De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, cabos eleitorais da presidente Dilma Rousseff (PT) que aparecem como “voluntários” na prestação de contas de campanha de 2010 ao Tribunal Superior Eleitoral afirmam que receberam dinheiro “por fora” pelo trabalho realizado no 2º turno da eleição.
Um dos “voluntários” ouvidos pelo jornal, o motoboy Fernando Araújo Matos, 23, de Teresina (PI), disse que rodava a cidade em sua moto carregando bandeiras da candidata do PT. ”No segundo [turno] fiquei só com a Dilma. Recebi R$ 300 e o tanque de gasolina.” O nome dele e de outros cabos eleitorais aparecem em declarações individuais de “trabalho voluntário” assinadas, nas quais eles atestam estar cientes da “atividade não remunerada”, disse.
A Folha de São Paulo localizou pelo menos 12 pessoas em Mato Grosso e no Piauí que disseram nunca ter atuado de graça, apesar de serem tratadas como prestadores de serviço sem remuneração nos papéis entregues pela campanha ao TSE. O PT negou a prática e diz que suas contas foram aprovadas. Efetuar pagamentos de campanha e não declará-los é crime de caixa dois.
Oposição. Políticos e partidos da oposição cobraram ontem que o TSE reexamine a prestação de contas da presidente Dilma referente à campanha eleitoral de 2010.
O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), disse que “são extremamente graves as denúncias publicadas”. Já o deputado federal Roberto Freire (SP), presidente do PPS, disse que o Ministério Público Eleitoral deve pedir que o TSE reexamine as contas da campanha de 2010. ”É desonestidade e fraude. Mais uma malfeitoria do governo Lula-Dilma”, disse Freire.
Portal da Transparência e Folha de São Paulo
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