O primeiro julgamento de violência em estádios de futebol em Alagoas ocorreu na noite dessa terça-feira (25) no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, na capital. Al Unser Ayslan Silva do Nascimento, de 22 anos de idade, torcedor do América de Natal (RN) e um dos diretores da torcida organizada Máfia Vermelha, acusado de matar o alagoano regatiano Jonathan Daniel dos Santos após clássico com o Clube de Regatas Brasil (CRB) em frente ao Estádio Rei Pelé, em 2012, foi a júri popular. O Tribunal do Júri decidiu condenar o torcedor do América de Natal, Al Unser Ayslan Silva do Nascimento, a 20 anos e 9 meses de prisão.
Sete jurados analisaram os discursos de defesa e promotoria, que tinha pedido 30 anos de prisão.
DEFESA
A defesa de Nascimento, que agora é pai de um recém nascido, alegou que um boato incitou as investigações da Polícia Civil ao erro. “Até agora não se provou de qual arma foi efetuado o disparo e a história de que teria sido um homem com uma tatuagem surgiu numa lanchonete, quando um policial escutou essa história. Eles querem um culpado, não importa quem seja. O que existem são acusações que não podem ser provadas”, disse o advogado Hugo Felipe Carvalho Trauzola. Também acrescentou que o cliente havia sido torturado para confessar um crime que não cometeu.
ACUSAÇÃO
Já o promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa garantiu que há subsídios suficientes para provar a culpa de Al Unser. “Todas as denúncias, inclusive a de tortura, foram apuradas e investigadas por promotores do Ministério Público. Temos documen-tos da liberação do corpo e o próprio cadáver como provas”, disse o promotor.
“São bandidos, os torcedo-res da Máfia Vermelha! E eu estou falando o que a família queria falar. Essas torcidas organizadas são travestidas de bandidos, maloqueiros, assassinos e mentirosos cínicos e frios, que não respeitam nem os pais”, acusou Costa.
ABALO
A mãe de Al Unser, com o neto no colo, veio de Natal e preferiu não ser identificada, mas reiterou que não há provas concretas. “Sinto uma tristeza muito grande. Mais pelo abalo da família, mas quero que o caso seja esclarecido, que os devidos exames sejam feitos porque tem muitas falhas nesse processo”, disse.
Este foi o primeiro julgamento envolvendo violência nos estados de Alagoas, segundo o promotor Flávio Costa.
Tribuna Hoje
Comente aqui