Foto: Alan Marques/Folhapress – 08.12.2018
É recomendado que os frequentadores utilizem roupas brancas ao entrar na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).
Há dez anos, esse motivo foi utilizado pelo médium João de Deus para tirar a calça escura que uma menina de 13 anos utilizava no local. Em uma sala privada, ele despiu a calça da menina e se aproximou, passando a mão pelo corpo e levando a mão da garota ao seu órgão genital.
O relato se une a outros 205 levados até agora ao Ministério Público de Goiás. Os contatos foram feitos por residentes de 10 Estados do País, além de uma mulher que reside nos Estados Unidos e outra, no Canadá.
Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MP (Ministério Público) de Goiás, Luciano Miranda Meireles, avalia que as denúncias de abuso sexual envolvendo o líder espiritual João Teixeira de Faria tem potencial para alcançar uma dimensão maior do que o caso de Roger Abdelmassih, ex-médico de reprodução assistida que foi condenado a 181 anos de prisão por estupro de pacientes. “Pela movimentação que estamos assistindo, o número de mulheres que se apresentam como vítimas deverá ser maior. Há relatos de abusos ocorridos há 20 anos.”
As mais de duas centenas de relatos foram feitas em apenas dois dias de funcionamento de um e-mail ([email protected]) do MP, criado especificamente para receber informações, após as primeiras denúncias levadas ao ar pelo programa Conversa com Bial, da TV Globo. “Orientamos que todas, independentemente da data em que ocorreu o fato, procurem o Ministério Público de seus Estados para formalizar a denúncia”, disse Meireles.
A coleta de informações até o momento sugere três crimes: estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. “Nos relatos que recebemos, todas as mulheres se mostram muito abaladas, independentemente da data do ocorrido. Nenhuma fala em dinheiro ou qualquer outro benefício. A maior parte diz querer apenas justiça”, disse o promotor.
É o que diz a jovem de 24 anos, que sofreu o assédio na adolescência e falou sob anonimato à reportagem. “Depois (da ação), ele falou: ‘Tudo bem, agora você está limpa’. Fiquei chocada, sem reação. Eu não tinha nem dado um beijinho ainda, era muito nova. Fiquei mal comigo mesma.”
A garota foi levada ao espaço pela avó para tratar um quadro de depressão, que se agravou após o abuso. Ela chegou a tentar o suicídio e intensificou o tratamento psiquiátrico e psicológico, que mantém até hoje.
Na época, não contou nada para a avó. Ela sempre teve vontade de denunciar, mas tinha medo. Só no domingo, ela procurou uma delegacia e, depois, com o apoio de uma ONG, fez a denúncia no MP do Paraná.
A reportagem levantou alguns dos registros pelo País. Em Minas, houve cinco denúncias; no Rio Grande do Sul, quatro oficialmente além de outras nove feitas informalmente. Já no Paraná foram três. Em São Paulo, cinco mulheres prestaram depoimento nesta terça-feira, mas há mais oitivas marcadas.
Segundo a promotora Silvia Chakian de Toledo Santos, todas as vítimas falam em abusos sexuais. Segundo ela, os relatos até agora datam de 2017 e o modus operandi é “muito parecido”, sempre envolvendo a sala de atendimento privado.
Abuso constante
Uma das vítimas, de Goiânia, que também não quis se identificar, tinha 19 anos e era modelo na época em que se consultou com o médium. Seus avós faziam parte da linha de frente dos trabalhos espirituais. O médium a deixava por último na fila de espera para atendimento. “A hora que eu entrava, tirava minha blusa e muitas vezes meu sutiã e pegava nos meus seios. Eu chorava, mas ele nunca teve piedade. Implorei para ele parar várias vezes. Um dia eu falei que não ia mais e ele disse que sabia onde meus avós moravam, e mataria cada um deles. Esse medo que me fez voltar”, relata.
Ele diz que os abusos são conhecidos em Abadiânia. “As pessoas que trabalham há muitos anos lá sabem que ele faz isso.”
Outro lado
O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa “Fantástico”, também da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.
“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.
Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário.
O R7 tenta desde segunda-feira (10) ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Uma entrevista com o médium também foi pedida, também sem posicionamento do acusado.
R7, com Estadão
João das Deusas lhe seria nome mais apropriado.
Diante de tantos relatos semelhantes o mesmo “modus operandi, resta poucas dúvidas com relação a inocência desse verme . É mais um monstro que se aproveitou da fragilidade emocional destas vítimas . Um caso para se pensar em mudar a punição pra pena capital .
Abusar da fé dos outros para outras finalidades não é novidade para a sociedade Brasileira. Afinal, toda hora tem Pastor envolvido com traição, estupro e estelionato, assim como também com esquemas de desvio de dinheiro, lavagem e corrupção. Bem como também com uso da religião pra fazer política e eleger Deputados e Senadores, indo até a eleger um Presidente completamente despreparado, grosso e violento, além de corrupto; só pra chegar ao poder, como fizeram o Silas Malafaia, Marcos Feliciano, Magnus Malta e Edir Macedo.
Não é verdade?
Vc esqueceu dos santos padres e dos seus amiguinhos do PT.
Um pode ser despreparados. Mas o outro era petista. Petista “preparado” rima com muito dinheiro roubado. Fácil de escolher.
Esqueceu-se dos padres pedófilos e dos espíritas kardecistas exploradores e que aceitam toda desgraça humana sob o pretexto de evolução a partir da propagada reencarnação????
Como é possível alguém abusar da fé dos outros para se beneficiar de um prazer doentio? Que sirva de alerta para todos e de todas as religiões. Desconfiem de contatos isolados. Denunciem logo.