Finanças

‘Época’: delator indica propina superior a R$ 30 milhões a Cunha

A delação premiada do executivo Fábio Cleto, ao qual ÉPOCA teve acesso, relata Cunha como chefe de um esquema que recebeu propina do dono da JBS e outras grandes empresas em projetos de R$ 6 bilhões

941-expresso-o-presidente-afastado-da-camara-eduardo-cunha-com-dificuldades-para-contratar-um-advogadoO presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal investiga um esquema de desvios de dinheiro do FGTS que pode passar de R$ 30 milhões em propina ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo o delator Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa. Nesta sexta-feira (1), policiais realizam buscas nos endereços de grandes empresas acusadas por Cleto de pagar propina. Entre eles, a gigante JBS. Cleto, segundo sua delação, operava na Caixa a mando de Cunha e do doleiro Lúcio Funaro _ este último preso na operação desta sexta.

No papel, Fábio Cleto, vice-presidente da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2015, era subordinado à cúpula do banco e, por extensão, à área econômica do governo Dilma Rousseff. Entre suas atribuições, ele participava das reuniões do Fundo de Investimentos do FGTS, o FI-FGTS, que injetou algo como R$ 11,7 bilhões em empresas no país no período. Esses encontros, contudo, não eram sua principal tarefa em Brasília. Toda terça-feira, às 7h30 da manhã, Fábio Cleto tinha um compromisso inadiável e secreto, em um apartamento espaçoso na 311 Sul, em Brasília. O objetivo do encontro era vazar informações das reuniões internas da Caixa e antecipar operações financeiras sigilosas de empresas com fundo. Cleto tinha um chefe, na verdade, o chefe, fora da Caixa: Eduardo Cunha. Primeiro, os encontros ocorriam no apartamento funcional de Cunha. Depois, o parlamentar tornou-se presidente da Câmara e ambos passaram a ser ver na própria residência oficial. Era a ele que Cleto tinha lealdade e recebia ordens para dificultar — ou facilitar — a vida das empresas interessadas nos investimentos do FI-FGTS. Seu papel era dar o verniz técnico às ordens de Eduardo Cunha e repassar uma espécie de mapa do achaque. Agora delator, Fábio Cleto contou aos procuradores que vazava informações com duas semanas de antecedência e, para isso, tinha de ignorar todos os termos de confidencialidade que assinava dentro da Caixa.

Os projetos citados na delação premiada passam de R$ 6 bilhões, com uma propina estimada em mais de R$ 30 milhões para Eduardo Cunha, de acordo com o cálculo explicado por Cleto aos investigadores. Como chefe do esquema e responsável pela indicação de Cleto na Caixa, Cunha tinha direito à maior parte do valor arrecadado: 80%. Cleto relatou que, da propina levantada, ele ficava com a menor parte, 4%. Aos procuradores, ele admitiu que ganhou pelo menos R$ 1,8 milhão com o esquema. Pela distribuição rascunhada por Cleto, Cunha ficaria então com mais de R$ 36 milhões. Os valores, contudo, podem ser maiores, uma vez que Cleto nunca teve acesso aos acertos do deputado com os empreiteiros. Sua função era obedecer e, depois, receber. Segundo a delação, era Cunha quem definia com as empresas o valor da propina. Por isso, na delação, Cleto também não soube dizer aos investigadores quem eram os operadores nas empresas ou qual o total arrecadado pelo esquema. Além de Cunha, o delator afirma que o resto da propina ficava com os responsáveis pela parte financeira do negócio. Entre eles, o corretor Lúcio Funaro, apontado como o braço direito de Eduardo Cunha.

ÉPOCA obteve acesso à delação de Fábio Cleto, no qual ele relata um punhado de projetos que renderam propina ao esquema, incluindo aí o maior grupo privado em receita do Brasil, a J&F, dona JBS, conhecida como Friboi e que operou no FI-FGTS com a Eldorado Celulose. É a primeira vez que um delator coloca Eduardo Cunha como chefe do esquema, no comando direto das operações, arbitrando tarefas e informando aos comparsas do fluxo de propina. O ex-vice relata a articulação do hoje presidente afastado da Câmara com empresários, a definição dos valores arrecadados com a propina e como deveriam ser os votos no FI-FGTS.

joesley-batistaJoesley Batista, empresário, presidente da JBS-Friboi (Foto: Rogério Cassimiro / Editora Globo)

A PROPINA DO DONO DA FRIBOI E A VIAGEM AO CARIBE

Na delação, Cleto cita empresas do primeiro time do empresariado nacional, além das habituais em esquemas fraudulentos, como a Odebrecht e a OAS, empreiteiras abatidas no petrolão e que agora negociam também uma delação. Mas o potencial explosivo das revelações de Cleto está nas graves acusações contra a holding que comanda a JBS, até agora incólume na Lava Jato. A empresa foi enredada no esquema de pagamento de propina em troca de favores estatais graças a um projeto na área de celulose no Mato Grosso do Sul, chamado Eldorado Brasil. As acusações pesam sobre Joesley Batista, principal acionista do grupo. De acordo com o delator, Cleto tratou diretamente com o empresário sobre os interesses da Eldorado. E recebeu, como propina, R$ 680 mil pelo negócio viabilizado com dinheiro do FGTS. Daí, é possível chegar em cerca de R$ 13 milhões de propina para Cunha só nessa operação, já que, segundo Cleto, o deputado ficava com 80% e ele ficava com 4%. As negociações de Joesley Batista prosperaram e a Eldorado Celulose conseguiu R$ 940 milhões do FI-FGTS. Na delação, Cleto diz que foi apresentado a Joesley Batista por intermédio de Funaro, em meados de 2011, no apartamento do corretor de valores, em São Paulo. O delator confirma diversos encontros com Joesley, incluindo uma viagem ao Caribe. O objetivo, segundo Cleto, era mostrar que tinha influência dentro da Caixa para viabilizar os negócios. O delator narra que, como fazia sempre nas reuniões matinais, informou a Eduardo Cunha que a operação estava sendo estruturada. Cleto então recebeu o sinal verde para atuar em favor da Eldorado – o que de fato ele fez. O roteiro seguiu como o combinado e Cleto foi então comunicado que receberia R$ 680 mil a título de propina. Há um detalhe importante na delação. Segundo o delator, foi o próprio Cunha que o avisou desse valor, mostrando o papel central do parlamentar na suposta quadrilha. Cleto mantinha um registro e colocou na planilha o nome Eldorado, a data 1/11/2012, e os valores R$ 940 milhões e R$ 680 mil. Aos investigadores, Cleto explicou que a data na tabela não era, necessariamente, quando houve o pagamento. Mas quando ele tinha a confirmação de que o projeto fora viabilizado. Cleto conta em sua delação que, cerca de um ano após a emissão da debênture, a Eldorado pediu para descumprir parte dos covenants pré-acordados (cláusulas contratuais que protegem o credor). Isso aconteceu, segundo o delator, porque a empresa precisava descumprir parte dos covenants pré-acordados, ainda que temporariamente. Tal covenant, de acordo com a delação, evitava a empresa de fazer uma dívida superior à indicada no contrato. De novo, segundo Cleto, houve uma ordem clara para dar apoio à Eldorado, mesmo que não fosse comum alterar esse tipo de cláusula numa operação financeira tão complexa. Cleto disse que foi informado que receberia R$ 1 milhão pela mudança dos covenants, mas que não chegou a receber o valor. Registros da Junta Comercial acostados à delação mostram, de fato, as alterações nos covenants.

cunha-doc-1O documento da Junta Comercial citado na delação de Fábio Cleto (Foto: Reprodução)

A CARTA DE RENÚNCIA

Cleto contou aos investigadores como deixou de ser um executivo do mercado financeiro em São Paulo para se tornar um operador de Eduardo Cunha. Tudo começou pelas mãos de Lúcio Funaro. Cleto era a pessoa certa, na hora certa. Cleto tinha saído do Itaú quando, em 2011, o governo tinha uma vaga na vice-presidência da Caixa. Naquele momento, Cleto estava operando um fundo próprio quando foi indicado por um colega do mercado financeiro para a vaga. Esse colega era Lúcio Funaro. O governo estava com problemas para emplacar algum nome, em razão das exigências técnicas feitas pelo Ministério Fazenda. Cleto foi o quarto nome a ser analisado e foi logo aprovado. Detalhe: ele não tinha nenhuma entrada ou contatos dentro do governo. Tudo foi arranjado por Funaro, de acordo com a delação. Coube a ele levar o currículo para Eduardo Cunha, que avalizou a indicação com o então líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Cleto relata ainda que, até ser nomeado, nem sequer conhecia pessoalmente Eduardo Cunha. Ele admite, contudo, que sabia da proximidade do deputado com Funaro. Na delação, ele conta que, antes de ser nomeado, Funaro havia dito que haveria benefícios ao ser nomeado _ leia-se, propina. Apesar disso, o executivo não esperava o próximo passo. Era 7 de abril de 2011, quando a nomeação de Fábio Ferreira Cleto fora publicada no Diário Oficial, sob assinatura de Dilma Rousseff e Guido Mantega. Agora, o plano de Funaro era irreversível. Naquele mesmo dia, ele liga para Cleto e eles marcam uma reunião e horas depois se encontraram no escritório de Funaro em São Paulo. Ao chegar ao local, Cleto foi abordado por um carro, em frente ao escritório, e recebe um envelope. São três folhas, com um documento em nome do próprio Fábio Cleto. A cena revela o tamanho do profissionalismo do esquema. As três folhas eram, na verdade, um comunicado de renúncia ao cargo na Caixa. Cleto fora obrigado a deixar o documento assinado e entregar a Funaro. Aos investigadores, Cleto contou que a carta era uma espécie de garantia a Funaro. Caso o executivo não seguisse as ordens, Funaro usaria a carta para ameaçá-lo de demissão. Na delação, o executivo conta que a primeira reunião com Eduardo Cunha aconteceu uma semana após tomar posse na vice-presidência da Caixa. Logo nesse primeiro encontro, Cunha explicou como funcionaria o esquema. Segundo Cleto, Cunha foi objetivo: o interesse era nos projetos do FI-FGTS. Cunha deu três ordens a Fábio Cleto: sempre informar quais eram as empresas interessadas no fundo, votar como ele mandasse e, por fim, encontrá-lo semanalmente. Às 7h30 da manhã, toda terça-feira, na casa de Cunha. O deputado evitava conversas ao telefone e, no máximo, aceitava usar o aplicativo de conversas BBM, do celular BlackBerry.

MAIS NEGÓCIOS

A delação de Cleto ainda relata outros negócios feitos à base de propina. Uma das empresas citadas é a Haztec, com investimentos de R$ 245 milhões do FGTS na área de energia. Esse é um exemplo de como, com a pessoa certa, na posição certa, é possível facilitar ou dificultar a vida das empresas em negócios com o governo. Fábio Cleto relatou aos investigadores que, quando chegou à Caixa, o projeto já estava praticamente pronto. Mas foi orientado por Cunha a pedir vista e, segundo ele, foi quando o deputado cobrou a propina. Pelo negócio, Cleto diz que recebeu R$ 300 mil. Assim, segundo o percentual relatado pelo delator, Cunha levou algo como R$ 6 milhões. A OAS é acusada de dar R$ 100 mil para Cleto, como compensação por R$ 250 milhões do FGTS no projeto da Rodovia Raposo Tavares. O delator conta que o projeto já estava aprovado quando ele entrou. Cleto, contudo, conta que informou Cunha sobre a data do início dos desembolsos, o que foi o suficiente para o esquema começar a arrecadar. Outra empreiteira do petrolão, a Odebrecht, é citada no projeto Aquapolo, uma parceria com a Sabesp, no maior empreendimento para a produção de água de reúso industrial na América do Sul. Cleto disse que recebeu R$ 400 mil para atuar em favor do negócio de R$ 326 milhões. Segundo o delator, ele ainda recebeu de propina R$ 120 mil de um negócio da BR Vias, em razão de um investimento de R$ 300 milhões. Cleto dá detalhes sobre a operação e afirma que a articulação foi feita por Lúcio Funaro, em razão da proximidade com o empresário Henrique Constantino. A família Constantino faz parte do grupo que controla a BR Vias. É mais conhecida, contudo, por terem fundado a companhia aérea Gol. Outra citada é a Cone, de Recife, com propina de R$ 75 mil. Há ainda o caso da Carioca Engenharia. A empresa atua no projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e o seu principal acionista, Ricardo Pernambuco, antecipou-se à Lava Jato e se ofereceu para delação premiada. Ele admitiu que o acerto foi de R$ 52 milhões para conseguir o negócios de R$ 3,5 bilhões, como ÉPOCA revelou em dezembro de 2015. Na semana passada, a “Folha de S.Paulo” publicou que Cleto citou ainda que recebeu R$ 240 mil da LLX, do empresário Eike Batista, que recebeu aportes de R$ 750 milhões. Nesta sexta, o jornal “Estado de S. Paulo” publicou que Cleto falou em propinas também no esquema pela Brado Logística (R$ 80 mil), Odebrecht Ambiental (R$ 36 mil).

O ESQUEMA FINANCEIRO

Para arrecadar e movimentar tanto dinheiro, Cleto contou com o apoio de uma engenharia financeira envolvendo pelo menos três países. Na delação, ele afirma que foi indicado por Eduardo Cunha a procurar um doleiro de nome Silvano Bernasconi, suíço naturalizado brasileiro. Primeiro, abriu uma conta no banco Julius Baer, na Suíça. Era tudo de fachada: o titular era a offshore Lastal, esta por sua vez uma empresa de sediada no Belize, na América Central. Em 2012, houve uma briga entre Cleto e Funaro. O executivo chegou a ameaçar que iria se demitir. Havia, porém, um problema. Funaro tinha em mãos os valores que Cleto tinha investido fora do país. Cunha então pediu que ele ficasse no cargo e criou uma nova conta na Suíça, dessa vez no banco Heritage. Assim, ele recebeu o passivo que já tinha com o Funaro e as novas propinas. Segundo Cleto, Cunha usou a propina da Carioca para pagar o passivo. Na delação da Carioca Engenharia, o empresário Ricardo Pernambuco mostrou repasses de US$ 2 milhões à Lastal. Cleto montou ainda uma terceira conta, em 2013, no banco Vitor Palmier, do Uruguai.

CUNHA NEGA AS ACUSAÇÕES

O deputado afastado Eduardo Cunha negou as acusações e disse que Fábio Cleto deve responder pelos crimes que cometeu na Caixa. “Desconheço a delação, desminto os fatos divulgados, não recebi qualquer vantagem indevida, desafio a provar e, se ele cometeu qualquer irregularidade, que responda por ela”.

Em nota, a JBS disse que não é investigada. A Eldorado, do mesmo grupo empresarial, disse que “sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade”.

O advogado de Lúcio Funaro, Daniel Gerber, disse que “irá esclarecer os fatos assim que tiver acesso aos autos”. Silvano Bernasconi não foi localizado pela reportagem. A ViaRondon Concessionária de Rodovia S/A, na pessoa do Sr. Henrique Constantino, procurado na manhã desta sexta-feira, 1º/07/2016, pelo Ministério Público Federal para apresentação da documentação pertinente à empréstimo tomado junto ao fundo de investimento FGTS, informa que a solicitação foi prontamente atendida.

A Aquapolo e OAS não responderam até o fechamento do texto, que será atualizado. A Cone não foi localizada. Procurado por ÉPOCA, Joesley não retornou os recados no celular.

Época

Opinião dos leitores

  1. ESTÃO SE APEGANDO A DETALHES, O QUE SÃO R$ 30 MILHÕES DIANTE DOS R$ 100 MILHÕES QUE PAULO BERNARDO LEVOU?
    SE PAULO BERNARDO, EX SUPER MINISTRO DO PT ESTÁ SOLTO, QUAL A RAZÃO DE PRENDER CUNHA? SÓ POR CAUSA DE TER LEVADO 1/3 DO QUE PAULO BERNARDO LEVOU? NÃO É JUSTO.
    A DIFERENÇA É QUE EC NÃO É DO PT COMO PB

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Geral

Bandidos assaltam corredoras de rua na Av. Campos Sales na manhã deste sábado (2)

Duas mulheres que praticavam corrida de rua foram assaltadas na manhã deste sábado (12) na Av. Campos Sales.

Dois bandidos em uma moto, armados, abordaram as vítimas e roubaram os celulares. Antes de fugirem com os aparelhos, eles ainda ordenaram que as mulheres colocassem as senhas para desbloquear os telefones.

Fica o alerta às autoridades e aos praticantes de atividade física na região.

 

 

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Geral

TCU vai apurar licitação de publicidade dos Correios

Foto: André Coelho/Agência O Globo

O TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar a licitação de publicidade dos Correios, que estabelece gastos de até R$ 380 milhões por ano.

A decisão foi motivada por reportagem do site Poder360, que mostrou que 3 das 4 agências finalistas do certame têm ligações com escândalos envolvendo o PT no passado.

Segundo o ministro Jhonatan de Jesus, relator do caso, os critérios adotados pela estatal serão avaliados. Hoje, a seleção é feita segundo a “melhor técnica”. De acordo com a Corte, se o preço fosse uma das condições, poderia haver ofertas mais econômicas.

A unidade técnica entende serem necessários esclarecimentos quanto à adoção do critério de julgamento ‘melhor técnica’, em vez de ‘técnica e preço’, em licitação que envolve serviços passíveis de serem prestados por grande número de empresas, atuantes em mercado competitivo, e que, possivelmente, teriam condições de apresentar melhores ofertas caso o preço também fosse ponderado na avaliação das propostas“, disse o ministro em despacho.

A área técnica da Corte avaliou que o critério adotado pela estatal, de “melhor técnica”, pode indicar direcionamento.

Não consta destes autos a motivação circunstanciada para a escolha do critério de julgamento melhor técnica, em detrimento do de julgamento técnica e preço, fato que pode indicar possível direcionamento do certame e a contratação de serviços por valores acima dos praticados no mercado“, disse.

A representação ao TCU foi feita pelo deputado estadual por São Paulo, Leonardo Siqueira (Novo). Ele pediu a suspensão da licitação de publicidade dos Correios. Isso ainda pode acontecer, mas o tribunal entendeu ser melhor realizar audiências preliminares.

Entenda o caso

Três das quatro agências finalistas da licitação já tiveram relação com algum escândalo do PT no passado. Segundo o deputado, há 4 indícios de irregularidade na licitação.

Eis a lista:

  • Utilização indevida de recursos públicos – a licitação prevê gastos de R$ 380 milhões enquanto a estatal enfrenta a maior crise financeira da história. Segundo o deputado, pode ser uma afronta aos princípios da economicidade e eficiência;
  • Possível direcionamento – segundo ele, o histórico das empresas pode indicar favorecimento indevido e violação do princípio da impessoalidade;
  • Risco de dano ao erário – a escolha de agências menores e desclassificação das maiores, para o deputado, sugere possível má gestão dos recursos e descumprimento dos princípios da vantajosidade e competitividade;
  • Violação à moralidade administrativa – para Leonardo Siqueira, a vinculação das empresas contratadas a figuras envolvidas em escândalos de corrupção pode comprometer a credibilidade do processo.

A licitação milionária é realizada em um momento ruim para os Correios financeiramente. A empresa fechou 2024 com um rombo de R$ 3,2 bilhões –o 2º ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o pior da história para as estatais. Só em janeiro de 2025, o rombo estimado da estatal federal foi de R$ 424 milhões.

O processo está na etapa de análise de recursos das agências desclassificadas. Caso algum seja aceito, o certame pode se alongar para além da 1ª semana de abril.

Poder 360

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Reforma ministerial volta à mesa de Lula após demissão de ministro

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve voltar a conversar com partidos de centro e da base aliada para promover mudanças nos ministérios do governo na próxima semana. A retomada das articulações foi acelerada pela demissão de Juscelino Filho (União Brasil) do Ministério das Comunicações na 3ª feira (8.abr.2025) por denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) por corrupção.

Inicialmente, Lula queria postergar os pedidos do Centrão para o momento em que pudesse organizar apoios para as eleições de 2026. O chefe do Executivo cobra que os partidos integrantes do seu governo estejam com ele na tentativa de se reeleger. Diante das dificuldades de assegurar as alianças ainda em 2025, Lula deve fazer mudanças pontuais e trocar ministros do PT por nomes do partido. Por enquanto, as mudanças cogitadas são:

  • Desenvolvimento Agrário – deve sair Paulo Teixeira e entrar Edegar Pretto, presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento);
  • Mulheres – deve sair Cida Gonçalves e entrar outra petista, de nome ainda não definido;
  • Secretaria Geral – deve sair Márcio Macêdo e entrar Guilherme Boulos (Psol-SP), deputado federal.

O Ministério das Comunicações deverá continuar com o União Brasil. A avaliação no Planalto é de que a quantidade de ministérios que o partido comanda está adequada para o tamanho do apoio que parte da legenda dá ao governo. O caminho inercial seria trocar Juscelino por outro nome da sigla.

Agora, até esta troca está incerta. O deputado federal Pedro Lucas (União Brasil-MA) foi indicado pelo seu partido, Lula aceitou e o convidou para integrar o governo. O anúncio de que ele ocuparia a cadeira de Juscelino foi feito na 5ª feira (10.abr) pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

O líder do União Brasil na Câmara, no entanto, disse na 6ª feira (11.abr) que ainda quer conversar com os deputados da bancada antes de aceitar o convite do presidente para integrar o governo. A decisão só deve ser anunciada depois da Páscoa.

DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

O ministro Paulo Teixeira tem sido criticado por movimentos sociais ligados ao seu ministério, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). Cobram ações mais concretas do governo Lula na reforma agrária.

SECRETARIA GERAL

A ideia de colocar o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) no comando da interlocução com movimentos sociais ainda é incerta. As negociações para levar o psolista para o Planalto começaram em dezembro. A última vez que o assunto foi levantado foi em fevereiro.

Macêdo enfrenta resistência dentro dos grupos sociais, que cobram mais entregas do governo. Já o deputado federal tem bom trânsito com os movimentos e conta com a simpatia de Lula.

O fracasso do ato contra a anistia dos condenados no 8 de Janeiro convocado pelo congressista enfraqueceu sua possível indicação. A manifestação realizada em 30 de março na avenida Paulista, na cidade de São Paulo, reuniu cerca de 5.500 pessoas, de acordo com levantamento feito pelo Poder360. Boulos esperava 20.000 pessoas. O público ficou bem abaixo dos cerca de 26.000 ativistas pró-Bolsonaro que estiveram 2 domingos antes (16.mar.2025) na praia de Copacabana, no Rio.

MULHERES

A ministra foi acusada em 2024 de assédio moral contra a secretária de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Carmen Foro, demitida em agosto do ano passado.

Depois da demissão, ela teria usado uma reunião para “ameaçar” o emprego de funcionárias que faziam parte da equipe de Foro. Em uma gravação obtida pelo Alma Preta, é possível ouvir a ministra dizendo “quem é dela e quem veio com ela, tinha que ir”.

A ministra também foi acusada de contribuir para um ambiente de trabalho marcado por assédio moral e perseguição. O Alma Preta registrou laudos de problemas como síndrome de burnout, crises de pânico e de ansiedade por causa do ambiente de trabalho.

Em 24 de fevereiro, a CEP (Comissão de Ética Pública da Presidência da República) decidiu arquivar as acusações à ministra.

Poder 360

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Geral

Alcolumbre faz campanha para derrubar Silveira e insinua que ministro está envolvido em corrupção

Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), fez duras críticas ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), em um almoço nesta semana com integrantes do União Brasil e do governo, entre eles a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

De acordo com cinco políticos que estavam no encontro ou ouviram relatos dos participantes, o presidente do Senado insinuou que há suspeitas de corrupção envolvendo Silveira, sem citar especificamente quais seriam.

O almoço ocorreu na terça-feira (8), na casa do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, em Brasília. Ao menos oito pessoas, entre integrantes do governo e parlamentares, passaram por lá.

A conversa se deu durante uma discussão sobre a saída de Juscelino Filho (União Brasil) do Ministério das Comunicações, após a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciá-lo sob acusação de corrupção passiva e crimes relacionados a suposto desvio de emendas.

O encontro já estava marcado previamente para discutir a relação do União Brasil com o governo federal. Diante da denúncia, no entanto, a saída de Juscelino foi o tema mais discutido à mesa.

A Folha apurou que essa não é a primeira vez que o presidente do Senado faz esse tipo de insinuação contra o ministro, segundo políticos que estiveram com o senador nas últimas semanas.

Procurada, a assessoria de Alcolumbre afirmou: “O presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, não comentará sobre falsas intrigas e especulações que não são verdadeiras. A sua prioridade é seguir trabalhando para melhorar a vida dos brasileiros”.

A equipe de Silveira afirmou que o ministro “não comenta fofocas”. “Até mesmo por entender que o presidente Davi jamais faria qualquer tipo de afirmação inverídica ou maldosa ao seu respeito. Lamenta também a tentativa de criar intriga entre os dois, uma vez que mantém com o presidente do Senado, há anos, uma relação extremamente respeitosa”, diz, em nota.

Silveira chegou ao Ministério de Minas e Energia, na montagem do governo Lula (PT), na cota de seu partido, o PSD, com o apoio de Alcolumbre e do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Alcolumbre, no entanto, rompeu com Silveira e tem transmitido a integrantes do governo, desde o fim do ano passado, seu descontentamento com a atuação do ministro.

Nessas conversas, tem dito que Silveira não tem mais o seu apoio para permanecer no posto, assim como teria perdido a sustentação de outros antigos aliados do ministro, como Pacheco e outros senadores.

Diversos políticos afirmam que Alcolumbre faz uma articulação explícita para tentar derrubar Silveira do posto.

O senador tem afirmado, por exemplo, que o ex-aliado agora é da cota pessoal de Lula —ou seja, não representa mais o grupo político que o indicou para a vaga. Esse movimento acontece num momento em que membros do centrão têm expectativas de que o petista possa fazer novas mudanças em seu ministério.

Integrantes do PSD, no entanto, dizem que uma eventual troca no comando da pasta pode acirrar ainda mais a insatisfação de membros da legenda com o governo. A bancada do partido na Câmara, por exemplo, diz que não se sente mais representada pelo Ministério da Pesca e pleiteia uma pasta mais robusta.

A Folha mostrou no fim do ano passado que, para expandir sua influência na administração pública, Silveira fez movimentos que não ganharam respaldo de antigos aliados no Senado, ao mesmo tempo em que se aproximou diretamente do presidente da República. As desavenças envolvem indicações para agências reguladoras.

Segundo auxiliares de Lula, Alcolumbre já levou essas queixas ao próprio presidente. Em almoço recente com o petista e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ele criticou Silveira e comunicou que o ministro não tinha mais apoio dos senadores para permanecer no cargo.

De acordo com parlamentares que ouviram o relato desse encontro, Lula teria respondido que um ministro só permanece no cargo se tiver respaldo político —frase que foi interpretada pelos congressistas como uma sinalização de que o petista poderia demitir Silveira.

A interpretação de políticos próximos é que a construção de uma relação pessoal com o presidente deu forças ao ministro para permanecer no cargo até aqui.

Um cardeal do centrão diz, no entanto, que uma das principais missões de Alcolumbre agora é ver Silveira fora do cargo na Esplanada. Até mesmo aliados de Lula reconhecem que será difícil conter a pressão que o presidente do Senado vem fazendo pela demissão.

Alcolumbre e Silveira viajaram juntos na comitiva internacional de Lula ao Japão e ao Vietnã no fim de março. De acordo com relatos de três pessoas que estiveram na viagem, o ministro não interagiu nem com o presidente do Senado nem com Pacheco.

Folha de SP

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Geral

Moraes dá cinco dias para Bolsonaro e réus apresentarem defesa prévia

Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu o prazo de cinco dias para os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete réus do núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado apresentarem defesa prévia.

A abertura do prazo é a primeira medida assinada pelo ministro na ação penal aberta contra os acusados. Moraes é o relator do caso.

A abertura é uma formalidade para cumprir a decisão da Primeira Turma da Corte que aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e transformou Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e outros acusados em réus.

Pela decisão, os acusados poderão alegar “tudo o que interesse à sua defesa”, além de indicar provas pretendidas e arrolar testemunhas, que deverão depor por videoconferência.

Moraes também confirmou que Bolsonaro e os demais acusados deverão prestar depoimento ao final da instrução. A data ainda não definida.

O ministro acrescentou ainda que vai indeferir a inquirição de testemunhas “meramente abonatórias”, ou seja, de pessoas não possuem conhecimento dos fatos e são convocadas para somente para elogiar os réus. Nesses casos, os depoimentos deverão ser enviados por escrito pela defesas.

Réus do núcleo 1:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Entenda

Com a abertura da ação penal, os acusados passam a responder pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A ação penal também marca o início a instrução processual, fase na qual os advogados poderão indicar testemunhas e pedir a produção de novas provas para comprovarem as teses de defesa. Os acusados também serão interrogados ao final dessa fase. Os trabalhos serão conduzidos pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Após o fim da instrução, o julgamento será marcado, e os ministros vão decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão condenados à prisão ou absolvidos. Não há data definida para o julgamento.

Em caso de condenação, a soma das penas para os crimes passa de 30 anos de prisão.

CNN

Opinião dos leitores

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Geral

Ministra ‘bonita’, diretora do FMI ‘mulherzinha’ e paixão pelas ‘amantes’: Lula enfileira falas machistas no 3º mandato

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, de “mulherzinha”. A fala, com teor machista, foi feita durante a abertura do Encontro Internacional da Indústria da Construção, em São Paulo, na terça-feira. O petista contou que, em janeiro de 2023, esteve em Hiroshima, no Japão, durante o fórum da cúpula do G7 e relatou que ouviu de Georgieva que “a coisa estava difícil para o Brasil” e que o país só cresceria 0,8%.

— E lá eu encontro com uma mulherzinha, presidente do FMI, diretora-geral do FMI, nem me conhecia. “Presidente Lula, você sabe que a coisa está difícil para o Brasil, que só vai crescer 0,8%”. Eu falei: “Você nem me conhece, eu não te conheço, como é que você fala isso?”. E a resposta veio no final do ano, o Brasil cresceu 3,2% — disse Lula.

Kristalina Georgieva é búlgara e, antes de assumir o FMI, foi diretora-geral do Banco Mundial, entre 2017 e 2019. Ela é doutora em Economia e mestre em Economia Política e Sociologia pela Universidade de Economia Nacional e Mundial da Bulgária.

‘Mulher bonita’

Esta não é a primeira vez que o presidente se refere a mulheres de forma machista. Em março, Lula afirmou a parlamentares que tinha escolhido “uma mulher bonita” para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), fazendo referência a Gleisi Hoffmann (PT).

— É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara (Hugo Motta) e o presidente do Senado (Davi Alcolumbre). Porque uma coisa, companheiros, que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês… Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância entre vocês.

Em janeiro deste ano, o presidente falou que “na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”. A fala se deu no momento em que Lula se descreveu como “um amante da democracia”, durante cerimônia feita em alusão aos dois anos das invasões de 8 de janeiro de 2023:

— Eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou amante, porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. Eu sou um amante da democracia e conheço o valor dela.

No ano passado, em julho, Lula fez uma piada ao falar sobre o aumento dos casos de agressão doméstica, em evento no Palácio do Planalto, e disse que “depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem”.

Já em junho do mesmo ano, em discurso durante cerimônia de entrega de moradias do Minha Casa Minha Vida em Fortaleza, o presidente disse a uma mãe de três crianças que a primeira coisa que ela deve fazer é “parar de ter filho”.

— Veja aquela menina que vem aqui com três crianças. Aquela moça tem 25 anos de idade, ela tem três filhos. Falei para ela: “Minha filha, a primeira coisa que você tem que fazer é parar de ter filho, porque você já tem três.” E falei para ela que tem que estudar, porque ela tem três filhos para cuidar. Eu tenho cinco, não é mole — disse o petista.

‘Batom e calcinha’

Ao falar sobre a independência feminina durante a cerimônia de anúncio da construção de cem novos campi de institutos federais no país, em março do ano passado, Lula afirmou que mulher com formação “não depende do pai para comprar batom e calcinha”. A fala gerou repercussão negativa nas redes.

— Quando uma mulher tem profissão, ela tem salário e ela pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela. Ela não vai viver com necessidade, não vai viver por dependência (…) Ela não vai ficar dependente, “ah eu preciso que o meu pai me dê R$ 5 para comprar um batom”, “preciso que o meu pai me dê R$ 10 para comprar uma calcinha”, “preciso não sei das quantas para comprar tal coisa” — afirmou.

Já em uma declaração durante evento no Complexo do Alemão, no Rio, em fevereiro de 2024, o presidente tentou exaltar a importância da educação, mas acabou cometendo um deslize envolvendo o público feminino afirmou que “nenhuma mulher quer namorar com um cara que é ajudante geral”:

— Se a gente não tiver profissão, a gente vai ser ajudante geral e ajudante geral não ganha nada. Nenhuma mulher quer namorar com um cara que mostra carteira profissional, qual é a sua profissão? Ajudante geral. A mulher fala: “Pô cara, nem uma profissão você tem, para levar o feijão e o arroz para casa no final do mês, e as crianças que vão nascer, como é que a gente vai cuidar?” Então, tem que estudar.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Já vemos uma evolução da mídia. O que antes chamava de deslises, gafes, agora já chamam de falas machistas.

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Geral

Ministro de Lula faz uso político da internação de Bolsonaro

Foto: Redes sociais/Reprodução

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, usou o atendimento prestado ao ex-presidente Jair Bolsonaro como oportunidade para exaltar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nas redes sociais, nesta sexta-feira, 11.

Em publicação no X, Padilha compartilhou uma imagem de Bolsonaro transportado por profissionais do Samu e ressaltou que o serviço foi implementado durante o primeiro governo Lula. “Todo mundo sabe: na hora da emergência, chama o Samu 192!”, escreveu o ministro. “Atendimento de urgência para salvar vidas de norte a sul.”

Bolsonaro é hospitalizado no Rio Grande do Norte

Bolsonaro sofreu um mal-estar durante uma viagem ao Nordeste e foi hospitalizado em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira. Pessoas próximas informaram que Bolsonaro está com a barriga muito inchada e relatou sentir muitas dores ao dar entrada no hospital.

Ele foi transferido de helicóptero para Natal, capital do Estado. O desconforto está associado ao atentado sofrido por Bolsonaro em 2018, quando Adélio Bispo, ex-militante do Psol, tentou assassinar o então candidato à Presidência com uma facada.

Bolsonaro estava no Estado para iniciar uma caravana do Partido Liberal, mas a viagem foi cancelada. O projeto percorreria o Nordeste do Brasil com visitas, oficinas e seminários a fim de fortalecer o PL para as eleições de 2026.

Samu foi saqueado durante o governo Lula 1

O Escândalo dos Sanguessugas, revelado pela Polícia Federal em 2006, expôs um esquema de corrupção que envolvia fraudes em licitações para a compra de ambulâncias para o Samu com recursos federais.

Sócios de uma fornecedora de equipamentos médico-hospitalares, em conluio com servidores e políticos, direcionavam emendas parlamentares para contratos superfaturados, mediante o pagamento de propinas. Estima-se que mais de R$ 110 milhões tenham sido desviados e que mais de cem políticos tenham participado diretamente ou indiretamente do esquema.

Como resposta, foi instaurada a CPI dos Sanguessugas e diversos envolvidos foram investigados, com algumas cassações e condenações judiciais. Contudo, apesar do impacto inicial e da ampla repercussão, muitos parlamentares escaparam de punições mais severas, e alguns até retornaram à vida pública.

Revista Oeste

Opinião dos leitores

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Geral

Governo teme inundação de produtos importados no Brasil após tarifaço

Foto: 14/04/2023REUTERS/Tingshu Wang/Pool

O governo brasileiro teme uma eventual inundação de produtos estrangeiros ao país depois do tarifaço iniciado pelos Estados Unidos.

A questão é monitorada de perto por autoridades do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

O receio é de que uma grande parcela de produtos que iriam da China para os Estados Unidos acabe sendo escoada para o Brasil por conta das altas tarifas impostas para a entrada em território americano, por exemplo.

Se isso acontecer, a avaliação é de que pode haver uma oferta excessiva de produtos importados mais baratos que concorram com os nacionais, prejudicando a indústria brasileira.

A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, falou, na quinta-feira (10), em seminário do Conselho Empresarial Brasil-China, que “há preocupações com o risco de desvio de comércio para o Brasil”.

“O cenário externo é desafiador. As mudanças acontecem não é todo dia, é a todo momento. Às vezes é difícil estarmos a par da última evolução. Há preocupações com o risco de desvio de comércio para o Brasil. O vice-presidente falou ‘estamos monitorando mudanças significativas, atípicas nos fluxos de comércio’. Estamos fazendo isso. Se essas mudanças de tarifas podem gerar oportunidade para o Brasil? Podem [também]”, declarou.

O MDIC tem evitado fazer qualquer avaliação oficial mais a fundo da situação para não se precipitar, especialmente diante das mudanças tarifárias que têm acontecido praticamente dia a dia.

Nesta sexta (11), Alckmin se reuniu virtualmente com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao. Eles discutiram a relação comercial bilateral, assim como oportunidades e complementariedades das duas economias, segundo o governo brasileiro.

“O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Wang Wentao também trocaram impressões sobre as alterações tarifárias em curso no cenário internacional. Convergiram na defesa do multilateralismo e do sistema internacional de comércio baseado em regras, com o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, diz trecho de nota divulgada após a videoconferência.

Desde 1974, a importação chinesa de bens pelo Brasil cresceu de US$ 2 milhões para US$ 64 bilhões. É focada em bens de capital e insumos industriais, segundo dados apresentados pelo MDIC.

No mesmo período, a exportação brasileira para o país asiático cresceu de US$ 19 milhões para US$ 94 bilhões. Alguns dos principais produtos vendidos à China são soja, petróleo e minerais.

CNN

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Geral

VÍDEO: Realidade nas estradas do RN contradiz discurso do governo em redes sociais

Vídeo: Reprodução/Instagram

Nos vídeos amplamente divulgados nas redes sociais, a governadora Fátima Bezerra aparece rodeada por assessores e apoiadores, correndo animadamente para mostrar que as estradas do Rio Grande do Norte estariam em “ótimas condições”. O tom é sempre de otimismo e autoconfiança. No entanto, basta sair das redes e colocar os pés nas vias do estado para perceber que a realidade é completamente diferente.

As rodovias continuam em péssimo estado. Buracos, falta de sinalização e trechos praticamente intransitáveis colocam em risco a vida de quem precisa trafegar diariamente por elas. A prova mais recente da negligência aconteceu na noite de hoje: um grave acidente ocorreu quando um motorista tentou desviar de um buraco e acabou caindo na barragem. Um episódio triste, mas infelizmente previsível diante do descaso com a infraestrutura.

É inaceitável que o governo insista em uma narrativa de melhorias quando o povo vive o contrário. A propaganda oficial não pode se sobrepor à realidade das ruas, e muito menos ignorar os perigos que a população enfrenta dia após dia. Governar é, acima de tudo, cuidar — e cuidar começa por garantir o básico: segurança nas estradas.

Acontece RN

Opinião dos leitores

  1. Fátima acha que o povo do RN é burro, ela vive de enganar e mentir para a população, trata todos como crianças imbecis, o povo foi tudo isso, quando em uma atitude irresponsável votou e a elegeu para desgovernar nosso Estado.

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Geral

Duas receitas tradicionais e deliciosas da culinária portuguesa no Papo de Fogão desse final de semana

Duas receitas tradicionais e deliciosas da culinária portuguesas no Papo desse final de semana.
Portugal vai invadir o Papo de Fogão desse final de semana com duas receitas tradicionais e deliciosas preparadas pelo Chef Alberto Carvalho, do Eva Senses Hotel, de Algarve/Portugal. Que vai preparar uma Caldeirada de frutos do mar com xerém de coentro e um bolinho de bacalhau. Receitas que v ao surpreender você pelo sabor e praticidade de preparo. Não perca o Papo de Fogão.

SÁBADO
BAND
MARANHÃO, 8h
CEARÁ, 8h
PIAUÍ, 8h
PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h
Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

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