O governo conservador espanhol aprovou nesta sexta-feira (17) uma polêmica reforma do sistema educacional, duramente atingido pelos cortes orçamentários, para reduzir o elevado nível de fracasso escolar em um país com um desemprego juvenil superior a 57%.
Os pontos chave da reforma, e também os mais controversos, são a flexibilização dos currículos escolares – que separa aos 15 anos os alunos encaminhados à formação profissional dos que querem cursar uma universidade – e a introdução de exames ao fim de cada etapa escolar para conseguir o título correspondente.
Após reunião do conselho de ministros, Soraya Sáenz de Santamaría, porta-voz do executivo, justificou os motivos da reforma.
— Precisamos de uma remodelação urgente de todo o sistema educacional porque não podemos permitir os números de fracasso, abandono escolar e desemprego juvenil do sistema.
A medida aprovada pelo governo, que será debatida no Congresso dos deputados – onde o partido governamental dispõe de maioria absoluta -, é “uma das reformas mais importantes na agenda do governo” de Mariano Rajoy, no poder desde dezembro de 2011, acrescentou o ministro da Educação, Ignacio Wert.
Afundada na recessão, a Espanha sofre com uma taxa de desemprego histórica superior a 27%, que entre os jovens de 16 a 24 aos dispara a 57,22%.
Ao alto desemprego entre os jovens soma-se uma taxa de abandono escolar de 25%, “o dobro em comparação com o resto dos países da UE”, disse Sáenz de Santamaría.
Quase um quarto (23,5%) dos jovens entre 15 e 29 anos não trabalham ou estudam, acrescentou.
— O investimento em educação duplicou na última década e o fracasso também.
Sáenz fez referência às críticas da comunidade acadêmica pela redução de 3 bilhões de euros anuais do orçamento educacional, dentro do drástico plano de austeridade.
Milhares de professores e estudantes protestaram no dia 9 de maio na Espanha pedindo a renúncia de Wert por uma reforma que consideram discriminatória e que também não convence os demais grupos políticos.
Do R7
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