Diversos

Entidades patronais perdem cerca de 80% do imposto sindical

A reforma trabalhista começa a descortinar efeitos dramáticos para as finanças de entidades sindicais, profundamente afetadas pelo fim da obrigatoriedade do pagamento do imposto sindical. As organizações patronais são as primeiras a amargar perdas. Números atuais da arrecadação da contribuição mostram que elas tiveram redução de cerca de 80% em 2018 na comparação com o ano passado, considerando as maiores confederações e federações setoriais, além das 20 entidades empresariais que mais arrecadam.

Essas organizações patronais em todo o país recolheram mais de R$ 300 milhões em janeiro de 2018. Em todo o ano passado, o valor global arrecadado somou R$ 1,4 bilhão, o que indica que o buraco no caixa das entidades pode chegar a R$ 1,1 bilhão se os recursos não entrarem ao longo do ano.

Embora a informação disponibilizada pelo Ministério do Trabalho via Lei de Acesso à Informação (LAI) traga períodos distintos para cotejamento, a diferença de R$ 1,1 bilhão representa a perda potencial que as entidades devem sentir em seus orçamentos neste ano. Isso porque o imposto sindical é recolhido em 31 de janeiro. Depois disso, eventuais entradas no caixa são consideradas residuais. Já o recolhimento-base das entidades de trabalhadores é 31 de março.

O derretimento é geral. Pequenos sindicatos e grandes confederações são atingidos pelas novas regras introduzidas pela reforma trabalhista. Chama atenção o enfraquecimento das receitas das federações estaduais de comércio e das indústrias, que são as maiores potências arrecadadoras entre as entidades patronais.

No fechamento de janeiro deste ano, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contabilizou só R$ 2,3 milhões de entrada do imposto sindical contra uma arrecadação de R$ 16,9 milhões ao longo de todo ano de 2017, uma queda de mais de 85%. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, esperava zero e se surpreendeu com o valor.

“O que entrou foi completamente voluntário, não pedimos. Também não contamos com compensação do Sistema S. Fizemos um ajuste, reduzindo custos, para cobrir os 15% que o imposto sindical representava no orçamento”, explica Skaf. Ele admite que isso incluiu renegociação de contratos, junção de departamentos e cortes.

A redução da arrecadação do imposto sindical e de outras receitas da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) começou com a recessão econômica de 2014 e 2015. Desde então a entidade vem “reorientando suas despesas”, conta o vice-presidente-executivo Ricardo Maia.

“Não estamos fazendo cortes agora. Ajustes de custos e estrutura já ocorreram nos últimos três anos em todo o Sistema Firjan, decorrentes da redução do emprego no Rio e em consequência da queda na arrecadação da contribuição compulsória sobre folha, nossa outra fonte de receita. Nossa estrutura de atendimento foi reduzida em 30%”, completa ele.

A queda de arrecadação da Firjan do imposto sindical em 31 de janeiro de 2018 na comparação com o ano passado foi de 82,5%, para R$ 1,2 milhão. O dirigente da federação acrescenta que o reforço dessa receita será residual ao longo do ano. “Se ocorrer, não será nada acima de R$ 100 mil de fevereiro a dezembro”, diz Maia.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) admite que sua responsabilidade de representar 1,8 milhão de estabelecimentos comerciais e de serviços paulistas “sofrerá” com a queda de 79,1% da arrecadação do imposto sindical em apenas um ano, de R$ 29,3 milhões em 2017 para R$ 6,1 milhões em 31 de janeiro.

“Estamos revendo planejamento orçamentário para cumprir nossa função com as receitas existentes. Cortes, como de funcionários, redução de representações e trabalhos institucionais, já foram observados e poderão ocorrer para haver o devido ajuste à atual realidade. Entretanto, outras receitas de serviços a serem implementados serão revertidas em favor da [atividade de] representação”, informa Ivo Dall’Acqua Junior, vice-presidente da Fecomercio-SP.

O dirigente sindical lembra que há dezenas de ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o fim da obrigatoriedade de pagamento do imposto sindical por parte de trabalhadores e empresas. “A Fecomercio-SP não entrou no Judiciário contra a reforma trabalhista, mas acompanha as ações que estão tramitando. Também é importante destacar que ainda existe a facultatividade do recolhimento. A tendência de queda se manterá, mas podemos ter ligeira elevação [em relação à maior parte da arrecadação registrada em 31 de janeiro] fundada na consciência do empresariado da necessidade de manutenção do sistema sindical de representação”, acrescenta Dall’Acqua Junior.

Por meio de nota oficial, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) defendeu uma fonte de receita alternativa, mas não detalhou o assunto. “Esperamos que sejam criadas alternativas para substituir a contribuição sindical, preservando as atividades de representação dos sindicatos empresariais.”

Já José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), descarta qualquer possibilidade de reativação de qualquer tipo de taxa similar ao imposto sindical. “De jeito nenhum, fomos uma das primeiras entidades a defender o fim da contribuição obrigatória. Se sindicato é bom e produz resultado, as empresas vão querer ficar nele. Isso [o fim da obrigatoriedade de recolhimento do imposto sindical] é bom para acabar com os sindicatos que não representam nada, que são só burocráticos, do lado empresarial e dos trabalhadores.”

Na passagem de 2017 para 2018, a perda de arrecadação do Sinduscon-SP foi de 91%, passando de R$ 7,6 milhões para pouco mais de R$ 600 mil. Ainda no ano passado, antes mesmo de a reforma trabalhista entrar em vigor, a entidade se reestruturou. Cortou metade dos funcionários da sede e de subsedes, terceirizou departamentos administrativos e está apostando na transformação de empresas filiadas em associadas, que pagam uma mensalidade ao sindicato.

“Temos espaço grande para crescer e ampliar nossas receitas, apesar das perdas. Temos 12 mil empresas filiadas. Desse total, nos últimos meses, já conseguimos convencer 1,2 mil a se associarem”, complementa Ferraz Neto.

Valor

Opinião dos leitores

  1. Essa inocenta lula/Dilma, diz até que foram os governos mais honestos do mundo e q o exemplo no trato com corrupções vai servir de exemplo pro seu governo no RN. Vai ser bom demais!

    1. Acho que na sua ignorância m vc nao viu que se refere a sindicatos patronais, sim, elestambem tem sindicatos. Quero ver qdo vc for demitido de onde quer que seja e se depare com seu chefinho fazendo sua homologação. Caso seja funcionário público, mas 20 anos sem aumento de salários.

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Geral

Quaest: Relação do governo com Congresso é negativa para 51% dos deputados

Foto: Ricardo Stuckert/PR

A relação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o Congresso Nacional é negativa para mais da metade dos deputados federais, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2).

São 51% que veem negativamente a relação. Para 30% é regular. Já 18% consideram positiva. Não soube ou não respondeu ficou em 1%.

A pesquisa ouviu 203 deputados federais, entre os dias 7 de maio de 30 de junho, on-line e presencialmente. A margem de erro estimada é de 4,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Avaliação da relação do governo Lula com o Congresso

  • Negativo: 51% (43% em maio de 2024)
  • Positivo: 18% (22% em maio de 2024)
  • Regular: 30% (33% em maio de 2024)
  • Não sabe/não respondeu: 1% (2% em maio de 2024)

Governo, independente, oposição

O maior percentual negativo da relação entre Executivo e Legislativo fica entre os deputados de oposição, seguido de perto pelos independentes. Já entre os governistas, a maioria considera positiva.

Governo

  • Negativo: 19% (18% em maio de 2024)
  • Positivo: 42% (46% em maio de 2024)
  • Regular: 39% (37% em maio de 2024)

Independentes

  • Negativo: 65% (45% em maio de 2024)
  • Positivo: 4% (5% em maio de 2024)
  • Regular: 29% (36% em maio de 2024)

Oposição

  • Negativo: 78% (71% em maio de 2024)
  • Positivo: 0% (2% em maio de 2024)
  • Regular: 22% (25% em maio de 2024)

CNN

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Geral

Líder da frente ruralista critica Plano Safra de Lula: ‘Peça de marketing’

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Divulgação

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) criticou, nesta terça, o Plano Safra lançado pelo governo Lula para a safra 2025/2026.

Segundo o parlamentar, o pacote de crédito “é mais uma peça de marketing do que uma política efetiva”, pois, em sua visão, o valor anunciado de 516,2 bilhões de reais para a agricultura empresarial contém distorções e omissões que comprometem a transparência do programa e impõem custos sem precedentes ao setor produtivo.

“O governo anuncia um plano de 516 bilhões de reais, mas só tem controle real sobre 22% disso. O restante é dinheiro dos bancos, a juros de mercado, muitas vezes acima de 2% ao mês. Não se pode vender isso como apoio estatal ao agro”, diz Lupion.

Lupion ressaltou que os recursos ofertados para investimento na agricultura empresarial recuaram 5,4% para R$ 101,5 bilhões e que o montante geral para a agricultura familiar aumentou apenas 1,5%, para R$ 516,2 bilhões.

“Além disso, a subvenção foi 17,5% menor, alcançando R$ 13,5 bilhões em recursos para equalizar as taxas de juros”, apontou o presidente da bancada agropecuária.

VEJA – Radar

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Geral

Lula aguarda aval da Justiça para visitar Cristina Kirchner em prisão domiciliar

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O apartamento D no segundo andar do prédio 1.111, situado na rua San José, bairro de Constitución, em Buenos Aires, pode ser palco de um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, a quem o petista pretende visitar para prestar “solidariedade”, durante viagem curta ao país que se inicia nesta quarta-feira, dia 2. Ela cumpre pena de prisão domiciliar por corrupção desde o mês passado.

Nos últimos dias, a diplomacia brasileira tentou minimizar a expectativa pela visita, que pode gerar mais atritos com o presidente Javier Milei, crítico de Cristina e do próprio Lula, e trazer desgaste doméstico no Brasil.

Embora a visita ainda não conste da programação oficial da viagem de Lula a Buenos Aires, os preparativos foram tomados para que ocorra. Segundo o jornal Clarín, a defesa da ex-presidente atendeu à exigência dos juízes e formalizou um pedido nesta terça-feira, dia 1º, para que Lula possa realizar a visita na residência de Cristina. Carlos Beraldi, advogado dela, não retornou contatos do Estadão sobre o tema.

‘Menção de solidariedade’

A intenção de Lula visitar Cristina foi divulgada inicialmente pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Integrantes do governo confirmaram que o presidente deseja vê-la. Lula e Cristina já conversaram por telefone após a condenação, e o petista manifestou apoio a ela. A ex-presidente chorou no telefonema, relatou Lula.

O petista quer retribuir o apoio recebido quando também foi condenado e preso na Operação Lava Jato. Cristina não o visitou na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), mas manifestou-se em defesa de Lula. Então candidato favorito e companheiro de chapa dela, Alberto Fernández, foi até a PF antes de vencer a eleição de 2019.

Conforme a decisão do Tribunal Oral Federal Criminal 2, a ex-presidente recebeu o benefício da prisão domiciliar, mas ficou sujeita a cumprir normas de conduta. Ela deve, por exemplo, abster-se de comportamentos que possam perturbar a tranquilidade do bairro ou alterar a convivência pacífica dos moradores.

A ex-presidente tem apostado numa estratégia narrativa de defesa que espelha a campanha petista “Lula livre”. A palavra de ordem é “Cristina Libre”.

Militantes peronistas usam uma tornozeleira com flores para simbolizar a tornozeleira eletrônica que monitora os passos da ex-presidente.

InfoMoney

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[VÍDEO] Repórter da Band empurra jornalista da Record ao vivo

Vídeo: Reprodução/Metrópoles

Um desentendimento entre jornalistas da Band e da Record durante a cobertura do desaparecimento de duas adolescentes em Alumínio (SP) terminou em empurrões nesta terça-feira (1/7).

Lucas Martins, da Band, empurrou Grace Abdou, da Record, enquanto ambos apuravam a mesma pauta no interior paulista.

Bate-boca ao vivo

No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o momento exato em que o jornalista da Band tenta afastar a colega. “Dá licença, Grace. Tá louca?”, diz Lucas, antes de empurrá-la com o braço.

A repórter da Record questiona: “Você tá ao vivo, Lucas? Por que você me empurrou?”, ao que ele responde: “Porque você está entrando propositalmente na minha frente, e não é a primeira vez que isso acontece”.

O episódio gerou forte repercussão, e o apresentador Reinaldo Gotino, do Cidade Alerta, saiu em defesa da repórter. “O cara jogou a repórter longe. Nossa repórter está indo à delegacia depois dessa agressão covarde que aconteceu agora há pouco na cobertura de um caso”, afirmou.

Na sequência, criticou o comportamento do jornalista da Band: “A repórter estava conversando com a menina, ele jogou ela longe. Isso é uma agressão covarde. Vem me empurrar aqui, ô covarde. Que covardia, agredindo uma colega de trabalho, uma mulher!”.

Record emitiu nota

A emissora de Edir Macedo se pronunciou oficialmente sobre o caso. “A RECORD condena veementemente a agressão praticada pelo repórter da Band, Lucas Martins, ocorrida na tarde desta terça-feira, 01 de julho, contra nossa repórter Grace Abdou. O boletim de ocorrência foi registrado e medidas judiciais cabíveis serão tomadas”, disse em nota.

Metrópoles – Fábia Oliveira

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Pressionado pela crise, governo vê Centrão longe, sofre críticas e muda slogan em teste para 2026

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Sob pressão crescente pela crise com o Congresso em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo vê o Centrão se distanciar e impactar tanto a governabilidade quanto as pretensões para uma aliança em torno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para 2026. Em uma tentativa de mudar o foco, o Palácio do Planalto decidiu aposentar o slogan “União e Reconstrução”, marca da transição pós-governo de Jair Bolsonaro, e apostar em uma mensagem que trate de “justiça social”. A troca contempla a linha do que Lula e ministros como Fernando Haddad (Fazenda) têm vocalizado nas últimas semanas e também busca já testar o discurso que será usado na busca por um quarto mandato do petista.

Executivo e Legislativo enfrentam uma relação de altos e baixos desde o início do mandato, mas o momento atual da turbulência abriu novos flancos para a gestão, e a decisão de judicializar a derrota imposta pelo Congresso na votação sobre o IOF aprofundou o mal-estar (leia mais na página 19). Dentro desse contexto, dirigentes do PP aumentaram a pressão pela saída do ministro do Esporte, André Fufuca, vice-presidente da sigla e deputado licenciado.

Outros partidos se mexem

O PP já tinha dado um passo rumo ao afastamento quando formou uma federação com o União Brasil, legenda que indicou três ministros, mas cujo comando passou a dar sinais de distanciamento do governo. A nova configuração partidária levará a uma bancada de 112 deputados, a maior da Câmara, e 14 senadores, a maior do Senado ao lado de PL e PSD.

A movimentação indica um realinhamento pensando em 2026. Dirigentes da federação manifestaram que vão trabalhar pelo apoio a um nome da centro-direita. Aliados de Lula já contam com a defecção e buscam lideranças desses partidos que possam dar apoios pontuais nos estados ao projeto de reeleição.

“Vamos discutir isso (saída do Progressistas do governo) em agosto, depois das convenções partidárias”, afirmou o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), sobre o encontro em que o partido vai oficializar a aliança com o União.

Além de Fufuca, dirigentes do PP participaram, junto com outras legendas do Centrão, da indicação do presidente da Caixa, Carlos Vieira. Líderes do PP dizem que o ministro do Esporte já foi avisado sobre o crescente descontentamento na bancada com a sua permanência na gestão petista. Aliados, no entanto, negam que haja qualquer tratativa sobre sua saída e dizem que ele não foi procurado oficialmente para discutir o assunto. Procurado, Fufuca não se manifestou.

Agro reclama

Em paralelo, parlamentares da base governista e a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) estão atuando para tentar distensionar a relação com o Congresso. Na terça-feira, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que conversou com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre as prioridades do Executivo na Casa até o fim do ano. Segundo o deputado, Motta mostrou “disposição em votar matérias de interesse do país”.

Enquanto enfrenta desgastes com partidos que têm ministérios, o Planalto também viu aumentar a tensão com a bancada do agronegócio. Parlamentares reclamaram que foram convidados em cima da hora para o lançamento do Plano Safra na terça-feira, o que o o governo nega. Os congressistas do grupo, no entanto, não apareceram no evento organizado para anunciar créditos para o setor agrícola.

O Globo

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Bolsonaro passará mês de julho em repouso domiciliar, diz boletim

Foto: Gabriel Silva/E.Fotografia/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passará este mês de julho em repouso domiciliar, segundo boletim médico divulgado nesta terça-feira (1º).

Segundo a nota divulgada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o objetivo dos médicos é de garantir a completa recuperação da saúde do ex-presidente após a cirurgia que ele foi submetido em abril, a internação prolongada, episódio de pneumonia e crises recorrentes de soluços “que dificultam a sua fala e alimentação”.

“Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido”, finaliza o boletim assinado pelos médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique.

Foto: Reprodução/Instagram

Entenda o caso

Bolsonaro enviou uma mensagem nesta terça a parlamentares cancelando reuniões e visitas em função de recomendação médica.

O ex-chefe do Executivo disse estar com crises de soluço e vômitos que o impedem de falar.

“Por exigência médica não irei ao PL nessa terça-feira. Crise de soluços e vômitos me impedem de falar. Obrigado. Jair Bolsonaro”, diz mensagem encaminhada.

Ele não foi à sede do Partido Liberal nesta terça e, por recomendação médica, não deve ir nessa quarta-feira também.

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Geral

Lulistas inundam redes sociais com mote ‘ricos versus pobres’, e Congresso é um dos alvos

Foto: Reprodução/@fernandohaddadoficial, @guilhermeboulos.oficial, @jaqueswagner e @andrejanones no Instagram

Em sintonia com os discursos de Lula e do ministro Fernando Haddad (Fazenda), governistas têm inundado suas redes sociais com a retórica da luta entre pobres e ricos, cenário em que o presidente da República estaria entrando em choque contra poderosos interesses do status quo empresarial e financeiro.

No discurso capitaneado pelo PT, estimulado pelo Palácio do Planalto e disseminado por perfis alinhados, a campanha é formada em boa parte por vídeos produzidos por inteligência artificial e tem como mote a defesa da “taxação BBB”, em referência a “bilionários, bets e bancos” —grupo que formaria um poderoso lobby em parceria com o centrão e a direita no Legislativo.

O Congresso é um dos principais alvos, em especial no varejo da rede social, onde o Legislativo aparece claramente identificado como “inimigo do povo”.

O direcionamento político das redes segue o discurso e a ação de Lula, que nesta terça-feira (1º) disse enfrentar uma “rebelião” toda vez que tenta cobrar mais impostos de ricos.

A declaração foi dada pouco depois de a AGU (Advocacia-Geral da União) ingressar no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar resgatar o decreto presidencial que elevou alíquotas do IOF —derrubado pelo Congresso com 383 votos na Câmara, incluindo a maior parte das bancadas dos centro-esquerdistas PDT e PSB.

“Não é briga política, partidária. É a elite, junto com a direita e o centrão se unindo contra o povo brasileiro”, disse em um dos vídeos postados por governistas o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), cotado a ocupar a Secretaria-Geral de Lula.

Boulos e o PSOL são os que, da linha de frente lulista, mais apontam o dedo contra o Congresso. Em uma das postagens do deputado, é convocado um protesto para o dia 10 no Masp, em São Paulo, sob o mote “centrão inimigo do povo”.

O PT produziu e jogou em suas redes sociais recentemente vídeos que exploram essa retórica e que foram reproduzidos nos perfis de vários políticos governistas.

Nessas peças, feitas com IA, afirma-se que Lula busca equilibrar a balança de pagamento de impostos apesar das resistências das elites econômicas.

Um dos vídeos que viralizaram é o do “boteco do Brasa”, em que personagens engravatados aparecem em uma mesa ao lado de pessoas comuns querendo pagar menos na conta apesar de terem consumido champagne, caviar e lagosta. A peça já tem mais de 2 milhões de visualizações no Instagram.

Secretário de Comunicação do PT, o deputado Jilmar Tatto (SP) afirma que, semanalmente, o partido leva ao ar dois novos vídeos. Nesta quarta-feira (2), apoiadores do governo participarão de uma live com ênfase no discurso em favor da justiça tributária no Brasil.

“Finalmente, conseguimos uma coesão no governo, no PT e nos setores progressistas sobre a linha política para diálogo com a sociedade, que é fazer o andar de cima pagar impostos”, disse Tatto.

Segundo um integrante do governo, essa ação mais enfática nas redes nasceu a partir de uma cobrança da ministra Gleisi Hoffmann (PT), chefe da articulação política de Lula, e conta com o apoio do ministro Sidônio Palmeira (Secom).

Já em contas alinhadas, o ataque ao centrão e ao Congresso é mais explícito. Um vídeo do perfil “brasilsatiradopoder” que circulou entre governistas, por exemplo, apresenta vídeo de IA parodiando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Na peça, ele se apresenta como “Hugo nem se importa” em um jantar de luxo, fazendo piada com gastos exorbitantes e terminando bebendo uma garrafa de uísque no bico. A paródia explora o ocorrido em uma festa de São João na Paraíba, quando o presidente da Câmara aderiu a um desafio de tomar um gole de uísque direto na garrafa.

A retórica que busca colar no Legislativo o rótulo de defensor de privilégios de ricos foi um dos motivos da rebelião em que o governo foi derrotado no caso do IOF.

Na ocasião, já havia insatisfação na cúpula de Câmara e Senado com campanhas em perfis de esquerda que apontavam o Congresso como “inimigo do povo”, em especial pela derrubada de vetos de Lula que devem beneficiar empresários do setor elétrico e aumentar a conta de luz.

Na segunda (30), Hugo Motta também foi às redes criticar o governo, afirmando que “quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos”.

O governo percebeu em junho o potencial da discussão sobre mais impostos para ricos. Naquele mês, Haddadteve um enfrentamento público com deputados bolsonaristas em torno do tema e ganhou engajamento nas redes sociais.

Nas semanas seguintes, como mostrou a Folha, Lula instruiu aliados a fazer mais contrapontos públicos ao centrão e à oposição a partir do tema dos impostos.

A propagação de posts governistas sobre taxar ricos nos últimos dias deu resultados nas plataformas abertas, como X (o antigo Twitter), Instagram e Facebook.

Levantamento da Bites, consultoria especializada em dados de ambientes digitais, mostra que ao menos os governistas da Câmara têm conseguido disputar as redes abertas com opositores de Lula.

Folha de S.Paulo

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Economia

Governo levar IOF ao STF ameaça crédito para mais de 3 milhões de empresas

Foto: Getty Images

Sobretudo no setor de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), os investimentos foram fortemente impactados pelo decreto do governo que havia elevado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O setor fala em “uma quantidade expressiva de recursos [que] permaneceu represada” enquanto a medida esteve em vigor, segundo a Ouro Preto Investimentos, uma das maiores gestoras de FIDCs do país. Isso tendo em vista que o mercado de fundos vinha captando de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões por mês antes da majoração do imposto.

Após a derrubada do decreto por parte do Congresso, o governo federal buscou, nesta terça-feira (1º), judicializar a questão, levando-a ao STF (Supremo Tribunal Federal). A Ouro Preto cedeu com exclusividade à CNN cálculos nos quais estima que a judicialização do caso coloca em risco o crédito para mais de 3 milhões de empresas.

“Com a falta de clareza jurídica, os administradores de FIDCs estão em uma situação delicada. A dúvida é se o IOF vai incidir sobre o investidor no momento da aplicação assim como nas operações de compra de cotas de FIDCs dentro do fundo. Como precaução, muitos fundos de investimento que compram cotas de FIDCs suspenderam as captações até que haja uma definição por parte do governo ou da Receita Federal”, explica Leandro Turaça, sócio-gestor da Ouro Preto Investimentos.

“Se esse impasse persistir, o fluxo de caixa de empresas que dependem desse tipo de crédito originado pelos FIDCs será severamente afetado”, enfatiza.

A gestora destaca que uma das consequências da incerteza é um provável aumento da inadimplência e dos pedidos de recuperação judicial.

Richard Ionescu, consultor do fundo IOX I FIDC, ressalta que a decisão do Legislativo representou um alívio para o mercado, porém, ao levar a questão para o tribunal, o governo traz de volta um fantasma.

“Desde a MP, a queda de captação do produto FIDC foi significativa e o que poderia afetar o financiamento da produção de pequenas e médias empresas, já que o fluxo de caixa destas depende desse tipo de crédito originado do produto FIDC”, lembra.

Para tentar contornar o cenário, a equipe da Ouro Preto buscou gerar, já no primeiro dia de novas aplicações, um retorno acima de 0,38%, compensando o valor do imposto. A rentabilidade diária seria, então, ajustada ao longo do tempo.

CNN

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Política

VÍDEO: “Inauguração de bica” por Fátima Bezerra vira troça nacional

Na sexta-feira 27, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), realizou a inauguração de um cano no município de Governador Dix-Sept Rosado. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, a petista abre a torneira e declara: “Teje entregue”.

A entrega da “obra”, realizada em parceria com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), foi classificada pela própria governadora como uma “prioridade”. De acordo com a gestão, o cano se refere, na verdade, a parte de uma adutora voltada para a ampliação da distribuição de água na região.

“Desde que assumi, disse ao nosso presidente da Caern, Roberto Sérgio, que não sairia do governo sem resolver o problema de água de Dix-Sept Rosado e de Mossoró”, disse, na ocasião. “Hoje, estamos aqui cumprindo esse compromisso. Estamos triplicando a oferta de água, que saltou de 40 para 120 mil litros por hora.”

Reação de internautas

Na rede social X, vários usuários reagiram à curiosa inauguração do governo. O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil) ironizou o ocorrido. “Esse é o ‘progresso’ da esquerda: Boulos ‘descobre’ a cisterna, Fátima inaugura uma bica”, afirmou o parlamentar. “Agora sim, a sede do Nordeste acabou.”

“Inauguração de prefeito e olhe lá… Será que o Estado só tem água passando em cano de meia polegada?”, indagou um internauta, em post similar. “Quantos milhões custou essa adutora magnífica?”, comentou outro.

O vídeo já acumula mais de 9 mil curtidas em publicações diferentes.

Detalhes da “adutora” inaugurada no Rio Grande do Norte

De acordo com o governo estadual, o sistema que deriva do projeto Apodi−Mossoró já opera e atende bairros antes afetados por interrupções no abastecimento.

Com a nova estrutura, 70% da água distribuída em Governador Dix-Sept Rosado agora tem origem no sítio Carrasco, em Apodi. A gestão avalia que a medida garante suprimento para áreas de expansão urbana e regiões elevadas, que enfrentavam dificuldades frequentes de acesso à água.

Revista Oeste 

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Política

Bolsonaro volta a se sentir mal e cancela agenda com parlamentares

Foto: Mateus Bonomi/AGIF – Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou nesta terça-feira (1º) mensagem a parlamentares cancelando reuniões e visitas em função de recomendação médica.

Jair Bolsonaro disse estar com crises de soluço e vômitos que o impedem de falar.

“Por exigência médica não irei ao PL nessa terça-feira. Crise de soluços e vômitos me impedem de falar. Obrigado. Jair Bolsonaro”, diz mensagem encaminhada.

De acordo com apuração, o ex-presidente se sentiu mal ontem e hoje.

Ele não foi à sede do Partido Liberal nesta terça e, por recomendação médica, não deve ir nesta quarta-feira também.

CNN 

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