirmar os avistamentos, tirar fotos e vídeos, avisar a população da chegada dos agentes e, quando necessário, oferecer suporte a qualquer um que seja preso.

Os resultados têm sido positivos. Na primeira semana de uma grande operação do ICE em Chicago, apenas 100 pessoas foram presas na cidade e arredores, segundo o superintendente do Departamento de Polícia de Chicago Larry Snelling.

Roman Ruiz, bancário de 42 anos, recebeu uma mensagem sobre a prisão de um homem em Little Village após deixar seu filho na escola. Segundo o WSJ, ele foi até o local e descobriu que a esposa grávida do detido também estava no caminhão dos agentes de imigração. Com outros membros da comunidade, Ruiz ajudou a mulher a levar o veículo para casa e a encontrar apoio após a prisão do marido.

Ruiz disse ao WSJ que não soube o motivo da detenção, mas a mulher relatou que eles pareciam ter sido seguidos antes da abordagem.

— O mundo dela está de cabeça para baixo — disse Ruiz ao jornal.

Após a presença dos agentes federais em Little Village, as ruas, normalmente movimentadas, ficaram anormalmente silenciosas, relatou uma moradora ao WSJ. Christina Gonzalez, proprietária da Taqueria Los Comales, um restaurante familiar de 50 anos, relatou que os negócios de seu estabelecimento caíram tanto que precisou cortar horas e reduzir a equipe. Muitos funcionários também não puderam comparecer por diversos motivos, reflexo do clima de medo na comunidade.

— Estou com medo, mas tenho que sair. Tenho que trabalhar — disse Diana Medrica, que fugiu da Venezuela com o marido e o filho há um ano, do lado de fora de um abrigo no Brooklyn, em Nova York, outra cidade santuário de imigrantes. — Se a imigração vier, não sei o que vou fazer.

Em outras cidades, ativistas tentam evitar o caos ao alertar imigrantes sobre ações do ICE. Em Austin, no Texas, o grupo Grassroots Leadership recebeu mensagens recentes sobre possíveis avistamentos de agentes da imigração em bairros hispânicos, mas preferiu verificar a informação antes de divulgá-la, segundo a porta-voz Maria Reza.

— Nossa prioridade não é espalhar pânico, e isso inclui compartilhar informações falsas sobre a ação do ICE — disse ao WSJ.

Desde que assumiu o cargo, Trump fez da imigração e do aumento da segurança na fronteira dos EUA com o México um foco principal. Prometeu realizar a maior operação de deportação em massa da história dos EUA, visando cerca de 11 milhões de pessoas que estão no país ilegalmente. Ele declarou uma emergência nacional na fronteira sul e anunciou planos para restringir a cidadania por nascimento para os filhos de imigrantes em situação irregular, uma medida que provocou contestações legais de estados liderados por democratas.

Em outra medida, o governo restabeleceu a polêmica política “Permanecer no México”, oficialmente conhecida como Protocolos de Proteção ao Migrante. O programa força os solicitantes de asilo a esperar no México enquanto seus casos são julgados nos EUA. A maioria dos migrantes submetidos à política acabou tendo o asilo negado. Também já anunciou que vai enviar imigrantes para a notória prisão militar da Baía de Guantánamo, usada para manter presos suspeitos de terrorismo desde os ataques de 11 de setembro de 2001.

A linha dura praticada pela agência de imigração do governo motivou advogados de todo o país a ensinarem a população as melhores práticas quando confrontados, que inclui: o direito de permanecer em silêncio, o direito à representação legal e a capacidade de recusar a entrada sem um mandado. Eles também aconselham manter os documentos seguros e à mão.

O Globo

Opinião dos leitores

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