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FOTOS: Brasileiro se muda para a Califórnia para plantar maconha, ganha dez copas de melhor haxixe e vira ídolo

HAROLD WINSTON, O BAMF, DEIXOU O BRASIL AOS 18 ANOS PARA VIAGEM DE UMA SEMANA EM AMSTERDÃ E NÃO VOLTOU MAIS (FOTO: MALACHI BANALES/ DIVULGAÇÃO)

Proibido no Brasil e seis vezes mais caro que o ouro. O cristal de poucos centímetros, levemente amarelado, quase transparente, é exposto em lojas especializadas em maconha da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, como uma joia.

Cada grama do extrato ultraconcentrado de maconha produzido pelo brasileiro Harold Winston, mais conhecido como Bamf, de 34 anos, pode custar até US$ 250 — o equivalente a cerca de R$ 1.000. A porção é suficiente para fazer dois cigarros — misturando com tabaco ou ervas – ou usar até cinco vezes num bong — purificador, geralmente feito de vidro, utilizado para fumar maconha.

Harold deixou o Brasil em 2003, há 16 anos, atraído pelo desejo de trabalhar com cannabis. Antes de deixar o país, ele tinha plantado 400 pés de maconha no quintal da casa onde vivia com a família em Belo Horizonte. A mãe dele descobriu, destruiu o plantio e pagou ao filho uma viagem para ele passar uma semana em Amsterdã, na Holanda. Ele nem chegou a pegar o voo de volta e, desde então, só visitou a terra natal em festas de fim de ano.

Nesse período, Harold viveu cinco anos na Holanda, ganhou 10 prêmios em competições de maconha nos Estados Unidos e se tornou uma das maiores referências do mundo canábico.

No Brasil, o plantio, a venda ou a doação de maconha são considerados tráfico de drogas, crime punido com penas de 5 a 15 anos de prisão, além de multas. Usar a erva é considerada apenas uma contravenção. Nesses casos, o usuário deve prestar serviços à comunidade e fazer um curso sobre os danos causados pelo uso de drogas.

O advogado Ricardo Nemer, da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas (Reforma) diz que muitas vezes a distinção entre usuário e traficante, feita principalmente pela Polícia Civil, é incerta e pode resultar em punições injustas.

“Depende do ‘achismo’ do delegado. Não há regra do que é pequena ou grande quantidade. Isso causa uma grande insegurança jurídica e enquadra diversos usuários como traficantes. Um exemplo são as pessoas que cultivam maconha para fazer extratos (como os produzidos por Bamf) e precisam de muitas plantas”, explica o advogado.

Mas o que há de tão especial na maconha concentrada?

“Você dá uma simples puxada e é como se você tivesse fumado uns dez baseados inteiros”, diz Fernando Badaui, de 43 anos, vocalista da banda CPM22. “Não tem nenhuma impureza. É como degustar um bom vinho. Quando você fuma uma maconha comum, tem o papel, folhas, galhos e tudo mais junto, fora a sujeira. Aquilo que o Bamf faz é o puro extrato de THC, o princípio ativo que causa a brisa. Eu já experimentei maconha em diversos países que visitei e digo que essa está entre as melhores do mundo.”

FERNANDO BADAUI (À ESQ.), VOCALISTA DA BANDA CPM22, VISITOU DIVERSAS VEZES O BRASILEIRO HAROLD WINSTON, NA CALIFÓRNIA (FOTO: FERNANDO BADAUI/ ARQUIVO PESSOAL)

Badaui é conhecido por ser um combativo ativista nas redes sociais pela liberação da maconha. No Instagram, por exemplo, ele faz constantes publicações para defender a descriminalização do uso e a regulamentação do plantio da erva no Brasil. Ele conta ter conversado com o skatista Bob Burnquist, outro assíduo defensor da cannabis.

“Falei pro Bob que a gente está junto nessa. A imagem dele é muito importante para mostrar que um atleta de elite pode usar maconha”, afirmou Badaui em entrevista à BBC News Brasil.

O brasileiro Harold diz que Badaui o visita duas vezes por ano na Califórnia e que já experimentou vários de seus produtos. “A gente virou amigo. Ele é um ativista que representa muito nossa luta e eu acho lindo todos esses caras de peso desmistificando o uso da maconha. Eles demonstram que podem fumar e serem grandes profissionais. A manifestação pública dessas pessoas é um dos caminhos para a legalização no Brasil”, afirmou.

‘Amor’ pela erva

Harold nasceu na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, mas seus pais avaliaram que não teriam condições de criá-lo. Aos três meses de idade, o bebê foi adotado por americanos que viviam em Belo Horizonte e o batizaram com o nome do avô americano.

“Eu sempre fui um moleque doido, talvez pelo fato de ser adotado. Fui expulso de todas as escolas por onde passei em Belo Horizonte”, conta o brasileiro. Ele diz que ter se tornado uma referência na produção de maconha na Califórnia é a realização de seu maior sonho.

Todo esse amor pela maconha, conta Bamf, começou assim que experimentou a erva pela primeira vez, aos 16 anos.

“O problema foi que eu gostei demais, irmão. Um dia depois de sentir aquela sensação, comprei 25 gramas (suficiente para produzir até cerca de 50 baseados). Foi doido. A partir daquele dia, eu queria ver coisas sobre maconha o dia todo, queria experimentar a melhor maconha do mundo e fiquei na caça daquilo. Naquele mesmo ano, descobri o haxixe e pirei de vez”, conta o brasileiro aos risos.

Na época, ele passou a ter acesso e consumir grandes quantidades de haxixe trazido do Paraguai. Mas ele conta que sentia desgosto por consumir algo sujo e de procedência desconhecida. Seu sonho passou a ser produzir seu próprio concentrado, de alta pureza.

400 plantas no quintal

Sem se importar com as leis brasileiras, o adolescente passou a plantar maconha no quintal de casa, em 2002. E num volume capaz de atrair muita atenção.

 

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“Eu meti 400 plantas lá. Falei para a minha mãe que era ayahuasca porque era legal. Mas depois de certo tempo, uma amiga dela foi lá em casa e viu o cultivo. Eu estava na esperança de que não acontecesse nada, mas essa mulher colocou algumas folhas no bolso antes de ir embora. Dois dias depois, minha mãe descobriu que era maconha, ficou puta comigo e destruiu todas as plantas”, diz Harold.

Além de sustentar seu consumo diário da erva, o cultivo fornecia material para que fizesse seus primeiros testes. Na época, ele conta que passava o dia cuidando das plantas, estudando e discutindo novas técnicas para aumentar sua produção e fazer extratos de qualidade. Sua fonte era o site brasileiro Growroom, o maior fórum online sobre maconha da América Latina, com mais de 120 mil inscritos.

“O Growroom para mim era um portal da coisa mais secreta do mundo. Passava o dia ali como um louco, como se o fórum fosse um livro aberto na minha frente. Ali, foi com certeza minha primeira escola, a base de tudo que aprendi até hoje”, relata.

Depois de duas semanas sem falar com o filho por conta da plantação em seu quintal, sua mãe, Nilza Cozac, o chamou para dar uma bronca e ter uma conversa franca. Cozac, conta Harold, foi a primeira mulher a se formar em direito em Minas Gerais e tinha um profundo conhecimento sobre a legislação.

“Minha mãe já tinha mais de 60 anos, mas era muito cabeça aberta. Ela me alertou que uma plantação daquele tamanho era motivo para o governo querer tomar nossa casa, um dos poucos assuntos que despertavam atenção do governo e policiais. E disse que me presentearia com uma viagem de uma semana para Amsterdã, na Holanda, quando completasse 18 anos. Ela queria que eu conhecesse um lugar onde pudesse fumar maconha sem problemas”, conta.

Viagem para Amsterdã

A mãe cumpriu a promessa. E ele nunca mais voltou para o Brasil.

“Eu fiquei muito louco quando cheguei lá (em 2003). Parecia uma criança em loja de brinquedo. Fiquei matutando como eu poderia ficar na Holanda e passar a vender maconha por um preço 100 vezes melhor do que as pessoas no Brasil. Minha mãe ficou desesperada quando soube”.

Harold conta que morou durante um ano em um apartamento para refugiados africanos em Amsterdã, que alugava por 300 euros. Durante esse tempo, ele fez contatos e aprimorou seus conhecimentos sobre a erva.

“Eu me envolvi com pessoas que achava que tinham maconha e haxixe bom. Na Holanda, a maconha é apenas tolerada. Durante os cinco anos que fiquei no país, vi muita gente sendo presa, inclusive conhecidos. Logo começaram a me dizer que eu estava no lugar errado, que eu deveria ir para a Califórnia”, diz.

Depois de fazer uma série de pesquisas e assistir a vídeos no YouTube, ele decidiu se mudar para os Estados Unidos.

Primeiro, ele foi para Nova York, mas depois de um ano vivendo “num frio dos infernos” e presenciando uma forte repressão policial contra usuários de maconha, ele resolveu se mudar, em 2009, para Los Angeles, na Califórnia, onde vive até hoje.

“Eu mal cheguei e enlouqueci. Eu fiquei gritando na rua, literalmente, porque a cada esquina tinha loja para você comprar equipamentos. Você fica louco mesmo. Entrei na primeira que eu vi e fiquei conversando com o dono durante horas sem parar”, lembra Bamf com euforia.

Três dias depois de chegar à “meca” da maconha, Harold comprou uma luz especial – ideal para seis plantas – e começou a plantar a própria erva dentro de casa. Seis meses depois, tinha dez lâmpadas. Um ano depois, tinha 15.

Depois da longa experiência em Amsterdã, o jovem avaliou que o mercado na Califórnia tinha bons equipamentos, uma legislação muito favorável, mas ainda era pouco desenvolvido. Sua maior surpresa, porém, foi quando assistiu à uma edição da Cannabis Cup, a maior competição de maconha dos EUA, promovida pela revista High Times.

“Eu não acreditei que os caras vacilavam tanto. Num país de primeiro mundo, com ótimos equipamentos e maconha boa, eles poderiam fazer muito mais”, relata o brasileiro. Aquele era o incentivo que faltava para ele começar sua própria produção e buscar seu espaço no mercado.

Riscos para a saúde

O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador, há 30 anos, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da universidade, Dartiu Xavier, condena o uso de maconha por adolescentes, como fez Harold.

“Eu acho que ninguém deveria fumar antes dos 18. Alguns autores dizem a partir dos 21. O ponto mais preocupante é que a maconha pode desencadear uma psicose, quando o usuário sai da realidade. Caso ele tenha uma predisposição para isso, a maconha pode funcionar como um gatilho”, explicou.

Por outro lado, o médico afirma que no seu ponto de vista a regulamentação do uso da maconha diminuiria o consumo da erva no país e seria um avanço na área da saúde.

“Nos lugares onde existem políticas mais tolerantes ou legalização, como a Holanda ou Estados Unidos, as pessoas não fogem das informações. Há inclusive uma grande política de redução de riscos. No clima de proibicionismo como há aqui, ninguém tem informação. A Holanda, inclusive, é um dos poucos países onde o consumo de maconha vem caindo. Uma prova cabal de que a proibição do uso aumenta o consumo”, afirmou Xavier.

Entretanto, o coordenador do Projeto Antitabágico do Hospital Universitário da USP, João Paulo Lotufo, diz que qualquer relaxamento em relação ao consumo de maconha seria um erro.

“Nos Estados Unidos e no Uruguai, onde o uso é permitido, dobrou o número de dependentes. Se hoje há um surto psicótico a cada 100 pessoas, se libera, você dobra para 2. Vai subir o número de acidentes automobilísticos causados pelo uso da droga, sem contar que as lesões causadas pela maconha no cérebro são irreversíveis”, disse o médico.

BAMF GANHOU DEZ PRÊMIOS – OITO CONSECUTIVOS – DE MELHOR EXTRAÇÃO DE MACONHA PELA REVISTA MAIS IMPORTANTE SOBRE O ASSUNTO NOS EUA (FOTO: BBC)

Lotufo diz ainda que a maconha é mais cancerígena que o tabaco (com base em estudo publicado na revista European Respiratory Journal em 2008) e que os custos arrecadados com impostos em caso de regulamentação não seriam suficientes nem mesmo para bancar o aumento dos gastos com saúde.

“O imposto arrecadado com a venda de cigarros também não cobre a lesão que o tabaco provoca no sistema de saúde. Liberar o uso no Brasil seria um absurdo. Alguns falam na internet que a maconha é medicinal, mas não tem nada disso. O canabidiol (CBD) sim é medicinal, mas trata-se de um extrato que nada tem a ver com o uso recreativo”, afirmou o médico da USP.

Para ele, a pressão para a regulamentação do uso recreativo ocorre por uma forte pressão financeira, que ignora os riscos à saúde.

Técnica secreta

O primeiro passo de Harold Winston para entrar no mercado canábico foi convencer Nikka T, produtor do que muitos consideram o melhor haxixe vendido nos EUA na época, a ensiná-lo a fazer o produto. Haxixe é uma pasta densa feita da resina de maconha, fumada em bong, narguilé ou em cigarro- misturado com tabaco ou maconha.

“Fiquei enchendo o saco dele igual um fã durante seis meses, até que um dia ele resolveu me ensinar. Ele me convidou e eu fui até o Colorado para aprender a técnica e, na semana seguinte, eu já era o melhor hashmaker (produtor de haxixe) da Califórnia. Isso foi há nove anos, na mesma época que minha mãe morreu de câncer”, relata ele.

Ao contrário do haxixe vendido no Brasil, feito com restos de maconha de baixa qualidade, muitas vezes feito das sobras de resina que grudam na mão das pessoas que colhem a planta no Paraguai, o produto de Bamf passa por um complexo processo.

Assim que ele fez o primeiro haxixe usando uma técnica de extração à base de água, sem solventes, ele teve a certeza de que tinha condições de era algo inédito e quis colocar seu produto à prova num campeonato. Mas, para isso, era necessário ser dono de um dispensário. Apenas a loja Buds and Roses aceitou o pedido.

O produto de Bamf chamou a atenção logo no momento da inscrição por conta de sua cor clara – sinal de pureza – e por ser o único feito com água. A maioria dos concentrados, conta Harold, é feita com gás butano – o mesmo usado em isqueiros.

 

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Em meio a 40 competidores, o brasileiro ganhou seu primeiro seu primeiro troféu. No dia seguinte, ele viu sua popularidade disparar e seu produto se tornar uma referência num dos mercados mais exigentes do mundo. A demanda foi tão grande que ele conta ter ficado sete dias sem dormir fazendo haxixe sozinho em sua casa para dar conta de alguns pedidos.

Uma das encomendas foi feita pelo grupo americano de rap Cypress Hill. “Eles encostaram na minha casa com um caminhão cheio de maconha para eu fazer haxixe para eles. Perguntei se estavam loucos porque eu demoraria um ano para terminar aquilo sozinho. Uma semana após terminar o serviço, eles levaram outro caminhão cheio”, conta.

Pouco tempo depois, Harold fundou sua própria empresa, a Bamf, que aos poucos virou o nome com o que Harold passaria a ser conhecido no mercado canábico. O nome significa Badass Motherf***er e foi inspirado em uma cena do filme Pulp Fiction.

A Bamf começou a se tornar uma referência de qualidade na Califórnia. Ganhou oito Cannabis Cups consecutivas de melhor haxixe e passou a ser cultuado por usuários de maconha não só na Califórnia, mas ao redor do mundo.

“O campeonato não dá dinheiro, mas no momento que você sai do palco com o troféu, aparecem mais de 50 donos de lojas querendo comprar tudo o que você tem. Gente tirando maços de dinheiro e do bolso. Eu pensava que era até policial querendo me pegar”, conta.

A marca começou a virar moda. A Bamf passou a vender camisetas, souvenirs e sementes. No Instagram, a marca é elogiada por diversos consumidores – alguns, famosos – americanos e brasileiros. Mas o crescimento trouxe alguns problemas para Harold e ele sente medo dessa expansão.

“A Bamf me deixou muito satisfeito e ciumento. Hoje, tenho 35 funcionários, mas sinto medo de ampliar demais, crescer, e precisar entregar meu segredo para mais pessoas. Eu criei um monstro. Imagine criar um gorila dentro de um quarto. Uma hora você vai tomar um soco. Aconteceu isso comigo. Teve gente que veio, aprendeu e hoje criaram as coisas deles. Mas como eu comecei primeiro que todo mundo, ainda estou alguns passos à frente”, afirmou.

Mesmo assim, ele revelou à BBC News Brasil alguns “segredos” da estratégia para se obter um produto de alta pureza.

“O segredo maior é olhar para as flores da maconha como se ela fosse uma vaca. No momento em que você abate a vaca, ela deve estar em ambiente refrigerado para não degenerar. Quando você corta a maconha é a mesma coisa porque ela começa a morrer. Se você não mantiver ela refrigerada em uma hora para manter ela viva, a planta começa a secar e perde óleo”, afirmou.

Harold não deu mais detalhes, mas afirmou que mantém a planta congelada até o momento da extração, e que “o solvente e o produto devem ser mantidos em temperaturas negativas”.

Maconha no Brasil

Harold diz que sua empresa está em plena expansão e conta que acabou de comprar uma área de 2 hectares – equivalente a mais de dois campos de futebol – no Estado de Oregon apenas para plantar maconha rica em CBD, usado principalmente para a produção de remédio.

Essa cepa não tem THC, o princípio ativo da planta, que causa o “barato”. Ele diz que fará isso porque se sente na obrigação de se colocar em todos os setores do mundo canábico.

Harold se diz triste com a lei de drogas brasileira. Para ele, a legalização do cultivo, comércio e consumo da erva poderiam ser de grande ajuda à combalida economia do país.

“A salvação do Brasil é a maconha. É a única coisa que pode gerar milhares de empregos e trilhões de reais no mercado econômico de maneira imediata e o povo precisa entender isso. O país está perto da linha do Equador, tem um clima perfeito e terra abundante, emprego. Sem falar que a maconha é matéria-prima de 35 mil produtos diferentes, num ciclo de dois meses. Para quê cortar árvore? Eu amo o Brasil e estou doido para e poder trabalhar com o que eu gosto no meu país”, afirmou.

Ele pondera, por outro lado, que até mesmo o mercado americano ainda não é tão claro sobre o que pode ser feito.

“Eu mesmo fui preso há três anos. Aqui é legal, mas ao mesmo tempo não é. Fui parado por um policial e tinha 20 kg de maconha no carro. Eu tinha uma licença e disse que mostraria ao policial, mas ele disse que rasgaria o documento caso eu mostrasse. A sorte é que nos EUA você não é condenado até esgotar o processo. Depois de dois anos e meio, fui absolvido”, afirmou.

Na Califórnia, a venda da maconha recreativa é legal. Por outro lado, a erva continua classificada como um narcótico ilegal sob a lei federal americana.

“Há um conflito de leis federais e estaduais que cria uma zona cinzenta nos Estados Unidos. Há a legalização, mas por outro lado há uma grande dificuldade para conseguir as licenças e isso causa uma grande insegurança jurídica”, diz o advogado Ricardo Nemer.

Já no Brasil, ativistas dizem que o caminho mais provável para descriminalizar o uso da maconha e dar o primeiro passo rumo à legalização é o julgamento no STF de um processo que pode revogar o artigo 28 da Lei Antidrogas. Isso permitiria a posse de pequenas quantias e plantio da erva para consumo próprio.

Esse processo, parado desde 2015 após o ministro Teori Zavascki pedir vistas, está marcado para ser retomado no dia 5 de junho. A pausa ocorre porque, depois da morte de Zavascki, o caso foi para as mãos de Alexandre de Moraes.

No ponto de vista do músico Badaui, que diz ter visitado diversos países onde há regulamentação, tolerância ou descriminalização do uso da cannabis, diz que é apenas uma questão de tempo para que o mesmo ocorra no Brasil.

“Há dez anos, esse assunto era tratado como tabu. Hoje, todos sabem que esse consumo não vai parar e que não tem como seguir outro caminho a não ser o da legalização. Por mais conservador que seja o governo, o Brasil sempre seguiu o modelo americano. É hora de desmantelar o mercado negro e explorarmos economicamente a cannabis”, afirmou o músico.

Bamf também acha que a legalização da cannabis no Brasil não deve demorar. Ele diz que diversos setores da sociedade estão fazendo uma grande pressão no sentido de permitir o consumo e o comércio da erva, como ocorreu antes da legalização em países como Canadá e Uruguai.

“Chega uma hora em que a polícia não tem condições de ir atrás de quem planta e fuma. Os próprios policiais se questionam se eles devem ir atrás de político ladrão e grandes bandidos ou se vão ficar perdendo tempo indo atrás de usuário de maconha num país com tanto problema de verdade.”

Época Negócios, com BBC

 

 

Opinião dos leitores

  1. Isso é uma grande notícia, quando muitos chorão os seus filhos mortos pelas drogas aí vem essa grande materia ,isso sim é louvável!!!

    1. Eu ia comentar justamente isso. Mas pelo seu Nick vc deve estar sendo irônico. Já Eu, falo sério.

  2. Reportagem muito educativa, que esse doido fique por lá mesmo, aqui já temos muitas cracolândias.

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Geral

Deputado do PSol quer mudar lema da bandeira do Brasil: “Amor, Ordem e Progresso”

Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

O deputado Chico Alencar (PSol) protocolou na Câmara dos Deputados um projeto de lei que altera a legislação sobre os símbolos nacionais para modificar o lema inscrito na Bandeira do Brasil. A proposta substitui a expressão “Ordem e Progresso” por “Amor, Ordem e Progresso”.

Na justificativa, o deputado afirma que o lema adotado desde a Proclamação da República resumiu de forma parcial a frase positivista “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.

O parlamentar sustenta que a inclusão da palavra “Amor” busca restabelecer a formulação completa descrita por Teixeira Mendes, filósofo positivista que propôs o lema “Ordem e Progresso” na bandeira nacional.

O texto também determina a atualização do dispositivo legal que regulamenta detalhes gráficos da bandeira.

Segundo o projeto, a alteração recupera a formulação original do lema positivista, concebida por Teixeira Mendes no fim do século XIX.

A proposta aguarda tramitação na Câmara dos Deputados, após registro eletrônico de apresentação em 18 de novembro de 2025.

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Geral

Motociclista morre decapitado após colisão frontal na RN-118, em Jucurutu

Foto: PM/Cedida

Um motociclista morreu em um grave acidente ocorrido na manhã desta sexta-feira (21) na RN-118, em Jucurutu, região Oeste do Rio Grande do Norte. De acordo com a Polícia Militar, a vítima sofreu decapitação após colidir de frente com um carro. O homem foi identificado como João Cícero de Morais, de 73 anos.

O acidente

Segundo relato do motorista do carro aos policiais, a motocicleta trafegava em alta velocidade e realizava manobras em zigue-zague na pista, no trecho entre Caicó e Jucurutu, quando teria invadido a contramão.

A batida aconteceu em uma curva, a cerca de 1 km da comunidade Aroeira. O condutor do carro não sofreu ferimentos e permaneceu no local até a chegada da polícia para prestar esclarecimentos. O teste do bafômetro realizado nele deu negativo.

Equipes da Polícia Científica foram acionadas para realizar perícia. Os peritos recolheram amostras de sangue da vítima para verificar possível presença de álcool. A investigação ficará a cargo da Polícia Civil.

Com informações de g1-RN

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Geral

VÍDEO: Após visita, Nikolas diz que, se Bolsonaro for preso, pode não sobreviver

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou, nesta sexta-feira (21/11), que, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja preso, ele pode não conseguir ficar vivo no presídio. O parlamentar encontrou Bolsonaro após ter a visita autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), três meses depois de fazer o pedido.

Bolsonaro cumpre atualmente prisão domiciliar no condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, há 109 dias.

Segundo o deputado, não se sabe o que pode acontecer com o ex-presidente. Bolsonaro “pode ir para a cadeia amanhã e, depois, morrer; ninguém sabe o que pode acontecer”, afirmou.

“Está com uma crise forte de soluço. Inclusive, nesta noite praticamente não dormiu — bastante soluço. […] A situação está muito difícil. Tudo isso é decorrente de uma facada”, explicou Nikolas.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. ir para a cadeia e poder morrer é uma realidade. Todo doente sabe que pode morrer na cadeia. Para não ir para cadeia, basta não cometer crimes.

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Geral

Em crise, Bolsonaro soluça há 23 horas e tem apresentado quadro de vômito, seguido de broncoaspiração

Foto: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está com uma nova crise de soluço que já dura 23 horas, segundo interlocutores. Bolsonaro também tem apresentado quadro de vômito, seguido de broncoaspiração que resulta em falta de ar que dura de 15 segundos a 1 minuto.

Mais cedo, o vereador e filho Carlos Bolsonaro (PL-RJ) fez um desabafo sobre o estado de saúde do pai dizendo que “jamais” o viu como está. “Está soluçando dormindo e fico com medo de refluxo nesse estado, o que pode de fato se tornar fatal caso broncoaspire o que vomitar. Se acordado, vomita constantemente; dormindo, fico com calafrios só de olhar”, declarou.

Ainda nesta sexta-feira (21/11), Bolsonaro foi visto e fotografado por Mateus Bonomi, da Reuters, ao abrir a porta para receber o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Na imagem, o ex-presidente aparece com discreto sorriso.

Com a persistência dos soluços e vômitos, a família avalia a possibilidade de levá-lo ao hospital. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e qualquer deslocamento deve ser avisado à Corte. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe, e há expectativa de que possa ser enviado para cumprir pena na prisão na próxima semana.

Bolsonaro foi internado pela última vez no dia 16 de setembro. Ele teve queda de pressão, crise de soluço e episódios de vômico. O ex-presidente sofreu uma facada em 2018 e, desde então, passou por procedimentos no intestino.

Metrópoles

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Geral

MAIS PROTAGONISMO: Supremo assume competência para julgar causa trabalhista

Foto: Antonio Augusto/STF

O STF deu um passo importante para ampliar seu papel em decisões constitucionais. Por maioria, a Corte aplicou pela primeira vez o Incidente de Assunção de Competência (IAC) para assumir um processo que estava no TST (Tribunal Superior do Trabalho).

e definir uma regra nacional para casos trabalhistas envolvendo direitos fundamentais.

O IAC permite que o Supremo “puxe” para si processos de tribunais superiores quando há questões relevantes de direito, com grande repercussão social, e necessidade de uniformizar interpretações. Com isso, o STF criou um padrão único para situações que vinham sendo decididas de forma divergente na Justiça do Trabalho.

A medida reacende o debate sobre ativismo judicial. Críticos, como o ministro André Mendonça, afirmam que o Judiciário tem atuado como legislador e até como um “poder moderador”, interferindo nos outros Poderes.

O caso que originou a decisão

O processo analisado pelo STF envolvia servidores da Funasa, que passaram do regime celetista para o estatutário em 1990. Uma servidora cobrou FGTS relativo ao período após a mudança de regime, e o TST apoiou o direito ao pagamento. A Funasa recorreu ao STF alegando descumprimento de decisões anteriores da Corte.

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Geral

Defesa apresenta laudos médicos e pede a Moraes que Bolsonaro cumpra pena em prisão domiciliar

Foto: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta sexta-feira (21/11) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele cumpra em casa pena pela condenação na trama golpista.

Os advogados apresentaram ao Supremo uma série de laudos médicos atualizados e pediram que ele não vá para regime fechado em presídio. Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, Bolsonaro tem os embargos analisados pela Primeira Turma.

Nesta sexta-feira (21/11), a defesa pediu em caráter excepcional e humanitário que Bolsonaro seja mantido em prisão domiciliar.

Veja os pedidos:

  • Concessão de prisão domiciliar humanitária, em substituição ao regime inicial fechado fixado na condenação, a ser cumprida integralmente em sua residência, sob monitoramento eletrônico e com as restrições cabíveis a serem impostas;
  • Autorização para deslocamento exclusivo para tratamento médico, mediante prévia comunicação ou, em casos de urgência, justificativa no prazo de 48 horas e;
    o reconhecimento da natureza humanitária e excepcional da medida, assegurando-se o direito à continuidade do tratamento clínico integral.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. O carrasco é um ser que tem muito ódio no coração, não conhece a misericórdia nem ato humanitário, sabem porque? Porque ele é um carrasco.

  2. E daí, eu não sou coveiro!
    Tchau, Jair…👋👋👋
    Jair plantou!
    A colheita tá começando.

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Geral

Moraes determina prisão preventiva de Ramagem

Foto: Reprodução/ STF e Câmara dos Deputados)

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decretou a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

O parlamentar está em Miami, nos Estados Unidos. A informação de que oRamagem está fora do país foi divulgada pelo portal PlatôBR e confirmada à CNN por fontes da PF (Polícia Federal).

A corporação apura se ele deixou o país de forma clandestina, para fugir da condenação determinada pelo Supremo.

Ramagem tinha medidas cautelares impostas pelo STF, como a proibição de se ausentar do país e a determinação de entregar todos os passaportes (nacionais e estrangeiros), em razão das investigações contra o deputado.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Luis Craveira, nao manda em nada, o ditador Alexandr nao analisa putra coisa, a nao ser perseguir o pessoal de Bolsonaro.Fez certo Ramagem fugir pelo um tempo fica longe dessa preste.

  2. 4 anos de governo Bolsonaro sem corrupção, ja no desgoverno do Luladrão com 3 anos de corrupção e os mau-caráter aplaudindo…bandido defende bandido

  3. Mais um que teve a carreira destruída pelo Bozo.
    #Fechado com Bolsonaro
    #Na papuda

  4. Jair Bolsonaro teve a oportunidade de fazer o mesmo e não o fez, mesmo sabendo da farsa suprema. Vai ter que pagar o preço pela mancada que deu.

    1. Lula foi preso injustamente e aceitou a prisão. Bolsonaro é só um covarde que vai se cagar ao vivo na TV quando for preso.

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Geral

Após incêndio na COP 30, seis pessoas permanecem internadas por inalação de fumaça e crise de ansiedade

Foto: JACQUELINE LISBOA / AFP

No dia seguinte após o incêndio na Zona Azul da COP, seis pessoas permanecem internadas nos serviços de saúde de Belém, informa o governo federal. Os casos são relacionados à inalação de fumaça e crise de ansiedade, e não houve situação de queimaduras. Ao todo, houve 27 atendimentos em razão do incidente na quinta-feira (20).

No boletim enviado na manhã desta sexta (21), o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), responsável pelo monitoramento e organização da assistência durante a COP30, informou que, das 27 pessoas atendidas em razão do incêndio, 21 já foram liberadas. Os seis pacientes restantes estão recebendo assistência nos serviços de saúde de Belém, em casos relacionados à inalação de fumaça e crise de ansiedade após o ocorrido, segundo o informe.

“As equipes de saúde municipal, estadual e federal seguem acompanhando e monitorando a assistência e o estado de saúde dos atendidos”, diz o boletim. O CIOCS é coordenado pelo Ministério da Saúde em parceria com equipe do estado e do município.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Oxende! A mídia amiga AFIRMOU que não haviam vítimas, apesar de várias ambulâncias haverem saido do local com pacientes direto para os hospitais. Meninos eu ví!!!

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VÍDEO: Helicóptero faz pouso de emergência e passageiros são assaltados no interior do Ceará

Ocupantes de um helicóptero foram assaltados logo após a aeronave fazer um pouso de emergência em Itapiúna, no interior do Ceará. O caso aconteceu nesta quinta-feira (20), no distrito de Palmatória.

Vídeos feitos por testemunhas registraram o helicóptero sobrevoando a localidade e, depois, já parado em um campo de futebol da região. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que as polícias Civil e Militar recuperaram itens pessoais roubados.

Além dos itens, uma motocicleta foi apreendida. Ninguém foi preso até a última atualização desta reportagem. Não há detalhes sobre quantos ocupantes estavam no helicóptero ou o motivo do pouso de emergência.

Com informações de g1 

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VÍDEO: Ataques aéreos russos destroem prédios e matam três crianças queimadas na Ucrânia

Drones russos atingiram um prédio em Ternopil, no oeste da Ucrânia, cidade que fica próxima à fronteira com a Polônia. Autoridades locais relataram dezenas de mortos, incluindo três crianças que foram queimadas vivas.

Equipes de resgate continuam procurando por 22 pessoas desaparecidas após ataques aéreos russos atingirem dois prédios de apartamentos na cidade ucraniana de Ternopil. O ataque noturno matou pelo menos 26 pessoas, incluindo três crianças.

A Rússia nega que civis sejam alvo, mas de acordo com relatos da Ucrânia, foram disparados 476 drones e 48 mísseis, atingindo principalmente infraestruturas energéticas, o que forçou a cortes de energia em várias regiões do país, prejudicando o aquecimento das casas no frio do inverno.

Folhapress

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