Se o povo brasileiro tivesse a mesma mamata dos clubes de futebol na hora de pagar as contas, com certeza o País já teria quebrado. Não haveria empresa ou governo que resistisse a tanta inadimplência.
O que acontece no dia a dia do nosso esporte beira o ridículo. Vejam só o exemplo do Flamengo.
Segundo o jornal italiano Tuttosport, o Rubro-Negro é hoje a primeira opção para contratar Robinho até o fim do ano. Haviam outros times interessados no atacante, mas as negociações esfriaram um pouco porque, digamos, o custo-benefício de Robinho não é dos melhores hoje em dia.
Ele já não é mais um menino. E pede uma pequena fortuna para deixar a Itália. Aos 30 anos, Robson não aceita ganhar muito menos de R$ 1 milhão por mês de salários.
E qual é o único clube que continua na briga para contratar o rapaz? O Flamengo, é claro. Sim, o Fla, conhecido por não pagar suas dívidas. E que deve bizarros R$ 386,4 MILHÕES em impostos ao governo.
Só pode ser brincadeira o clube com a maior dívida do Brasil querer contratar um dos jogadores mais caros do País, não é? Pior que não.
Já está montado um projeto para dividir o salário do jogador em cotas, divididas por três empresas. Cada uma bancaria R$ 300 mil por mês para compôr a fortuna. Como viria o retorno disso? Com vendas de camisa, ações de patrocinadores, entre outras coisas.
Ou seja, mesmo sem dinheiro e devendo uma grana, o clube consegue se manter ativo e comprar jogadores que estão muito além de suas possibilidades. Bem que eu queria ter o mesmo privilégio todo fim de mês.
Apesar de ter diminuído o salário de seu treinador, já que Luxemburgo vai ganhar ‘apenas’ (dói escrever isso) R$ 350 mil, metade do que ganhava Ney Franco, o Fla continua com o pensamento megalomaníaco.
A zona do rebaixamento e a possibilidade real de cair para a segunda divisão fizeram a diretoria abandonar os planos iniciais, mais ‘pés no chão’. Agora, na hora do ‘ou vai, ou racha’, o jeito é gastar o que não tem pra tentar resolver o problema.
Os garotos da categoria de base não estão resolvendo o problema do time. Do time campeão da Copa São Paulo de futebol júnior em 2011, poucos foram aproveitados e se destacaram no profissional.
Mas Robinho é o cara certo?
Com R$ 900 mil por mês, quantos jogadores menos badalados e mais brigadores poderiam ser contratados?
Tudo isso só mostra o seguinte: nós somos é muito trouxas, mesmo. Trabalhamos, ralamos para pagar contas, perdemos noites de sono pensando nos compromissos. Enquanto isso, os clubes continuam fazendo a festa. Quanto mais devem, mais gastam fortunas, mais contratam.
Por isso, temos mesmo é que acompanhar de perto a proposta da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que, nos próximos dias, deve ser votada em regime de urgência. Pela nova legislação, os clubes poderiam parcelar as dívidas ao longo de 25 anos, com juros de longo prazo (TJLP).
Em contrapartida, os clubes se comprometem a seguir o chamado “fair play financeiro”. Devem apresentar constantemente certidões negativas de débito. Se não cumprirem os pagamentos previstos, os clubes perderiam pontos no Campeonato Brasileiro.
A possibilidade do rebaixamento sumário foi descartada em composta pelos presidentes de clubes, representantes do governo e dirigentes da CBF. Mas, mesmo assim, já é um avanço.
Vamos ver o que vai rolar. Estamos de olho.
#somostodospalhaços
É por isso que sempre defendo nas conversas informais um TETO PARA JOGADOR DE FUTEBOL, como existe no funcionalismo público, ou seja, nenhum jogador ganharia mais que 100 mil por mês, isso faria com que os clubes se equilibrassem nas suas finanças e que não estivessem a beira da falência como o Flamengo, que tem a maior torcida do Brasil, e vive com o pires na mão…