Duas igrejas históricas de Ouro Preto, na região central de Minas, foram pichadas por vândalos com mensagens satânicas. As igrejas de São José, na rua Teixeira Amaral, e a de São Francisco de Assis, no largo de São Francisco, foram alvo dos ataques na madrugada de segunda-feira (27). As construções foram fundadas no século 18, época de ascensão da exploração de ouro na região. A igreja de São José havia sido reaberta em 2012 após 20 anos fechada para reformas.
O secretário de Cultura e Patrimônio Histórico de Ouro Preto, José Alberto Pinheiro, lamenta a ação de vândalos no patrimônio histórico da cidade.
— Existem solventes próprios, até que a limpeza não é problemática. O que preocupa é o fato de um sujeito se sentir dono da verdade e pichar o patrimônio desta forma. É uma inversão de valores, desrespeito, pois com certeza não são fanáticos religiosos. Ele alega que cristãos são ignorantes, mas como classificar essa atitude?
Na porta da igreja de São José, o pichador escreveu que os “critãos” (sic) são ignorantes, além de cruzes invertidas e estrelas de cinco pontas, atribuídos a símbolos satânicos. No local não há câmeras e nenhuma testemunha presenciou o ataque, o que complica a identificação de suspeitos. Com isso, apenas denúncias da população podem levar a polícia aos responsáveis.
— A primeira preocupação foi ir até a guarda para saber se tinham imagens, mas a câmera mais próxima fica na rodoviária e pega a parede por trás. Conversei com o Iphan para disponibilizar parte da verba de segurança dos monumentos para instalação de câmeras e monitores. O sistema já existe para monitorar o trânsito, então precisamos só da instalação dos equipamentos.
Diversas paredes da construção foram pichadas. A igreja de São José havia sido reaberta em 2012, segundo o secretário.
— Há uns 15 anos depredaram estátuas dos quatro evangelistas na igreja de São Francisco, mas há muito tempo não vemos ações como essas.
A igreja de São Francisco está incluída nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas. Além das mensagens pichadas, o templo é alvo de turistas que marcam nomes nas paredes centenárias.
R7 – Fotos: Tino Ansaloni / Jornal Voz Ativa
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