Polícia

Henrique Alves é o campeão em indicações para cargos de confiança no Governo Federal

Época

Desde meados dos anos 1990, fala-se em Brasília de uma lista elaborada pelo Palácio do Planalto na qual seriam compiladas as indicações políticas para cargos públicos. Os rumores atravessaram os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva sem que a existência desse documento tivesse sido comprovada ou mesmo admitida oficialmente. A reprodução exibida na página ao lado encerra a questão. A cópia da listagem é recente. Ao obtê-la, a reportagem de ÉPOCA se comprometeu a não revelar a data em que ela foi impressa, o que poderia ajudar a identificar a fonte da informação.

A relação é restrita a não mais que uma dezena de funcionários da Presidência da República. Elaborada na Secretaria das Relações Institucionais, da ministra Ideli Salvati, ela só é conhecida pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e por um número muito seleto de seus assessores. A autenticidade do documento foi comprovada por integrantes do alto escalão do Planalto. Procurada por ÉPOCA, a secretaria afirmou desconhecer a existência da lista. Informou apenas que “recebe, sim, pleitos de aliados, indicações e sugestões”. “É natural que a base aliada, alicerce de sustentação do governo, pleiteie de forma legítima a divisão de espaços de comando na esfera federal”, afirmou em comunicado por escrito.

A lista é guardada como um segredo de Estado por revelar um retrato acabado da fisiologia brasileira. Nela, está expresso o apetite por cargos de cada partido, grupo e cacique da coalizão governista. Mais: o documento mostra a quem e como o Planalto deu postos. O documento enumera 229 candidatos a 318 cargos na administração federal. A discrepância de números se deve a duas razões: há casos em que um pretendente almeja mais de uma vaga e há postos reservados a um grupo político que ainda não apontou seu preferido. A listagem abrange uma pequena, mas representativa, amostra dos 24 mil cargos federais disputados com sofreguidão por políticos. Juntos, os postos da listagem movimentam mais de R$ 500 bilhões.

Nas 29 páginas da listagem, desfilam indicados anônimos e políticos famosos, como o ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT, postulante a uma diretoria da hidrelétrica de Itaipu, ou o da Paraíba José Maranhão, mencionado para a vice-presidência de Loterias da Caixa Econômica Federal. Ambos ficaram desempregados depois da última eleição. Os nomes de Zeca, Maranhão e de cada um dos outros apaniguados foram inscritos na lista ao lado dos respectivos padrinhos. Por isso, o relatório serve também como um mapa do poder no governo Dilma Rousseff. Por meio dele, é possível ter uma ideia precisa de quem são os políticos mais influentes na atual gestão. Pode-se medir seu poder pela quantidade de pessoas que eles conseguiram incluir na lista ou, sobretudo, pelo número de seus afilhados efetivamente nomeados. Nos dois critérios, brilha a estrela do PT.

O partido de Dilma lidera o ranking de pedidos de emprego, 57% do total, e de postos obtidos, 48%. O PMDB do vice-presidente Michel Temer vem em um segundo lugar distante, com apenas 14% das indicações e 14% de nomeações. Em ambos os critérios, PR, PTB, PSB e PP não ultrapassam 10% do total. PRB, PCdoB e PDT ficam com, no máximo, 2% cada um. A hegemonia petista é tamanha que os organizadores da lista não consideram o partido como uma única entidade. Ao contrário, cada uma de suas facções é tratada como se fosse uma legenda à parte na coalizão governista. Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior corrente petista, indicou sozinha 52 pessoas, oito a mais que o PMDB inteiro. O PT Nacional tentou nomear outros 23 filiados, número superior ao do PR, o terceiro colocado, com 19 nomes. Petistas envolvidos em escândalos também foram contemplados na relação.

Por ela, descobre-se que o negócio de José Dirceu, acusado de chefiar o mensalão, agora é trem. Ele patrocina a indicação de Afonso Carneiro Filho para as diretorias da Agência Nacional de Transportes Terrestres, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos e da Valec. O currículo de Carneiro Filho, petista e funcionário do Ministério dos Transportes, foi encaminhado ao Planalto por José Augusto Valente, que se identifica como consultor privado. “Dirceu me consulta quando a questão é transportes”, diz Valente.

O documento também mostra como o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci batalha para promover seu irmão Adhemar a presidente da Eletronorte ou, no mínimo, mantê-lo como diretor dessa estatal. Conseguiu, inclusive, que o CNB reforçasse seu pleito. De acordo com a listagem, Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação Social, e Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência e ex-presidente do PT, tentam enfiar no Ministério da Cultura o economista Murilo Francisco Barella. Berzoini nega ter participado da indicação, mas reconhece ter tentado nomear outra pessoa: Aristóteles dos Santos, para o Conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Santos já foi ouvidor da Anatel e, em 2006, chegou a aparecer em programas eleitorais do então presidente, Lula, candidato à reeleição.

Nenhum nome se destaca tanto na relação quanto o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele é de longe o campeão de indicações. Em sua conta são debitados 60% dos 44 pleitos apresentados por seu partido. “Isso acontece porque atribuíram a mim todas as indicações da bancada da Câmara do partido e ainda muitas que foram feitas pela do Senado. A verdade é que isso já demorou tanto que desistimos de lutar pela maioria desses nomes”, disse Alves, ao examinar as informações do Planalto.

A lista da Secretaria de Relações Institucionais revela aspectos prosaicos das relações em Brasília, como a insistência dos políticos em encontrar sinecuras e arranjar benesses para seus amigos. Chega a ser anedótico o caso do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento com seu ex-motorista Ronaldo Rodrigues Barbosa. Nascimento se empenhou primeiro em promovê-lo a assistente técnico do gabinete quando ministro. Agora no cargo de senador, luta para mantê-lo no posto. Uma curiosidade: a indicação de Nascimento é classificada na lista como “técnica”. “Foi um reconhecimento ao desempenho de Barbosa”, diz Nascimento.

A lista revela outras situações nada curiosas. Correligionário de Nascimento, o deputado Valdemar Costa Neto (PR), que renunciou ao mandato para não ser processado no escândalo do mensalão, aparece entre os atendidos pelo Planalto. O deputado João Pizzolati (PP-SC), considerado ficha suja, consta da relação. O ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que chegou a ser preso, também está lá. A presença delas descortina um retrato pouco alentador da política e da gestão pública brasileiras. Ao lado dos nomes dos indicados não há qualquer referência a suas qualificações profissionais. Não há menção a currículo ou experiência anterior que os habilitem a exercer a função que pretendem. “São raríssimos os casos de indicados politicamente que poderiam ser aprovados em concurso público”, diz o cientista político Alberto Carlos Almeida. Os currículos até existem. Há uma pilha de mais de 40 centímetros deles numa sala do Planalto, mas eles têm pouco valor, porque são relegados a segundo plano já no momento de formação da lista.

Os nomes são entregues à Secretaria de Relações Institucionais, em geral, por líderes partidários. Ministros e funcionários de alto escalão também conseguem fazer indicações diretas. A lista obtida por ÉPOCA mostra que o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutra de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, demitido em julho, indicou sete pessoas para posições de confiança nessa instituição. Poucos políticos, como o senador Blairo Maggi (PR-MT), conseguem por si só colocar o nome de seus protegidos na pilha. Uma vez recebidos pela Secretaria de Relações Institucionais, todos os nomes são submetidos a um pente-fino do Gabinete de Segurança Institucional. Os currículos são encaminhados à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que verifica se o candidato tem ficha policial, se já foi condenado pela Justiça em segunda instância, se tem débitos na Receita Federal, dívida trabalhista e se é sócio diretor de empresa, entre outras coisas. Esse levantamento é revisado e aprofundado se houver chance de o indicado ser nomeado. O processo é lento, porque é realizado por apenas cinco funcionários, e alvo frequente de queixas dos políticos.

Uma vez prontas, as indicações se tornam o principal objeto de pressão sobre o governo federal. Relutar em atender aos políticos resulta em um jogo de reclamações e ameaças, que facilmente se converte em traições em votações no Congresso Nacional ou mesmo em denúncias nos jornais. Mas serve também como instrumento de controle e pressão sobre a base de sustentação do governo. “Essas indicações e as nomeações são usadas para pressionar o Congresso”, diz um expoente do Planalto que já integrou o Legislativo federal e analisou a lista exposta nesta reportagem. Ele diz que a presidente Dilma imprimiu uma dinâmica nova – e muito mais lenta – ao processo de nomeações. A demora é tal que os líderes deixaram de insistir. “Só dá desgaste”, diz o peemedebista Henrique Eduardo Alves. Até mesmo o PT, o maior participante nas indicações, está frustrado. O ex-ministro da Pesca Altemir Gregolin passou meses em Brasília esperando uma nomeação. Desistiu. A ex-governadora do Pará Ana Júlia Carepa é outra que espera até hoje. Dilma deu sinais inequívocos de que, pelo menos por enquanto, pretende manter nomeações no conta-gotas.

As indicações políticas para cargos públicos são um fato da democracia com o qual os governos são obrigados a conviver. Em regimes democráticos, nomeações políticas são normais e salutares. É preciso que os partidos que ganhem as eleições dividam entre si os cargos de confiança no governo para implementar as políticas que lhes deram a vitória nas urnas. “É natural que um partido político aponte gente de sua confiança para ocupar cargos de sua própria representação”, diz o sociólogo Antonio Lavareda. A questão no Brasil é outra. A lista da Secretaria de Relações Institucionais mostra que mesmo cargos eminentemente técnicos, como as diretorias de bancos estatais, foram incluídos pelo governo petista nas negociações partidárias. Postos de menor expressão na administração pública também. A regra não são os programas eleitorais, mas o loteamento e aparelhamento da máquina pública. “No Brasil, esses vícios foram agravados pelas características do sistema partidário e da base governista, extremamente fragmentados. Como eles são muitos, a demanda por cargos de confiança é maior”, afirma Lavareda.

Os vícios do sistema nacional ficam ainda mais evidentes quando comparados com as regras de democracias mais consolidadas. Nos Estados Unidos, que possuem uma das maiores administrações públicas do mundo, apenas 4.500 cargos podem ser preenchidos por indicação política – um sexto do que ocorre no Brasil. O Senado americano publica a lista dos escolhidos pelo presidente desde 1952. O Plum Book (Livro Ameixa), como é conhecido, é uma tradição. Para chegar ao cargo, o candidato deve ter conhecimento técnico na área em que deseja trabalhar – exigência que não existe por aqui. A França, um dos países que mais valorizam o funcionalismo público, reserva apenas 500 vagas para indicações políticas. A maioria dos funcionários da máquina estatal é de servidores de carreira. O Reino Unido permite apenas 300 indicações de caráter político – e, mesmo assim, os escolhidos têm de comprovar capacidade técnica. O país mais restrito é a Alemanha, onde o Estado tem apenas 170 cargos para indicações políticas. No Brasil, isso não seria o suficiente para satisfazer nem um partido médio, quanto mais a ampla e sedenta base de apoio do governo federal.

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Geral

Inmet alerta para baixa umidade e ventos costeiros no RN; veja cidades atingidas

Foto: Divulgação/Inmet

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de baixa umidade e ventos costeiros para cidades principalmente do Alto Oeste e de parte do litoral do Rio Grande do Norte. Os alertas são válidos até sábado e domingo, respectivamente.

Ventos Costeiros

  • Validade: até 18h do domingo (13)
  • Riscos: O aviso é da cor amarela, de perigo potencial, o nível mais baixo na escala de gravidade do órgão. Segundo o Inmet, nesse tipo de aviso há “intensificação dos ventos nas regiões litorâneas, movimentando dunas de areia sobre construções na orla”.
  • Instruções: Contatar a Defesa Civil (telefone: 199), em caso de necessidade.

 

Veja cidades atingidas:

  1. Areia Branca
  2. Baraúna
  3. Caiçara do Norte
  4. Carnaubais
  5. Ceará-Mirim
  6. Extremoz
  7. Galinhos
  8. Grossos
  9. Guamaré
  10. Macaíba
  11. Macau
  12. Maxaranguape
  13. Mossoró
  14. Natal
  15. Nísia Floresta
  16. Parazinho
  17. Parnamirim
  18. Pedra Grande
  19. Porto do Mangue
  20. Pureza
  21. Rio do Fogo
  22. São Bento do Norte
  23. São Gonçalo do Amarante
  24. São José de Mipibu
  25. São Miguel do Gostoso
  26. Serra do Mel
  27. Tibau
  28. Touros

Baixa umidade

 

  • Validade: até 23h de sábado (12). Há um outro alerta, com essas e mais oito cidades – detalhadas no fim – que termina às 22h da sexta. Nas demais 48 cidades, o alerta vale na sexta e também no sábado até 23h.
  • Riscos: Alerta da cor amarela, de perigo potencial, o mais baixo no grau de severidade do órgão. Segundo o Inmet, nesse tipo de alerta, a umidade relativa do ar varia entre 30% e 20%. Há baixo risco de incêndios florestais e à saúde.
  • Instruções: Beber bastante líquido; evitar desgaste físico nas horas mais secas e exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.

Veja cidades atingidas:

  1. Água Nova
  2. Alexandria
  3. Almino Afonso
  4. Antônio Martins
  5. Apodi
  6. Caicó
  7. Caraúbas
  8. Coronel João Pessoa
  9. Doutor Severiano
  10. Encanto
  11. Francisco Dantas
  12. Frutuoso Gomes
  13. Ipueira
  14. Itaú
  15. Janduís
  16. Jardim de Piranhas
  17. João Dias
  18. José da Penha
  19. Lucrécia
  20. Luís Gomes
  21. Major Sales
  22. Marcelino Vieira
  23. Martins
  24. Messias Targino
  25. Olho d’Água do Borges
  26. Paraná
  27. Patu
  28. Pau dos Ferros
  29. Pilões
  30. Portalegre
  31. Rafael Fernandes
  32. Rafael Godeiro
  33. Riacho da Cruz
  34. Riacho de Santana
  35. Rodolfo Fernandes
  36. São Fernando
  37. São Francisco do Oeste
  38. São João do Sabugi
  39. São Miguel
  40. Serra Negra do Norte
  41. Serrinha dos Pintos
  42. Severiano Melo
  43. Taboleiro Grande
  44. Tenente Ananias
  45. Timbaúba dos Batistas
  46. Umarizal
  47. Venha-Ver
  48. Viçosa

 

*As cidades de Campo Grande, Equador, Felipe Guerra, Jardim do Seridó, Jucurutu, Ouro Branco, Santana do Seridó e São José do Seridó estão em um alerta do mesmo tipo, mas com validade até 22h desta sexta-feira (11).

g1-RN

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Se houver risco energético, horário de verão volta neste ano, afirma Alexandre Silveira

Foto: Reprodução/Agência Brasil/Tauan Alencar/MME

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta sexta-feira, 11, afirmou que a volta do horário de verão ocorrerá necessariamente neste ano se o País enfrentar risco de suprimento de energia elétrica. Por outro lado, sem esse risco, Silveira declara que será avaliado o “custo-benefício” da política, em diálogo com diferentes setores afetados.

Ele também reforçou que a decisão sobre o retorno do horário de verão será na semana que vem.

Se for implementado, será após um intervalo mínimo de 20 dias para o planejamento dos setores afetados, sem impacto no segundo turno das eleições, segundo ele.

”Nós estamos tendo todo o cuidado, toda a serenidade. O resumo da ópera é o seguinte: se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão. Se não houver risco energético, será um custo-benefício que eu terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil”, declarou, em evento do grupo Esfera Brasil, em Roma, na Itália.

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que nas últimas semanas houve debates com diferentes setores, incluindo as companhias aéreas.

A decisão sobre horário de verão será “técnica e com sensibilidade social e política”, disse também o ministro.

Silveira voltou a mencionar que não há “problema energético” no Brasil, no período da seca, em função de medidas preventivas adotadas. Ele cita como exemplo a diminuição da vazão de Jupiá e Porto Primavera. Foram preservadas mais de 11% de água doce nos reservatórios, segundo o ministro.

R7

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Moraes vota para rejeitar pedido de Bolsonaro para ter acesso à delação de Mauro Cid


Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou dois recursos apresentados por Bolsonaro. Um deles diz respeito a pedido de acesso integral aos termos de declaração da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. O outro sobre um suposto vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal e quebra de sigilo de Cid.

Os ministros votam por meio do sistema eletrônico do STF. Moraes é o presidente da Primeira Turma, e também integram o colegiado os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Nesta modalidade, não há discussão entre os ministros, eles apenas apresentam os votos no sistema. Se houver um pedido de vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso, o julgamento é suspenso. Se houver um pedido de destaque, o caso é enviado ao plenário.

Sobre a quebra de sigilo de Cid, Moraes diz que “a apresentação do relatório minucioso de análise de todo o material colhido a partir da determinação da quebra de sigilo telemático oportunizará aos acusados todos os elementos que serviram de fundamento à conclusão da Polícia Federal, quando do término do inquérito, inclusive aqueles não empregados no ato e que poderiam lhes ser benéficos”.

Em relação ao acesso à delação de Cid, Moraes diz que a defesa de Bolsonaro “não apresentou qualquer argumento minimamente a afastar a decisão”.

“A ressalva que se faz à compreensão vinculante diz respeito às diligências investigatórias em curso, que, sob risco de comprometimento do seu bom sucesso, deve ser preservado o sigilo necessário à apuração e à atividade instrutória, sob pena de inviabilizar as investigações em andamento”, afirma.

Segundo Moraes, no momento da decisão final de mérito, o Judiciário deverá analisar a colaboração premiada e as provas dela derivadas, assim como o fará em relação a todos os meios de prova (interceptação, quebra de sigilo bancário, mandado de busca e apreensão, etc), no intuito de formar sua convicção e julgar.

“As investigações relacionadas a esses tópicos gerais estão em regular trâmite nesta Suprema Corte, com diversas diligências em andamento, o que, nos termos da fundamentação acima delineada, impedem o acesso, pelos agravantes, aos depoimentos de Mauro Cid no âmbito de colaboração premiada”, diz.

R7

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‘Vamos comprar não apenas um avião, mas alguns aviões”, confirma Lula após problema técnico com aeronave no México

Foto: reprodução/DigitalBR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (11) que vai comprar um avião para a Presidência da República, além de outras aeronaves a serem usadas pelos ministros.

Segundo Lula, a decisão faz parte de uma “lição” que ele tirou após a aeronave que o transportava do México para o Brasil apresentar um problema técnico e precisar realizar um pouso de emergência.

“Desse problema tiramos uma lição: vamos comprar não apenas um avião, mas alguns aviões […]. Precisamos nos preparar. Pedi para que Ministro da Defesa nos faça uma proposta. Vamos comprar um avião para o Presidente da República”, declarou Lula, em entrevista concedida a uma rádio em Fortaleza.

O presidente completou que a aquisição não é direcionada para ele ou qualquer outro nome, mas para a “instituição, quem quer que seja eleito presidente”. Além disso, Lula ressaltou a intenção de adquirir outras aeronaves, “porque é preciso os ministros viajarem”.

O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que transporta Lula e uma comissão formada por ministros e outras autoridades conseguiu pousar em segurança na Cidade do México às 22h16 de terça-feira (1º) após cinco horas de sobrevoo. A aeronave apresentou um problema técnico depois de decolar da capital mexicana com destino ao Brasil e precisou gastar o combustível no ar para poder fazer o pouso.

O Airbus A319, chamado de VC-1 pela FAB, é o avião presidencial brasileiro desde 2005. À época, ele custou US$ 56,7 milhões. No entanto, uma aeronave semelhante, mas atualizada, custa atualmente cerca de US$ 87,7 milhões (ou R$ 500 milhões).

Relato

Lula relatou que a situação foi inédita na experiência dele. “Quando a gente estava andando na pista, o barulho já estava diferente. Quando levantou voo, aconteceu alguma coisa porque o avião estava com um ronco diferente, trepidava muito”. O presidente disse ter ido à cabine falar com o piloto e que a tripulação estava nervosa, “vendo como é que iriam sair daquela situação”.

Com a necessidade de esvaziar o tanque, Lula pediu para que o almoço fosse servido. “Fiz até uma brincadeira estúpida, dizendo que era preciso comer porque não sabíamos se ia ter comida no céu”, brincou.

Segundo nota da FAB, os procedimentos para solução do problema foram feitos ainda no ar. “Realizados, com sucesso, os procedimentos de segurança para solução do problema apresentado, os pilotos aguardam o consumo de combustível necessário para que a aeronave retorne ao mesmo aeródromo da decolagem”, disse, em nota, a FAB.

R7

Opinião dos leitores

  1. E justo. Um líder de um país como o Brasil precisa se locomover em uma aeronave segura e eficaz. Todos os países do mundo têm aviões modernos e sofisticados.

  2. Tudo isso foi muganga para ter motivos para compra de um novo avião. Nada foi por acaso.

  3. Num país de misérias, ver o pai dos pobres, usando NOSSO dinheiro, para que ele e seus ministros possam viajar pelo Brasil afora com todo conforto possível, É, reconfortante. Obrigado, pai dos pobres 🤬🤬🤬🤬

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Geral

Dino diz que há ‘tranquilidade’ sobre PECs aprovadas na CCJ para limitar decisões monocráticas no STF

Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na manhã desta sexta-feira (11) que há “muita tranquilidade” sobre as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) aprovadas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que reduzem o poder do STF. A fala ocorreu durante o evento Encontro de Líderes, organizado pela Comunitas, organização da sociedade civil, em São Paulo.

Para limitar as decisões monocráticas dos ministros, a CCJ aprovou na quarta-feira (9) o chamado pacote “anti-STF”. A ofensiva contou com apoio de partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo com pouco movimento na Casa e sem sessão em plenário, o Palácio do Planalto não se mobilizou.

— Então, há muita tranquilidade em relação a isso, muita ponderação. Agora, o Supremo não vai deixar de decidir o que deve ser decidido, porque isso possa desagradar tal ou qual agente público ou privado, porque o nosso papel é exatamente ter independência, aplicar a lei e fazer o certo, independentemente de eventuais consequências políticas. Isso não nos cabe, mas quem julga é o Supremo, claro — afirmou, em entrevista aos jornalistas.

As chamadas decisões monocráticas são as proferidas por apenas um magistrado. Além de limitarem essas, as duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) e dois projetos de lei aprovados autorizam o Parlamento a anular julgamentos do Supremo e criam um novo rito para processos de impeachment de ministros da Corte.

O pacote vale para o STF e outros tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O texto deve agora ser analisado por uma comissão especial antes de ir a plenário.

Pouco antes, para um público de governadores e especialistas em segurança pública, Dino afirmou que as decisões da Corte “ora são marcadas pela autocontenção, ora pelo ativismo, como é a vida”.

O Globo

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Geral

“Tem que tirar de alguém”, diz Lula sobre taxar milionários para aumentar isenção do Imposto de Renda

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (11) que a promessa de isentar o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil é um compromisso de justiça e, para isso acontecer, “tem que tirar de alguém”.

A declaração de Lula foi feita após o ministro Fernando Haddad (PT) afirmar, na quinta-feira (9), que a taxação de milionários é uma alternativa estudada pelo governo federal para compensar a reforma no imposto de renda.

“O que eu quero é fazer sentido da justiça, e eu acho que a gente tem que tirar de alguém”, disse o presidente em entrevista à rádio CBN Fortaleza.

Lula afirmou considerar injusto uma pessoa que ganhe até R$ 5 mil pagar, proporcionalmente, mais imposto do que milionários. O presidente disse ainda que o objetivo é isentar ainda mais.

“Não se pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$4 mil e deixar os caras que recebem herança e não pagam. […] Na minha cabeça, a ideia é que o salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar imposto de renda”, defendeu.

Lula defendeu ainda que esse debate não deve ser escondido. “As pessoas têm que saber quem paga o que e quanto se paga. É isso que falta nesse país”, afirmou.

Hoje, a isenção é aplicada apenas para pessoas que tenham uma renda de até dois salários mínimos – equivalente a R$ 2.824 por mês.

A reforma do IR para isentar quem ganha até R$ 5 mil é uma das principais pautas na agenda econômica do governo Lula e uma promessa de campanha. Haddad, contudo, afirma que não é pressionado sobre a entrega do projeto e que o presidente avalia ao menos quatro cenários de compensação.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. É ilógico não taxar ricos, é óbvio que o estado tem que ser mais eficiente, mas é quando se tem mais poder econômico pode ser gerar mais riqueza, exemplo é a quantidade de fundos que só que tem mais de $1.000.000, pode aplicar. Taxar grandes fortunas é tentar fazer que a capacidade dos meus $100,00 de gerar dividendos seja igual a do Rico, não é sobre igualdade mas justiça social !!!

  2. Que tal tirar do Estado? Não falo de assistência social, nem de saúde, segurança e educação, falo de servidores públicos com salários estratosféricos, falo de gastos exorbitantes com pouco retorno ao pagador de impostos, falo de mordomias aos políticos.

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Geral

Anatel divulga lista com mais de 2 mil bets irregulares que sairão do ar; veja quais são

Foto: Freepik

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou nesta sexta-feira (11) a lista de empresas de apostas esportivas (bets) que sairão do ar nos próximos dias por não terem sido autorizadas pelo Ministério da Fazenda a operar no Brasil.

A agência começou a notificar nesta quinta (10) as prestadoras de serviço para que os endereços sejam derrubados.

“Caberá a cada uma das prestadoras tomar as providências técnicas necessárias para implementar essa determinação, a partir de sexta-feira, 11/10. O tempo para a execução do bloqueio dependerá das medidas empregadas pelas prestadoras, conforme suas especificidades”, informou a Anatel em nota.

g1

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Brasil

Moraes confirma júri popular de assassinos de Marielle para 30 de outubro

Foto: STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (10) a realização do júri popular que vai decidir se condena os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018.

O início do julgamento do Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro foi marcado para o dia 30 deste mês, às 9h. A decisão de Moraes confirma a realização do julgamento, que foi agendado em setembro deste ano pelo juiz Gustavo Kalil,  titular do 4º Tribunal do Júri, que presidirá a sessão.

A autorização foi solicitada ao Supremo porque Lessa e Elcio são réus na ação penal que tramita no tribunal sobre o assassinato e está sob a relatoria de Alexandre de Moraes.

Lessa assinou acordo de delação premiada e é réu confesso do assassinato. Ele deu os tiros que mataram a vereadora e o motorista. Segundo o acusado, o crime foi cometido a mando dos irmãos Brazão. Élcio foi responsável por dirigir o carro usado no crime.

Além dos dois acusados, são réus no processo que está no STF o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (Sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira.

Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.

Fonte: Agência Brasil

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Brasil

Brasil tem 22,38 milhões de hectares atingidos pelo fogo em nove meses

Foto: Reprodução

Entre janeiro e setembro de 2024 o Brasil teve 22,38 milhões de hectares queimados pelos focos de incêndio que avançaram por todo país, mostrou o MapBiomas, no Monitor do Fogo divulgado nesta sexta-feira (11). Apenas em setembro foram 10,65 milhões de hectares – quase metade de toda a área atingida nos oito meses anteriores.

O total equivale ao tamanho do estado de Roraima e é 150% maior que no mesmo período de 2023, quando o fogo atingiu 8,98 milhões de hectares. A vegetação nativa representa 73% da área queimada, principalmente formação florestal. Áreas de uso agropecuário também foram atingidas representando 20,5%.

Os estados Mato Grosso, Pará e Tocantins somaram mais da metade do território queimado e tiveram respectivamente 5,5 milhões, 4,6 milhões e 2,6 milhões de hectares atingidos pelo fogo. O município paraense de São Félix do Xingu foi o que mais queimou, seguido de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

Amazônia

Dentre os biomas brasileiros, a Amazônia foi a mais afetada e representou 51% do total do que o fogo alcançou nos nove primeiros meses do ano. Foram 11,3 milhões de hectares queimados no período.

De acordo com a diretora de ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, que coordena o MapBiomas Fogo, a crise dos incêndios na região em 2024 foi agravada por uma seca mais severa decorrente da intensificação das mudanças climáticas.

“Isso se reflete nos números de setembro, onde metade da área queimada na região foi em formações florestais.”

A exemplo do que ocorreu em todo o país, o bioma amazônico queimou mais em setembro. Foram 5,5 milhões de hectares, dos quais 2,8 milhões eram de formação florestal. Entre as áreas em que o solo já havia sido convertido anteriormente pelo homem, as pastagens foram as mais afetadas pelo fogo, tendo 1,8 milhão de hectares queimados.

Cerrado

Em nove meses, o Cerrado teve 8,4 milhões de hectares consumidos pelo fogo, dos quais 4,3 milhões queimaram em setembro, maior área afetada nos últimos cinco anos, para o mesmo mês.

“Setembro marca o pico da seca no Cerrado e isso torna o impacto do fogo ainda mais severo. Com a vegetação extremamente seca e vulnerável, o fogo se espalha rapidamente, resultando inclusive na baixa qualidade do ar nas cidades próximas”, explica Vera Arruda, pesquisadora no Ipam e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.

Pantanal

Na média dos últimos cinco anos, o Pantanal foi o bioma que observou maior aumento de área queimada nos nove primeiros meses do ano. O crescimento foi de 2.306% em 2024, na comparação com a média.

Foram1,5 milhão de hectares consumidos pelo fogo, dos quais 318 mil hectares foram atingidos no mês de setembro, quando 92% da área queimada foram de vegetação nativa.

Outros biomas

De todo o território afetado pelo fogo, a Mata Atlântica queimou 896 mil hectares, sendo a maioria, 71%, de área agropecuária. Já a Caatinga e os Pampas tiveram redução na área atingida por incêndios de janeiro a setembro de 2024, com respectivamente 151 mil hectares e 3,1 mil afetados.

Fonte: Agência Brasil

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Acidente

Homem sofre mal súbito enquanto pilotava e morre na Av. Jaguarari

Foto: Itep / Reprodução

Na manhã desta sexta-feira 11, um motociclista sofreu um mal súbito enquanto pilotava e acabou morrendo. O incidente aconteceu quando o homem estava percorrendo a Avenida Jaguarari, no bairro Lagoa Nova.

O homem foi identificado como Ivanaldo Barbosa da Silva, de 62 anos. A SAMU chegou o local mas constatou o óbito imediatamente. Segundo informações de conhecidos da vítima, o homem tinha problemas cardíacos e pode ter sofrido um infarto.

Fonte: Agora RN

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