Finanças

LAVA-JATO: Empreiteiras investigadas doaram a partidos R$ 484,4 milhões nas eleições

Os principais grupos empresariais do país, citados em investigações da Operação Lava-Jato, doaram, juntos, pelo menos R$ 484,4 milhões a políticos e partidos nas eleições do ano passado. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que grupos como Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC, Camargo Corrêa, Galvão, Engevix, Mendes Junior e Toyo Setalfizeram depósitos polpudos na conta de políticos e direções partidárias por meio de suas subsidiárias, empresas cujas ações são controladas pela matriz principal do grupo. No caso de Odebrecht e Queiroz Galvão, o cálculo também levou em conta quantias repassadas por empresas cujos grupos têm participação de 30% a 54% nas controladas.

Esse formato de doação diluída entre vários braços de uma empresa — previsto em lei e detalhado na prestação de contas feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — dificulta o rastreamento do montante total que o grupo doou na campanha. É comum, por exemplo, que o nome de empresas controladas não tenha nenhuma relação com o da holding — caso daBraskem ou da Usina Eldorado, subsidiárias da Odebrecht, da HM Engenharia e Construções, do grupo Camargo Corrêa, ou da Cosima, que pertence ao grupo Queiroz Galvão.

Ainda que os negócios das empresas de um mesmo grupo possam atuar em esferas totalmente diferentes, com interesses difusos — a Odebrecht, por exemplo, citada pelo Ministério Público Federal como uma das participantes do cartel que fraudava licitações da Petrobras, tem empresas de construção e de produção de etanol —, os maiores grupos do país possuem certa unidade gerencial.

— Há casos em que as unidades de negócio têm autonomia suficiente para decidir (para quem doar). Mas a maior parte das empresas (investigadas) são empresas com características de certa unidade gerencial, então é possível sugerir que a holding estava absolutamente ciente do que estava sendo doado por cada uma das subsidiárias. Algumas são empresas onde existe um controle familiar, isso sugere que de fato havia algum grau de programação entre o que acontecia na holding e nas diversas subsidiárias — explica Paulo Furquim, professor de economia e negócios do Insper e ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para Sérgio Lazzarini, professor de administração e negócios do Insper, o mecanismo de doação das empresas brasileiras ajuda a desvincular dos grupos os altos valores doados. É uma forma, segundo ele, de desviar o foco das empresas:

— Doar por subsidiárias ajuda a deixar as doações menos “escancaradas”, sem conexão direta ao grupo. Pode ser também uma forma de captar recursos internos vindos de negócios múltiplos. Por exemplo, múltiplos negócios do grupo podem estar interessados nos benefícios trazidos por conexões (com) políticos. Assim, cada negócio pode contribuir para doações que reforcem o grupo como um todo.

Citados em depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, pelo menos 16 dos 28 políticos que teriam sido delatados por Costa, segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, receberam dinheiro das empreiteiras investigadas pela Lava-Jato. Quem encabeça a lista é o senador Delcídio Amaral (PT-MS), derrotado na disputa ao governo do Mato Grosso do Sul, que recebeu R$ 9,7 milhões dos grupos Engevix, OAS, UTC e Queiroz Galvão. O senador foi responsável pela indicação do ex-diretor da área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, preso na última quarta-feira. Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL), presidente da Câmara, também derrotado na disputa pelo governo de Alagoas, recebeu R$ 9 milhões dos grupos Galvão, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Lindbergh Farias (PT-RJ), que acabou em terceiro no páreo fluminense, recebeu R$ 2,8 milhões de OAS, Queiroz Galvão e UTC. Outros candidatos que receberam altas quantias foram Gleisi Hoffmann (PT-PR), de R$ 1,8 milhão, Benedito de Lira (PP-AL), R$ 1,7 milhão, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), R$ 1,4 milhão, e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB-PE), R$ 1,1 milhão.

Paulo Furquim explica que as subsidiárias podem ter interesses independentes das holdings, o que influenciaria o destino das doações feitas por elas. Mas que as doações “ilegítimas”, feitas já com algum tipo de acordo para receber um benefício em troca, costumam interessar mais ao grupo e menos às subsidiárias.

— Quanto mais “ilegítima” (a doação), mais tende a ser interesse do grupo e menos das unidades separadas. As unidades têm interesses econômicos diferentes, mas a relação do grupo é uma relação com o político, um favorecimento num nível mais generalizado, às vezes em coisas que vão acontecer na legislatura e que nem são possíveis de antecipar. O financiamento mais preocupante é o do grupo principal, da holding. Até porque ela é dona de interesses tão variados abaixo dela que é difícil ter uma plataforma que se alinhe com algum governante específico.

Maior doador das eleições de 2014, só o grupo Odebrecht, por meio da holding e de várias controladas, doou pelo menos R$ 113 milhões. O grupo OAS desembolsou ao menos R$ 99,7 milhões; o Andrade Gutierrez, R$ 97 milhões; o Queiroz Galvão, R$ 74,3 milhões; o UTC, R$ 52,7 milhões; o grupo Camargo Corrêa, R$ 19,8 milhões; o grupo Galvão, R$ 14,6 milhões; oEngevix, R$ 10 milhões; o Toyo Setal, R$ 2,4 milhões, e o Mendes Junior repassou R$ 200 mil a políticos e partidos.

Levando em conta as doações a políticos que concorreram às eleições do ano passado, a soma dos partidos que mais receberam dinheiro desses grupos foram PT (R$ 123,5 milhões), PSDB (R$ 63,7 milhões), PMDB (R$ 58,6 milhões), PSB (R$ 29,8 milhões) e DEM (R$ 18,2 milhões).

Para Furquim, o financiamento de campanhas eleitorais feito por empresas deveria ser proibido, já que é orquestrado por pessoas físicas dentro de uma organização estruturada. Ex-conselheiro do Cade, ele afirma que a possibilidade de essas empresas firmarem acordos de leniência com a Justiça no âmbito da Lava-Jato é “praticamente zero”:

— As empresas não fazem parte do processo político, que é um processo de pessoas. Quem tem interesse são os participantes da empresa, funcionários e acionistas. O problema da pessoa jurídica é que ela é um conjunto muito grande de pessoas. É uma coordenação hierárquica, indesejável no sistema político.

— O histórico dessas empresas de construção é de não firmar esses acordos de leniência, nenhum foi feito até agora no âmbito do Cade. Nesse caso (da Operação Lava-Jato), a probabilidade é quase zero — completa.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. O Rivaldo esquece de dizer q estatisticamente o partido mais corrupto do país é o DEMO, seguido de perto do PMDB e na cola o P$DB, ficando o PT apenas em nono colocado. Portanto o desejo dele nao se sustenta.
    Sempre nesse país houve troca de apoio por cargos políticos, do contrário nao se governa. Como FHC conseguiu aprovar a lei da reeleição? Talvez o nobre Rivaldo nos responda.
    O que o PT deveria ter feito era a reforma política e econômica. Tb com um congresso desse, imagino o monstrengo q sairia.
    O Brasileiro adora detonar seu país sem ter o mínimo de base comparativa e nem mesmo ter nunca saído do quintal de sua casa. Parece que o Sr. que comentou sobre o Brasil é sinônimo de corrupção na Europa é o caso. Mais um desejo do cidadão que nao coaduna com a realidade.
    Por fim, falar de economia destruída é mais um desejo frustrado dos que nao aceitam os avanços sociais q nosso país alcança.
    Pobre do Rivaldo que vai continuar nessa sua vontade por mais uns 8 anos no mínimo….

  2. Pedro Paulo, o seu PT chegou na política como ícone contra a imoralidade política, contra os marajás, contra a corrupção, contra caixa dois, contra o toma lá dá cá para ocupação de cargos e ministérios.
    O que faz o PT? Exatamente o oposto de tudo que criticou – isso faz toda diferença!
    É o partido mais corrupto da recente história democrática do país.
    Tem leiloado cargos em nome de apoio político.
    É aliado de todas as raposas políticas que criticou em passado recente.
    Vem destruindo nossa economia e jogou fora o nome do Brasil, hoje sinônimo de corrupção em toda Europa.
    Essa máxima ilusionista que vocês usam dizendo que fazem hoje porque fizeram ontem, é a maior irresponsabilidade institucional adotada por um partido no governo.
    Seria como :" se alguém matou ontem, hoje posso matar muito mais que está justificado"

  3. Esses grupos foram: PT (R$ 123,5 milhões), PSDB (R$ 63,7 milhões), PMDB (R$ 58,6 milhões), PSB (R$ 29,8 milhões) e DEM (R$ 18,2 milhões).
    Resumindo: todos receberam, recebem e receberão. A diferença de valores é apenas em função das pesquisas apontando os favoritos a vitória. Todos os partidos com maiores chances de vencer recebem volume maior de doações. Isso é fato! De outro lado, todos os partidos governistas, seja nos municípios, Estados ou na União, em qualquer tempo ou governo, tendem a receber mais atenção, principalmente quando razoavelmente bem avaliados.
    O que não entendo até agora é por que o Gilmar Mendes não libera o processo sobre doações privadas no STF, em suas mãos há mais tempo do que o que se possa imaginar como razoável?
    Será que ele é o único que não está vendo que o financiamento de campanhas eleitorais feito por empresas é um dos grandes males da política e deveria ser proibido, já que é orquestrado por pessoas físicas dentro de uma organização estruturada? Ou existem outros motivos inconfessáveis que motivem a sua retenção desse processo?

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Brasil

Lula decide por presidente da Telebras no Ministério das Comunicações

Foto:Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

O presidente da Telebras, Frederico Siqueira Filho, deve ser o novo titular do Ministério das Comunicações. Ele se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (23), no Planalto, acompanhado do ex-ministro da pasta, Juscelino Filho (União-MA) e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que levou a indicação de Frederico, conhecido como “Fred”.

Segundo fontes ouvidas pela CNN, o presidente aceitou a indicação e deve oficializar o nome de Siqueira ainda nesta semana.

Siqueira comanda a Telebras desde maio de 2023, indicado por Juscelino.

Após a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA), líder do partido na Câmara, Alcolumbre buscou um nome técnico para o posto.

Com 26 anos de experiência no setor de telecomunicações, Frederico é engenheiro civil formado pela Universidade de Pernambuco.

Atuou por 21 anos na Oi, onde foi diretor de Relações Institucionais por uma década. Mais recentemente, chefiava a área de Vendas Corporativas Governo da Oi Soluções, com foco nas regiões Norte e Nordeste.

Outro nome considerado pelo União Brasil para o cargo foi o do advogado e jornalista Miguel Matos, bem avaliado pelo presidente da sigla, Antônio Rueda. Matos preside o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.

Ele é casado com a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Daniela Teixeira, indicada ao cargo pelo presidente Lula, e também é fundador do portal jurídico Migalhas. Apesar da boa avaliação, seu nome acabou sendo preterido em favor de Siqueira.

Desistência

A escolha de Frederico ocorre após a recusa de Pedro Lucas, que havia sido convidado por Lula e chegou a ter seu nome anunciado oficialmente após reunião no Palácio da Alvorada.

Entretanto, na última terça-feira (22), anunciou que não aceitaria o cargo. Em nota, agradeceu o convite.

CNN

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Geral

Uso de maconha aumenta em até 4 vezes risco de demência, diz estudo

Foto: RAUL ARBOLEDA / AFP

Pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, descobriram que o consumo regular de maconha está associado ao desenvolvimento de demência. A lista de possíveis efeitos do uso também inclui problemas cardiovasculares graves, como AVCs, ataques cardíacos, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca.

Publicado no dia 14 de abril na JAMA Neurology, o estudo ganhou notoriedade por sua abrangência, já que analisou os dados de saúde de cerca de 6 milhões de pessoas. A pesquisa inclui somente adultos canadenses com 45 anos ou mais, sem diagnóstico prévio de demência.

Outro dado importante descoberto pelos cientistas foi que os usuários de cannabis já foram hospitalizados ou precisaram visitar o pronto-socorro por conta da droga tem até quatro vezes mais chances de receberem o diagnóstico de demência em até cinco anos.

“Alguém que vai ao pronto-socorro ou é hospitalizado por causa do uso de cannabis tem um risco 23% maior de desenvolver demência em cinco anos, em comparação com alguém que foi ao hospital por outro motivo”, disse Daniel Myran, coautor do estudo, em nota à imprensa. Ele reforça que o risco é 72% maior quando comparado à população geral.

Ainda, ele menciona que os números consideram demais fatores de risco para a doença, como idade, sexo, saúde mental, além do uso de substâncias e condições crônicas (como diabetes).

Estudos feitos anteriormente apontam que usuários de maconha também têm mais chances de recorrer ao atendimento emergencial ou hospitalização.

Apesar dos dados, Myran destaca que não é um estudo que vincula oficialmente a maconha com a demência, mas com o objetivo de entender mais a associação que está aumentando em pesquisas científicas.

Vale destacar que outros fatores de risco da demência são a idade, pressão alta, diabetes, má alimentação, problemas cardíacos e de sono, além da falta de atividade física.

Fatores adicionais

A análise foi feita a partir de registros médicos de 2008 a 2021, com mais de 6 milhões de pessoas entre 45 e 105 anos, moradores de Ontário, no Canadá, sem demência. Os pesquisadores encontraram aproximadamente 16 mil pessoas que passaram por atendimento médico por conta de reações negativas ao uso de maconha.

Myran reforça que após cinco anos da visita ao hospital ou internação, 5% desse número foi diagnosticado com demência. Em dez anos, cresce para 19%.

Ao longo dos 13 anos analisados, o número de adultos de 45 a 64 anos que foram ao pronto-socorro por causa do uso de maconha foi cinco vezes maior. Entre os idosos com 65 anos ou mais, esse número cresceu ainda mais: foi quase 27 vezes maior, de acordo com o estudo.

Caso seja comprovado que a maconha realmente causa demência, é necessário entender como isso acontece no cérebro dos usuários frequentes. O coautor acredita na possibilidade de que o uso diário pode mudar a forma como as conexões entre os neurônios funcionam.

Segundo Myran, há indícios de que o uso frequente de maconha possa estar ligado a processos inflamatórios e danos em pequenos vasos sanguíneos do cérebro. Outra hipótese é que esse hábito contribui para o surgimento de outros fatores associados à demência, como quadros de depressão e isolamento social.

InfoMoney

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Brasil

VÍDEO: Veja momento em que Bolsonaro recebe intimação de Moraes dentro da UTI

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado pelo Minostro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, nesta quarta-feira, 23, no leito onde está internado no Hospital DF Star, em Brasília.

No inicio da noite, Bolsonaro divulgou nas redes sociais o momento em que a oficial de justiça entra no leito de UTI para entregar o documento.

Houve momentos de tensão, uma vez que aliados do ex-presidente se revoltaram com a presença da servidora do Judiciário na unidade de saúde.

Os documentos são referentes à ação penal a que Bolsonaro responderá no STF após a Procuradoria-Geral da República acusá-lo de golpe de Estado. O inquérito é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

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Brasil

Entidades envolvidas em operação no INSS têm elos com centrão e PT

Foto: reprodução

Duas das entidades que foram alvo de mandados de busca e apreensão em investigações de fraudes bilionárias em pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) têm ligações com o centrão, caso da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), e com o PT, caso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A de atuação mais agressiva, segundo fontes do INSS relataram à CNN, é a Conafer. O principal elo da associação no governo Lula 3 foi André Fidelis, diretor de benefícios do INSS até julho de 2024. Ele foi exonerado do cargo após uma série de reportagens do portal Metrópoles abordar esquemas fraudulentos de descontos sobre os vencimentos de aposentados.

Fidelis era quem assinava parcerias com associações e sindicatos para que eles oferecessem serviços aos aposentados, em troca dos quais os descontos eram aplicados. O resultado foi uma explosão no número de filiados e no faturamento da Conafer, o que levou o INSS a fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com essa entidade para que fossem revalidados os descontos.

Por isso, a avaliação interna no INSS é de que a operação desta quarta-feira (23), que envolve a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF), era uma questão de tempo. O esquema, segundo essas fontes, existia há anos e foi avo de tentativas recorrentes de correção tanto na atual gestão do instituto quanto em administrações passadas.

Funcionários do INSS relataram à CNN que Fidelis se gabava de dizer que não respondia ao presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que pediu demissão do cargo após a operação e cuja saída já havia sido decidida pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Stefanutto é considerado no meio um técnico sério e com domínio dos assuntos do órgão, o que explicaria a tentativa do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), em mantê-lo no posto.

O agora ex-presidente do INSS não foi a primeira opção de Lupi para o cargo, mas ambos acabaram se alinhando no decorrer do governo. O ministro havia indicado Glauco Wamburg, que foi exonerado ainda em 2023, acusado de uso irregular de passagens e diárias pagas pelo governo. Também houve incômodo no Palácio do Planalto com o fato de as filas do INSS terem aumentado naquela gestão.

Já a Contag tem ligação histórica com o PT, por meio dos vínculos com os sindicatos de trabalhadores rurais. O atual presidente, Aristides Veras, foi vereador e vice-prefeito de Itabira pelo partido. Quem conhece bem o INSS relatou surpresa com o envolvimento da entidade, considerada “organizada e republicana”, segundo uma fonte.

Ambas conseguiram multiplicar descontos associativos porque, até 2019, para comprovar a aposentadoria rural, bastava uma declaração do sindicato, o que poderia ser reavaliado pelo mesmo sindicato anos depois. O caminho ficou mais difícil após a edição da Medida Provisória (MP) 871, de 2019, mas durante sua tramitação no Congresso houve brechas para que a prática continuasse.

O desconto associativo envolve valores entre R$ 20 e R$ 50 por pessoa, algo considerado baixo, mas rentável para as entidades pela multiplicação do benefício.

CNN Brasil

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Brasil

Presidente do INSS é demitido por Lula após operação da PF

Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a demissão do diretor-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, após operação da Polícia Federal (PF). A investigação apura cobranças indevidas feitas por entidades em contas de pensionistas e aposentados. O caso foi revelado pelo Metrópoles.

Stefanutto deve sair no cargo ainda nesta quarta. Fontes no Palácio do Planalto afirmaram que a decisão pela saída partiu do próprio Lula.

A demissão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta quarta. A saída não foi “a pedido”.

A megaoperação, batizada de Sem Desconto, resultou no afastamento de Stefanutto e outros quatro membros da cúpula do órgão. São eles:

  • o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho;
  • o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker;
  • o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos; e
  • o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva.

Ao todo, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão contra alvos no Distrito Federal e em 13 estados. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos, a operação também apreendeu motocicletas e carros de luxo utilizados pelos investigados.

“De maneira inicial, é o começo da investigação, conseguimos esse mapeamento. Tanto que hoje, com um único alvo, foram apreendidos vários carros, Ferrari, Rolls-Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões; mais de US$ 220 mil com outro; e US$ 150 mil com outro [investigado]. […] Isso, por si só, aponta a gravidade daquilo que estamos falando e o tiro certo que demos nessa investigação”, ressaltou Andrei.

Metrópoles

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Esporte

Camarote Rooftop Dunas terá serviços de open bar e open food no jogo América X Treze deste sábado (26)

Torcedores que buscam uma experiência premium com serviços de open bar e open food e visão panorâmica do campo, poderão assistir neste sábado a partida entre América X Treze (PB) no Rooftop Dunas. O jogo é válido pela segunda rodada da série D do Campeonato Brasileiro.

O jogo marca a estreia do novo camarote premium em partidas de futebol. O Rooftop Dunas abrirá três horas antes da bola rolar, a partir das 13:30h, com serviços de buffet premium, open bar, música ao vivo, ilha de fogo e outros.

Quem quiser garantir um lugar na festa, pode adquirir o ingresso em: www.rooftopdunas.com.br

“Ficamos muito felizes em estrear nossa nova estrutura em uma partida de futebol. O América é um grande time, com uma torcida incrível. Por isso, é muito bom podermos fazer parte disso. Tenho certeza que os torcedores vão adorar toda a estrutura e as ativações incríveis que iremos oferecer. Nosso objetivo é sempre oferecer a melhor experiência ao fã de futebol”, celebra Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality.

Com capacidade para até cinco mil pessoas, o Rooftop Dunas é um empreendimento da empresa Soccer Hospitality, que atualmente marca presença com camarotes premium em alguns dos principais estádios do futebol brasileiro, entre eles Allianz Parque, Neo Química Arena, Morumbi, Vila Belmiro, Nilton Santos, Casa de Apostas Arena Fonte Nova, Arena do Grêmio e Estádio dos Aflitos.

Mais informações: @rooftopdunas
@casadeapostas.arenadasdunas

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Geral

Governo suspende acordos de desconto sindical no INSS após fraude

Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a suspensão de todos os acordos que permitiam o desconto de mensalidades sindicais diretamente de benefícios do INSS, após a descoberta de um esquema de fraudes envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. A medida foi confirmada nesta quarta-feira (23) pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho.

Em entrevista à imprensa, o ministro explicou que a decisão busca dar “um freio de arrumação” no sistema e garantir que os descontos irregulares sejam interrompidos de imediato. Ele também afirmou que a CGU será responsável por assegurar a implementação da medida, que visa corrigir o problema e organizar o sistema de deduções.

A decisão ocorre após uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da CGU, que revelou que entre 2019 e 2024, R$ 6,3 bilhões foram indevidamente descontados de benefícios de aposentados e pensionistas. A Justiça Federal, em resposta à operação, determinou o afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que, posteriormente, pediu demissão do cargo.

Além disso, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que ainda não há um levantamento exato do número de aposentados impactados pela fraude. Contudo, ele sugeriu que os descontos indevidos possam ser revertidos já na folha de pagamento do mês de maio.

“A administração por cautela vai suspender, vai dar um freio de arrumação, e examinar o quadro para regularizar o desconto”, explicou Lewandowski.

InfoMoney

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Brasil

“VAMPIRISMO SOCIAL”: André Marinho compara fraude no INSS com golpe do mensalão


A operação de hoje (23) no INSS, que apreendeu mais de R$ 1 bilhão em bens se tornou um dos assuntos mais comentados do país, inclusive pelo humorista André Marinho.

Ele classificou o esquema como “vampirismo social” e destacou que este escândalo pode ser comparado ao esquema do mensalão, em meio a rejeição que o governo Lula vem sofrendo e aumentando com o passar do mandato.

Operação do INSS

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos, afirmou que as investigações sobre cobranças indevidas feitas por entidades em contas de aposentados e pensionistas estão na fase inicial. Até o momento, no entanto, a megaoperação desta quarta-feira (23/4) resultou na apreensão de carros de luxo utilizados pelos investigados.

O esquema, resultou no cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisão no Distrito Federal e em 13 estados.

Blog do BG

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Brasil

[VÍDEO] Aposentados foram “vítimas fáceis” de fraude no INSS, afirma ministro Lewandowski

 

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou, nesta quarta-feira (23), que os aposentados foram “vítimas fáceis” da fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo operação da Polícia Federal (PF), foram identificados descontos associativos em aposentadorias e pensões que não foram autorizados. Esses valores são pagos mensalmente a entidades e sindicatos que representam os aposentados e pensionistas. Qualquer desconto precisa ter autorização prévia do beneficiário para acontecer. A única exceção é para casos envolvendo decisão judicial.

A fraude é estimada em R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024, segundo o cálculo dos investigadores.

“Trata-se, portanto, de uma operação de proteção dos aposentados, foi uma fraude contra os aposentados, pessoas que já estão numa fase naturalmente mais debilitada da vida e foram vítimas, vamos dizer, fáceis destes criminosos que se apropriaram das pensões e das aposentadorias”, declarou Lewandowski.

O ministro destacou ainda que a operação é especial, mas não extraordinária, e que ela se “insere no conjunto de operações no Ministério da Justiça contra o crime organizado”.

CNN

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Geral

Deputado Gustavo Carvalho apresenta projeto que institui Política Estadual de Tratamento e Reabilitação de Dependentes Químicos no Rio Grande do Norte

O Deputado Estadual Gustavo Carvalho (PL) apresentou, nesta quarta-feira (23), um projeto de lei que institui a Política Estadual de Tratamento e Reabilitação de Dependentes Químicos no Rio Grande do Norte. A medida visa garantir atendimento gratuito, especializado, contínuo e humanizado às pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas.

O projeto prevê a criação de Centros Estaduais de Tratamento e Reabilitação de Dependentes Químicos, distribuídos pelas regiões do estado, e com equipes multidisciplinares compostas por profissionais de saúde e assistência social. “A iniciativa visa enfrentar com seriedade e estruturação esta grave questão de saúde pública que assola o nosso estado”, afirmou Gustavo Carvalho.

A matéria também prevê, nas escolas públicas estaduais, a realização de programas de prevenção ao uso de drogas, articulados com a rede estadual de saúde e assistência social.

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