O Portal Comunique-se levanta a bola: jornalistas aproveitam sua popularidade para ingrassar na política. Aqui temos uma prefeita jornalista, além de vereadores e deputados.
Leiam a matéria e opinem.
Após especulações sobre uma possível candidatura à Prefeitura de São Paulo, o apresentador do grupo Bandeirantes, José Luiz Datena, confirmou ter recebido o convite de um partido e admitiu ao autor da coluna Zapping, da Folha.com, Alberto Pereira Jr. ter vontade de concorrer ao cargo. É ético um jornalista concorrer a cargos políticos? Alguns especialistas conversaram com o Portal Comunique-se, expondo seus pontos de vista.
O apresentador do programa É Notícia, da Rede TV!, e colunista da Folha.com, Kennedy Alencar, diz que o fato de Datena se candidatar não fere a ética jornalística, mas que os papéis devem estar definidos.”O principal nessa história é saber quais as propostas que o Datena tem. Com as propostas, os paulistanos vão avaliar e decidir se ele tem ou não condição para ser prefeito de São Paulo.”
A jornalista, ex-vereadora, ex-subprefeita da Lapa e atual responsável pela Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), Soninha Francine (PPS-SP), diz que ser famoso ajuda, mas não garante a eleição de ninguém. “Se a gente entende que qualquer pessoa que cumpre os preceitos legais tem o direito de ser candidato, não pode negar esse direito a jornalistas, cantores, atores. Sempre haverá os que se candidatam porque realmente querem ser políticos a benefício da sociedade e os que têm razões nada nobres – vaidade, por exemplo.”
A professora de ciências políticas da Ufscar, Maria do Socorro Souza Braga, explica que a popularidade do apresentador junto às classes C e D podem torná-lo um forte concorrente, caso a candidatura seja confirmada. “Ele é uma pessoa carismática e é isso que os partidos procuram. E como ele não tem um histórico negativo, de rejeição ou está ligado à corrupção, isso faz com que ele atraia muitos votos. Há poucos possíveis pré-candidatos nessas condições.”
Um blogueiro prestigiado na cobertura jornalística em Brasília, que preferiu não se identificar, diz que é complicado julgar o apresentador do Brasil Urgente por usar sua popularidade como comunicador para angariar votos. “Normalmente os possíveis jornalistas candidatos ficam calados e só se manifestam quando precisam decidir concorrer. Nessa situação, só dá para fiscalizar. Se ele usar seu programa para fazer campanha, é antiético, não pode de jeito nenhum.”
Casos conhecidos
Outros jornalistas também tiveram que escolher entre o jornalismo e a política e optaram pela segunda opção. No cenário paulistano, além de Soninha, o jornalista e advogado Celso Russmano (PPS-SP)- ex-repórter do Aqui Agora, exibido nos anos 1990 pelo SBT – também optou por usar sua bagagem jornalística a favor da política. Conhecido por ser defensor das classes C e D, Russomano concorreu às ultimas eleições presidenciais e cumpre seu quarto mandato como deputado federal por São Paulo até o fim de 2011.
A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) cobriu os bastidores de Brasília por 33 anos pelo grupo gaúcho RBS e em 2010, abriu mão do gravador para concorrer ao Senado. Por sua credibilidade junto aos conterrâneos, foi eleita com 3,4 milhões de votos.
No início da matéria foi perguntado se seria ético um jornalista ser político, e quando os políticos são éticos???????
Ser um formador de opinião não significa absolutamente nada, em se tratando de política. Todos são " tentados" e depois esquecem qual foi o objetivo inicial ao entrar nesse "paraíso da corrupção". E o povo que se dane!