Um crime de homicídio foi registrado na manhã desta sexta-feira (27) no bairro de Felipe Camarão, na zona Oeste de Natal. Um homem ainda não identificado foi executado a tiros na Rua Manoel Machado, dentro do seu veículo.
Segundo a PM ao 190rn, a vítima estava dirigindo seu veículo de frete quando foi surpreendido por dois homens que se aproximaram e efetuaram os vários disparos de arma de fogo. O motorista morreu antes mesmo do socorro médico. Os criminosos fugiram com destino ignorado. O caso será investigado pela Polícia Civil.
Moradores de condomínios e restaurantes localizados no início da Via Costeira, procuraram a redação do PortalBO para fazer uma denúncia que vem acontecendo de maneira recorrente naquele setor da zona Leste de Natal.
As ações de motoqueiros, em sua maioria desabilitada e usando veículos com escapes adulterados provocando barulho extremo ao ponto de tirar o sossego de quem vive na localidade. Crianças recém nascidas e idosos são os mais afetados pelos infratores que se exibem com manobras arriscadas arriscando não só a própria vida, mas também a de pessoas inocentes que necessitam utilizar a via.
Imagens feitas por um morador de um dos condomínios mostram mais um “rolezinho”, como chamam os baderneiros mostram como foi o final da noite deste domingo (09) e o início da madrugada desta segunda (10). Os indivíduos trafegam em alta velocidade desrespeitando as leis de trânsito, alguns ainda empinam a moto desafiando as autoridades policiais que, naquele momento, não se encontraram no local.
Todo e qualquer morador dos prédios próximos ao circuito onde se pratica o rolezinho sofrem principalmente com o barulho provocado pelos escapes modificados, o que é ilegal, segundo também a lei de trânsito em vigor.
De acordo com um dos moradores, que por direito prefere o anonimato, a situação é desesperadora “eu tenho filho ainda bebê e ele mal consegue dormir assusta com tanto barulho, que mora aqui não aguenta mais esse absurdo”, desabafou. As opiniões de outros condôminos não se dividem e comungam do mesmo depoimento.
A redação do PortalBO entrou em contato com o CPRE (Comando de Policiamento Rodoviário Estadual) e foi informada que esse tipo de situação vem sendo combatida em toda a Grande Natal e que nas últimas semanas dezenas de motocicletas e motonetas foram apreendidas por apresentar irregularidades.
“O trabalho do CPRE é incansável para o combate a essas infrações e crimes. Não será permitida a presença desse tipo de veículo adulterado e essas atitudes de seus condutores”, declarou. O CPRE ainda destacou que a população pode colaborar denunciando através do número 190 ou 181.
Mais um assustador acidente impacta o mundo. Ocorreu nessa segunda-feira (10), no aeroporto de Scottsdale, no Arizona, envolvendo o Learjet 35A do vocalista da banda Mötley Crüe, Vince Neil, e o Gulfstream 200, que seria do ator Vince Vaughn, e deixou o piloto morto e três pessoas feridas. Os cães de estimação que estavam com as passageiras saíram ilesos.
O Learjet, que transportava a namorada de Neil, Rain Andreani, 43 anos, e sua amiga Ashley, perdeu o controle durante manobras na pista e colidiu com outro avião. Rain Andreani sofreu cinco costelas quebradas, a amiga Ashley e o copiloto também ficaram feridos, e todos foram socorridos e encaminhados a um hospital nas proximidades.
Em nota divulgada nas redes sociais, a banda Mötley Crüe confirmou que Vince Neil não estava a bordo do avião no momento do acidente e expressou sua solidariedade à família do piloto
As autoridades aeroportuárias e a aviação civil do Arizona já iniciaram as investigações para apurar as causas do acidente. Peritos estão analisando imagens de câmeras de segurança e avaliando as condições mecânicas da aeronave, além de considerar possíveis fatores humanos ou climáticos que possam ter contribuído para o incidente.
Este trágico episódio ressalta a importância de medidas rigorosas de segurança nas operações aeroportuárias, especialmente envolvendo aeronaves particulares.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, voltou a defender o papel das Forças Armadas para garantir a estabilidade das instituições democráticas no contexto da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. A avaliação de Múcio é de que foram os militares os responsáveis por evitar um golpe no dia 8 de janeiro de 2023.
“Do dia 8 (de janeiro) até abril, eu me senti órfão, porque a direita estava zangadíssima porque os militares não aderiram o golpe, e a esquerda muito zangada porque achava que os militares tinham criado aquele golpe. Na realidade, nós devemos a eles não ter tido o golpe do dia 8”, disse o ministro em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
Múcio falava sobre o início de seu período a frente da Defesa, que classificou como “péssimo”, embora acredite que a “fase mais complicada já passou”.
A avaliação levou o ministro a, inclusive, sinalizar a Lula o desejo de deixar a pasta ainda no segundo mandato da gestão do petista. Neste ano, Múcio voltou a conversar com o presidente sobre o desejo de deixar a Esplanada, mas foi convencido por um “pedido de amigo”.
“O presidente disse: Olha Múcio, nós estamos numa fase difícil, eu sei das suas pretensões — que é estar mais a disposição da família e dos amigos —, mas eu preciso que você fique (no ministério), porque nós estamos aí com alguns desafios e eu não quero abrir mais um problema.”
Segundo o ministro, o presidente também mencionou o desejo dos comandantes das Forças por sua permanência. “Mandaram pedir, falaram, não sei com quem. Parece que houve a interferência de algum ministro do STF [Supremo Tribunal Federal], foi esse boato que correu, e ele pediu que eu ficasse e pedido de amigo…”, disse.
Em outras oportunidades, o ministro da Defesa já havia destacado o papel dos militares em impedir um possível golpe naquela época.
A terceira edição do “Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas” em Brasília, a ser aberto às 9 horas desta terça-feira (11) com o presidente Lula, tem o propósito, segundo o próprio Governo Federal, de aproximar os municípios e facilitar o acesso a informações essenciais, recursos e ferramentas voltados a prefeitos, governadores e gestores estaduais e municipais.
Assim mesmo, a convocação do governo federal para o Encontro dos gestores municipais, que vai até sábado (15), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, não atraiu a maioria dos 167 prefeitos potiguares eleitos e reeleitos em outubro de 2024. “Mais de 60 prefeitos estarão presentes, estão vindo prefeitos de todos os partidos”, disse o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Anteomar Pereira da Silva, que participou, ontem, da reunião do Conselho Consultivo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O prefeito de Acari, Fernando Antonio Bezerra (PODE), falou de sua expectativa sobre o Encontro, ao qual o governo federal espera a participação de 20 mil pessoas: “Repito o que outros já disseram: sou um realista que não perde a esperança. Existe uma pauta no Congresso Nacional de apoio aos Municípios que, se apoiada pelo Governo Federal, representaria avanços significativos”.
Fernandinho Bezerra exemplificou o parcelamento de débitos previdenciários e de precatórios judiciais. “Também seria muito relevante o apoio da União Federal à PEC que propõe mais 1,5% do FPM para cada mês de março. Estas seriam medidas imediatas, concretas de apoio aos municípios”, continuou.]
“No mais”, afirmou Fernandinho Bezerra, “torço que sejam anunciados programas e projetos que cheguem efetivamente – com menor burocracia – às cidades. Como tento viver cada dia, aguardemos pelos dias da semana que virão com a esperança de ações mais concretas, rápidas, eficazes em favor da vida municipal, onde moramos, onde dores e tristezas são realmente sentidas, cujas respostas precisamos oferecer através dos Poderes Públicos”, ressaltou o prefeito acariense.
Outro prefeito da região do Seridó, Maciel dos Santos Freire (MDB), confirmou que decidiu não comparecer ao encontro de Brasília, por ter “bastantes demandas administrativas” em Cerro Corá.
Macie de Doca, como é mais conhecido, disse que em eventos dessa natureza, “os gabinetes estão lotados, então fica difícil o acesso”, razão pela qual se reuniu com o deputado federal Benes Leocádio (União) na segunda-feira (10), em Natal.
Em relação ao Encontro dos Prefeitos, o governo federal entende que este processo de transição é um momento crucial para a continuidade das políticas públicas e para o fortalecimento das parcerias entre o governo federal e os municípios.
Segundo o governo, serão mais de 170 atividades simultâneas distribuídas nos auditórios e salas do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, dedicados a a fortalecer o pacto federativo e impulsionar a governança municipal, destacando a relevância estratégica da capital para o processo de articulação entre os entes federativos.
Na manhã de hoje (11), uma briga entre duas mulheres na academia Smart Fit localizada no Carrefour da Zona Sul terminou com uma das envolvidas ferida, apresentando sangramento na cabeça.
Segundo relatos de frequentadores, o motivo do desentendimento foi a recusa de uma das mulheres em compartilhar um equipamento de treino.
Não é a primeira vez que há brigas por “espaço de treino” no local. Essa unidade tem sido alvo de críticas frequentes de seus alunos, que apontam superlotação, equipamentos fora de funcionamento e falta de organização no uso das máquinas.
No dia 25.03 na @macamirimeventos das 16h às 22h, acontecerá a oitava edição da @casarmacamirim a maior feira de casamentos e festas do Rio Grande do Norte.
São mais de 60 fornecedores de diversos sehmentos reunidos neste dia com condições exclusivas pra fechamento de contrato.
As inscrições para noivos, debutantes e clientes de evento no geral já estão abertas no site do Sympla.
Um documento obtido via Ato de Liberdade à Informação (Freedom of Information Act) afirma que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) financiou integralmente os estudos universitários de Anwar al-Awlaki, comandante terrorista da Al-Qaeda. Ele teria permanecido no país norte-americano durante a década de 1990 com visto de estudante.
Em 1990, o custo médio para estudantes internacionais em universidades públicas dos Estados Unidos (como a Colorado State University) variava entre US$ 6 mil e US$ 12 mil por ano apenas em mensalidades.
Awlaki, nascido no Novo México, nos EUA, esteve envolvido diretamente em operações fundamentalistas. Filho de imigrantes iemenitas, mudou-se para Sanaa (capital do Iêmen) ainda criança. Mais tarde, retornou aos Estados Unidos para cursar Engenharia na Universidade do Estado do Colorado — agora, como se sabe, de forma ilegal.
Segundo o documento divulgado por repórteres da Fox News, Anwar fraudou dados para obter a “bolsa” financiada pela Usaid, ao afirmar ter nascido no país árabe. Durante sua estadia, entre 2 de junho de 1990 e 1º de junho de 1991, o governo norte-americano afirma que começou sua proximidade com radicais islâmicos.
Ainda nos Estados Unidos, Awlaki se tornou um clérigo proeminente na comunidade local ao ganhar fama com seus sermões em mesquitas norte-americanas. Acredita-se que os sequestradores dos aviões responsáveis pelos ataques às Torres Gêmeas ouviram seus discursos.
Três anos depois dos ataques do 11 de setembro de 2001, Awlaki retornou ao Iêmen e passou a lecionar na Universidade al-Iman, em Sanaa, mantida por sunitas. Reconhecido como um orador talentoso, ele começou o recrutamento de milhares de terroristas nessa instituição.
Foi só então que as autoridades dos Estados Unidos pediram sua prisão. No entanto, a família do líder terrorista, com fortes vínculos no governo iemenita, conseguiu impedir sua captura. O pai de Awlaki, Nasser al-Awlaki, é um membro importante do partido governante e parente do ex-primeiro-ministro Ali Mohamed Muyur.
Awlaki se tornou o primeiro cidadão norte-americano a ser alvo da Agência Central de Inteligência (CIA) e foi morto em 2011, em uma operação com drones conduzida pelo Exército norte-americano.
Embora não houvesse, à época, indícios de sua relação com o extremismo da Al-Qaeda, a revelação reforça a ideia do presidente Donald Trump de que a Usaid estaria gastando dinheiro dos pagadores de impostos em projetos contrários aos seus objetivos. Além disso, questiona a eficácia de processos seletivos para bolsas de estudo nos Estados Unidos e destaca o risco de consequências não intencionais em programas de ajuda estrangeira.
O caso de Awlaki ressalta preocupações mais amplas sobre como as políticas dos Estados Unidos podem, em alguns casos, facilitar as mesmas ameaças que buscam eliminar.
A trajetória de Anwar al-Awlaki — de estudante universitário financiado ilegalmente pelo governo norte-americano a líder extremista recrutando terroristas — exemplifica como falhas no monitoramento desses programas podem gerar riscos significativos à segurança nacional.
Na terça-feira 4, Trump confirmou que pretende fechar a Usaid. O site oficial da agência já exibe um aviso informando que “todos os contratados serão colocados em licença administrativa, globalmente”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta terça-feira (10/2), prefeitos que fazem propaganda da educação e saúde de seus municípios, mas não usam dos mesmos serviços oferecidos à população. Durante cerimônia, em Brasília, o chefe do Planalto advertiu representantes de municípios que colocam os filhos para estudarem em escolas particulares.
“Você chega em uma cidade e pergunta: ‘prefeito, como é que está a educação?’ ‘Está maravilhosa. A educação aqui é fantástica’. ‘Prefeito, como é que está a saúde?’ ‘A saúde aqui é fantástica’. Aí você pergunta: ‘seu filho estuda na escola fantástica?’ ‘Não’. O filho dele está em uma que não presta, [a] particular”, criticou o presidente.
Lula seguiu, citando o exemplo da saúde: “Aí você pergunta: ‘você se atende no pronto-socorro que você acha que é espetacular?’ ‘Não, meu filho, eu levo em outro lugar’”.
Lula complementou afirmando que, com esse comportamento, “esse país não vai dar certo nunca”. “Eu digo que esse país só vai dar certo o dia em que a classe média voltar para a escola pública. E só vai voltar para a escola pública quando ela melhorar”, frisou.
As declarações foram dadas durante a cerimônia de entrega do Prêmio Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização. O evento contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ministros e governadores.
A deterioração nas contas dos Correios continua em 2025. Em janeiro, o prejuízo foi de R$ 424 milhões. É o maior prejuízo para o mês em toda a história.
O Poder360 teve acesso a um relatório interno dos Correios com resultados preliminares de janeiro de 2025. Nesse mês houve R$ 1,4 bilhão de receita e R$ 1,9 bilhão de despesas. Portanto, um deficit de R$ 424 milhões.
O arquivo ao qual o jornal digital teve acesso mostra o valor das receitas e despesas dos meses de janeiro de 2018 até hoje. Desde que o atual presidente, Fabiano Silva dos Santos, assumiu, há um aumento constante das despesas. As receitas tiveram aumento em janeiro de 2024, mas caíram vertiginosamente este ano.
Os dados foram levantados pela Deinm (Departamento de Inteligência de Mercado) na plataforma Deinm Explorer, usada para fazer o controle das contas da estatal.
No ano passado, 2024, os Correios registraram um prejuízo preliminar de R$ 3,2 bilhões. Nada indica que neste ano a trajetória possa ser invertida.
O Poder360 procurou os Correios para perguntar se gostariam de se manifestar. A empresa informou que “desconhece” os números, mas não negou. Segundo a estatal, os números de 2024 e do 1º trimestre de 2025 serão divulgados “nos próximos meses”.
Sobre a queda nas receitas, os Correios disseram que fizeram um plano para zerar o deficit que contou com investimentos de R$ 2 bilhões até o ano passado.
“Uma das principais iniciativas da atual administração foi a retomada dos investimentos em infraestrutura, segurança, renovação da frota e tecnologia. Entre 2023 e 2024, a empresa investiu cerca de R$ 2 bilhões com recursos próprios. Em 2025, prevê a implementação de projetos estratégicos voltados à inovação, modernização operacional, inclusão social e expansão para novos mercados, como banco digital, marketplace, seguros, conectividade e logística para saúde, garantindo sua sustentabilidade financeira”, afirmou a estatal.
O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, culpa a “taxa das blusinhas” pela situação nos Correios. É uma verdade parcial. Na comparação com 2022, a receita de janeiro da estatal caiu 13%. Já os gastos, que são totalmente definidos por ele, cresceram 19%.
CPI NO RADAR
O prejuízo de janeiro ampliará a pressão pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios no Senado. Já tem assinaturas suficientes. Pretende apurar má gestão e prejuízos recordes. As assinaturas foram coletadas pelo senador Márcio Bittar (União Brasil-AC).
A estatal, sob a liderança de Fabiano, iniciou uma sequência de prejuízos que culminaram no maior rombo da estatal em 2024. Foram mais de R$ 3 bilhões em deficit. Eis a íntegra do pedido de investigação (PDF – 332kB).
Bittar cita 4 pontos que a comissão pretende se debruçar:
irregularidades na gestão financeira e administrativa;
problemas operacionais que impactam a qualidade e o custo dos serviços prestados;
interferências políticas;
problemas de gestão no fundo previdenciário.
O Ministério das Comunicações criou um grupo de trabalho para rever a Lei Postal, de 1978. Enviaram no fim de 2024 uma proposta de alteração do decreto à Casa Civil. Há pressão para a criação de um fundo ou taxa para universalizar o sistema. O Poder360 ouviu o relato de 3 participantes.
CORREIOS
O Poder360 vem publicando desde novembro do ano passado reportagens sobre problemas na estatal. Houve desistência de ações trabalhistas com prejuízo bilionário para a empresa, gastos milionários com “vale peru”, entre outras (leia a lista no fim da reportagem).
O presidente dos Correios é advogado e foi indicado ao cargo pelo Prerrogativas, o Prerrô, diminutivo pelo qual o grupo é chamado. É um grupo de operadores do direito simpáticos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O coletivo atuou e segue atuando fortemente contra as acusações de processos da Lava Jato.
Tem relação de amizade com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu. É conhecido como o “churrasqueiro de Lula”, pois costuma comandar a cozinha quando há alguma confraternização em que carnes são preparadas para o presidente da República.
A Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportiva vai apreciar, nesta quarta-feira, o relatório final, após 300 dias desde a sua instalação. Será pedido o indiciamento de três pessoas, Thiago Chambó, William Pereira Rogatto, que se denominou “rei do rebaixamento” e foi preso pela Interpol em novembro, e Bruno Tolentino Coelho, tio de Lucas Paquetá e que teria pago R$ 30 mil a Luiz Henrique, ex-Botafogo, quando ele atuava no Betis, da Espanha, para que recebesse um cartão amarelo. Já o meia do West Ham ainda é investigado na Inglaterra por cartões amarelos que teriam favorecido apostas no Brasil.
Após apreciação da CPI do Senado, o relatório segue para o Ministério Público, que decide se prossegue ou não com a denúncia na Justiça. A reportagem contatou representantes de Chambó e aguarda retorno. As defesas dos outros dois citados, Tolentino e Rogatto, ainda não foram localizadas. Em depoimento à CPI, Rogatto admitiu ter faturado cerca de R$ 300 milhões com manipulações que causaram 42 rebaixamentos de clubes, em 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
De acordo com o texto da comissão, Luiz Henrique, um dos melhores jogadores da última edição do Campeonato Brasileiro e hoje no Zenit, da Rússia, teria recebido uma transferência via Pix do tio de Paquetá feita no dia 6 de fevereiro de 2023. A CPI obteve quebra de sigilo bancário de Tolentino, o que confirmou a transferência.
Além disso, foram analisados outros extratos bancários de Tolentino que apontaram a movimentação de R$ 839.696,44 em 258 transações. Segundo o relatório, o valor é incompatível com o patrimônio que ele mesmo declarou à Receita Federal. Quando foi convocado para depor na CPI, Tolentino ficou em silêncio durante a audiência.
Além de Rogatto e Tolentino, foi pedido o indiciamento Thiago Chambó Andrade, empresário acusado de financiar um esquema de manipulação em jogos de futebol. Ele está preso e foi investigado pela Operação Penalidade Máxima, em 2023.
Os três pedidos se enquadram nos artigos 199 e 200 da Lei Geral do Esporte (LGE), que versam sobre crimes contra resultados esportivos, junto ao 99 do Código Penal, que descreve o acúmulo de penas em caso de duas ou mais infrações. No caso de Chambó, ainda houve o enquadramento no artigo 200 do Código Penal, por desobedecer à ordem legal de funcionário público.
O próprio relatório propõe, contudo, alteração na LGE. Em relação ao artigo 199, é sugerido que a manipulação seja compreendida para além de resultados (incluindo número de cartões, por exemplo). Já a alteração no artigo 200 é para que as bases da pena de reclusão por fraude em competições sejam aumentadas de dois a seis anos para quatro a dez anos. No caso do acusado ser um jogador, é recomendado também o encaminhamento ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para suspensão ou banimento ao atleta.
O texto ainda cita Bruno Lopez, que agiu como líder do grupo investigado pela Penalidade Máxima. Ele é dono da empresa BC Sport Management, que agencia a carreira de dez atletas. Segundo o Ministério Público, o esquema movimentou R$ 1 milhão entre o segundo semestre de 2022 até a data da operação, por meio da conta da mulher de Lopez, Camila Silva Motta.
Entretanto, o texto da CPI afirma haver “diferença entre corrupção esportiva ativa e a construção de um aparato de fraude a eventos esportivos”. Dessa forma, é entendido que Lopez se diferencia dos casos de Rogatto e Chambó e não há recomendação por seu indiciamento, por causa de um acordo junto ao MP.
Relatório propõe fortalecimento a CPIs e cobra avisos para ‘jogo patológico’
O texto também menciona casos em que alguém convocado para depor na CPI conseguiu ser liberado por decisão judicial respaldada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foi o caso da empresária e influenciadora Deolane Bezerra. Para os relatores, não é papel do Poder Judiciário liberar pessoas de comparecer ao Parlamento para o esclarecimento de fatos.
“CPIs não julgam. Não são órgãos jurisdicionais. Tais comissões se fundam no direito clássico de informação da sociedade. As CPIs estudam fatos, mantêm a sociedade informada, e assim fiscalizam as leis que o Parlamento aprova e colhem dados para melhorar a legislação”, argumenta o texto.
A última recomendação trata sobre questões de saúde mental e apostas, junto da preocupação com o excesso de publicidade. Segundo o relatório, há sites de empresas autorizadas pelo governo federal, mas que não dispõem de notificação sobre riscos.
“A exemplo de diversos produtos cuja comercialização é autorizada em lei, mas precisam informar os consumidores sobre os riscos, acreditamos ser relevante incorporar expressamente em lei a obrigatoriedade de que os avisos sobre os riscos de dependência, de transtornos do jogo patológico e de perda dos valores das apostas”, pontua o relatório.
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