Foto: Edu Andrade/Ascom/ME
O ministro da Economia, Paulo Guedes, teve duas importantes baixas e trocas na sua equipe nesta terça-feira (27), em meio à pressão do Centrão para recriação do extinto Ministério do Planejamento, diante da crise na elaboração do Orçamento de 2021.
O secretário especial de Fazenda da pasta, Waldery Rodrigues Júnior, foi demitido do cargo. Ele tinha uma função equivalente à do antigo ministro da Fazenda. Todas as decisões orçamentárias passavam por ele. Estavam subordinados a Waldery a Secretaria de Orçamento Federal e o Tesouro Nacional, responsáveis respectivamente pela elaboração do Orçamento e pelo “cofre” do governo.
O Orçamento de 2021 foi alvo de embates após o Congresso subestimar as despesas obrigatórias para superestimar as emendas parlamentares. Segundo os congressistas, a manobra teve aval da equipe econômica. Porém, depois, a área fiscalista do ministério comunicou que teria de cortar parte das emendas, sob risco de o presidente Jair Bolsonaro cometer crime de responsabilidade se não fizesse. Waldery faz parte dessa ala.
O impasse gerou uma crise política e Guedes e sua equipe saíram desgastados. O Centrão, que virou base aliada do presidente Bolsonaro, tem pressionado pela volta do Ministério do Planejamento. Eles alegam que a fusão da Fazenda e do Planejamento no atual Ministério da Economia centralizou demais os poderes na mão de Guedes. Antes, o Orçamento era negociado com as duas pastas, e não somente com uma, como é agora. O Planejamento, historicamente, era mais sensível às demandas políticas.
Demitido nesta terça, Waldery já balançou no cargo no ano passado, quando defendeu congelar aposentadorias e pensões por dois anos para liberar recursos ao Renda Brasil, o programa social estudado pelo governo para substituir o Bolsa Família e outros. Na época, Bolsonaro ameaçou dar “cartão vermelho” a Waldery e chegou a pedir a cabeça do secretário. Guedes conseguiu contornar a situação.
Atual secretário do Tesouro assume Fazenda
Guedes promoveu o atual secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, para o comando da Secretaria Especial de Fazenda, no lugar do Waldery. O assessor especial de relações institucionais Jefferson Bittencourt deve ficar com o Tesouro Nacional.
Funchal assumiu o Tesouro em agosto do ano passado, após Mansueto Almeida pedir demissão do cargo para seguir para a iniciativa privada. Antes, Funchal foi diretor de Programas da pasta e secretário de Fazenda do Espírito Santo, um dos poucos estados com as contas públicas equilibradas.
Bittencort é o atual assessor especial de Guedes para negociações e votações no Congresso. Ele auxiliava o ministro na ponte com os parlamentares. Antes, foi secretário-adjunto de Fazenda. Assim como Funchal, faz parte da ala fiscalista do ministério.
Assessora da reforma tributária também deixa governo
Outra baixa na equipe econômica foi da assessora especial do ministro para assuntos tributários, Vanessa Canado. Ela pediu demissão alegando motivos pessoais. A decisão já estava tomada desde o início do ano, mas tinha sido postergada a pedido de Guedes.
No ministério, ela era responsável por coordenar a reforma tributária do governo, em conjunto com o secretário especial da Receita Federal, José Tostes, que continua no cargo.
Vanessa vinha sofrendo críticas de alas internas, pois antes de ir para o ministério ela colaborou com a proposta de reforma tributária da Câmara, que é mais ampla que a do governo. Guedes quer fazer uma reforma fatiada, tornando facultativa a adesão de estados e municípios. O ministro também afirma que a proposta da Câmara pode resultar em aumento de carga tributária.
Gazeta do Povo
Quem manda (e sempre mandou) no Brasil é o centrão véi de guerra. Só os fanáticos, os idiotas e os abestalhados em geral não querem admitir isso.
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