O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta quarta-feira o que chamou de “hiperativismo” do Judiciário e Ministério Público em relação a processos movidos contra candidatos nas eleições de 2018. Segundo Gilmar, há um notório “abuso de poder de litigar” e um risco de tumulto ao processo eleitoral.
“Acho que é preciso moderação. Do contrário, daqui a pouco podemos, inclusive, tumultuar o pleito eleitoral. Sabemos lá que tipo de consórcio há entre um grupo de investigação e um dado candidato?”, levantou.
Os comentários foram feitos ao ser questionado sobre como avaliava a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado e alvo de duas operações policiais na última terça-feira. O ministro também citou os casos envolvendo os candidatos à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
Richa é suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitações do setor de rodovias no Estado do Paraná, durante seus dois governos, entre 2011 e abril de 2018. Gilmar, que destacou não ter mais informações sobre o caso do tucano, ressaltou, no entanto, que a prisão preventiva a menos de um mês da eleição “suscita muita dúvida”.
“Não tenho dados sobre o caso, mas de fato todo esse hiperativismo que se revela no contexto, na prisão, neste caso, nos processos contra candidatos, Alckmin, Haddad, com processos antigos. Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011”, destacou o ministro.
O problema dele é porque moro manda prender mesmo, e ele fica puto, esse Gilmar é como Barroso diz estar acabando com o supremo ele e mais uns quatro, tudo petista.
Bastou um Tucano ser atacado que o discurso mudou rapidamente.
Enquanto a vítima era só o Haddad, o chicote correu solto sem nenhum comentário contrário. Na hora que pegaram o Tucano Mor Geraldo Alckmin e o ex Governador Tucano Beto Richa, a coisa mudou ligeiro de figura.
Até quando o judiciário vai agir instrumentalizado por partidos políticos com interesses meramente eleitorais?
Não tenho conhecimento de um ato jurídico ou uma opinião desse excremento humano, que seja favorável pra um Brasil decente, e muito pelo contrário são sempre no intuito de favorecer a corrupção, o desmando e a impunidade.
O médico ortopedista Márcio Rêgo, candidato a presidente da UNIMED pela chapa 2, acreditem se quiser, pediu em janeiro de 2024 a paralisação e o adiamento da obra do Complexo Saúde Unimed (CSU), segundo fontes. Como Coordenador do Conselho Fiscal, Rêgo solicitou também a contratação de uma auditoria técnica, com custo estimado em R$ 450 mil. A auditoria, realizada pela empresa Deloitte e iniciada em 2023, não encontrou irregularidades na obra e ainda apontou que os custos estavam abaixo da média de mercado.
Como alguém pode apoiar a obra, mas ao mesmo tempo pedir sua paralisação? E o mais absurdo: gastar quase meio milhão de reais em uma auditoria desnecessária. Quem prega enxugamento de custos e demissão de funcionários precisa ser coerente em suas atitudes. Não é possível manter dois pés em canoas opostas e ainda esperar navegar com eficiência.
O CSU, que será inaugurado no dia 14 de março, ampliará os serviços de saúde oferecidos no Rio Grande do Norte e se destacará também pelo impacto positivo que terá na economia do Estado, com a geração de mais de mil novas vagas de trabalho, tanto diretas quanto indiretas.
Começa a ficar visível para todos que o discurso fácil, ensaiado e alavancado de Marcio Rêgo não tem batido com as ações realiazadas por ele.
Também tem ficado visível o desgaste e prejuízo que a estratégia da campanha da Chapa 2, capitaneada por Márcio tem causado a Unimed Natal com fins eleitorais, inclusive com informações que não procedem.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) intime o secretário extraordinário para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (COP30), Valter Correia, para esclarecer o contrato de R$ 478,3 milhões entre o governo federal e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).
Conforme a CNN mostrou, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contratou a organização, que tem sede na Espanha, para ser a responsável pela organização da COP30 em Belém (PA).
Por se tratar de uma organização internacional, não houve processo licitatório. O governo escolheu discricionariamente a OEI para organizar a COP30, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica.
No ofício enviado ao TCU, o líder da oposição também pede que o órgão verifique se a Presidência da República observou as leis, normas e procedimentos ao firmar o acordo de cooperação internacional com a OEI.
A CNN procurou o TCU e a Secretaria Extraordinária da Casa Civil para a COP30 para prestar esclarecimentos sobre o assunto, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
Mais cedo, nesta quarta (5), o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), pediu ao TCU o cancelamento do acordo de quase R$ 500 milhões com a OEI.
Acordo internacional
Conforme a CNN mostrou, o contrato foi assinado em dezembro e tem por objeto a “cooperação entre as partes visando a preparação, organização e realização da COP30, incluindo a realização de ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais, científicas e técnico-operacionais, em conformidade com o plano de trabalho, consubstanciado no instrumento”. Sua vigência é até 30 de junho de 2026.
Participaram da assinatura o secretário Extraordinário para a COP30 da Casa Civil da Presidência da República, Valter Correia, ligado na estrutura interna do Palácio do Planalto a Casa Civil de Rui Costa; e o Diretor da OEI no Brasil, Rodrigo Rossi, um advogado baiano com formação na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Direito Privado (IDP).
Na última semana, a OEI informou em nota que tem experiência significativa na promoção de programas educativos, culturais e científicos que apoiam os objetivos de conservação e desenvolvimento sustentável.
A organização respondeu ainda que não faz a gestão financeira dos recursos da COP30 no Brasil, mas sim apoia o Estado brasileiro nas ações de planejamento e organização para a realização do evento no país. “A cooperação poderá abranger ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais, científicas e técnico-operacionais”, completou.
Também na semana passada, a Secretaria Extraordinária para a COP30 da Casa Civil informou à CNN que “a OEI foi contratada com base no decreto 11941”.
Hackers voltaram a atacar os sistemas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nas últimas 48 horas, e causaram instabilidades ao site oficial da Corte, que ainda apresenta dificuldades de acesso nesta quarta-feira (5).
O STJ emitiu nota informando que os ataques foram identificados e neutralizados, antes de causarem danos ao funcionamento dos sistemas. Mas o portal eletrônico do STJ ainda exibia a mensagem resultante da invasão cibernética no início da tarde de hoje, informando excesso de tentativas de acesso e exigindo validação eletrônica.Alerta exibido desde a manhã de ontem (4).
“O Superior Tribunal de Justiça (STJ) identificou tentativas de ataque cibernético nesta terça-feira (4), porém essas tentativas foram todas bloqueadas pelas ferramentas informáticas de prevenção a invasões. Os sistemas do tribunal também não foram derrubados”, disse a nota do STJ.
Escudo contra danos
A validação prévia para acessar o site foi justificada pelo setor de tecnologia do STJ como forma de evitar que o portal seja alvo da modalidade de ataque hacker que envia um número exagerado de pedidos de acesso aos servidores para causar a derrubada da página. Este ataque é chamado de “Negação de Serviço”, ou Denial of Service ou DoS, na sigla em inglês.
“Para lidar com a situação, como é de praxe, foram ativados mecanismos como a validação de acesso do usuário humano, o que pode causar lentidão, porém sem comprometer o funcionamento do portal e de seus serviços”, justificou o STJ.
Maior parte dos erros ocorreram nas tentativas de acessar o sistema público de busca por processos, cuja página não foi encontrada. Mas estão preservadas as funções de peticionamento eletrônico e de busca jurisprudencial.
Outro ataque hacker já havia ocorrido em setembro do ano passado, quando os sistemas do STJ foram paralisados por alguns minutos. Além deste, houve uma ofensiva cibernética que interrompeu julgamentos e prejudicou o funcionamento dos sistemas judiciais por cerca de cinco dias, no ano de 2020.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem até esta quinta-feira (6) para apresentar resposta à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-mandatário é acusado de envolvimento em uma suposta trama para um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Os advogados de Bolsonaro solicitaram a ampliação do prazo para resposta, mas o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, manteve o período em 15 dias.
A defesa pleiteava um prazo de 83 dias, argumentando que esse foi o tempo utilizado pela PGR para formular a denúncia. Além disso, alegava não ter acesso a todos os documentos do processo.
Moraes, no entanto, rejeitou o pedido, afirmando que há “integral acesso aos autos e ao sistema” e a todos os elementos de prova disponíveis.
Com isso, a equipe do ex-presidente precisa protocolar sua manifestação até o fim desta quinta-feira.
Acusações
Para a procuradoria, Bolsonaro cometeu os seguintes crimes:
Organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
Dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável;
Deterioração de patrimônio tombado.
Prazos distintos
Nem todos os 34 denunciados têm o mesmo prazo de resposta. É o caso do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, que pode se manifestar até sexta-feira (7).
Essa diferença não se trata de uma extensão de prazo, mas sim do momento em que cada um foi intimado. Bolsonaro recebeu sua intimação em 19 de fevereiro, com prazo de 15 dias se encerrando nesta quinta-feira.
Já Braga Netto foi intimado um dia depois, em 20 de fevereiro, e, por isso, tem até sexta-feira para responder.
Pedido de Impedimento
Além do pedido de ampliação do prazo, os advogados de Bolsonaro solicitaram que os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se declarassem impedidos de julgar o caso.
A defesa alega que Dino poderia não ser imparcial, pois, em 2021, quando era governador do Maranhão, entrou com uma queixa-crime contra Bolsonaro.
À época, o então presidente acusou o governador de não utilizar a Polícia Militar para reforçar a segurança durante sua visita ao estado.
Sobre Zanin, a defesa do ex-presidente argumentou que ele atuou como advogado do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
E que em um processo relacionado às eleições de 2022, ele se declarou impedido de julgar por ter defendido o partido na época.
Apesar das alegações da defesa, os dois ministros afirmaram não haver impedimentos e reafirmaram que estão aptos a analisar a denúncia da PGR.
O caso será julgado pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Essa é a qualidade das obras do Governo Fátima Bezerra (PT). A RN-041, recém-concluída pela gestão estadual, já está cedendo. Um perigo para quem usa o trecho diariamente. Tomara que não esperem uma tragédia acontecer lá para tomar alguma atitude.
Em seus quase 8 anos de governo, Fátima carrega consigo essa marca negativa, com relação as estradas do estado.
A palavra “cultura” tem origem no latim “colere“, que significa “cultivar, cuidar, habitar, honrar”. Inicialmente, o termo estava ligado ao cultivo da terra (agricultura), mas, com o passar dos anos, também passou a abranger o desenvolvimento do espírito e do intelecto.
Nos últimos anos, o Brasil tem perdido sua identidade cultural, e o próprio conceito de “cultura” tem mudado. A distorção mais preocupante é a glamourização do crime organizado. Recentemente, as redes sociais debateram essa questão depois da divulgação de uma proposta da vereadora paulistana Amanda Vettorazzo (União Brasil), que sugeriu a proibição de shows que incentivem o crime e as drogas em eventos públicos de São Paulo.
Apelidada como “PL Anti-Oruam”, a proposta viralizou rapidamente e chegou aos ouvidos do próprio rapper, o que desencadeou uma série de ameaças contra a parlamentar. Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é filho do traficante Marcinho VP, preso há quase 30 anos e um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Oruam tem 8,6 milhões de seguidores nas redes sociais e mais de 13,2 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Neste mês, o rapper foi preso duas vezes. Na primeira, depois de dar um “cavalo de pau” na frente de um carro da PM, e parar virado para a contramão. Na segunda, foi detido durante uma operação de busca e apreensão em sua casa, no Joá, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele estava sendo investigado por disparar uma arma de fogo em um condomínio em Igaratá (SP) no fim do ano passado. Na residência, a polícia encontrou uma pistola 9 milímetros, simulacros de armas e armamento de airsoft. O traficante foragido Yuri Pereira Gonçalves também estava no local, o que resultou na prisão em flagrante de Oruam por favorecimento pessoal — ajudar alguém que cometeu um crime a escapar das autoridades. Em ambas as ocasiões, ele foi liberado poucas horas depois.
Oruam lançou seu primeiro álbum, Liberdade, em 20 de fevereiro, apenas um dia depois de ser preso pela primeira vez. A capa do disco traz o rapper ao lado de sua família, todos vestindo a mesma camisa com a imagem de Marcinho VP que foi usada pelo rapper no Festival Lollapalooza, em 2024. Uma das faixas, inclusive, se chama PL Anti O.R.U.A.M. A coincidência entre os eventos levou muitos internautas a especularem que sua prisão poderia ter sido “planejada” para se promover.
A criminalidade é um tema presente nas músicas de Oruam. Em Filho do Dono, parceria com MC Cabelinho, ele menciona Pablo da Lapa, filho do traficante Abelha, do Comando Vermelho, que morreu em confronto com a polícia do Rio de Janeiro em 2019. Na música, Oruam diz que, embora o Estado seja “genocida com o morador”, ele não teme por ser “filho do dono”. No YouTube, também há um vídeo do artista cantando Faixa de Gaza, de MC Orelha, que faz uma referência direta à facção criminosa.
“Na Faixa de Gaza, só homem-bomba / Na guerra é tudo ou nada (…) Por isso eu vou mandar / Por isso eu vou mandar assim / Comando Vermelho RL até o fim / É vermelhão desde pequenininho.”
Lavagem de dinheiro
Nascido em 2001, Oruam nunca conviveu com o pai, que está preso desde 1996. A mãe do artista chegou a ser presa em 2010, suspeita de atuar como “pombo-correio” (como são chamadas pessoas que transmitem mensagens entre facções criminosas) durante visitas íntimas a Marcinho VP. Ele também tem uma tatuagem em “homenagem” a Elias Maluco, assassino do jornalista Tim Lopes. Elias Maluco assumiu o tráfico de drogas no Complexo do Alemão quando Marcinho foi preso. Oruam refere-se ao criminoso como “tio”.
Embora o Código Penal Brasileiro preveja pena para apologia pública de crime, Oruam não foi responsabilizado por suas apresentações e músicas que glorificam a vida criminosa. Pelo contrário: sua carreira se destacou depois do incidente no Lollapalooza.
Com a repercussão do projeto de lei de Amanda Vettorazzo, foi levantada a hipótese de a carreira de Oruam ser utilizada para lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, embora ainda não existam investigações ou provas que confirmem a teoria. Apesar disso, Oruam não esconde suas conexões com figuras conhecidas do crime organizado. Recentemente, ele colaborou na música A Cara do Crime 5 (Passe Caro), com MC Poze do Rodo, ex-traficante confesso do Comando Vermelho.
No Rio de Janeiro, o funk “pancadão” sempre esteve estreitamente ligado ao crime nas comunidades. Com a expansão do gênero pelo Brasil, passou a ser usado como ferramenta de controle em áreas dominadas pelo tráfico. A presença de facções como o Comando Vermelho e o PCC nas culturas locais é uma realidade consolidada há anos.
Eventos bancados com dinheiro do crime
Em 2024, a Polícia Civil de Cuiabá desmantelou núcleos do Comando Vermelho em Mato Grosso, na Operação Ragnatela. A investigação revelou que a facção comprou uma casa noturna na capital por R$ 800 mil, com recursos ilícitos, e financiou shows de artistas famosos, como MC Poze, em parceria com organizadores locais. Poze se apresentou em junho de 2022 no parque de exposições da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), com 20% do evento patrocinado pela facção, conforme interceptações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
A facção também proibiu seus membros de contratar artistas de São Paulo, em decorrência da rixa com o PCC. Em dezembro de 2023, MC Daniel foi hostilizado em Cuiabá e precisou de escolta. O organizador do evento foi proibido de realizar shows por dois anos.
Paralelamente, a Polícia Federal investigou o financiamento de produtoras de funk e de apresentações pelo PCC, depois de um plano de fuga frustrado do líder da facção Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, em 2023. Buda também interferia nos negócios do PCC, incluindo a produtora Love Funk, pressionando seu dono, Henrique “Rato”. Ele é produtor dos MCs Dieguinho, CL, Paiva e Paulin da Capital. Entre 2019 e 2022, a empresa movimentou R$ 173 milhões.
Em um relatório divulgado nesta semana, a agência não só confirmou a conexão da Love Funk com o PCC. Também revelou que as empresas de eventos GR6 e Formato Funk Agenciamento Musical também movimentaram dinheiro de origem ilícita entre 2022 e 2023, estando integradas a uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro para a facção.
Luiz Fernando Ramos Aguiar, especialista em segurança pública e major na Polícia Militar do Distrito Federal, explica que o interesse das facções criminosas ao promoverem os bailes funk e financiarem os artistas do gênero vai além do aspecto financeiro.
“O financiamento de artistas e de eventos é fundamental para o fortalecimento da imagem dos traficantes como defensores de suas comunidades”, afirma. “Na ausência de opções de lazer e de eventos culturais, sejam financiados pela iniciativa privada, sejam promovidos pelos governos locais, os marginais firmam sua posição como benfeitores.”
Assim, as facções moldam um ambiente cultural que leva muitos moradores a defendê-las. Além disso, esses eventos funcionam como uma porta de entrada para jovens no tráfico.
A aliança PCC-Comando Vermelho
O dinheiro do tráfico de drogas não financia apenas eventos e produções musicais. Em 2024, a Netflix lançou o documentário O Grito, produzido pela Real Filmes. O longa critica a Portaria nº 157/2019, que limitou visitas e a movimentação de presos em penitenciárias federais. O filme traz entrevistas com parentes de detentos como Marcola e Marcinho VP, além de aliados e secretários do governo Lula e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.
A Polícia Civil de São Paulo afirma que o diretor do documentário, Rodrigo Giannetto, teve viagens à Europa pagas pelo PCC. As passagens, que custaram R$ 18.350, foram compradas por Kauê do Amaral Coelho, suspeito de colaborar com a facção e de envolvimento no assassinato do empresário Vinicius Gritzbach. Giannetto negou qualquer ligação com o PCC e disse que viajou para um festival de cinema na Itália.
A Agência K2, que contratou Giannetto, também trabalha com Oruam. O rapper foi entrevistado no documentário e deu seu relato sobre a “dor” de viver sem o pai. A produção também inclui entrevistas com membros da ONG Pacto Social & Carcerário SP, ligada ao PCC. O fundador da ONG, ex-presidiário, defende penas mais leves e a ressocialização dos detentos.
Coincidentemente, o documentário foi lançado meses antes de um relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais que revelou uma possível aliança entre PCC e Comando Vermelho. O acordo, intermediado por advogados e líderes das facções, teria estabelecido uma trégua e suspendido assassinatos entre os grupos, com o objetivo de fortalecer as organizações e melhorar as condições dos presos de alta periculosidade nos presídios federais. A mesma pauta defendida pelo documentário O Grito.
O PL Anti-Oruam
Em entrevista a Oeste, a vereadora e coordenadora nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Amanda Vettorazzo, revelou que o PL Anti-Oruam surgiu de uma experiência pessoal.
“Sempre organizei eventos na comunidade do Parque de Taipas e, em um deles, percebi que um jovem muito engajado na organização parou de comparecer e mudou seu comportamento”, relatou a parlamentar. “Conversando com ele, descobri que sonhava em ser cantor, inspirado no Oruam. Foi assim que conheci esse artista, que romantiza a criminalidade como um caminho para o sucesso.”
Depois da repercussão do projeto, mais de 50 cidades brasileiras demonstraram interesse em protocolar iniciativas semelhantes. Em nível federal, o deputado Kim Kataguiri (União-SP), colega de Amanda no MBL, propôs a proibição da contratação e do incentivo a artistas, shows e eventos que promovam apologia ao crime organizado, com o apoio de mais de 40 deputados federais.
Nesta semana, Amanda abriu a coautoria do projeto para todos os parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo. A proposta conta com o apoio do presidente da Casa, Ricardo Teixeira, que se tornou coautor, o que, segundo Amanda, fortalece a tramitação e aumenta consideravelmente as chances de aprovação.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também se posicionou a favor do PL Anti-Oruam. No dia 10 de fevereiro, ele afirmou que o funkeiro “não terá espaço” em eventos financiados com recursos públicos. Nunes fez a declaração durante o anúncio de um novo pacote de investimentos culturais para a capital paulista. “Evidentemente, se essa pessoa faz qualquer tipo de apologia ao crime, aqui nos palcos de São Paulo, com recurso público, ela não vai ter espaço”, disse.
Apesar da boa repercussão da proposta, a discussão gerou ataques e ameaças de morte contra Amanda. Em parte as ameaças foram incitadas pelo próprio Oruam. A vereadora registrou um boletim de ocorrência contra o rapper e fez uma denúncia ao Ministério Público. Também solicitou segurança à Câmara Municipal, que atendeu ao pedido. Atualmente, ela é acompanhada por seguranças em suas agendas oficiais. “Não vou me intimidar e seguirei firme na defesa do projeto”, declarou.
Amanda convidou Oruam e Poze do Rodo para participar de um debate sobre a proposta na Câmara de São Paulo, mas eles não responderam diretamente à convocação, limitando-se a fazer posts nas redes sociais. “Fizeram postagens sugerindo que eu fosse até a Penha [bairro no Rio de Janeiro]”, relatou. “Fazer o que lá? Não faço ideia. Mas gostaria muito de ver ambos explicando sua ‘arte’, que envolve apologia ao crime, para famílias que perderam pessoas no combate ao crime.”
Raízes da bandidolatria
Além dos festivais de música e produções da Netflix, Amanda destacou que a glamourização do crime aparece também nas telenovelas, especialmente as da Rede Globo. Algumas das premiações nas quais Oruam foi indicado são financiadas pelo conglomerado.
De acordo com Roberto Motta, colunista de Oeste e ex-secretário de Estado do Rio de Janeiro, a romantização da criminalidade é um fenômeno que ocorre no país desde a década de 1960. Ele menciona, como exemplo, a obra Seja Marginal, Seja Herói, de Hélio Oiticica, criada entre 1966 e 1967. A gravura mostra uma imagem do criminoso Cara de Cavalo morto e estirado no chão.
Segundo Motta, há segmentos da cultura que retratam o criminoso como um rebelde, um lutador contra o sistema. Na visão marxista, seria alguém que busca “reduzir a desigualdade e promover a justiça social”.
Motta explica que a origem disso está na teoria crítica da Escola de Frankfurt, que questiona as instituições opressoras da sociedade ocidental. Da teoria surgiram a desconstrução das relações amorosas, a liberação da sexualidade e a Teoria Crítica da Raça. Desse conceito também surgiu a glorificação da criminalidade, por meio dos posicionamentos do anarquista Mikhail Bakunin. Esse filósofo acreditava que, em certos contextos, os criminosos — especialmente os marginalizados ou oprimidos pela “sociedade capitalista” — poderiam ser aliados na luta contra a autoridade, já que sua rebeldia se opunha ao Estado e às normas sociais.
“A cultura treina as pessoas para a vida”, observa Motta. “É um instrumento essencial para que as pessoas possam progredir na vida do ponto de vista profissional, financeiro, emocional e afetivo. O que temos hoje em dia é uma cultura ruim, que coloca as pessoas numa armadilha. E elas só vão perceber isso daqui a 10, 20 anos.”
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se reunirá com empresários do setor de alimentos nesta quinta-feira (6) para discutir a inflação dos produtos alimentícios.
O governo federal estuda medidas para tentar conter os aumentos. O tema afeta a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A questão é uma das principais preocupações do presidente Lula no momento, porque tem um grande impacto em como a população enxerga o governo. Segundo especialistas, esse é um dos fatores que contribuem para a crise de popularidade que o Executivo enfrenta atualmente.
Dois encontros vão ser coordenados pelo vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O primeiro será pela manhã no gabinete da Vice-Presidência da República e terá a participação dos ministros Carlos Fávaro (PSD-MT), da Agricultura e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário (PT-SP), além de representantes de outros ministérios.
Já à tarde, Alckmin receberá no Ministério da Agricultura representantes do setor de alimentos.
No encontro desta quinta, de acordo com o blog do jornalista Valdo Cruz, Alckmin irá avaliar as medidas propostas ao longo da semana passada por setores da economia, como produtores rurais e proprietários de supermercados, enviadas aos ministros.
Depois da reunião técnica, Lula deve chamar sua equipe para tentar definir que medidas podem ser adotadas no tema.
A atuação de Fernando Haddad (PT) à frente do Ministério da Fazenda é considerada “ruim/péssima” por 46,4% dos deputados federais, segundo pesquisa do Ranking dos Políticos. O trabalho do ministro é considerado “ótimo/bom” por 30% dos congressistas da Câmara dos Deputados e “regular” por 23,6%.
O cenário é mais positivo ao petista no Senado. Eis a avaliação de Haddad na Casa Alta:
ótima/boa – 46,2%;
regular – 19,2%;
ruim/péssima – 34,6%.
O resultado representa uma piora do desempenho de Haddad nas pesquisas. No último levantamento da instituição, o ministro teve rejeição de 23,8% dos deputados federais.
O número de congressistas que consideravam o trabalho do ministro “ótimo/bom” caiu quando comparado com a pesquisa anterior. Foi de 46,2% para 30%.
O Ranking dos Políticos escutou a opinião de 110 deputados de 18 partidos na Câmara. No Senado, 26 senadores de 11 partidos avaliaram o desempenho de Haddad. A pesquisa foi feita de 11 a 12 de fevereiro.
HADDAD X LEGISLATIVO
Haddad e o Planalto tem enfrentado dificuldade de articulação no Congresso. O desgaste do governo nos últimos meses por conta da “crise do Pix” foi significativa para o desempenho do ministro na pesquisa. À época, deputados criticaram e pressionaram o governo para recuar a proposta apresentada pela Receita Federal.
O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Otto Alencar (PSD-BA), diz que a agenda do ministro da Fazenda poderá encontrar resistência no Congresso.
Segundo o senador, as prioridades do governo nem sempre coincidem com as do Congresso, especialmente em questões mais controversas, como a limitação dos supersalários do Judiciário.
Além disso, Haddad vê resistência do próprio campo por conta de sua atuação no Ministério da Fazenda. Segundo ele, a reforma tributária do governo é o maior “trunfo” do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não está sendo “valorizado”.
O acidente ocorrido na tarde desta quarta-feira (05), envolvendo dois carros de luxo, uma Jetta e uma Mercedes, no entorno do estádio Frasqueirão, foi provocado pelo motorista que estava conduzindo o Jetta. Segundo apurado pelo blog, o condutor já é conhecido por algumas polêmicas no trânsito de Natal.
O impacto foi registrado por testemunhas que estavam na região, e informaram que apesar da destruição ninguém ficou ferido.
A cotação do dólar desabou nesta Quarta-feira de Cinzas (5/3), data em que o mercado brasileiro abriu mais tarde, às 13 horas – o normal é às 9 horas. A moeda americana fechou cotada a R$ 5,75, numa queda de 2,71%.
A queda do dólar acelerou o ao longo da tarde, em um movimento alinhado com o mercado global. O índice DXY, que mede a força da moeda americana frente uma cesta de seis divisas de países desenvolvidos, recuava 1,18%, às 17 horas.
A baixa, na avaliação de analistas, estava associada ao alívio na postura dos Estados Unidos em relação à vigência das tarifas de importação, anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump. O republicano concedeu às montadoras um mês de suspensão das tarifas de importação do México e Canadá, o que trouxe mais otimismo aos mercados.
Declarações do secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, também foram bem-recebidas pelos agentes econômicos. Ele disse em entrevista à Bloomberg TV, nesta quarta-feira, que o país deve anunciar medidas de alívio nas tarifas para alguns setores.
O problema dele é porque moro manda prender mesmo, e ele fica puto, esse Gilmar é como Barroso diz estar acabando com o supremo ele e mais uns quatro, tudo petista.
Bastou um Tucano ser atacado que o discurso mudou rapidamente.
Enquanto a vítima era só o Haddad, o chicote correu solto sem nenhum comentário contrário. Na hora que pegaram o Tucano Mor Geraldo Alckmin e o ex Governador Tucano Beto Richa, a coisa mudou ligeiro de figura.
Até quando o judiciário vai agir instrumentalizado por partidos políticos com interesses meramente eleitorais?
Não tenho conhecimento de um ato jurídico ou uma opinião desse excremento humano, que seja favorável pra um Brasil decente, e muito pelo contrário são sempre no intuito de favorecer a corrupção, o desmando e a impunidade.