Foto: PILAR OLIVARES / REUTERS
O presidente em exercício, Hamilton Mourão , atribuiu nesta segunda-feira ao tráfico de drogas a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, durante uma operação policial no Complexo do Alemão , na última sexta-feira. Segundo a família, Ágatha foi morta por um disparo feito por um policial militar. O presidente Jair Bolsonaro, que viajou nesta segunda para Nova York, onde participará da Assembleia-Geral das Nações Unidas, ainda não comentou o caso.
— Isso é a guerra do narcotráfico — disse Mourão, ao chegar ao Palácio do Planalto, sem entrar em detalhes.
Ágatha estavam em uma Kombi quando foi atingida por um tiro. Moradores afirmam que não havia confronto na favela. Segundo eles, uma policial teria feito um único disparo em direção a um motociclista que não tinha atendido à ordem de parar. Já a Polícia Militar informou que agentes foram atacados por traficantes e revidaram. Ágatha foi a quinta criança morta por bala perdida este ano no Rio e 57ª desde 2007, de acordo com levantamento da ONG Rio de Paz.
A Polícia Civil do Rio vai ouvir na manhã desta segunda-feira os policiais militares da UPP Fazendinha que participaram da ação que terminou na morte da menina. A DH também vai fazer uma reprodução simulada do assassinato durante a semana, para tentar esclarecer de onde partiu o tiro. Ágatha chegou a ser levada para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de sábado.
A morte de Ágatha aumentou as dificuldades de aprovação de um dos pontos mais polêmicos do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, o excludente de ilicitude para policiais. O grupo de trabalho da Câmara, encarregado de analisar o pacote de medidas deve votar na terça-feira esse ponto, que pode livrar de qualquer punição policiais acusados de agredir ou até mesmo matar em determinadas situações. A expectativa é que esse trecho seja rejeitado pelo grupo.
O Globo
Comente aqui