Já que o poder público não conseguiu recuperar nos últimos 12 meses, os empresários da construção civil através do seu sindicato vai presentear Natal com a recuperação do calçadão de Ponta Negra. Viva…
Segue reportagem da Tribuna do Norte:
Calor, fim de ano, férias e um cidade banhada por praias de Norte a Sul. A combinação, à primeira vista, perfeita esbarra na conhecida deficiência de infraestrutura: a conservação dos calçadões. Em Ponta Negra, na zona Sul de Natal, lixo, buracos e rampas de acesso destruídas se multiplicam ao longo dos cerca de 2,5 quilômetros de passeio. Além de deturpar um dos principais cartões postais da cidade, a falta de manutenção do calçadão causa riscos aos frequentadores e afugenta turistas. Um projeto de revitalização, será lançado a partir das 8h30 de hoje, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon).
A poda de árvores e palhas de coqueiro tomam boa parte da calçada em frente a Pousada Universitária, próximo ao Morro do Careca. De acordo com funcionários, há uma semana se aguarda a retirada por parte da Companhia de Limpeza Urbana. “Já ligamos várias vezes e eles dizem que vão mandar e não mandam”, disse um deles.
Os buracos se tornam maiores e mais próximos no trecho entre o posto do Corpo de Bombeiros e King’s Hotel. Gustavo Francisco de Assis, dono do quiosque 20, se diz descrente quanto a recuperação da rampa de acesso a praia vizinho ao quiosque. “Isso caiu em 2009, por aí se percebe o abandono”, comenta. O comerciante critica ainda a falta de banheiros públicos “Os que existem estão na área do Morro a ladeira do caranguejo, e pra cá? Todo dia tem turista reclamando”, acrescenta.
Basta alguns minutos de passeio e conversa com quem sobrevive do comércio informal na areia e na calçada da praia para conhecer relatos de acidentes. “Uma senhora caiu aí outro dia e machucou feio o pé, foi preciso ajuda para tirá-la e levar ao hospital”, conta a ambulante Daliane Pereira. Ao final da descida na escadaria próxima ao Manary Hotel, tijolos retirados e grades da galeria de drenagem quebrados também oferece riscos.
Além da precariedade do equipamento, o frequentador divide o passeio com bancas e araras, onde ambulantes expõe os produtos, e motos que transportam mercadorias. Em frente ao Visual Hotel uma espécie de feirinha começa a se formar.
Enquanto o poder público não cumpre com as intervenções necessárias, iniciativas do setor privado buscam melhorar a conservação e preservação, não só do equipamento, mas da praia. O projeto desenvolvido em caráter piloto pelo Sinduscon prevê a recolocação das pedras portuguesas, limpeza da praia e instalação de lixeiras ao longo da orla, além da fixação de placas de conscientização sobre lixo e resíduos em terrenos baldios. “Ponta Negra é a nossa praia, do natalense, não só pelo potencial turístico, mas sobretudo pelo valor histórico, paisagístico e a iniciativa busca resgatar sua beleza”, explica a diretora executiva do Sinduscon, Ana Adalgisa Paulino.
Serão instaladas na areia, entre o Morro do Careca e o Hotel Manary, no início da Via Costeira, 50 lixeiras, com capacidade para receber até 100 quilos de resíduos. Com desenho diferenciado, explica Ana Adalgisa, as lixeiras terão abertura maior que as convencionais e sacos retornáveis. “O modelo permite melhor uso tanto pelo banhista, que não terá que carregar o seu lixo até o calçadão, nem sujar as mãos para abrir a tampa, como para os garis”, disse.
Ao longo do trecho, a recolocação de pedras portuguesas e pintura de bancos e muretas estão sendo feitas por meio de parcerias com empresas de construção civil, cooperativas, imobiliárias, uma faculdade, trade turístico e um shopping center.
Turistas reclamam da falta de infraestrutura
A uma semana dos festejos de réveillon, que leva uma multidão às praias do Meio e de Areia Preta, a situação ao longo do calçadão pouco difere do visto em Ponta Negra. As praias urbanas ainda aguarda a reconstrução de trechos, como a parte mais próximo ao viaduto da Praia do Forte, que desabou há cerca de um ano. No trecho entre o Pâmpano Esporte Clube até a imagem de Iemanjá, a degradação do passeio é mais acentuada. “A cidade não evoluiu, a sensação é de abandono, sujeira, má conservação tanto aqui (praia dos Artistas) até a Ponta Negra”, diz o turista paulistano Valmir Tunis, 40 anos, que retorna a Natal de férias após cinco anos.
O pai, Luiz Carlos Tunis, lamenta ainda má iluminação ao longo da orla da praia do Meio a Areia Preta. “Chegamos esta semana e à noite não temos coragem de passear aqui. Apesar de linda, a orla é muito insegurança”, afirma. Na praia de Miami, em Areia Preta, a recuperação do trecho que desabou recebia, na manhã de ontem, os últimos reparos. A previsão, segundo os operários da obra, é que a entrega ocorra neste sábado. A TN tentou, sem êxito, contato com o secretário Claudio Porpino, durante toda a manhã de ontem, para explicações sobre o projeto de recuperação e manutenção das praia urbanas.
Continuo querendo saber qto isso vai nos custar… Desculpem, mas não acredito em Papai Noel!
Parabens ao Sinduscon. Cidadania.