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Ilan Goldfajn: meta à frente do Banco Central é deixar a inflação em 4,5%

1024026-capa_31122016-img_8709Ilan Goldfajn é sabatinado na CAE – Agência Brasil

Com um discurso na medida para agradar o mercado financeiro, Ilan Goldfajn afirmou que seu objeto à frente do Banco Central é fazer com que a inflação fique estritamente na meta de 4,5%, ou seja, não deixará a alta de preços ficar estacionada na chamada margem de tolerância. Durante a sabatina do economista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ele frisou que a convergência da inflação para o objetivo tem de ser rápida. Ele ainda defendeu a autonomia técnica-operacional do BC, o restabelecimento da confiança para gerar crescimento e emprego e o “bom e velho” tripé econômico em vez da “nova matriz econômica” estabelecida pelo antigo governo.

— Nosso objetivo será cumprir plenamente a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, mirando o seu ponto central. Os limites de tolerância estabelecidos servem para acomodar choques inesperados na inflação, que não permitam a volta ao centro da meta em tempo hábil _ disse Ilan, que completou:

— Enquanto a inflação retorna ao centro da meta após eventuais choques, é fundamental o gerenciamento das expectativas no sistema de metas. É importante que as expectativas indiquem no presente uma trajetória que preveja a convergência para a meta em futuro não muito distante.

Nos últimos anos, o BC tem sido alvo de críticas por não trazer a inflação para a meta. Por anos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou acima dos 4,5%. No ano passado, rompeu o limite de tolerância de 2 pontos percentuais e ficou em 10,67%.

Ilan Goldfajn disse estar certo que esse objetivo poderá ser alcançado por meio do “funcionamento harmônico e complementar das instituições brasileiras”. Falou que há na literatura econômica relatos que ressaltam a importância do fortalecimento das instituições para o crescimento econômico sustentável. Em seguida, defendeu a necessidade de aprimorar a autonomia da instituição.

— Para o desempenho dessas funções, considero imprescindível manter e aprimorar a autonomia do Banco Central. Não se trata de ambição ou desejo pessoal, mas de medida que beneficia a sociedade mediante a redução das expectativas de inflação, da queda do risco país e da melhora da confiança.

Questionado sobre independência do BC, ele lembrou que há diferenças técnicas. Disse que um Banco Central define seus próprios objetivos. No caso, de BC autônomo, ele tem de cumprir um objetivo traçado pela equipe econômica.

— Eu sou a favor da autonomia. Por isso, que eu respondi a autonomia _ afirmou antes de ser questionado sobre sua posição em relação ao estabelecimento de mandatos fixos para os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom):

— Avanço deveria ser no futuro (pesar em mandatos para diretores do BC), quando tiver maturidade para isso, pensar em mandato.

— O economista apontou que o cenário atual é “desafiador” e “com níveis de instabilidade econômica e política superiores à média histórica”. Disse que a situação econômica exige grande atenção. Há problemas conjunturais e dificuldades estruturais. A incerteza econômica paralisou o investimento e sequestrou a esperança de muitos. Ao mesmo tempo, nos encontramos em ambiente internacional desafiador

— Atravessamos a pior recessão da história brasileira, com desemprego em alta e relevante desafio fiscal.

Ele disse que tem absoluta confiança na reversão do atual quadro interno. Argumentou que é preciso buscar uma economia mais produtiva, competitiva e justa para que o país volte a crescer e criar empregos. Para ele, a economia tem de ser gerida de forma competente, responsável e previsível.

— Só assim poderemos estimular o investimento e o crescimento. A credibilidade das políticas e dos gestores é essencial, em especial neste momento — risou.

Ilan Goldfajn disse que o governo está claramente imbuído do esforço de levar à frente reformas estruturais que terão a capacidade de alterar definitivamente o ambiente no país. Em relação à política fiscal, ele afirmou que a administração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está consciente e mobilizada para devolver ao país a credibilidade fiscal perdida nos últimos anos e completou:

— A eficiência da política monetária do Banco Central será tanto maior quanto mais bem-sucedidos forem os esforços na implantação de reformas e na recuperação da responsabilidade fiscal_ disse o economista, que completou: — Não vejo dominância fiscal.

INDEPENDÊNCIA DO BC

Questionado sobre o pensamento econômico do governo petista _ a chamada “nova matriz econômica_ o sabatinado afirmou que defende o tripé, ou seja, os três pilares macroeconômicos formados por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante. Segundo ele, isso permitiu ao Brasil ascender econômica e socialmente em “passado não muito distante”.

— Nova matriz? Eu defendo o velho e bom tripé econômico _ disse antes de ser questionado pelos parlamentares sobre como reverter a situação econômica do momento:

— O fundamental é retomar a confiança. Somos todos a favor do emprego. Não acho que há um analista, um economista ou senador que seria contra o emprego ou contra o crescimento sustentável. A dúvida é como fazer isso.

Ele ainda defendeu a queda do crédito direcionado e subsidiado, que tira o poder de fogo do Banco Central. Disse ainda ser relevante aprofundar os mecanismos que aprimoram a concorrência bancária para que os consumidores ganhem menores tarifas e spreads bancários (diferença entre o custo do dinheiro e os juros cobrados dos clientes). Falou também que os bancos públicos serão fiscalizados da mesma forma que os privados.

BATE BOCA

A sabatina do indicado para o BC esquentou depois que o senador Telmário Mota (PDT-RR) pediu para que o painel de votação da comissão fosse aberto para que os parlamentares começassem a votar antes do fim dos questionamentos. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) contestou e disse que era inconstitucional. A presidente da CAE, Gleisi Hoffman (PT-PR), chegou a questionar o plenário, que votou, mas disse que a consulta que seria feita apenas depois que falassem os senadores inscritos no próximo bloco de perguntas.

Logo após a abertura do painel, a maior parte dos senadores votou e saiu do plenário. Apenas dez permaneceram na sala da CAE para assistir ao fim da sabatina.

— O plenário foi esvaziado. Estou chocado. Vou entrar no Supremo (Tribunal Federal, STF) para anular a sabatina. Qual a necessidade disso? — falou Lindbergh.

Outro momento com uma tensão mais elevada foi quando a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) falou que via incompatibilidade de Ilan com o cargo de presidente do BC porque ele era não apenas economista-chefe do Itaú, mas tinha ações. Ele respondeu que essas ações eram parte de pagamento dos bônus que recebia e que já se livrou delas.

— Diretores (do BC) de carreira e diretores que venham do setor privado: é uma combinação ideal. Vou me comportar de forma isenta, apartidária, ética e honrada.

O Globo

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Geral

Ao ser preso, Silvinei levava carta dizendo que tinha câncer no cérebro e por isso não podia ouvir, nem falar

Foto: Polícia do Paraguai/Divulgação

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso após fugir do Brasil para o Paraguai, apresentou às autoridades aeroportuárias uma declaração médica em que afirma ser portador de glioblastoma multiforme grau IV, um câncer cerebral agressivo.

No documento, redigido em espanhol, Vasques diz não conseguir falar nem ouvir, solicitando que qualquer comunicação seja feita por escrito. “Não posso responder perguntas de forma falada. Se necessário, a comunicação pode ser feita por escrito”, escreveu.

Ele também declarou ter realizado radioterapia e quimioterapia em dezembro de 2025, em Foz do Iguaçu (PR), e que viajava para realizar um procedimento de radiocirurgia, com o objetivo de prolongar a vida. Apesar disso, afirmou estar lúcido e clinicamente apto para viajar, dentro das limitações de comunicação.

Segundo o texto, Vasques seguia de Assunção (Paraguai) para San Salvador (El Salvador) em voo da Copa Airlines, exclusivamente para tratamento médico, sem data definida de retorno ao Brasil.

A prisão preventiva foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) após a Polícia Federal apontar indícios de fuga, incluindo a perda de sinal da tornozeleira eletrônica e a constatação de que o apartamento do ex-diretor estava vazio. Vasques será transferido para Foz do Iguaçu e, depois, para Brasília.

Veja a carta:

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Política

Com 2025 chegando ao fim, Lula planeja viagens estratégicas ao exterior em 2026

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já traça as primeiras agendas internacionais de 2026. Embora o ano seja marcado pela disputa eleitoral, o Planalto trabalha com a previsão de ao menos quatro viagens ao exterior no primeiro semestre, voltadas ao fortalecimento de relações bilaterais e à ampliação de acordos comerciais.

A primeira parada pode ocorrer em janeiro, no Panamá, após convite feito pelo presidente José Raúl Mulino durante a Cúpula do Mercosul. Em fevereiro, Lula deve viajar à Índia e à Coreia do Sul. Na Índia, participará da abertura de um seminário sobre inteligência artificial e cumprirá visita de Estado, em meio ao esforço do governo brasileiro para ampliar o acesso de produtos nacionais ao mercado indiano.

A agenda na Coreia do Sul também é considerada estratégica, especialmente pelo interesse do Brasil em abrir espaço para a exportação de carne ao país asiático. Em março, o presidente ainda deve seguir para a Alemanha, onde participará da Feira de Hannover, principal evento mundial de inovação industrial, além de manter encontro bilateral com o primeiro-ministro Friedrich Merz.

No segundo semestre, a tendência é de redução das viagens internacionais em razão da campanha à reeleição. Ainda assim, Lula pode comparecer a cúpulas tradicionais do calendário diplomático, como o G7, que será realizado na França, além de encontros do Brics, da ONU, do G20 e da COP31, prevista para ocorrer na Turquia.

Com informações do Metrópoles

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Geral

STF abre brecha inédita e coloca em risco decisão do BC que liquidou o Banco Master

Foto: Carlos Moura/STF

Brasília acompanha um movimento considerado sem precedentes no sistema institucional brasileiro. O Supremo Tribunal Federal (STF) passou a sinalizar a possibilidade de interferir diretamente em uma decisão técnica do Banco Central, o que pode levar à anulação da liquidação do Banco Master, instituição investigada por suspeitas de irregularidades graves.

A movimentação ocorre sob a relatoria do ministro Dias Toffoli e levanta questionamentos sobre a autonomia do Banco Central, que por lei atua de forma independente para preservar a estabilidade do sistema financeiro. Especialistas destacam que, até hoje, o STF nunca havia revisado ou colocado em dúvida uma decisão técnica do BC nesse nível.

O indicativo mais recente dessa possível reviravolta foi a determinação de Toffoli para a realização de uma acareação envolvendo o controlador do Master, Daniel Vorcaro, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. A iniciativa reforçou a expectativa de que a decisão de liquidação possa ser revista.

Nos bastidores, a estratégia de Vorcaro seria tentar descredibilizar o trabalho técnico da equipe do Banco Central, colocando em xeque os fundamentos usados para justificar a liquidação da instituição financeira.

Paralelamente, o Tribunal de Contas da União (TCU) também entrou no debate ao questionar a rapidez e os critérios adotados pelo BC no processo de liquidação do Master. As manifestações do órgão de controle acabaram abrindo espaço para o avanço de uma possível reversão da medida, algo que pode redefinir os limites entre decisões técnicas e interferências judiciais no sistema financeiro brasileiro.

Com informações do Diário do Poder

Opinião dos leitores

  1. “Cheirinho” de coisa estranha no ar…
    Tudo isso acontecendo no recesso do judiciário….Onde só questões de ordem urgente deveriam ser analisadas….O que não é o caso….Alguém está com receio da coisa evoluir sem controle….Nunca na história do país,algo dessa forma aconteceu…

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Geral

VÍDEO: População comemora transporte gratuito na volta do shows do Natal em Natal

Vídeo: Reprodução

Quem foi aos primeiros shows do Natal em Natal já sentiu a diferença na saída: a volta para casa está sendo feita de ônibus e sem pagar passagem. A medida, anunciada pela Prefeitura do Natal, foi comemorada pelo público, especialmente por quem depende do transporte coletivo para retornar após os eventos em Ponta Negra.

De acordo com a gestão municipal, entre a quinta-feira (25) e o dia 31 de dezembro, os usuários contam com linhas especiais e com o reforço do sistema Corujão, garantindo transporte gratuito apenas no retorno dos shows. Na ida, o passageiro paga a tarifa normal do sistema, com tarifa social de R$ 2,45 no feriado de Natal para quem utiliza o cartão NuBus, e valor integral de R$ 4,90 entre os dias 26 e 31.

Os shows, realizados entre os dias 25 e 30 de dezembro em Ponta Negra, contam com três linhas expressas — SE7, SE8 e SE9 — além das linhas Corujão N-73 e Corujão E. A operação atende todas as regiões da cidade, com destaque para a Zona Norte, garantindo deslocamento rápido e seguro após o encerramento das apresentações.

A linha SE7 faz a ligação direta entre Ponta Negra e a Zona Norte, com parada também na Praia do Meio, realizando 20 paradas ao longo do percurso. Já a SE8 atende exclusivamente bairros da Zona Norte, com 14 paradas, enquanto a SE9 percorre bairros como Neópolis, Pitimbu e Planalto, com 11 paradas no trajeto.

O embarque acontece na Avenida Engenheiro Roberto Freire, em frente ao Hotel Ponta Negra Flat. Entre os dias 26 e 30, as linhas operam a partir da 1h10, com saídas concentradas entre 2h15 e 3h40, garantindo fluxo contínuo de passageiros após os shows.

Ao todo, a operação especial conta com 50 ônibus e 53 viagens por noite, ampliando a oferta de transporte e reduzindo transtornos no retorno para casa. Para o público, a iniciativa representa mais conforto, economia e segurança durante a programação do Natal em Natal.

Com informações do G1

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Geral

Onda de calor coloca mais de mil municípios em risco e acende alerta para a saúde

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A forte onda de calor que atinge três regiões do Brasil deixou mais de 1,2 mil cidades em oito estados sob alerta de grande perigo até a próxima segunda-feira (29). As temperaturas elevadas têm imposto riscos à saúde da população, especialmente para quem trabalha ao ar livre e grupos mais vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

A exposição prolongada ao calor extremo pode provocar estresse térmico, desidratação e, em casos mais graves, hipertermia — quando a temperatura corporal ultrapassa os 40 °C, afetando órgãos vitais. O corpo tenta se regular por meio da transpiração, mas a perda excessiva de líquidos e sais minerais pode levar a tontura, fraqueza, confusão mental e até desmaios.

No Rio de Janeiro, a rede municipal de saúde registrou mais de 1,3 mil atendimentos em apenas três dias, possivelmente relacionados ao calor intenso. Entre os principais sintomas estão tontura, fraqueza, desmaios e queimaduras solares. Em Belo Horizonte, onde os termômetros ultrapassaram os 35 °C, moradores reforçaram cuidados como hidratação, uso de protetor solar e roupas leves.

Especialistas alertam que qualquer sinal de mal-estar deve ser levado a sério. A recomendação é evitar exposição direta ao sol nos horários mais quentes, buscar ambientes frescos, manter hidratação constante e procurar atendimento médico diante de sintomas persistentes, principalmente em pessoas com hipertensão ou outras condições de saúde.

Com informações do G1

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Geral

Após cirurgia, Bolsonaro permanece internado com foco em recuperação e controle de soluços

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado neste sábado (27), dois dias após passar por cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral. Segundo a equipe médica, o procedimento realizado no dia de Natal ocorreu dentro do previsto, e o ex-presidente permanece em cuidados pós-operatórios, com fisioterapia, uso de medicamentos para prevenção de trombose e acompanhamento clínico contínuo.

A previsão inicial é de até uma semana de internação, o que pode estender a permanência no hospital até o período do Ano Novo. Bolsonaro não precisou ser encaminhado à UTI após a cirurgia e já retornou ao quarto. A recuperação agora está concentrada no restabelecimento da autonomia para atividades básicas do dia a dia.

De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, o ex-presidente ainda necessita de auxílio para tarefas como tomar banho e se movimentar, o que impede, neste momento, a alta hospitalar. A equipe médica avalia diariamente a evolução do quadro para definir o melhor encaminhamento após a internação.

Além da recuperação cirúrgica, os médicos seguem monitorando crises de soluço que afetam Bolsonaro. Um procedimento específico chegou a ser cogitado, mas foi adiado após ajustes na medicação e na dieta. A necessidade de nova intervenção deve ser reavaliada nos próximos dias, possivelmente na segunda-feira.

Com informações do R7

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Economia

Interferência judicial no caso Master acende alerta sobre segurança jurídica no mercado

Foto: divulgação/Banco Master

Especialistas do mercado financeiro avaliam com apreensão a atuação do Judiciário no caso do Banco Master e alertam para riscos de insegurança jurídica. A liquidação extrajudicial da instituição foi decretada pelo Banco Central em 18 de novembro, após a identificação de uma fraude estimada em R$ 12 bilhões, envolvendo a criação de carteiras de crédito e fundos sem lastro para sustentar artificialmente a liquidez do banco.

Apesar da apuração conduzida pela autoridade monetária, decisões recentes passaram a questionar o processo. Na última semana, o ministro Jhonatan de Jesus, do TCU, solicitou explicações técnico-jurídicas ao BC, enquanto o ministro Dias Toffoli, do STF, determinou uma acareação entre o controlador do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino.

Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, os questionamentos são “fora de propósito”. Ele destaca que as decisões da autarquia são colegiadas e que não há controvérsia quanto à fraude. Segundo ele, a venda do banco ao BRB não ocorreu porque os ativos oferecidos eram inexistentes, o que levou à prisão dos envolvidos e à liquidação da instituição.

No mercado, a possibilidade de reversão da medida é vista como um cenário crítico. Fontes ligadas à gestão de riscos alertam para uma quebra de confiança no sistema regulatório brasileiro. A economista-chefe da Lifetime Investimentos, Marcela Kawauti, afirma que uma liquidação só ocorre após critérios rigorosos e que sua reversão poderia gerar incerteza e instabilidade no sistema financeiro nacional.

Com informações da CNN

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Geral

Voto de Moraes em 2023 afrouxou regra sobre atuação de escritórios de parentes

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou, em agosto de 2023, pela inconstitucionalidade de um trecho do Código de Processo Civil (CPC) que restringia a atuação de magistrados em processos envolvendo escritórios de advocacia de cônjuges ou parentes. A decisão voltou ao centro do debate após a revelação de um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o Banco Master e o escritório da esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes.

A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar e confirmada pelo colunista Tácio Lorran, do Metrópoles, e ganhou repercussão após relatos de que Moraes teria atuado junto ao Banco Central em favor da instituição financeira. O voto que derrubou o inciso VIII do artigo 144 do CPC foi redigido pelo ministro Gilmar Mendes e contou com o apoio de Moraes, além de Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli e Cristiano Zanin.

O dispositivo, em vigor desde 2015, impedia juízes de atuar em processos nos quais figurasse como parte cliente de escritório pertencente a cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau, mesmo que o patrocínio fosse feito por outro advogado. Para Gilmar Mendes, a regra poderia gerar distorções e ferir o princípio do juiz natural.

No voto acompanhado por Moraes, o decano argumentou que a restrição poderia provocar uma “onda” de impedimentos e um custo administrativo elevado, dada a quantidade de julgamentos anuais no STF. Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin, relator da ação, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso.

Com informações do Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Pq será? Será que já estava prevendo um bolada de 129 MILHÕES chegando no bolso? Fora as outras que não foram reveladas… São tantas perguntas…

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Geral

Descaso do governo do RN deixa praias do litoral norte isoladas por dunas na RN-305 em Pitangui

Foto: Divulgação

Mais um verão chega e o mesmo problema de sempre: dunas móveis tomando conta da RN-305, a principal estrada de acesso às praias de Pitangui, Porto Mirim, Jacumã, Muriú para o norte e Graçandú e Barra do Rio.

O governo do Estado conhece a situação há anos, mas insiste em fingir que não vê. Resultado? Motoristas arriscam a vida em pistas cobertas de areia, turistas desistem de visitar a região e a economia local vai ladeira abaixo.

A areia invade a rodovia e encobre faixas inteiras da pista. À noite ou quando o vento está forte, dirigir ali virou loteria. O perigo de acidente é real e constante.

Foto: Divulgação

A resposta do poder público até agora? Mandar retirar a areia de vez em quando. Só isso. Uma semana depois, tudo volta ao normal – ou melhor, ao anormal. As dunas avançam de novo, a pista fica intransitável outra vez e ninguém faz nada de verdade para resolver o problema.

Moradores e especialistas falam em construir uma nova estrada, criar barreiras, fazer alguma coisa que funcione de vez. Mas cadê o projeto? Cadê o planejamento? O DER/RN tem a obrigação legal de manter essas estradas em condições de uso. Então por que não faz?

Enquanto o governo do Rio Grande do Norte se omite, quem sofre é o povo. Comerciantes veem o movimento cair porque turista não quer arriscar a vida numa estrada perigosa. Restaurantes, pousadas, barracas de praia – todos sentem o prejuízo. E não é só em Pitangui. São várias comunidades que dependem do turismo e estão sendo abandonadas por um governo que não faz o dever de casa.

Foto: Divulgação

O litoral potiguar tem potencial enorme para crescer, gerar emprego e renda. Mas como? Se nem chegar até as praias dá direito? A alta temporada chegou, as praias estão bonitas como sempre, mas o acesso continua precário e perigoso.

Não é possível que em pleno 2025 o governo ainda trate infraestrutura básica como favor. É obrigação. O DER/RN precisa parar de empurrar o problema com a barriga e apresentar uma solução definitiva. Não dá mais para aceitar remendo em problema que exige conserto.

A população do litoral norte merece respeito. Merece estradas seguras, desenvolvimento e oportunidade. Merece um governo que trabalhe, não que enrole. A areia vai continuar avançando – é da natureza dela. Mas a omissão não pode continuar. Essa é escolha do governo do Estado.

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Política

Governo Lula esconde por oito meses R$ 2,5 bilhões em honorários da AGU; dados só reaparecem após cobrança

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo Lula deixou de divulgar, por oito meses, os dados sobre a distribuição de honorários advocatícios pagos a integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU), que somam R$ 2,5 bilhões desde dezembro do ano passado. As informações pararam de ser publicadas no Portal da Transparência em novembro de 2024 e só voltaram a aparecer no dia 16 de julho após questionamentos da imprensa.

Os honorários são valores pagos a advogados públicos quando a União vence ações judiciais e são rateados entre cerca de 8 mil membros da AGU, incluindo aposentados. No último mês disponível, maio de 2025, o ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, servidor de carreira desde 2006, recebeu R$ 21.096,23 em honorários. Ou seja, durante meses, ficaram sob sigilo pagamentos feitos inclusive ao próprio chefe do órgão.

Antes da interrupção, os dados eram divulgados mensalmente. Em outubro de 2024, último mês antes do apagão, 33 servidores receberam mais de R$ 100 mil em honorários, com pagamentos individuais acima de R$ 500 mil. Em maio deste ano, o maior valor registrado foi de R$ 478.701,19. Mudanças nas regras também elevaram os rendimentos, ao permitir que os honorários entrem no cálculo do terço adicional de férias.

A ocultação dos dados ocorre enquanto o governo Lula discursa contra “supersalários” e enfrenta dificuldades para fechar as contas públicas. Procurado, o Conselho Curador dos Honorários Advocatícios (CCHA) afirmou que a suspensão ocorreu por “incompatibilidades técnicas” com os sistemas da Controladoria-Geral da União (CGU) e prometeu retomar a divulgação nos próximos dias. A AGU disse que a responsabilidade pela publicação é exclusiva do CCHA.

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