Jornalismo

Ficha Limpa abre brechas para batalhas jurídicas

Após dois julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), nos quais foi confirmada a constitucionalidade e a validade para as próximas eleições municipais, a Lei da Ficha Limpa abre nos meios políticos a perspectiva de batalhas jurídicas em torno de quem é ou não elegível. Vários pontos das novas regras parecem suscitar dúvidas. Um deles: em caso de contas rejeitadas pelos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs), mas aprovadas em Câmaras Municipais ou na Assembléia Legislativa, qual o veredicto válido? A começar pela quantidade de chefes de Executivo e de gestores já com contas julgadas irregulares pelos TCEs – um número exponencial inclusive no Rio Grande do Norte – e levando-se em consideração que a nova lei abrange condenações anteriores à sua aplicabilidade, se pode imaginar o tamanho da polêmica que o tema gerará.

Juristas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE chamam a atenção para a complexidade da interpretação dos dispositivos da Lei da Ficha Limpa e até da abrangência dos julgamentos realizados pelo STF. Opiniões divergentes, neste momento, serão teses a alimentar recursos que deverão cair no colo da Justiça Eleitoral. O advogado Paulo de Tarso Fernandes observou que o acionamento dos magistrados será inevitável, para começar, porque os ministros do Supremo, embora tenham definido a constitucionalidade da nova lei de forma genérica, não o fizeram nesse ponto específico. “A constitucionalidade se deu em relação a alguns dispositivos, mas neste não”, assinalou. O jurista explanou que uma “leitura direta na lei” efetivamente dispensa a participação do Legislativo no processo, mas a indefinição quanto à constitucionalidade certamente provocará questionamentos dos descontentes. O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Erick Pereira, entende diferente. Para ele, a lei foi analisada e julgada constitucional na íntegra. Pereira faz uma ressalva, por outro lado, destacando que a decisão dos TCE’s somente se sobrepõe ao Legislativo em casos de irregularidade insanável ou probidade de natureza dolosa (ou intencional).

De qualquer maneira, as punições advindas dos Tribunais de Contas já resultavam em inelegibilidade dos gestores, independente de posterior apreciação das Casas Legislativas. Este, no entanto, não é o caso dos chefes de Executivo na mira dos conselheiros de Contas. Para eles, havia ainda a possibilidade de uma reanálise por parte dos vereadores/deputados e se os parlamentares, ao final do processo, enxergassem diferente dos membros do TCE, o investigado estaria livre de qualquer espécie de punição eleitoral. Esse foi o caso constatado quando da apreciação das contas do ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB). Julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado as finanças da gestão do peessebista foram aprovadas, num período posterior, pelos deputados estaduais. Na opinião de Paulo de Tarso Fernandes, Iberê Ferreira é hoje um político inelegível, embora deixe claro: “há uma dúvida constitucional a respeito”.

Mas para Erick Pereira, o ex-governador pode se candidatar quando desejar porque as decisões dos Tribunais de Contas somente se sobrepõem quando a punição for por irregularidade insanável ou improbidade de natureza dolosa. Diz o professor: “O Superior Tribunal Federal diz que se o Ministério Público não recorrer [de decisão do Legislativo] este posicionamento prevalecerá porque o TCE é um órgão auxiliar das Câmaras e Assembleias”.

Sobre as divergências, concluiu Paulo de Tarso: “o que causa mais apreensão é que talvez o Supremo nem decida essa questão [da constitucionalidade] antes de deflagrado o processo eleitoral e isso vai demandar muito ao Judiciário porque sabemos que são muitos os prefeitos e ex-prefeitos com contas reprovadas”. E é só o começo.

OAB acredita na moralização da política

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN), Paulo Eduardo Teixeira, afirmou que a instituição defende a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa em todos os casos possíveis, inclusive no tocante às punições no âmbito dos Tribunais de Contas. Ele disse entender que o intuito da lei é de moralização e por isso não há como um propenso candidato, com as contas desaprovadas por órgãos fiscalizadores, participarem do pleito. “Você não vai dar voto em vão. Se a pessoa já tem contas rejeitadas como pode se apresentar para ser candidato de alguma coisa?”, criticou.

“A Ordem entende que quando se defendia a não aplicação se falava na presunção da inocência. Mas nós entendemos, fazendo uma análise, que a lei veio para moralizar. Você tendo uma condenação de um colegiado estaria em princípio impossibilitado de participar do processo, então neste caso é um colegiado e nós entendemos que se aplica”, opinou Paulo Eduardo. Ele enfatizou o fato de a Lei ter nascedouro na iniciativa popular e ser uma proponente de mudanças.  “Esse assunto vai ser explorado pelos candidatos que têm ficha limpa e eu vejo aí um caminho de mudança”, comemorou. O presidente da OAB/RN disse que falta agora vontade da classe política para aprovar de uma vez por todas a reforma eleitoral. “Isso é um ponto fundamental. Os políticos precisam urgentemente fazer uma modificação nas eleições. Não é interessante em todos os pleitos ter que haver resoluções do TSE porque não temos uma lei permanente”, defendeu.

Tribunal eleitoral está pronto para aplicar nova lei

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN), desembargador Saraiva Sobrinho, se posicionou contrariamente à Lei da Ficha Limpa, embora tenha deixado claro que a Justiça se prepara para agilizar os processos e aplicar a Lei. Para ele, a proposta como foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gera efeitos anteriores e prejudica as partes. “Vamos consertar o Brasil de forma prospectiva, e não retroativa, sob pena de não termos segurança jurídica”, disse ele, repetindo as palavras do ministro do STF, Marco Aurélio Mello.

O magistrado destacou, porém, que o TRE/RN está preparado para aplicar a lei sempre que for necessário, respeitando os recursos dos candidatos.  Ele disse também que foi criada uma força tarefa para análise dos processos de prestação de contas em tramitação nas Zonas Eleitorais que acumulavam mais de 50% do total de feitos tramitando na 1ª instância. “Em 2012 daremos continuidade ao trabalho que já vem sendo desenvolvido, apontando para resultados satisfatórios a serem divulgados posteriormente com a conclusão das atividades”.

Saraiva assinalou ainda que o TSE já aprovou a maioria das normas específicas acerca das eleições, mas ainda não o fez quanto à prestação de contas, embora ainda haja prazo até o dia 5 de março. “Acredito na tendência de que a Corte Superior imponha limitações de elegibilidade àqueles que não tiveram suas contas aprovadas. É bom frisar que, atualmente, caso o candidato tenha sido omisso na apresentação de suas contas , perderá uma das condições de elegibilidade.”

Fonte: Tribuna do Norte

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Política

“Economist” desaconselha reeleição de Lula

Foto: Reprodução

A revista britânica Economist publicou um editorial (para assinantes) em que recomenda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não concorra à reeleição em 2026. A publicação aponta a idade do chefe do Executivo como o principal entrave para um eventual 4º mandato.

O texto, divulgado nesta 3ª feira (30.dez.2025), também descreve o senador e pré-candidato à Presidência Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como “impopular e ineficaz” e sugere o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como uma alternativa para a direita.

Lula completou 80 anos em outubro. Caso vença as eleições de 2026, encerraria um eventual 4º mandato aos 85 anos.

“Apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso no poder por mais quatro anos. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo”, afirma o editorial.

O editorial também traça um paralelo com os Estados Unidos ao citar o caso de Joe Biden. A revista afirma que candidatos com mais de 80 anos carregam riscos elevados, lembrando que Biden tinha 81 anos no mesmo ponto do ciclo eleitoral de 2024 e que sua tentativa de reeleição terminou de forma desastrosa.

A revista avalia que o presidente “não tem adversários sérios no centro ou na esquerda” capazes de substituí-lo na disputa presidencial. Para a publicação, o Brasil “merece escolhas melhores” em 2026, ainda que reconheça a “robustez” das instituições democráticas do país em 2025.

Sobre Flávio Bolsonaro, cuja pré-candidatura tem apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o texto afirma: “Flávio é impopular, ineficaz e quase certamente perderia uma disputa contra Lula”. A revista acrescenta que “outros possíveis candidatos estão sendo cogitados, incluindo alguns governadores competentes”.

Nesse contexto, a Economist sugere que Tarcísio de Freitas “deveria ter a coragem de se lançar na disputa” e afirma que, “ao contrário dos Bolsonaros, ele é ponderado e democrata”.

O governador, porém, já declarou que não concorrerá ao Planalto. Em 18 de dezembro, manifestou apoio à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro.

A revista considera improvável que Lula desista da candidatura e defende que partidos de oposição se unam em torno de um nome capaz de superar a “polarização dos anos Lula-Bolsonaro”.

Para a Economist, o perfil ideal seria o de um político de centro-direita que “reduza a burocracia, mas não as florestas tropicais; seja rigoroso com o crime, sem desrespeitar as liberdades civis; e respeite o Estado de Direito”.

Poder360

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Política

Nilda presta contas de avanços em seu primeiro ano de gestão

Foto: Divulgação

A Prefeitura de Parnamirim conclui o primeiro ano da gestão da prefeita Nilda com um balanço marcado por reconstrução administrativa, responsabilidade fiscal e retomada de políticas públicas essenciais. Ao assumir o município, a gestão encontrou um cenário de graves dificuldades financeiras, obras paralisadas e serviços fragilizados. Em doze meses, o trabalho foi concentrado em reorganizar a máquina pública e devolver resultados concretos à população.

Mesmo diante dos desafios herdados, a administração avançou em áreas estratégicas como educação, saúde, infraestrutura, assistência social, segurança, cultura, esporte, limpeza urbana e valorização dos servidores, consolidando uma nova forma de governar baseada em planejamento, eficiência e cuidado com as pessoas.

Na educação, além das ações pedagógicas e de valorização profissional já implementadas, a gestão também avançou na reforma dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e manutenção de várias unidades escolares garantindo ambientes mais seguros, adequados e acolhedores para crianças, profissionais e famílias.

Na saúde, os investimentos e reorganização da rede permitiram ampliar o acesso aos serviços, fortalecer a atenção básica e especializada e assegurar mais resolutividade no atendimento à população. Unidades foram reabastecidas com insumos e medicamentos, filas de exames e cirurgias eletivas zeradas e ampliação de serviços em todas as UBSs.

A infraestrutura urbana foi uma das prioridades do primeiro ano. A gestão executou tapa-buracos por toda a cidade, devolvendo trafegabilidade e segurança viária em diversos bairros. Vias importantes foram entregues totalmente pavimentadas em Cajupiranga promovendo mobilidade e valorização urbana. Houve ainda o destravamento das obras financiadas pelo FINISA, com a conclusão e entrega das praças de Cidade Verde e Pium, espaços de convivência que estavam paralisados há anos. Outro destaque é o avanço expressivo da RN-313, que está praticamente finalizada, consolidando uma obra estratégica para a mobilidade regional.

No campo do desenvolvimento urbano e ambiental, a Prefeitura implantou o programa “Alvará Tá na Mão”, que desburocratizou processos, agilizou a emissão de licenças e estimulou novos investimentos, fortalecendo o ambiente de negócios e o crescimento ordenado da cidade.

A Assistência Social ampliou o alcance das políticas públicas, aproximando os serviços das comunidades, fortalecendo a proteção social e garantindo mais dignidade às famílias em situação de vulnerabilidade, além de reformar várias unidades dia CRAS.

Na segurança pública, os investimentos em efetivo, estrutura, planejamento e integração com outras forças resultaram em um marco histórico: Parnamirim passou a ser reconhecida como a cidade mais segura do Rio Grande do Norte, reflexo direto das políticas preventivas e do fortalecimento da Guarda Municipal com a convocação dos 57 agentes aprovados no último concurso público.

Outra iniciativa importante, o projeto “Parnamirim Aeroporto Digital” também avançou. As tratativas para a implementação dessa iniciativa que promete mudar a realidade do município estão em andamento. Inclusive, a prefeita esteve em Recife para acompanhar o funcionamento do Recife Porto Digital e firmou uma parceria com os dirigentes locais, que se comprometeram a apadrinhar o projeto parnamirinense,

Os resultados também se refletiram na economia. Em 2025, Parnamirim se destacou como a segunda cidade que mais gerou empregos no ano, demonstrando a retomada da confiança, o aquecimento da economia local e a eficácia das ações voltadas ao desenvolvimento econômico.

A gestão também se destacou na limpeza urbana, com modernização dos serviços e reconhecimento em rankings estaduais e nacionais de coleta e destinação correta de resíduos sólidos.

Na cultura, esporte e turismo, eventos tradicionais foram retomados e novas iniciativas passaram a integrar o calendário oficial, movimentando a economia, promovendo lazer, inclusão social e valorização da identidade cultural do município.

Outro marco do primeiro ano foi a valorização histórica dos servidores públicos, com reajustes salariais, recomposição de perdas, retomada de progressões, pagamento de direitos represados e novas convocações, reafirmando o compromisso com quem faz o serviço público acontecer.

Para a prefeita Nilda, o momento é de consolidar conquistas e projetar novos avanços.
“Foi um ano de reconstrução. Arrumamos a casa, enfrentamos problemas financeiros sérios e já conseguimos imprimir nossa forma de trabalhar, com planejamento, diálogo e compromisso com as pessoas. Avançamos muito, mas ainda vem muito mais por aí para melhorar a vida da população de Parnamirim”, afirmou.

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Mundo

China vai impor tarifas de 55% sobre importações de carne bovina do Brasil

Foto: Reuters

A China vai impor tarifas adicionais de 55% sobre as importações de carne bovina de países como Brasil, Austrália e Estados Unidos, quando os embarques excederem determinadas cotas, em um momento em que a indústria nacional enfrenta um excesso de oferta.

O Ministério do Comércio da China informou na quarta-feira (31) que a cota total para 2026 é de 2,7 milhões de toneladas, com o Brasil recebendo a maior parcela, de 41,1%, seguido pela Argentina com 19,0% e o Uruguai com 12,1%.

O ministério alocou uma cota de 205 mil toneladas para a Austrália e 164 mil toneladas para os Estados Unidos.

Em 2024, a China importou 1,34 milhão de toneladas de carne bovina do Brasil, 594.567 toneladas da Argentina, 216.050 toneladas da Austrália, 243.662 toneladas do Uruguai, 150.514 toneladas da Nova Zelândia e 138.112 toneladas dos Estados Unidos.

As medidas da China entrarão em vigor em 1º de janeiro, com duração de três anos, e a cota total aumentará a cada ano, atingindo 2,8 milhões de toneladas métricas em 2028.

A China fez o anúncio na quarta-feira, após duas prorrogações da investigação sobre importação de carne bovina, iniciada em dezembro passado. Autoridades afirmam que a investigação não tem como alvo nenhum país específico.

Na semana passada, associações da indústria de carne bovina chinesa pressionaram o governo a impor medidas de salvaguarda imediatas até o final do ano para estabilizar as expectativas do mercado e o sustento dos criadores nacionais, informou o jornal estatal Global Times.

Desde 2023, o setor de criação de gado bovino da China vem sofrendo grandes prejuízos devido a diversos fatores, incluindo as importações, o que levou muitos criadores a abaterem animais reprodutores para reduzir custos, segundo um funcionário do setor citado pelo Global Times.

A China importou um recorde de 2,87 milhões de toneladas métricas de carne bovina no ano passado. As importações no período de janeiro a novembro caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 2,59 milhões de toneladas.

CNN

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Geral

Defesa de Bolsonaro estuda novo pedido de prisão domiciliar após uma semana de internação

Foto: Reuters/Mateus Bonomi

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia apresentar um novo pedido de prisão domiciliar ao STF (Supremo Tribunal Federal). A iniciativa é estudada após Bolsonaro completar uma semana internado em um hospital de Brasília, nesta quarta-feira (31), enquanto seus advogados aguardam a divulgação de um novo relatório médico para embasar o requerimento ao ministro Alexandre de Moraes.

Segundo o cirurgião-geral Cláudio Birolini, em entrevista à CNN, a previsão de alta hospitalar segue mantida para quinta-feira (1º), mesmo após o procedimento realizado na terça-feira (30) para conter crises de soluço. De acordo com o boletim médico, Bolsonaro ainda deve passar por uma endoscopia digestiva alta, com o objetivo de avaliar um quadro de refluxo gastroesofágico.

Bolsonaro está preso desde novembro, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após ser condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Desde então, a defesa já apresentou dois pedidos de prisão domiciliar, ambos negados pelo STF.

No dia 19 de dezembro, Moraes rejeitou o pedido de domiciliar na mesma decisão em que autorizou Bolsonaro a realizar uma cirurgia para retirada de uma hérnia, procedimento feito em 25 de dezembro. Antes disso, em 22 de novembro, o ministro já havia negado a chamada prisão humanitária, alegando que o quadro de saúde não justificava a medida.

Agora, os advogados avaliam se os novos laudos médicos poderão sustentar um novo pedido, mesmo com a expectativa de alta hospitalar nos próximos dias.

Com informações da CNN

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Geral

Violência no Brasil supera país em guerra civil e coloca o país entre os mais perigosos do mundo

Foto: Giles Clarke/Avaaz via Getty Images

Mesmo sem estar oficialmente em guerra, o Brasil apresenta níveis de violência superiores aos de países mergulhados em conflitos armados prolongados, como o Sudão. Localizado no norte da África, o país vive desde 2023 uma guerra civil que já provocou uma das maiores crises humanitárias recentes, com mais de 12 milhões de deslocados e cerca de 150 mil mortos, segundo estimativas da ONU.

Ainda assim, os indicadores de violência colocam o Brasil em situação mais grave. Em 2024, o país registrou 35.365 homicídios dolosos, uma média de 97 assassinatos por dia, de acordo com o Mapa da Segurança Pública, do Ministério da Justiça. No mesmo período, houve 40.874 tentativas de homicídio — alta de 7,47% em relação a 2023 — além de 729 casos de lesão corporal seguida de morte.

Levantamento do projeto ACLED (Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos) reforça esse cenário ao apontar o Brasil como o sétimo país mais violento do mundo, considerando critérios como letalidade, alcance geográfico da violência, risco para civis e atuação de grupos armados. Entre janeiro e novembro, foram registrados 9.305 episódios violentos no país, sendo 4.449 contra civis. No Sudão, no mesmo período, foram 3.650 ocorrências, com 1.530 ataques à população civil.

O ranking do ACLED é liderado por territórios que enfrentam guerras abertas, como Palestina, Mianmar e Síria, mas também inclui países marcados pela forte atuação do crime organizado. Dados recentes indicam que até nações em guerra, como Ucrânia e Rússia, apresentaram níveis de violência inferiores aos registrados no Brasil.

Apesar da gravidade, o Brasil caiu uma posição no ranking global após ser ultrapassado pelo Equador, que enfrenta uma escalada de violência ligada a facções criminosas. A crise equatoriana chegou ao ponto de levar o presidente Daniel Noboa a buscar apoio externo, inclusive de empresas privadas de segurança, em uma tentativa de conter o avanço da criminalidade.

Com informações do Metrópoles

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Economia

Correios recebem R$ 10 bilhões em empréstimos com aval da União para evitar colapso financeiro

Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Os Correios receberam nesta terça-feira (30) um repasse de R$ 10 bilhões em empréstimos após a publicação do contrato de garantia entre a União e um consórcio de bancos, firmado para socorrer a situação financeira da estatal. O acordo total prevê R$ 12 bilhões, sendo que os R$ 2 bilhões restantes devem ser liberados em janeiro.

A confirmação foi obtida com exclusividade pelo g1.

O contrato, publicado no Diário Oficial da União, envolve Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, com validade até 2040 e garantia do governo federal. Na prática, o Tesouro Nacional atua como avalista da operação, assumindo o risco caso a empresa não consiga honrar os pagamentos, o que reduz a exposição dos bancos.

Com a liberação do crédito, os Correios conseguiram pagar os salários de dezembro, estimados em R$ 300 milhões. Segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, Banco do Brasil, Caixa e Bradesco aportarão R$ 3 bilhões cada, enquanto Itaú e Santander contribuirão com R$ 1,5 bilhão cada. A taxa de juros foi fixada em 115% do CDI, com carência de três anos e início dos pagamentos em 2029.

Apesar do alívio momentâneo, a situação financeira da empresa segue crítica. O plano de reestruturação prevê corte de R$ 2 bilhões em gastos com pessoal, venda de imóveis, fechamento de mil agências e um programa de demissão voluntária que pode reduzir em até 15 mil o quadro de funcionários. A estatal acumula 12 trimestres consecutivos de prejuízo.

No primeiro semestre de 2025, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões, mais que o triplo do resultado negativo do mesmo período de 2024. A direção admite que o modelo econômico da empresa deixou de ser viável e alerta que, sem ajustes rápidos, o rombo pode chegar a R$ 23 bilhões em 2026, mesmo com novos empréstimos e aportes em análise.

Com informações do G1

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Geral

Seca se agrava no RN e atinge pior nível desde 2018, aponta Agência Nacional de Águas

Foto: Junior Santos_Arquivo TN

O Rio Grande do Norte enfrenta o cenário mais grave de seca extrema desde 2018, segundo dados do Monitor de Secas divulgados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Entre outubro e novembro, a área atingida pela estiagem avançou de 91% para 94% do território estadual, reforçando a persistência e o agravamento do fenômeno no estado.

Além da expansão territorial, houve piora significativa na intensidade da seca. Em novembro, a condição de seca extrema passou a atingir 19% do RN, o maior percentual desde março de 2018, quando 38% do território potiguar estava nessa classificação. O estado está entre os dez que registraram aumento da área afetada no período analisado.

No cenário nacional, o Monitor de Secas aponta que o fenômeno se intensificou em 19 unidades da Federação, incluindo o Rio Grande do Norte. Em oito estados, a seca já atinge 100% do território, enquanto nos demais a área afetada varia entre 27% e 94%, evidenciando um quadro de estiagem generalizada no país.

O agravamento da seca tem reflexo direto nos reservatórios. Dados divulgados pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn) mostram que os 69 mananciais monitorados acumulam atualmente 2,01 bilhões de metros cúbicos, o equivalente a apenas 38,08% da capacidade total do estado. A barragem Umari, por exemplo, caiu de 78% para pouco mais de 53% em um ano.

A situação é ainda mais crítica no Seridó, região com o menor volume proporcional de reservas hídricas do RN, com apenas 14% da capacidade total. O Igarn aponta que 18 reservatórios estão abaixo de 10% do volume, incluindo açudes praticamente secos, como Itans, Passagem das Traíras e Lulu Pinto, acendendo um alerta para o abastecimento e a segurança hídrica nos próximos meses.

Com informações da Tribuna do Norte

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Política

Internado, Bolsonaro deve passar por novo procedimento médico na véspera do Ano-Novo

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser submetido a mais um procedimento médico nesta quarta-feira (31), véspera de Ano-Novo. De acordo com boletim divulgado por sua equipe médica na terça-feira (30), está prevista a realização de uma endoscopia para avaliar um quadro de refluxo gastroesofágico, após novas intervenções para controlar crises persistentes de soluço.

Caso o exame seja realizado, esta será a quinta intervenção médica desde a internação de Bolsonaro no hospital DF Star, em Brasília, na véspera de Natal. Na segunda-feira (29), ele passou por um reforço no bloqueio do nervo frênico, procedimento de radiointervenção com anestesia utilizado para interromper temporariamente a função do diafragma e conter os soluços.

Segundo os médicos, o efeito do anestésico aplicado dura entre 12 e 18 horas, período em que o ex-presidente permanece internado para observação. Após a intervenção mais recente, Bolsonaro apresentou uma crise de hipertensão, mas o quadro foi considerado estável pela equipe médica.

Os profissionais de saúde informaram ainda que, antes do novo procedimento, Bolsonaro chegou a registrar cerca de 50 episódios de apneia do sono por hora, fator que contribuiu para a indicação da endoscopia. A previsão é de que ele passe o Réveillon hospitalizado, com possível alta em 1º de janeiro, caso não haja intercorrências.

Apesar do boletim médico, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro informou nas redes sociais que o ex-presidente foi submetido a um novo reforço no bloqueio do nervo frênico na terça-feira, reforçando que o tratamento segue em andamento para controle do quadro clínico.

Com informações do Metrópoles

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Economia

RN arrecada R$ 28,5 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro

Foto: Alex Régis

O Rio Grande do Norte arrecadou aproximadamente R$ 28,5 bilhões em impostos entre 1º de janeiro e a tarde desta terça-feira (30), de acordo com dados do Impostômetro. O montante representa cerca de 0,64% de toda a arrecadação nacional no período, que somou R$ 3,97 trilhões. Apenas Natal concentrou cerca de R$ 1,12 bilhão desse total, considerando tributos federais, estaduais e municipais.

A informação é da Tribuna do Norte. Segundo o economista Thales Penha, o ICMS é o principal motor da arrecadação potiguar, respondendo por cerca de 90% dos tributos recolhidos no estado. O imposto incide especialmente sobre setores como energia elétrica, combustíveis e consumo em geral. Para ele, apesar do valor elevado, a carga tributária brasileira está próxima da média de países em desenvolvimento quando comparada ao Produto Interno Bruto (PIB).

O advogado tributarista Igor Medeiros avalia que o peso da arrecadação no RN está diretamente ligado ao comprometimento do orçamento com o funcionalismo público, o que reduz a capacidade de investimento em obras estruturantes. Ele também aponta que a informalidade e a sonegação acabam pressionando ainda mais quem atua no setor formal, gerando desequilíbrios no sistema tributário.

Já Penha destaca que a informalidade e as políticas de isenção fiscal impactam a arrecadação e provocam distorções. Segundo ele, renúncias concedidas a empresas dentro de programas de incentivo industrial reduzem a base arrecadatória e acabam exigindo aumento de alíquotas para compensação da perda de receita.

Para representantes do setor produtivo, como a Fecomércio-RN, a carga tributária elevada continua sendo um entrave ao crescimento econômico. O presidente da entidade, Marcelo Queiroz, lembra que cerca de um terço da riqueza produzida no Brasil é absorvida por impostos, o que limita investimentos, geração de empregos e competitividade.

Com informações da Tribuna do Norte

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Geral

Depoimentos expõem contradições, complicam banqueiros e blindam Banco Central no caso Master

Foto: Divulgação

Os depoimentos colhidos nesta terça-feira (30) no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do Banco Master agravaram a situação do dono da instituição, Daniel Vorcaro, e do ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ao mesmo tempo em que reforçaram a posição do Banco Central (BC). As oitivas foram conduzidas pela Polícia Federal e culminaram na confirmação de uma acareação entre os banqueiros.

Vorcaro foi o primeiro a depor, permanecendo por cerca de duas horas e meia diante da delegada Janaína Palazzo. Em seguida, foi ouvido Paulo Henrique Costa. Por último, prestou esclarecimentos o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. Segundo apuração da CNN Brasil, o ambiente foi marcado por tensão e discussões iniciais sobre o rito do procedimento e a possibilidade da acareação, determinada pelo ministro Dias Toffoli.

As versões apresentadas por Vorcaro e pelo ex-presidente do BRB apresentaram divergências relevantes, especialmente sobre a atuação do Banco Central no processo de fiscalização e o intervalo entre os primeiros indícios de irregularidades e a decretação da liquidação do Master. Diante das contradições, a Polícia Federal decidiu colocar os dois frente a frente em uma acareação.

O diretor do Banco Central, no entanto, foi dispensado desse procedimento. Interlocutores do gabinete de Toffoli avaliaram que o depoimento de Ailton de Aquino foi consistente e esclarecedor, fortalecendo a posição da autoridade monetária no caso. A acareação entre os banqueiros durou pouco mais de 30 minutos e foi encerrada no início da noite.

Vorcaro e Paulo Henrique Costa são investigados por supostas fraudes bilionárias envolvendo a criação de uma carteira de crédito fictícia utilizada na tentativa de venda do Banco Master ao BRB. O esquema levou à deflagração de uma operação da Polícia Federal e culminou, em novembro, na liquidação extrajudicial do banco pelo Banco Central.

Com informações da CNN

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