Rogério Medeiros Cabral Júnior, conhecido popularmente como Júnior Fofão. Esse é o empresário que confirmou, em depoimento ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN), toda a tese defendida pelo órgão ministerial no que diz respeito aos contratos superfaturados firmados para shows em Guamaré e Macau e que parte do recurso municipal voltava para aos gestores públicos corruptos dessas duas cidades. Segundo os promotores envolvidos na investigação da Operação Máscara Negra, inclusive, deflagrada na última terça-feira, outros depoimentos já corroboraram as declarações de Rogério Medeiros e a linha investigativa do MP.
“Não foi só ele. Outros empresários ouvidos pelo MP confirmaram as irregularidades”, afirmou a promotora Patrícia Antunes, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã de hoje. Segundo ela, neste exato momento, o órgão está trabalhando na análise de documentos e informações apreendidas na denúncia e ouvindo os envolvidos. “É muita, muita gente para ser ouvida. Alguns estão sendo ouvidos mais de uma vez”, revelou.
Segundo o procurador-geral de Justiça do RN, Manoel Onofre de Souza Neto, vários empresários do ramo de agenciamento de bandas e que já negociaram shows e/ou serviços para festas nas duas cidades também procuraram o MP para ajudar nas investigações. “Nós estamos abrindo os documentos e os analisando que foram apreendidos. Os empresários já entregaram ao Ministério Público documentos, espontaneamente, e deram depoimentos que confirmam a tese investigatória do MP”, revelou o procurador.
Entretanto, é evidente que o depoimento de Júnior Fofão, realmente, deu às investigações um respaldo maior. Até porque elas confirmaram não apenas que havia o sobrepreço na contratação de bandas e serviços para shows custeados pelos municípios de Macau e Guamaré, como também que esse superfaturamento era desviado para os próprios gestores.
“Confirmou isso (o superfaturamento) e que havia um rateio num momento posterior retornando recursos para o gestor público corrupto e consequentemente organizando a estratégia de desvio de recursos”, afirmou o procurador-geral, que acompanha de perto as investigações.
É importante ressaltar que a “ajuda” de Júnior Fofão foi tamanha que o MP não se apôs ao pedido de relaxamento da prisão temporária dele, concedido ainda na tarde de quinta-feira pela juíza Cristiany Maria de Vasconcelos Batista, da comarca de Macau. Ela soltou o empresário, mas manteve a prisão de todos os outros envolvidos, inclusive, das secretarias municipais de Guamaré, que são familiares do ex-prefeito Auricélio Teixeira, considerado, até o momento, um dos líderes do esquema de superfaturamento no município.
Com relação aos novos pedidos de prisão temporária, uma vez que as que estão em vigor estão perto de vencer (tem prazo de 5 dias), o MP já estuda a possibilidade, sempre ressaltando que cada caso vai ser analisado individualmente. “Cada caso, tecnicamente, será analisado e obviamente que teremos uma relação coerente e consistente para cada um”, garantiu Manoel Onofre.
O Ministério Público, apesar de não confirmar, não afasta a possibilidade desses pedidos de prisão serem estendidos a outros envolvidos no esquema. “Todas essas questões, vem analisando, observando e, no momento exato, acelerar as investigações. Caso haja alguma intervenção, alguma interferência, aí o ministério Público tomará as providências”, afirmou o procurador.
Esse empresário Júnior Fofão é socio da Fonttes Promoções e dono do Forró Pegado. acho que a empresa dele tambem é representante de Jorge e Matheus e Gustavo Lima.