Classificada para as oitavas de final antes mesmo de o jogo começar e precisando só do empate para liderar o Grupo C, a França poupou seis titulares para enfrentar a Dinamarca. Até no gol teve substituição, com Mandanda entrando no lugar de Lloris.
A igualdade também servia para os dinamarqueses se garantirem no mata-mata, em segundo lugar.
E foi o que aconteceu. O primeiro 0 a 0 da Copa no 37º jogo do Mundial. Partida esta marcada pela monotonia e muitas vaias das arquibancadas.
França e Dinamarca não saíram do zero no Estádio Lujniki, em Moscou – Franck Fife/AFP
Ao fim dos 90 minutos, as torcidas das duas equipes e até os neutros vaiaram de forma mais intensa. Foi o sinal da insatisfação de 78.011 espectadores que lotaram o Estádio Lujniki, em Moscou.
Com a primeira posição, a França agora poderá ter em seu caminho nas oitavas a Argentina, que só pode se classificar na segunda colocação do Grupo D.
Para isso, precisa vencer a Nigéria às 15h (de Brasília) e torcer para que a Islândia não vença a Croácia, na combinação mais simples.
Já os dinamarqueses aguardam quem será primeiro do D, Croácia ou Nigéria. Os croatas têm seis pontos, contra três dos nigerianos e possuem cinco de saldo diante de zero dos africanos.
A França jogará no sábado (30) em Kazan, enquanto a Dinamarca atua em Nijni Novgorod, no domingo (1º).
O primeiro tempo teve apenas cinco chutes na direção do gol, o que reflete a monotonia da partida, muito disputada na zona do meio de campo e a dificuldade das equipes para criar lances de perigo.
Destes, quatro foram da França e apenas um da Dinamarca, que se mostrou bem satisfeita com o empate.
Em um lance as 40 minutos, a Dinamarca chegou na área adversária e foi tocando até recuar ao seu campo. Foi o estopim para uma vaia surgir das arquibancadas.
Ao fim do primeiro tempo, mais insatisfação dos torcedores e uma vaia geral.
Nada mudou no segundo tempo, e a partida se tornou ainda mais monótona quando o Peru fez 2 a 0 sobre a Austrália em Sochi, antes dos 10 minutos da etapa final.
Ali o futuro de todas as equipes da chave já estava definida.
O único lance que arrancou algum grito de emoção foi um chute de Nabil Fekir na rede pelo lado de fora, aos 25 minutos.
Os dinamarqueses só queriam tocar a bola de lado.
No mais, vaias e a certeza do jogo mais decepcionante da Copa.
Eliminado, Peru bate a Austrália e volta a vencer em Copa após 40 anos
A seleção peruana se despediu com vitória da Copa do Mundo da Rússia. Nesta terça-feira (26), a equipe comandada pelo argentino Ricardo Gareca venceu a Austrália por 2 a 0, no estádio Olímpico de Sochi, pela terceira rodada do Grupo C do Mundial.
Com o resultado, França e Dinamarca, que empataram por 0 a 0, avançaram às oitavas de final. Os franceses somaram sete pontos –dois a mais que os dinamarqueses. O Peru terminou na terceira colocação, com três pontos.
Já a Austrália, que precisava vencer e torcer pela derrota da Dinamarca, encerrou sua participação na lanterna da chave, com um ponto.
Apesar da eliminação logo na primeira fase, o triunfo desta terça-feira foi histórico para os peruanos. A última vitória do país em um Mundial aconteceu no dia 11 de junho de 1978, quando venceu o Irã por 4 a 1.
Desde então, colecionava seis derrotas e dois empates. Em 1978, o Peru terminou o Mundial da Argentina perdendo para Brasil (3 a 0), Polônia (1 a 0) e Argentina (6 a 0). Quatro anos depois, empates diante de Camarões (0 a 0) e Itália (1 a 0) e revés para os poloneses (5 a 1).
Após 36 anos fora da competição, retornou com derrotas para Dinamarca e França.
Já os australianos, que disputam o Mundial pela quarta vez consecutiva, não vencem uma partida no torneio desde a África do Sul (cinco derrotas e um empate). O último triunfo foi contra a Sérvia em 23 de junho de 2010.
No duelo diante da Austrália, o Peru procurou se defender e explorar o contra-ataque. E a estratégia funcionou. Aos 17 minutos, Guerrero recebeu pelo lado esquerdo e cruzou para Carrillo, que bateu de primeira para abrir o placar.
Com o gol, a torcida peruana, que era grande maioria no estádio, passou a cantar. Os peruanos deram um espetáculo de entusiasmo e alegria. Cantaram, vibraram e puxaram por diversas vezes a tradicional “ola”.
Eles não pararam nem no melhor momento da Austrália no jogo, que criou duas boas chances para empatar. Aos 26 minutos da etapa inicial, Rogic recebeu na intermediária, limpou três marcadores e finalizou, mas parou em Gallese, que fez grande defesa.
Pouco depois, Rogic deu grande passe para Kruse, que cruzou para Leckie. Livre, o camisa sete demorou para finalizar e foi travado.
No segundo tempo, o Peru acabou com as esperanças da Austrália. Trauco tabelou com Cueva, que cortou para o meio e deixou para Guerrero bater cruzado e ampliar aos 4 minutos.
Após o segundo gol, o Peru se fechou. A Austrália tentava, mas sem organização não conseguiu ameaçar.
Se o jogo caiu de rendimento, a torcida peruana não. Os cânticos e a vibração continuaram até o final e devem permanecer pelas ruas de Sochi nesta noite.
Folha de São Paulo
Comente aqui