Política

Entidades apontam riscos na lei de improbidade aprovada na Câmara

Foto: © Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Representantes de entidades que reúnem promotores públicos, procuradores da República e advogados públicos federais manifestaram, hoje (3), o temor de que pontos da proposta de revisão da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), aprovada em junho pela Câmara dos Deputados, dificultem a punição a agentes públicos que cometerem crimes contra o patrimônio público a fim de obterem vantagens pessoais.

Aprovada por ampla maioria na Câmara, a proposta de revisão da lei, uma das principais normas para proteger o patrimônio público e a moralidade administrativa, está em discussão no Senado, onde tramita como o Projeto de Lei (PL) 2.505.

Em debate esta manhã no Senado, convidados defenderam a revisão de propostas aprovadas pelos deputados, como a que prevê punições apenas para agentes públicos que, comprovadamente, agirem com dolo, ou seja, com intenção de lesar a administração pública.

“Estamos diante de um dilema. Como estabelecer um regime equilibrado de responsabilização do gestor público que, de um lado, proteja o patrimônio e outros interesses públicos relevantes para a sociedade, e, de outro, ofereça segurança jurídica adequada ao gestor diligente e probo”, questionou o presidente da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), Lademir Gomes da Rocha.

Rocha admitiu a necessidade de atualização da Lei de Improbidade Administrativa, que, no próximo ano, completa 30 anos em vigor. Contudo, apontou “alguns riscos de retrocessos” embutidos no texto aprovado pela Câmara. “[Entre eles], uma redução do controle do juiz sobre a atividade probatória; uma dificuldade na decretação da indisponibilidade de bens, reduzindo o poder geral de cautela do juiz; a eliminação da improbidade culposa, especialmente nos casos de culpa grave; a exigência da demonstração do dolo específico e a alteração do quadro prescricional. Estes são elementos que nos preocupam”, pontuou Rocha.

O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Manoel Victor Sereni Murrieta e Tavares, também classificou como “preocupante” a possibilidade de se alterar os prazos para prescrição das denúncias por improbidade administrativa, de forma a reduzi-los. “Estamos convencidos de que, considerando nosso sistema Judiciário, a redução do prazo prescricional não permitirá ao Estado punir o agente público improbo”, disse Tavares, citando dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), segundo o qual uma ação de improbidade administrativa demora, em média, cinco anos para ser julgada no Brasil.

“Outra coisa que nos preocupa é [estabelecer um] prazo de um ano para a conclusão das investigações. Muitas das investigações que o MP realiza não dependem apenas da sua própria atuação. Dependem de informações de órgãos externos, de perícias complexas e de várias diligências. Não concordamos com investigações eternas, mas precisamos de um prazo aceitável para realizarmos estas investigações”, acrescentou.

O presidente da Conamp citou como positiva a previsão de inclusão na lei da possibilidade de acordo de não persecução civil, o que, segundo ele, evitaria o ajuizamento de uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa, mediante o cumprimento de condicionantes e a eventual aplicação de sanções para reparar danos ao erário.

“Muitas vezes, nós, membros do MP, por obrigação legal, nos víamos impossibilitados de declinar de ajuizar uma ação de improbidade, sob risco de respondermos por omissão ou prevaricação. Não tínhamos esta permissão legal de compor com um gestor para corrigir eventuais equívocos ou danos de menor intensidade. Este instrumento é o maior avanço desta revisão, já que separará aquilo que é grave e tem que ser judicializado”, destacou Tavares.

O advogado da União Vanir Fridriczewski apontou como um “equívoco” da Câmara dos Deputados, “a ser reparado no Senado”, a restrição a quem pode ajuizar ação por improbidade administrativa. “Atualmente, a ação pode ser proposta ou pelo MP ou pelo ente lesado. O que, a nosso ver, é acertado, pois aumenta as chances de reparação dos danos sofridos”, disse Fridriczewski, concordando com a revisão da lei. “Nosso ordenamento jurídico passou por muitas modificações [ao longo dos últimos 30 anos] e, sim, é chegado o tempo de modernizar a LIA, até para adaptá-la a novos institutos, como a delação premiada no processo penal e o acordo de leniência.”

Excessos

Representantes de entidades municipalistas defenderam que a revisão da Lei de Improbidade Administrativa dará maior segurança jurídica para que gestores municipais possam tomar decisões administrativas sem medo de serem acusados por irregularidades não cometidas.

“Hoje, a LIA é uma lei em aberto e precisa ser regulamentada. Precisamos melhorar sua aplicação, pois estamos vendo prefeitos, ex-prefeitos e cidadãos se negando a participar da gestão pública”, alertou o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.

Ziulkoski disse que a Constituição Federal atribuiu ao Ministério Público “muito poder”. “A lei [contra a improbidade administrativa] precisa existir e precisa ser aplicada, mas há uma minoria de promotores que, às vezes, procura fazer seu nome em cima de um prefeito. Tudo isso transparece na comunidade, onde a judicialização da prática política vem afastando as pessoas da gestão pública”, disse.

O presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Ary Vanazzi, compartilha da opinião de Ziulkoski. Quatro vezes prefeito de São Leopoldo (RS), Vanazzi considera haver excessos por parte dos órgãos de controle. “De maneira alguma estamos defendendo facilitar a corrupção. Quem corrompe o Estado, que pague. Mas a maioria dos gestores públicos assume com a vontade de cuidar da vida da população. Poucos ocupam uma cadeira [prefeitura] com interesses próprios. É preciso fazer esta distinção”.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (Anpr), Ubiratan Cazetta, reconhece o “clamor” dos que acusam a LIA de impedir a efetiva gestão pública, mas aponta que o alcance da lei vai além da atuação de chefes do Poder Executivo, e daí sua amplitude. “Minha preocupação é que o foco sobre prefeitos dê cobertura a outros agentes públicos. Se formos olhar o debate apenas pela posição dos prefeitos, acabaremos retirando um campo de incidência da lei de pessoas que todos sabemos que merecem punição”, alertou Cazetta. Ele critica a proposta aprovada pela Câmara por, a seu ver, dificultar a comprovação de que um agente público tenha agido com dolo, ou seja, intencionalmente.

O texto aprovado pelos deputados limita a punição em caso de improbidade administrativa a condutas dolosas, ou seja, quando houve intenção de lesar os cofres públicos, excluindo a responsabilização por atos culposos, não intencionais.

“Não terei tanta saudade assim dos tipos culposos. Acho que uma abertura conceitual muito ampla faz mal, mas me preocupa que o que antes era muito aberto, agora pode se tornar de tal forma restritivo que a [exigência de comprovação de] dolo seja de tal forma rígida, redundante, que praticamente impossibilite a prova”.

O relator do texto aprovado pela Câmara, deputado Carlos Zaratini (PT-SP), rebateu as críticas de que a proposta inicial, apresentada por uma comissão de juristas, não tenha sido amplamente discutida com a sociedade antes de ir à votação em plenário. “Evidentemente, há divergências, e as respeitamos, pois são da natureza do debate político”, disse o parlamentar.

“Esta é uma lei que busca atacar a desonestidade, a improbidade. Não é uma lei para punir atos de prefeitos ou administradores de quem divergimos. Buscamos estabelecer um processo que tenha um tempo delimitado, pois não é possível continuarmos com processos de improbidade que levam décadas para serem julgados. Tenho certeza de que a Justiça vai se organizar para se ajustar à lei e que não haverá anistia [aos acusados], mas sim uma busca por eficiência [por parte do Poder Judiciário]. Também estabelecemos um prazo de seis meses para o MP apresentar sua denúncia, prorrogável por mais seis meses. Parece-nos um tempo razoável. E propusemos disciplinar a questão do bloqueio de bens, pois não é possível bloquear todos os bens de uma pessoa às vezes por uma mera suposição”, disse Zaratini.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Pra votar essas porcarias não há diferença entre esquerda, centro e direita, entre petistas e bolsonaristas. Todos são a favor.

  2. Eh a nova política talkei! Será que o filho do presidente inepto, o Eduardo bananinha votou errado sem querer também nesse projeto? O governo federal já está cheio de corruptos e agora que estão acabando com as leis e as instituições que combatem a corrupção, está fácil pros políticos roubarem e não sofrerem punição… E ainda tem gente que morre pelo MINTOmaníaco das rachadinhas…

  3. Contra isso o patife Bolsonaro e o canalha luladrão não protestam, muito menos tentam fazer manifestações públicas, até mesmos os seus idiotizados apoiadores se manifestam, mesmo sabendo que a roubalheira que fazem aos cofres públicos, vai atingir a integridade de sua família e amigos, são uns babacas idiotas úteis.

  4. Quais as bancadas que votaram em peso a favor dessa lei Pró-corrupção: Partidos de esquerda, centrão e bolsonaristas

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Geral

“ESPN” suspende 6 jornalistas depois de críticas à CBF em programa

Foto:reprodução

A ESPN suspendeu os jornalistas Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares. A decisão se deu após a realização de um ‘Linha de Passe’ que discutiu as denúncias publicadas pela ‘piauí’ sobre a gestão de Ednaldo Rodrigues na CBF.

O que aconteceu

Realizado na última segunda-feira, o programa debateu as informações publicadas pela revista e adotou tom crítico em relação à entidade.

A cúpula da emissora foi procurada pela direção da confederação para discutir o conteúdo.

O UOL apurou que a diretoria da ESPN se irritou ao não ter sido comunicada previamente sobre o conteúdo que iria ao ar.

O afastamento ocorreu na terça e o grupo será reintegrado amanhã. O próprio Gian Oddi confirmou isso em um vídeo postado em sua rede social.

”Eu volto ao Linha de Passe na quinta-feira, não só eu, como também os meus colegas e, sinceramente, se eu volto ao Linha de Passe, é porque eu tenho a consciência de que a gente vai poder continuar falando as coisas da maneira como a gente sempre falou, com a liberdade que eu sempre tive desde que eu entrei na ESPN há mais de 15 anos, contratado pelo José Trajano.”

A emissora transmite o Brasileiro da Série B, mas esse acordo foi fechado por meio da agência PEAK, contratada da LFU.

Com as mexidas, a edição de ontem do programa foi composta por uma mesa totalmente diferente, com os jornalistas André Pilhal, André Kfouri, Breiler Pires, Eugênio Leal e Leonardo Bertozzi . A escala de transmissão das partidas também teve de ser ajustada.

Por meio de sua assessoria, a CBF informou que “respeita a liberdade de imprensa com responsabilidade e não pede interferências de nenhum tipo na linha editorial de veículos de comunicação. Qualquer narrativa diferente desta é mentirosa e leviana”.

UOL

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Geral

VÍDEO: banda Ira! tem shows cancelados após expulsar fãs da direita

Foto:reprodução

A Scar Centro Cultural anunciou nesta quinta-feira o cancelamento de quatro shows da turnê “Acústico 20 Anos”, da banda Ira!, incluindo a apresentação que estava marcada para Caxias do Sul, no dia 2 de maio, na All Need Master Hall. Também foram cancelados shows em Jaraguá do Sul-SC, Blumenau-SC e Pelotas.

Segundo a empresa, que faria a locação dos espaços para os shows, a motivação foram os diversos pedidos de cancelamento de ingressos adquiridos para as apresentações nestas cidades, após situação ocorrida em show da banda em Contagem-MG, no dia 29 de março. Na ocasião, o vocalista da banda, Nasi, gritou “Sem Anistia” (aos acusados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023) e foi vaiado por parte do público. Como reação, pediu aos bolsonaristas presentes que fossem embora.

“Por favor, vão embora! Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos, não apareçam mais” disse o vocalista, segundo o G1.

Confira o Vídeo: 

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Pioneiro e G1

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RN

Promotor do Ministério Público destaca Mossoró como referência em inclusão

Foto:reprodução

Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (09), na Câmara Municipal de Mossoró, o promotor de Justiça Olegário Gurgel Ferreira Gomes, titular da 10ª Promotoria de Justiça de Mossoró, com atuação na área da Infância e Juventude, reconheceu os avanços da cidade na pauta da inclusão e destacou que Mossoró tem se tornado uma referência no tema. “Mossoró deu um grande passo pela inclusão. A cidade deve se orgulhar da educação que tem. Eu sou testemunha disso”, afirmou o promotor durante sua fala.

A declaração ocorre em meio às críticas que buscam desqualificar iniciativas como o Projeto Incluir e outras políticas públicas da gestão municipal. A Prefeitura se manifestou alegando que, com o reconhecimento vindo de um representante do Ministério Público, “o discurso da oposição perdeu força diante do respaldo institucional e da realidade apresentada.”

Ao longo da audiência, foram apresentados dados e iniciativas que colocam Mossoró em destaque na inclusão educacional. Dentre esses, o O Projeto Incluir, que já foi aprovado pela Câmara para garantir 800 vagas para auxiliares de sala, com formação continuada e prioridade para profissionais qualificados. Além disso, todos os eventos oficiais do município contam com intérpretes de Libras, garantindo acessibilidade. Outro trabalho é visto nas escolas, que contam com cadeiras adaptadas e reforço na estrutura de acolhimento a alunos com deficiência.

Equipamentos como o CER (Centro Especializado em Reabilitação), que estava fechado, foi estruturado e hoje está em funcionamento com equipe completa e atendimento especializado. Na lista de ações o município conta ainda com o programa Jovens do Futuro, que até o final de 2024 terá alcançado 7 mil jovens em situação de vulnerabilidade social, incluindo pessoas com deficiência.

“O reconhecimento do Ministério Público, especialmente vindo de uma promotoria que acompanha de perto a realidade das crianças e adolescentes, fortalece a legitimidade das políticas públicas em curso e reafirma o protagonismo de Mossoró na pauta da inclusão no Rio Grande do Norte”, divulgou a Prefeitura.

Tribuna do Norte

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Brasil

Entidades policiais chamam PEC da Segurança de “inadequada e desnecessária”


Seis entidades que representam policiais estaduais e federais divulgaram manifesto nesta quarta-feira (9) com críticas à PEC da Segurança apresentada ao Congresso no dia anterior pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. As organizações chamam a proposta de mudança constitucional de “inadequada e desnecessária” e cobram “soluções baseadas em dados concretos e dialogadas” para o enfrentamento do crime organizado.

“A proposta é inadequada e desnecessária, como reiteramos em diversos momentos. Parece, ainda, ser uma tentativa do Ministro de desviar a atenção dos reais problemas da segurança pública que vem demonstrando à frente da pasta, apostando na criação de uma norma cuja necessidade não se sustenta diante do arcabouço jurídico já existente”, afirmam as entidades no manifesto obtido pela CNN.

Essas organizações envolvem não só policiais civis e militares vinculados aos governos estaduais, mas também agentes de instituições subordinadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal.

Antes de apresentar oficialmente a PEC, o ministro da Justiça buscou diálogo com governadores – parte deles, vinculados a partidos de oposição ao governo Lula, vocalizou críticas por avaliarem invasão de competências entre – e representantes das forças de segurança envolvidas. Nesta quarta-feira (9), em audiência no Senado, Lewandowski afirmou que a PEC é uma “tentativa de organizar o jogo” no enfrentamento à criminalidade.

não só Lewandowski, mas a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recebeu dirigentes de entidades como as que representam os guardas municipais, defensores do texto final da PEC apresentado na terça-feira.

CNN

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Brasil

Deputados acionam MP por entidade ligada a Janja

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O deputado federal Kim Kataguiri (União) e o deputado estadual Guto Zacarias (União) ingressaram com uma notícia-crime junto ao Ministério Público Federal (MPG) pedindo a apuração de supostos atos de improbidade administrativa em contratos assinados pela União e a Organização dos Estados Iberamericanos (OEI).

Segundo os parlamentares, a entidade tem proximidade com a primeira-dama, Janja da Silva, que esteve perto de se tornar coordenadora da Rede Ibero-Americana para a Inclusão e a Igualdade em abril de 2023.

Na denúncia, os congressistas afirmam que a OEI teria firmado contratos com o governo federal sem passar pela análise técnica da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Os valores superam R$ 700 milhões.

De acordo com o documento enviado ao MP, os acordos abarcariam a realização e organização de eventos de grande porte, entre os quais a COP-30, prevista para novembro deste ano, e a Cúpula do G20.

“Estamos diante de um possível escândalo envolvendo desvio de recursos públicos, favorecimento indevido e quebra da legalidade. É inadmissível que se editem regras sob medida para uma entidade próxima à esposa do presidente. O Estado brasileiro não pode funcionar como balcão de negócios pessoais”, disse Zacarias.

Decretos de Lula

Em março de 2024, um decreto assinado por Lula elevou a taxa de administração em contratos como o da entidade com o governo federal de 5% para até 10%, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Em outra decisão, o petista permitiu à OEI, em setembro de 2024, contratar empresas sem licitação para a execução dos acordos.

O Antagonista

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Política

Lula vai se reunir com Alcolumbre antes de anunciar substituto de Juscelino

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse a interlocutores que pretende se reunir com a cúpula do União Brasil, incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, assim que voltar ao Brasil.

Lula está em Honduras, onde participa da nona edição da cúpula de líderes dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O presidente retorna a Brasília na madrugada desta quinta-feira (10).

A ideia é que o encontro de Lula com os parlamentares chancele a troca de comando no Ministério das Comunicações. Pedro Lucas Fernandes (MA), líder do União na Câmara dos Deputados, deverá ser o novo chefe da pasta.

O então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pediu demissão na noite desta terça-feira (8), depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra ele por desvio de emendas parlamentares.

A PGR denunciou o ministro por suposto envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

De acordo com as investigações, quando era deputado federal, Juscelino teria direcionado recursos para Vitorino Freire (MA), cidade na qual sua irmã era prefeita. Há ainda suspeitas de que ele tenha recebido propina por meio de empresas de fachada.

CNN

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Política

Glauber Braga anuncia greve de fome após processo de cassação

Foto: Bruno Spada

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou que vai fazer uma greve de fome após avançar o relatório que defendeu sua perda de mandato. “Não vou ser derrotado pelo Arthur Lira (PP-AL) e pelo orçamento secreto”, disse.

O que aconteceu

Ainda não foi votado o relatório pelo conselho. Ele disse que não vai se alimentar até o final do processo. “Vou permanecer nessa sala, no Congresso, até a finalização desse processo. Estou o dia inteiro de jejum e, a partir de agora, não vou me alimentar. Vou aguardar a decisão irrevogável. Vou permanecer aqui nesse plenário. Quem quiser chamar de greve de fome, chame como queira.”

Sessão teve final tumultuado. Chegaram parlamentares da oposição logo ao ser anunciado um pedido para terminar as discussões. Ele foi rapidamente aprovado. Houve decisão do presidente para que os convidados deixassem a sala. Houve reclamação de que não foi iniciada a ordem do dia, no horário habitual, o que suspenderia a sessão. Teve muita gritaria, mas a votação foi iniciada.

Ainda cabem recursos. Ele ainda pode recorrer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, se o colegiado rejeitar seu recurso, o caso será analisado pelo plenário.

Cassação exige maioria absoluta da Casa. São necessários pelo menos 257 votos favoráveis no plenário da Câmara para que alguém perca o mandato.

Relator defendeu cassação pelo conselho. Paulo Magalhães (PSD-BA) apresentou parecer favorável à perda de mandato na semana passada, mas a votação foi adiada após pedido de vista de Chico Alencar (PSOL-RJ).

Uol

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Economia

Tarcísio sobre tarifaço de Trump: “Oportunidade para o Brasil”

Foto:reprodução

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse, em evento dessa terça-feira (8/4), que o tarifaço imposto pelo governo dos Estado Unidos “cria uma janela de oportunidade para o Brasil”.

A fala foi feita durante o Bradesco BBI, que contou com a presença de Fernando Haddad (PT). Na ocasião, Tarcísio comentou a nova tributação defendendo que ela poderá favorecer a agroindústria brasileira e ajudar o país a alcançar novos mercados.

“Talvez até pela gente não ser tão relevante em comércio exterior para os Estados Unidos, a gente não foi tão prejudicado em termos de tarifas. Agora eu acho que criou uma grande janela de oportunidade para o Brasil (…) Se a gente souber aproveitar essa janela de oportunidade, a gente pode abrir novos mercados, mercados que estavam fechados para o Brasil. Eu vejo esse tarifaço até como uma oportunidade ou um catalisador do acordo Mercosul-União Europeia.”

A fala do governador faz referência à decisão de Donald Trump de taxar em 10% os produtos brasileiro. A tarifa foi anunciada na semana passada e é mais baixa que a imposta sobre outros países como Reino Unido, Cingapura, Chile, Austrália e Turquia.

Durante o evento, o governador também defendeu a reforma orçamentária e criticou políticas assistencialistas do governo federal.

“As pessoas querem prosperar, querem crescer. A agenda assistencialista pura e simples vai perder força a cada dia, porque as pessoas querem crescer. Eu quero caminhar com minha própria perna, quero empreender, quero vencer, quero chegar lá, quero me capacitar, desenvolver meu próprio negócio (…). A agenda assistencial tem que ser uma agenda da emancipação, porque senão ela vira uma agenda de fracasso.”

Metrópoles 

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Geral

Em crise, Correios gastaram R$ 38 milhões em patrocínios no governo Lula

Foto: Marcelo Camargo

Afundados em uma crise financeira, os Correios já gastaram 38,4 milhões de reais em patrocínios neste terceiro governo Lula, incluindo 6 milhões de reais para o festival Lollapalooza e 4 milhões de reais para a turnê Tempo Rei, de Gilberto Gil, desembolsados no ano passado.

Segundo a estatal, o contrato com o Lollapalooza buscou fortalecer a “imagem de inovação junto a um público jovem, que não teve tanta experiência com a empresa”, com potencial de “agregar valor à marca, possibilitando associar sua marca a um dos maiores eventos de música do país e do mundo”.

Com o patrocínio aos shows de Gilberto Gil, por sua vez, a empresa afirma querer “agregar valor à sua marca considerando se tratar da última turnê do artista, (com a) expectativa que a mesma atraia a atenção de um público estimado em aproximadamente 800.000 pessoas em shows realizados no Brasil, Europa e Estados Unidos”.

Os Correios são comandados desde agosto de 2023 pelo advogado Fabiano Silva dos Santos, ligado ao Grupo Prerrogativas. Formalmente, a indicação para o cargo partiu do Ministério das Comunicações, e o mandato atual do executivo vai até 6 de agosto de 2025.

Os Correios afirmaram que a atual gestão trabalha para “reposicionar” a marca da estatal por meio de patrocínio de negócios, esportivos e culturais depois de o governo Bolsonaro ter “zerado” o investimento nessa área como parte de um processo de privatização, revertido pelo presidente Lula.

A estatal registrou déficit de 3,2 bilhões de reais no ano passado e não faz repasses para a Postal Saúde desde novembro, deixando um rombo de 400 milhões de reais na operadora de autogestão em saúde Vários hospitais pararam de atender os planos de funcionários da empresa.

Em 2023, os Correios direcionaram 3,3 milhões de reais para patrocínios, incluindo 400.000 reais para a apresentação dos bois Caprichoso e Garantido, no Festival de Parintins, no Amazonas, 500.000 reais para a Orquestra Criança Cidadã, em Pernambuco, e 350.000 reais no Festival CoMA, em Brasília.

Esse tipo de despesa disparou no ano passado, chegando a 33,8 milhões de reais. Além do Lollapalooza e da turnê de Gilberto Gil, a estatal fechou contratos de 4,5 milhões de reais com a Confederação Brasileira de Ginástica, 3 milhões de reais com os jogos universitários em todo o país e 2 milhões de reais com a feira de design Casa Brasil.

Ainda em 2024, os Correios também desembolsaram, entre outros contratos, 1,9 milhão de reais para exibir sua marca no Funn Festival, em Brasília, e 1 milhão de reais para patrocinar a festa de São João organizada pelo governo do Maranhão.

A estatal justifica a maioria dos patrocínios classificando-os como “projetos planejados” em seus planos anuais de comunicação, voltados a “posicionar os Correios como empresa concorrencial e sustentável, que possui importante papel de integração do Brasil e de inclusão de todos os brasileiros, por meio de sua ampla presença no território nacional e de seu amplo portfólio de produtos e serviços”.

Já em 2025, o único patrocínio divulgado pela empresa até o momento foi um repasse de 1,3 milhão de reais ao Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas 2025 com o presidente Lula, justificado, segundo os Correios, “pela oportunidade de ampliação do alcance de seu público-alvo, ao mesmo tempo que fortalece sua imagem e relevância no cenário nacional”.

VEJA 

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Geral

RECORDE: arrecadação de impostos no RN chega a R$ 7,9 bilhões em 2025

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Rio Grande do Norte arrecadou entre 1º de janeiro de 2025 e esta terça-feira (8), mais de R$ 7,9 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais, o maior volume desde 2004 levando-se em conta o mesmo período de cada ano. Os dados são do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que indicam um aumento de 8,2% no comparativo com igual período do ano passado. Em todo o País, até a tarde desta terça, foram arrecadados R$ 1,1 trilhão, conforme os dados disponíveis. Entidades do setor produtivo do RN avaliam que o desempenho do Estado tem a ver com o dinamismo da economia potiguar, especialmente do ano passado para cá.

Conforme os números apurados pela reportagem, desde 2004 (com R$ 710 milhões arrecadados entre 1º de janeiro e 8 de abril), quando a contagem foi iniciada, a arrecadação do RN praticamente seguiu em uma curva ascendente, com apenas uma oscilação em 2020, quando teve início a pandemia de covid-19. Naquele ano, a arrecadação entre janeiro e o início de abril no Estado ficou em R$ 4,3 bilhões (no anterior, o volume para o período foi de R$ 5,4 bilhões). A partir de 2021, o montante arrecadado registrou altas ininterruptas.

O presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/RN Igor Medeiros detalha que os números são decorrentes de contribuições de pessoas físicas e jurídicas, feitas de forma direta, ou seja, do bolso do consumidor, mas também de forma indireta. “A arrecadação em um estado passa por diversas variáveis. No RN, um dos maiores contribuintes é uma grande empresa de energia eólica, que está construindo um parque no interior. Essa empresa, por exemplo, contribui com Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, PIS e Cofins, que são os maiores tributos federais, além de IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]”, explica.

Além disso, são contabilizados os impostos estaduais, como ICMS, e municipais, a exemplo do ISS. “Quando uma torre eólica começa a operar no interior, já houve pagamento de tributos para compor esses R$ 7,9 bilhões em vários momentos. Então, parte considerável da contribuição é indireta”, diz o especialista. Para a população, que espera o retorno dos tributos pagos, fica a sensação de que faltam investimentos à altura da arrecadação. “A gente vê muita cobrança [de imposto] e pouco resultado, fala o motorista de transporte por aplicativo Luan Lázaro, de 31 anos.

Dados da arrecadação no RN*
Veja a evolução, ano a ano, da arrecadação de impostos

*Dados referentes ao período de 1º de janeiro a 8 de abril de cada ano

  • 2025: R$ 7,9 bilhões
  • 2024: R$ 7,3 bilhões
  • 2023: 6 bilhões
  • 2022: R$ 5,7 bilhões
  • 2021: R$ 5,1 bilhões
  • 2020: R$ 4,3 bilhões
  • 2019: R$ 5,4 bilhões
  • 2018: R$ 4,5 bilhões
  • 2017: R$ 4,2 bilhões
  • 2016: R$ 3,5 bilhões
  • 2015: R$ 3,6 bilhões
  • 2014: R$ 3,3 bilhões
  • 2013: R$ 3 bilhões
  • 2012: R$ 2,8 bilhões
  • 2011: R$ 2,4 bilhões
  • 2010: R$ 2 bilhões
  • 2009: R$ 1,6 bilhão
  • 2008: R$ 1,5 bilhão
  • 2007: R$ 1,1 bilhão
  • 2006: R$ 976 milhões
  • 2005: R$ 838 milhões
  • 2004: R$ 710 milhões

Fonte: Impostômetro

Tribuna do Norte

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