Foto: Tiago Queiroz/Estadão
O preço médio do litro de gasolina nos postos de combustíveis, monitorado pelo Levantamento de Preços dos Combustíveis (LPC) da Agência Nacional do Petróleo (ANP), subiu 2,4% na semana entre os dias 2 e 8 fevereiro. Passou de R$ 6,20 para R$ 6,35, alcançando o maior valor sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A ANP divulgou os dados nesta sexta-feira, 7.
A alta tem relação com o aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), feito pelos Estados. Não houve no período aumento no preço da gasolina pela Petrobras nas refinarias, apesar da defasagem com os preços internacionais.
O ICMS havia sido reajustado em R$ 0,10 por litro de gasolina, mas o preço médio nos postos de combustíveis saltou R$ 0,15.
O aumento no tributo estadual começou a vigorar no dia 1º, por decisão tomada em outubro passado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os Estados.
Também influi no preço final da gasolina o chamado etanol anidro, um dos componentes (27% de mistura) do combustível na bomba. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP, entre os dias 3 e 7 de fevereiro, o preço desse insumo aumentou 2,09%.
O Confaz também aprovou um aumento de ICMS de R$ 0,06 por litro no diesel. O preço médio do litro do diesel S10 nos postos de abastecimento do País ficou em R$ 6,44 na semana entre os dias 2 e 8 fevereiro, uma alta de 4,2% na comparação com a média dos sete dias anteriores, quando esse preço estava em R$ 6,18.
No caso do diesel, a alta é um efeito direto do aumento na alíquota fixa do ICMS (+R$ 0,06 por litro) e do reajuste da Petrobras de 6,28% ou R$ 0,22 por litro nos preços praticados em suas refinarias.
O efeito do aumento da estatal nas bombas do País (R$ 0,20) foi menor porque o diesel A responde por 86% da mistura, sendo os 14% restantes de biodiesel, conforme a lei.
Ainda assim, as próximas semanas podem ser de novas altas no diesel em função de ajustes concorrenciais no varejo ou flutuações no preço do biodiesel. O efeito do reajuste em refinarias nas bombas é sentido ao longo de algumas semanas, a depender da dinâmica de estoques de cada lojista.
Acima de dezembro de 2022
Esse preço médio nacional de R$ 6,44 ultrapassa nominalmente a marca de R$ 6,38 registrada no fim de 2022, na transição de governo.
Na semana passada, o presidente Lula e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegaram a dizer que isso não aconteceria. Lula fez a ressalva de que essa comparação deveria observar o efeito da inflação.
Etanol mais competitivo em 5 Estados
O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em cinco Estados nesta semana. Na média dos postos pesquisados no País, o etanol tinha paridade de 68,82% ante a gasolina no período, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme o levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas.
Como ficou o preço do gás
Já o botijão de 13 quilos de GLP, o gás de cozinha, teve um aumento de preço de 0,4%, de R$ 106,94 para R$ 107,38, revertendo a queda de 0,1% da semana anterior.
No caso do GLP, a mudança de ICMS representou uma queda de R$ 0,02 por quilo, com o tributo passando de R$ 1,41 para R$ 1,39.
Estadão
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