A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (6) não ser possível comparar a espionagem promovida pelo governo brasileiro com as ações da agência americana NSA.
A Folha revelou nesta semana que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) espionou diplomatas da Rússia, Irã e Iraque entre 2003 e 2004.
“Não pode comparar o que a Abin fez em 2003 e 2004, até porque, segundo a Abin, foi contrainteligência.”
Dilma disse que “inteligência e defesa dos governos” são uma questão velha e que a ação brasileira “não levou a nenhuma consequência de violar a privacidade.”
Nas ações da Abin não houve monitoramento de mensagens eletrônicas e telefonemas. A atuação dos agentes brasileiros se deu em território nacional.
“Isso é previsto na legislação brasileira, não cometeu nenhuma ilegalidade. No outro caso, é um aparato de violação da privacidade dos direitos humanos e da soberania dos países.”
A presidente concedeu entrevista ao grupo RBS, do Rio Grande do Sul, pela manhã em Brasília.
Dilma também comentou o cancelamento da visita que faria em outubro aos Estados Unidos, devido ao vazamento das ações da NSA pelo ex-analista Edward Snowden. Disse que, se a programação fosse mantida, poderia ocorrer “constrangimento” durante a viagem e classificou a situação como “inadmissível”.
Ela afirmou que esperava um pedido de desculpas do governo Barack Obama, o que não ocorreu. Também disse que “ninguém sabe o que tem o Snowden, nem os Estados Unidos sabem” e que novas denúncias poderiam ser divulgadas.
“O tema que vocês pautariam seria essas denúncias. E não as nossas realizações.”
Dilma também afirmou que o caso não influenciou nas relações comerciais entre os dois países.
Folha
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