O iFood começou a testar o uso de drones, bicicletas e patinetes elétricos como parte dos esforços da maior empresa de entrega de comida por aplicativo da América Latina para ganhar eficiência logística e ampliar o alcance geográfico no Brasil.
“Fizemos testes com sucesso usando drones, incluindo para entrega de refeições num bloco de carnaval em São Paulo”, disse à Reuters o presidente do iFood, Carlos Moyses.
Nos próximos meses, a empresa começará a fazer testes com entrega por drones em prédios comerciais e residenciais, disse Moyses, explicando que o processo envolve aprovações de órgãos reguladores, como Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Transportadoras, varejistas e restaurantes no mundo todo têm testado robôs, drones e carros autônomos para elevar a automação como forma de reduzir o alto custo da entrega de dispositivos, mantimentos e até mesmo xícaras de café.
Expandir e diversificar a rede de modais faz parte do plano do iFood para crescer tanto geograficamente como em toda a cadeia do negócio de refeições. Criado há cerca de sete anos, o iFood ganhou visibilidade por meio dos seus entregadores de motos e bicicletas, hoje uma rede de cerca de 120 mil profissionais, que atendem quase 500 cidades no país.
Sem revelar números, o diretor financeiro do empresa, Diego Barreto, diz que o iFood pode chegar nos próximos anos a uma parcela muito maior dos cerca de 5,5 mil municípios brasileiros, adequando-se a realidades regionais de cultura, logística e renda. Segundo ele, patinetes e bicicletas elétricos tendem a ter participação importante nesse processo.
“Esses modais devem ganhar escala ainda neste ano”, disse Barreto.
O iFood afirma ter feito uma média de 14,1 milhões de entregas em janeiro, alta de 124 por cento ante mesma etapa de 2018. A empresa também tem filiais na Colômbia e no México.
Nos últimos anos, o iFood passou a operar também na cadeia de pagamentos, em parceira com a subcredenciadora Zoop. Ambas são controladas pelo grupo brasileiro Movile, que por sua vez tem como principal investidora a sul-africana Naspers.
Por último, o iFood criou um braço para intermediar a compra de insumos pelos próprios restaurantes, o iFood Shop, um portal por meio do qual fornecedores ofertam embalagens e alimentos, hoje com cerca de 15 mil itens. O canal, diz Barreto, reduz a assimetria de informações e ajuda restaurantes a obterem melhores preços.
“Estamos fazendo para os restaurantes o que já fazíamos para os consumidores”, diz o executivo.
É nesse esquema tripartite de logística – sistema eletrônico de pagamentos e ampliação do portal para atendimento aos restaurantes – que devem ser canalizados a maioria dos 500 milhões de dólares captados pela Movile em novembro passado com investidores incluindo a própria Naspers e a Innova Capital, do megainvestidor Jorge Paulo Lemann.
O investimento envolverá a contratação de cerca 1.000 pessoas nos próximos 12 meses, a maioria profissionais de tecnologia, disse Barreto. O iFood tem hoje 1,4 mil empregados.
O movimento do iFood acontece enquanto grandes nomes do setor de entregas estão reformulando estratégias após um período de rápido crescimento no Brasil.
Segundo Moyses, porém, ainda há espaço para forte expansão do negócio de entregas de refeições no Brasil, um mercado que considera subexplorado, a exemplo do que acontece em outros grandes países, como a China.
Em janeiro, a colombiana Rappi anunciou que investiria dezenas de milhões de dólares para triplicar presença no Brasil, com planos de entrar em até 30 novas cidades em 2019 e adicionar novas categorias de serviços a seu aplicativo.
Em outra frente, na quinta-feira o grupo japonês SoftBank anunciou a criação de um fundo de 5 bilhões de dólares focado em projetos de tecnologia na América Latina e criação de operação na região para ajudar empresas do seu portfólio a ampliar alcance no continente. O foco do fundo inclui comércio eletrônico, serviços financeiros digitais e mobilidade.
Reuters
Pronto para os moto Boys, procurem outra profissao essa Já foi, não é só a modernidade, é os seus direitos que as empresas não querem mais pagar tipo periculosidade.