Foto: Leandro Fonseca / Exame
Em um esforço para apaziguar a crise gerada pela intenção de buscar formas de aprovar o novo Auxílio Brasil e os ruídos em torno da permanência de Paulo Guedes à frente da pasta da Economia, o ministro Fábio Faria, das Comunicações, fez um pronunciamento por meio de suas redes sociais na tarde desta sexta, 22. O depoimento foi enviado em primeira mão para EXAME.
Em sua fala, o ministro afirmou que Paulo Guedes não deixará o Ministério da Economia. “Não existe ninguém buscando um substituto para Paulo Guedes”, afirmou.
Em São Paulo, Faria falou com exclusividade à EXAME e negou que estivesse na cidade sondando substitutos para o ministro Guedes, como foi ventilado nesta sexta-feira.
O ministro reforçou o que disse ao longo do dia: o auxílio emergencial não vai passar dos 400 reais, já anunciados pelo governo, garantiu. “Será usada verba já à disposição do ministério”, afirmou.
Considerado um dos ministros mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro, Faria teve uma agenda intensa de reuniões nesta sexta-feira, em São Paulo, com o objetivo de acalmar investidores após as notícias de furo no teto de gastos. Após recuar 3,3% na quarta e 2,7% na quinta, o índice Ibovespa voltou a cair mais de 3% nesta sexta-feira.
Os juros futuros bateram 12,50%, também na esteira da crise política e econômica causada pela saída de quatros secretários do ministério da Economia, na noite da quinta-feira, 21. Deixaram a pasta os secretários de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, além da secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
Reformas e aumento de arrecadação
Faria ressaltou o que considera conquistas do governo. O marco regulatório do saneamento, a lei do gás e a independência do Banco central foram algumas das medidas encaminhadas pelo governo — e aprovadas pelo Congresso— enfatizadas pelo ministro.
Além disso, o ministro tratou de reforçar feitos alcançados pelo Ministério da Economia, que ficaram em segundo plano nos últimos dias. O gasto do governo Bolsonaro, mesmo com a pandemia, vai cair em relação ao governo anterior, um fato inédito no período republicano.
No início de 2020, o déficit fiscal esperado era de 220 bilhões de reais, mas o aumento na arrecadação vai fazer com que o déficit feche 2021 perto dos 100 bilhões de reais. A relação dívida/pib, por sua vez, passou de 91% para 80% ao longo de 2021.
Perto desses números, tem defendido o ministro, a alteração de até 80 bilhões de reais no teto de gastos fica atenuada. O maior desafio do governo, agora, é aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios no Plenário da Câmara, na semana que vem. São necessários 308 votos, em dois turnos.
Na quinta-feira, 21, a comissão especial que discute a PEC dos precatórios na Câmara aprovou por 23 votos a 11, o texto-base do parecer do relator, Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta, que busca abrir espaço para a criação do Auxílio Brasil, estabelece um limite anual para o pagamento das dívidas da União e muda a regra de correção do teto de gastos.
EXAME
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