http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LOEdLkxSw4s
Na semana passada, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de prevenção contra a Aids. Coisa voltada para o Carnaval. Decidiu-se priorizar o público gay. Por quê? As estatísticas mostram que é entre os homossexuais que a doença prolifera com maior intensidade.
Em 1998, para cada dez heterossexuais com Aids, havia 12 homossexuais infectados. Em 2010, a relação já era de dez para 16. No ano passado, anotou-se um crescimento de 10,1% na incidência da doença entre os gays.
A campanha do ministério revelou-se compatível com o objetivo traçado. Levou-se ao site da Saúde sobre Aids uma publicidade em que dois homossexuais aparecem trocando carícias numa boate. Ao final, um convite ao uso da camisinha.
Pois bem. Durou pouco a ousadia oficial. Nesta quinta (9), o ministério retirou da web a peça recém-veiculada. Alegou-se que fora concebida para ser exibida apenas em locais fechados. Onde? Como? Não foi dito. Afirmou-se apenas que a exibição no portal do ministério deveu-se a “um equívoco”.
Na véspera, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) dissera que encontra-se em fase final de produção um vídeo comportado o bastante para ser exibido em canais abertos de TV. Decerto exibirá duas beatas desaconselhando o sexo. Quem sabe fique pronto depois da Quarta-Feira de Cinzas, quando Inês já será morta.
Quanto ao filme censurado, cabe perguntar: por que diabos gastou-se dinheiro público na produção de uma peça destinada a ficar vem escondidinha? O Congresso deveria aprovar uma lei proibindo a censura de qualquer publicidade com cenas explícitas de hipocrisia.
Josias de Souza
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