Há dois dias ocupando o pátio interno da CMN, os manifestantes chegaram condicionar a saída do local a realização de uma audiência pública que deverá discutir os aluguéis da Prefeitura de Natal (pleito atendido) e também a entrega da relatoria ou da presidência da CEI a um dos vereadores da oposição. Os vereadores Edivan Martins e Júlio Protásio desceram ao pátio da CMN acompanhados de três seguranças. Se aproximaram, sentaram, conversaram e debateram. Réus da Operação Impacto, ambos ouviram parte dos manifestantes lembrarem da boa aparência na qual se encontram as instalações do legislativo e, por outro lado, lembraram que os gabinetes precisam também da leveza das paredes e estrutura do local. “Estamos aqui para dizer que más lembranças como a da Operação Impacto não deveriam ser repetidas”.
Quando Edivan Martins exclamou que não tem legitimidade para “atropelar” o regimento interno da Casa e determinar quem será o relator e o presidente da CEI ouviu dos manifestantes que é o líder da casa e que, inegavelmente, tem um substancial poder de articulação e convencimento perante os demais. “Não dá para dizer que o senhor não tem nada a ver com essa formação. O senhor lidera essa casa e sabe muito bem que pode articular no sentido de dar maior isonomia e moralidade a esse processo”, destacou um dos presentes.
Durante todo o diálogo os vereadores utilizaram o regimento interno da casa como argumento para as decisões tomadas até agora na CEI dos alugueis. Em certo momento, Júlio Protásio chegou a sugerir aos manifestantes que pressionassem os vereadores Bispo Francisco de Assis e Albert Dickson (PP) a desocuparem uma das vagas – de presidente e relator – porque a Mesa Diretora não detinha mais de legitimidade para fazê-lo. Albert, aliás, foi alvo de agudas críticas da mobilização e é tratado como um representante “suspeito” da CEI dos alugueis. “Queremos que pessoas da confiança da população façam parte desse processo e dêem a transparência necessária”, destacaram. No pátio da CMN pode-se encontrar uma verdadeira diversidade partidária, social e cultural. Do PT ao DEM, do artista ao advogado. “Um movimento plural, horizontal e sem líderes”, definiu o estudante Marcos Aurélio.
Comente aqui