Comportamento

Lésbicas e DSTs: a saúde sexual das mulheres que transam com mulheres; entenda os riscos e conheça os métodos de proteção

Imagine a cena: duas mulheres estão no quarto, trocando carícias, cheias de tesão, tiram a roupa e então… Uma delas vai até a cozinha pegar o rolo de plástico filme para colocar sobre a vulva da parceira e garantir que elas façam sexo seguro.

Pois é, uma cena que não parece nada sexy, nem prática. Mas que tem sido a principal orientação que mulheres lésbicas encontram sobre prevenção de doenças que podem ser transmitidas no sexo. Isso, quando encontram alguma orientação. Porque existe também uma ideia geral de que em uma transa com duas vaginas, não há risco de transmissão.

“É mito que as mulheres lésbicas estão protegidas contra as ISTs [infecções sexualmente transmissíveis], e é muito importante falar sobre isso”. As palavras da ginecologista Bruna Wunderlich lembram que sexo entre mulheres pode, sim, transmitir doenças e que a falta de informação sobre isso só aumenta a exposição a riscos.

Um estudo do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, de 2012, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, mostrou que só 2% das lésbicas se previnem contra as ISTs. Algo que passa pela desinformação, mas também pela ausência de métodos de proteção desenvolvidos especificamente para elas.

E, apesar da prevenção dificilmente acontecer, os riscos são reais: uma pesquisa realizada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) em 2017 com 150 mulheres que se relacionam mulheres mostrou que 47,3% delas tinham algum tipo de IST.

Os motivos para esse assunto ainda ser tabu passam pela invisibilidade e preconceito em relação às relações lésbicas e também à sexualidade feminina. E para combater isso, reunimos aqui as principais informações sobre as doenças, prevenção e também acompanhamento ginecológico.

As doenças e o sexo

Antes de começar, é preciso explicar que hoje em dia se usa a expressão Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ao invés de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), porque às vezes a pessoa pode ser infectada, mas não manifestar a doença. Mas como popularmente é muito mais comum se ouvir falar de DSTs, vamos usar esse termo, para facilitar a compreensão.

Existe um imaginário de que a transmissão de doenças está ligada à penetração durante o sexo. No entanto, essa é só uma das formas possíveis de passar uma doença. Sexo oral, contato entre mucosas e com o sangue são outras.

“Sífilis, herpes genital e verrugas genitais têm a ver com contato de mucosa. E todas as vezes que eu tenho contato de mucosas, seja entre dois órgãos sexuais ou da boca com um órgão sexual, isso transmite”, explica Thais Machado Dias, médica de família e comunidade do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde e do Instituto Iris.

Então, para não reforçar preconceitos, é importante destacar que falar em transmissão de DSTs não tem a ver com a orientação sexual das pessoas (heterossexual, bissexual, homossexual, entre outras) e sim com as práticas sexuais. O que isso quer dizer?

Quer dizer que existem infecções que são transmitidas pela prática da penetração, outras pela prática do sexo oral e outras pelo contato da mucosa, ou por mais de uma dessas formas juntas. E tanto pessoas heterossexuais quanto homossexuais podem ter qualquer uma dessas práticas, afinal a sexualidade humana é complexa e pode envolver um monte de práticas.

Mulheres lésbicas podem usar acessórios ou os dedos para penetração, assim como um casal heterossexual pode praticar o sexo oral. Além disso, podem se envolver com mulheres bissexuais, que se relacionam ou relacionaram com homens. E existem ainda mulheres lésbicas e bis trans que não passaram por redesignação sexual e têm um pênis.

Por isso, para analisar os riscos de contágio de doenças, é importante pensar em como elas são transmitidas, não na orientação sexual das pessoas. É importante destacar essa diferença para não se reforçar estereótipos e preconceitos como os homens gays sofreram na década de 1980 com a descoberta da aids, por exemplo.

Na tabela abaixo, mostramos as principais formas de transmissão das DSTs mais comuns.

Lésbicas e DSTs (Foto: Carolina Herreira)

Vale ressaltar que quando falamos de sangue, estamos falando tanto de transar menstruada, quanto de machucados que possam estar ativamente sangrando.

“A transmissão das doenças aumenta quando há uma fissura ou um corte que rompa a base da mucosa”, diz a ginecologista Thaila Maia. Então se houver um machucadinho na vulva, na boca ou no dedo, o risco fica maior.

Sobre o HPV, Thais Machado Dias explica que existem dezenas de tipos desse vírus e o mais visível e fácil de diagnosticar são as verrugas genitais. E quando as verrugas estão presentes, o risco de transmissão do vírus aumenta.

Por fim, todas as entrevistadas disseram que sim, é possível a transmissão do HIV, vírus responsável pela AIDS, entre mulheres. No entanto, isso é pouco comum, pois a concentração do HIV nos fluidos vaginais é muito menor do que no esperma.

E como fazer a prevenção?

Certo, então as relações entre mulheres podem transmitir DSTs. Mas como é feita a prevenção?

Aí está o desafio: não existem métodos pensados especificamente para o sexo lésbico. “É muito frustrante porque, mesmo que não tenhamos tanta chance de pegarmos AIDS, temos risco de pegar outras doenças, como sífilis ou HPV, mas não temos nenhum tipo de método que nos proteja”, diz a estudante, L.M., 22, que preferiu não se identificar.

Ela conta que já leu formas alternativas, como cortar camisinha ou luvas cirúrgicas para proteger a vulva, mas considera os métodos ruins. “Isso não é nada prático e também ninguém gosta de ficar lambendo uma luva cirúrgica. Algumas camisinhas têm gosto, sim, mas ainda falta a questão da praticidade: ninguém com tesão vai ficar desmontando e cortando camisinha, e tendo cuidado de não deixar sair do lugar”, explica.

A camisinha feminina, inclusive, também não resolve a questão, pois ela protege apenas o canal vaginal e não a área externa da vulva. Sem falar no quanto é um produto difícil de encontrar: la é oferecida gratuitamente em unidades de saúde, mas em farmácias nem sempre estão disponíveis.

A médica Thais Machado afirma que “são instrumentos adaptados e que as mulheres relatam que são desconfortáveis”. Ela sugere que, além de usar esses métodos de prevenção improvisados, a mulher use o olhar para identificar se há alguma ferida ou verruga na parceira. A médica também recomenda fazer acompanhamento ginecológico constante e a troca de exames com a parceira.

Mas ela lembra: “Não existe sexo 100% seguro. Existe um sexo mais seguro e não seguro em si. A gente vai transitando nessa zona cinzenta entre o polo da segurança e de insegurança total”.

Para evitar entrar nessa zona da insegurança total, veja na imagem abaixo quais são as opções de cuidado para prevenir DSTs que as lésbicas têm à disposição atualmente no Brasil.

Lésbicas e DSTs (Foto: Carolina Herreira)

O dental dam, mencionado no gráfico, é um produto usado por dentistas. Uma espécie de lenço de látex que é colocado sobre a boca para isolar os dentes. Em alguns países, ele já é vendido especificamente para o sexo entre mulheres. Mas no Brasil ainda é difícil de encontrar.

Já a calcinha de látex é hoje produzida no Brasil pela Azza Hotelaria com o nome de Calcinha de Vênus. Ela é um lingerie de renda, mas a frente é feita de látex transparente para permitir a sensibilidade tanto no sexo oral quanto no contato entre vulvas. Segundo a fabricante, cada calcinha pode ser usada até oito vezes, com higienização com sabão neutro. Os preços variam de acordo com o modelo e tamanho, indo de R$ 10 a R$ 28 e os pedidos podem ser feitos pela página de Facebook do produto.

Ginecologia sem preconceito

Falar de prevenção de doenças sem falar em acompanhamento médico é impossível. E no caso das mulheres lésbicas, surge aí mais um desafio: o preconceito dos profissionais de saúde.

A jornalista Camila Ramos, 30, teve de lidar com isso. Em uma consulta com um novo ginecologista, quando disse que tinha namorada, ouviu do profissional: “então sai daqui”. Ele acabou falando para ela ficar, mas passou o resto da consulta agindo de maneira preconceituosa.

“Ele perguntou se eu já tinha tido relação heterossexual. Como achei que fosse relevante para a consulta, respondi que sim. A resposta dele foi: ‘Poxa, mas foi tão ruim assim?’, conta. Camila chegou a entrar com uma denúncia administrativa contra o médico, mas acabou não levando o processo para frente. O episódio, no entanto, até hoje gera medo nela quando vai procurar um ginecologista.

Além das questões morais e simbólicas do preconceito dos profissionais de saúde, muitas mulheres lésbicas deixam de ir ao ginecologista por conta da realização de exames desnecessários ou de forma violenta.

“Estudos mostram que as relações entre pacientes lésbicas e seus profissionais de saúde podem representar grandes barreiras para o rastreio das doenças ginecológicas”, afirma afirma a ginecologista Bruna. Segundo ela, os profissionais não têm conhecimento do risco das doenças nesta população, falham em obter um histórico sexual completo e não promovem um ambiente acolhedor para que as lésbicas se sintam à vontade para contar sobre sua orientação sexual. “Ou seja, o profissional da saúde é grande parte do ciclo que perpetua a violência e discriminação contra essas mulheres”, afirma.

É importante ressaltar que mulheres que transam com mulheres precisam fazer acompanhamento médico como qualquer mulher. “A gente tem preconizado há alguns anos que qualquer pessoa com vida sexual ativa tem que fazer o rastreamento de doenças sexualmente transmissíveis uma vez por ano”, explica a média Thais.

Um dos exames que podem ficar um pouco diferente para as lésbicas é o papanicolau. As especialistas afirmam que qualquer pessoa que já teve penetração, mesmo que há muito tempo, precisava fazer esse exame. Para fazê-lo é usado um espéculo (aparelho médico inserido na vagina para permitir a visualização e coleta do exame).

“Se essa mulher nunca colocou nada na vagina dela voluntariamente, nem um vibrador, nem um dedo, não vou ser eu que vou colocar um espéculo. E a gente tem que pensar na penetração de uma maneira mais ampliada e não falocêntrica”, diz Thais. Ela ainda complementa que depois de dois exames de papanicolau normais, com um intervalo de um ano entre eles, a mulher pode repetir a cada três anos.

Se a mulher nunca teve penetração, é feito apenas o exame físico sem a inserção do espéculo. Por isso, é muito importante que o médico pergunte à mulher se ela já teve ou não penetração antes de examiná-la.

Existe ainda uma outra questão a ser lembrada que é o planejamento familiar. “Prestadores de serviços de saúde reprodutiva e serviços de planejamento familiar devem considerar que qualquer paciente, mesmo que esteja grávida, pode ser lésbica ou bissexual”, afirma Bruna Wunderlich.

– Este conteúdo foi originalmente publicado no site da revista AZMina.

Globo, via Marie Claire

 

 

 

Opinião dos leitores

  1. "E existem ainda mulheres lésbicas e bis trans que não passaram por redesignação sexual e têm um pênis."
    Homi , explica isso direito…

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Geral

VÍDEO: Deputados Lindbergh Farias e Gilvan Maximo batem-boca e quase saem no tapa em audiência na Câmara com a presença Lewandowski

Um bate-boca entre os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gilvan da Federal (PL-ES) interrompeu a audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira (29), na Comissão de Segurança Pública da Câmara.

A confusão começou após Lindbergh chamar Gilvan de “desqualificado”. Ambos se levantaram e precisaram ser contidos por outros parlamentares enquanto trocavam acusações. A sessão discutia o planejamento da pasta para 2025, por requerimento da oposição. A ofensiva ocorreu após Lindbergh relembrar que Gilvan havia pedido a morte do presidente Lula no início do mês.

Com informações de Jovem Pan News e Metrópoles

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Geral

FRAUDE NO INSS: aposentados registraram 742 mil reclamações sobre descontos indevidos somente no 1º semestre de 2024

Foto: INSS/divulgação

Um levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registraram, no primeiro semestre de 2024, 742.389 reclamações contra descontos associativos indevidos.

Descontos como esses, inseridos sem autorização na aposentadoria dos brasileiros, foram o motivo de uma operação da Polícia Federal na semana passada que investiga possível fraude nos cadastros. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões.

As reclamações foram feitas em canais de atendimento do INSS.

Em 709 mil desses casos – 95,6% do total –, os aposentados informaram que não haviam autorizado previamente o desconto feito pelas associações direto da folha.

“O quantitativo de requerimentos de exclusão de descontos de mensalidades associativas efetuados […] sinalizam que não é possível assumir como parâmetro balizador das decisões e ações sob a responsabilidade do INSS a boa-fé, em especial considerando os reflexos diretos no valor do benefício pago aos segurados do INSS em virtude da realização desses descontos”, afirmou a CGU.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido na quarta-feira (23). No sábado (26), reportagem exclusiva do Jornal Nacional mostrou que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi avisado dez meses antes de o governo começar a tomar providências para barrar as fraudes.

As reclamações foram feitas contra as 11 associações suspensas pela Justiça após a operação da PF. Outras 12 entidades receberam, pelo menos, mil reclamações no período.

Ao todo, essas associações registraram 6,54 milhões de beneficiários com algum percentual de desconto em folha. Ainda não se sabe quantos desses foram vítimas de fraude.

Em julho de 2024, a CGU enviou para o INSS, à época presidido por Alessandro Stefanutto, esses dados e outros documentos de uma auditoria feita pelo órgão.

A controladoria pediu para a suspensão do repasse de mensalidades de oito associações. Nenhuma providência foi tomada.

O levantamento feito pela Controladoria-Geral da União foi utilizado como suporte para a realização da operação em conjunto com a Polícia Federal e serviu de suporte para a decisão judicial de bloquear os descontos das entidades.

g1

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Geral

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sinaliza nova alta de juros na próxima semana

Foto: REUTERS/Adriano Machado

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, sinalizou nesta terça-feira (29) que a autoridade monetária irá elevar a taxa básica, a Selic, na próxima semana. Segundo ele, o juro base ficará em patamar restritivo “suficiente” e pelo tempo necessário para cumprir a meta de inflação.

Galípolo concede entrevista a jornalistas sobre o Relatório de Estabilidade Financeira do 2º semestre de 2024. A autoridade monetária disse que os 4 bancões –Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú– detêm 57,9% das operações de crédito do país. Declarou que, no 2º semestre de 2024, o crédito avançou em modalidades de maior risco.

Segundo Galípolo, o Brasil segue uma dinâmica de inflação desafiadora, o que justifica a “extensão do ciclo” de reajuste da taxa básica, a Selic. Atualmente, o juro base está em 14,25% ao ano. Afirmou que o Banco Central está “atento” ao que já foi feito de reajustes nos juros e que o efeito do aperto monetário será sentido ao longo do tempo.

O presidente do BC afirmou que o ambiente econômico é de incerteza que demanda cautela. Declarou que é papel do Copom (Comitê de Política Monetária) estabelecer a taxa Selic em patamar restritivo pelo “tempo que for necessário” para levar a inflação à meta.

A autoridade monetária já declarou que a desaceleração da economia é um “elemento necessário” para a inflação convergir para a meta de 3%. Galípolo disse que não há nenhum “desconforto” com o patamar da meta, que não difere de países semelhantes.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. o Extinto INPS, desde 66 descontava a contribuição previdenciária, passou a ser chamado INSS, e com a reforma de 2019, quem ganha acima de 3 salários mínimos, passa a contribuir tbm.
    Ou seja, a tendência é piorar! Quem ganha até R$4.500 NÃO paga os 11% de contribuição previdenciária. Mas tem ABUSIVOS consignados!
    Pega-se R$10.000,00 e paga R$30.000,00…

    Ahh, mas é o tempo!!!É roubalheira mesmo, não questão de juros compostos!
    #PareDeRoubarQuemSustentouEssePais
    #PareDeEnrriquecerOsBancos
    #VivaOsAposentados

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Geral

FRAUDE, PROPINA E LARANJAS: tudo que a PF já descobriu sobre o escândalo no INSS

Foto: Polícia Federal

Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A PF afirma que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.

O prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido após uma operação policial na semana passada, que levou ao afastamento de servidores e à prisão de suspeitos ligados às entidades investigadas.

Entenda, a seguir, o que a PF já descobriu. A reportagem está baseada no relatório da investigação.
1. Propina, laranjas e associações de fachada: a estrutura da fraude

Segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas:

  • ofereciam pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados de beneficiários;
  • usavam assinaturas falsas para autorizar descontos;
  • criavam associações de fachada, muitas vezes presididas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade.

Duas das associações investigadas chegaram a funcionar no mesmo endereço, em Fortaleza (CE), por mais de quatro anos, e ainda tiveram a mesma dirigente. A dirigente, Cecília Rodrigues Mota, fez 33 viagens em menos de um ano, inclusive para destinos internacionais. Entre as cidades visitadas no exterior estão Dubai, Paris e Lisboa.

2. Como funcionava o esquema

Associações cadastravam, sem autorização, aposentados e pensionistas do INSS e passavam a descontar mensalidades diretamente na folha de pagamento. Em muitos casos, os idosos nem sabiam que estavam sendo “associados”.

Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade — com erros de grafia idênticos nas fichas, apontando para fraudes.

A liberação de descontos “em lote” pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a “explosão” de fraudes.

3. Quem são os suspeitos de participar da fraude

Dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inserção dos descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam o desvio.

  •  11 entidades teriam sido usadas para viabilizar descontos e movimentar recursos. Veja a lista completa aqui.
  • Seis pessoas ligadas a entidades associativas de Sergipe foram detidas preventivamente.

Outras seis pessoas da cúpula do INSS foram afastadas pela Justiça. São elas:

  • Alessandro Stefanutto, presidente demitido do INSS;
  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS;
  • Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
  • Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
  • Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios;
  • Um policial federal, cujo nome não foi divulgado.

Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, é apontado como o lobista que articulava repasses e lavava dinheiro por meio de empresas.

Segundo a Polícia Federal, ele teria repassado valores a:

  • Thaisa Hoffmann Jonasson, mulher do então procurador-geral do INSS, Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho;
  • Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS no governo Bolsonaro;
  • Eric Douglas Martins Fidelis, advogado e filho de André Paulo Félix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS;

Em nota, a advogada de Virgilio e Thaisa, Izabella Borges, disse que “não há o que ser declarado no momento” e que “a defesa não reconhece essas informações, eis que sequer teve acesso aos autos”.

4. Quem é o ‘Careca do INSS’, apontado como figura central

O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, citado pela própria polícia como “Careca do INSS”, é apontado como personagem central do esquema. Segundo a PF, ele:

  • É sócio de 21 empresas, das quais pelo menos quatro “estão envolvidas e são utilizadas na ‘farra do INSS'”;
  • Movimentou R$ 24,5 milhões em pouco mais de cinco meses;
  • Era o procurador com “total poderes” em várias das associações investigadas.
5. Qual é a escala da fraude

Um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou que, só no primeiro semestre de 2024, foram registrados 742.389 pedidos de cancelamento de descontos associativos indevidos. Em 95,6% dos casos, os aposentados afirmaram que não autorizaram esses descontos.

As reclamações foram feitas contra as 11 associações suspensas pela Justiça após o início da operação da PF. Outras 12 entidades receberam, pelo menos, mil reclamações no período.

Ao todo, essas associações registraram 6,54 milhões de beneficiários com algum percentual de desconto em folha. Ainda não se sabe quantos desses foram vítimas de fraude.

O volume de reclamações e os valores explodiram a partir de 2023:

  • No 1º semestre de 2023: R$ 639 milhões descontados;
  • No 2º semestre de 2023: R$ 1 bilhão;
  • No 1º semestre de 2024: R$ 1,63 bilhão.

Grande parte desse crescimento é atribuída à liberação em massa de descontos sem aval dos aposentados.

Em julho de 2024, a CGU recomendou ao INSS suspender repasses a associações suspeitas, mas nenhuma providência foi tomada na época.

6. Quais cidades concentram os descontos

O esquema teve grande concentração em cidades do Nordeste, com destaque para o Maranhão e o Piauí. Em 19 municípios, mais de 60% dos aposentados e pensionistas sofriam descontos de mensalidades associativas.

A CGU constatou que entidades filiaram aposentados que moravam a centenas de quilômetros de distância, algo considerado improvável dada a idade e condição dos beneficiários.

7. O que foi apreendido na operação

Na quarta-feira (23) passada, a PF e a CGU realizaram a operação “Sem Desconto” contra as fraudes. A PF apreendeu ao menos R$ 41 milhões em bens, incluindo:

  • R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo;
  • 61 veículos de luxo, avaliados em R$ 34,5 milhões;
  • 141 joias;
  • Obras de arte.

 

8. O que dizem o governo e o ministro da Previdência

Após a operação, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspendeu todos os descontos associativos e prometeu devolver os valores indevidamente descontados.

No sábado (26), reportagem exclusiva do Jornal Nacional, da TV Globo, revelou que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi alertado sobre o aumento de descontos não autorizados nas aposentadorias e pensões em 2023 e levou quase um ano para tomar providências. Ele reconheceu a demora para dar início às investigações sobre o caso, mas negou omissão.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido no mesmo dia em que a operação foi deflagrada. Ele foi o segundo ocupante do cargo a cair no governo Lula.

g1

Opinião dos leitores

    1. Tem tbm o maninho do nine como presidente de um dos sindicatos envolvidos nessa farra. Os irmão metralhas estão sedentos!

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Geral

INSS ignorou seis alertas e atendeu interesse de grupos suspeitos, diz PF

Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil

Investigações da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) apontam que o INSS foi omisso no caso da suposta fraude bilionária em descontos de beneficiários apesar dos alertas de órgãos de controle.

As informações da Polícia Federal contradizem os argumentos apresentados pelo governo Lula. Em nota oficial divulgada na última sexta-feira (25), o INSS disse que adotou providências que facilitam o cancelamento dos descontos pelos usuários e implementou regras mais duras para acordos com entidades. A PF, porém, fez cronologia dos atos da direção do INSS que mostram que o próprio órgão abriu exceções às regras que ele mesmo criou para desbloquear os descontos em folha e ainda ignorou seis alertas feitos pela CGU (Controladoria-Geral da União) entre maio e julho de 2024.

A partir das investigações, a Justiça Federal afastou o presidente do INSS e outros quatro dirigentes da cúpula do órgão. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro Carlos Lupi (Previdência) voltou a negar omissão, atribuiu as irregularidades à gestão anterior e disse que até demitiu um diretor do INSS que não teria dado andamento a uma auditoria. O UOL questionou o ministro sobre os fatos apontados pela PF. Em nota, o Ministério informou que não comenta investigações sob sigilo e reencaminhou a nota oficial divulgada sexta.

PF chegou a citar falas do então presidente do INSS em 2024 informando que havia adotado medidas para combater a fraude. Investigadores, porém, identificaram que iniciativas não tiveram sucesso devido às ações da própria direção do INSS, incluindo do então presidente Alessandro Stefanutto, para burlar os critérios mais rigorosos.

Descontos começaram a crescer de forma desproporcional em 2019, no governo Bolsonaro, diz PF. Foi neste ano que começaram a ser firmados os acordos de cooperação técnica, que permitiam o desconto direto em folha dos aposentados e pensionistas do INSS de mensalidades pagas a entidades que ofereciam benefícios. Estes acordos foram todos suspensos após a operação da PF na semana passada.

O INSS não comentou sobre as acusações da PF. AReportagem solicitou posicionamento ao órgão na quinta-feira passada e, em resposta, recebeu a mesma nota que divulgaram no site. Nela, INSS não cita especificamente as acusações da PF e afirma que começou a testar o sistema de biometria do Dataprev em maio do ano passado, mas que ele só foi implementado, de fato, em fevereiro de 2025.

Confira abaixo a cronologia feita pela investigação da PF:

  • 14 de março de 2024 – INSS edita a instrução normativa 162 que condicionava os novos descontos de beneficiários à adoção de tecnologias de assinatura eletrônica avançada e biometria. Os parâmetros destas tecnologias para dificultar fraudes seriam definidos pelo Dataprev, estatal responsável por gerir a base de dados do INSS.
  • 10 de abril de 2024 – INSS envia medida cautelar à Dataprev informando que não seriam permitidos novos descontos em folha que não respeitassem as novas regras a partir de maio daquele ano. Na prática, a medida representou um bloqueio dos descontos na folha dos beneficiários naquele momento.
  • 11 de abril de 2024 – INSS divulga em seu site o bloqueio dos descontos até que as novas tecnologias do Dataprev para garantir a segurança do sistema fossem implementadas.
  • 24 de maio de 2024 – Em paralelo aos bloqueios, diretoria de Benefícios do INSS inicia tratativas com o Dataprev para buscar uma “solução transitória” para os descontos voltarem a ser feitos em junho daquele ano com base em propostas apresentadas por duas entidades, sendo uma delas o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados), que tem como vice-presidente um dos irmãos do presidente Lula, conhecido como Frei Chico.
  • 29 de maio de 2024 – Dataprev responde o INSS e diz que as propostas das duas entidades não atendem aos requisitos da instrução normativa e que seria “prudente” aguardar até setembro de 2024, previsão para implementação da própria tecnologia do Dataprev.
  • 30 de maio de 2024 – Diretoria de Benefícios pede ao então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que a regra “transitória” já comece a valer em junho daquele ano.
  • 5 de junho de 2024 – Presidente do INSS autoriza que regra transitória comece a valer em junho daquele ano apenas para três entidades: Sindpani, Amar BR e Masterprev. A tecnologia prevê “assinatura eletrônica avançada e biometria facial com validação em bases biométricas públicas” que não havia sido chancelada pelo Dataprev.
  • Junho de 2024 – PF e CGU descobrem que, além destas três entidades, em junho daquele ano foram autorizados os descontos em folha de outras 30 entidades às quais a investigação não teve acesso ao procedimento de autorização.
  • 10 de junho de 2024 – INSS pede à Dataprev que analise uma documentação eletrônica sobre o portal de assinaturas eletrônicas da Masterprev.
  • 13 de junho de 2024 – Dataprev informa ao INSS que a documentação encaminhada não é suficiente para atestar que o sistema de assinaturas da Masterprev atende aos parâmetros técnicos necessários.
  • 19 de setembro de 2024 – CGU cobra providências sobre entidades que receberam recursos de descontos em folha e não prestaram informações adequadas para explicar os descontos ao órgão de controle. Além disso, a CGU reiterou outros seis pedidos de providências encaminhados entre maio e julho daquele ano e estavam sem resposta.
  • 16 de outubro de 2024 – CGU solicita reunião com direção do INSS para checar se implementaram as recomendações feitas por eles. Reunião é marcada para o dia 11 de novembro.
  • 14 de novembro de 2024 – Após constatar que medidas recomendadas para mitigar as fraudes não haviam sido atendidas, CGU emite nova nota técnica alertando que a regra transitória adotada pelo INSS para liberar os descontos trouxe “riscos significativos” de perpetuação das fraudes e de descontos indevidos.

O que dizem a PF e a CGU

Além dos desbloqueios “excepcionais” feitos no ano passado, PF e CGU também apontam que foram assinados sete novos acordos com entidades em 2024. Tudo isso feito quando já havia auditorias e alertas da CGU, do TCU (Tribunal de Contas da União) e da própria auditoria interna do INSS, segundo a investigação. Na representação, a PF não lista quais seriam estas sete entidades.

Nesse contexto, o desbloqueio de benefícios de maneira excepcional sem previsão normativa e a autorização de inclusão de novos descontos baseados em termo de compromisso de que os sistemas das entidades estariam em aderência aos requisitos técnicos se caracterizam como atos temerários ante a quantidade de problemas relatados na mídia (…) bem como pela Auditoria-Geral do INSS, que reforçam o risco assumido pela direção do INSS ao autorizar e demandar à DATAPREV ajustes em sistema para permitir a inclusão de descontos mediante a utilização de biometria alternativa, medida que, como antes registrado, não possui previsão normativa.Trecho de auditoria da CGU que embasou investigação da PF.

UOL

Opinião dos leitores

  1. O Luladrão recebeu a quadrilha do INSS 15 vezes, ahhh ladrãoooooo…bandido defende bandido

  2. ISSO É FICHINHA EM RELAÇÃO AO 08 DE JANEIRO, G. DIAS IGNOROU VÁRIOS. QUANDO O NEGÓCIO É DEVIDAMENTE COMBINADO, ALERTA É CHOVER NO MOLHADO.

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Geral

“Operação Inimigo Oculto”: Policial Civil é afastada por suspeita de vazar informações sigilosas a organizações criminosas

Foto: PCRN/Divulgação

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN) deflagrou nesta terça-feira (29), a “Operação Inimigo Oculto”, para cumprir mandado de busca e apreensão contra uma policial civil investigada por envolvimento com organização criminosa. A ação foi coordenada pelo Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR-LD), com apoio da Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo as investigações, a servidora, lotada em uma unidade plantonista, acessava de forma irregular procedimentos sigilosos da DHPP relacionados a investigações envolvendo policiais militares, em sua maioria vinculados ao 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM). As informações confidenciais eram repassadas a esses agentes ou a pessoas próximas a eles.

Além do repasse a policiais militares, foi constatado que a investigada também compartilhava dados de processos envolvendo facções criminosas. Parte dos PMs beneficiados com as informações sigilosas já foi presa e responde a investigações por envolvimento com grupos de extermínio e milícias.

De acordo com a Polícia, as informações vazadas chegaram a ser divulgadas nas redes sociais, sendo utilizadas como ferramenta de autopromoção por parte de integrantes de milícias.

A PCRN apurou ainda que os acessos indevidos ao sistema interno ocorriam simultaneamente a ligações telefônicas feitas pela investigada aos policiais militares sob investigação, agravando a gravidade da conduta.

Com base nos elementos reunidos, a Justiça determinou o cumprimento de mandado de busca e apreensão e o afastamento cautelar da policial civil do cargo pelo prazo de 90 dias.

Tribuna do Norte

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Geral

Prefeito Ricardo Brito celebra mais de 90% de aprovação e anuncia novos investimentos para Pureza em entrevista à Band RN

O prefeito de Pureza, Ricardo Brito, concedeu entrevista ao vivo à jornalista Anna Ruth, da Band RN, nesta segunda (28), na qual comemorou o resultado da mais recente pesquisa da Perfil Pesquisas, que apontou 90,50% de aprovação popular para sua gestão. Em sua fala, Ricardo destacou as prioridades do seu governo, os avanços conquistados e os novos projetos para o município.

Entre os temas abordados, o prefeito reafirmou que saúde e educação seguem como pilares da administração. Para o segundo semestre, Ricardo anunciou que o foco será o fortalecimento da infraestrutura da cidade, visando receber melhor os turistas e reforçar a assistência social. Uma das ações previstas é a implantação do programa “Prefeitura Itinerante”, que levará serviços públicos diretamente às comunidades mais distantes, garantindo atendimento a quem mais precisa.

O chefe do Executivo também ressaltou a importância do alinhamento com deputados e senadores, o que resultou na conquista de cerca de R$ 5 milhões em recursos para este ano, a serem investidos principalmente em obras de pavimentação.

Outro ponto destacado foi a recuperação financeira do município. “Pegamos a Prefeitura com quase R$ 11 milhões de déficit previdenciário. Hoje, estamos em dia com a Previdência e conseguimos quitar parcelamentos herdados da gestão anterior”, afirmou o prefeito.

O fortalecimento do turismo é outra prioridade. Ricardo falou sobre a participação de Pureza na Femptur (Feira dos Municípios e Produtos Turísticos do RN) e sobre as obras de melhoria da infraestrutura do Olheiro de Pureza, um dos principais pontos turísticos da região.

Encerrando a entrevista, o prefeito reforçou a marca de sua gestão: “Queremos uma Pureza melhor para todos, com salários em dia, serviços funcionando e o povo orgulhoso. Estamos trabalhando para devolver a Pureza o título de Rainha do Mato Grande”, concluiu.

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Economia

iFood divulga aumento no valor mínimo das entregas a partir de junho

Foto: Reprodução

O iFood aumentará o pagamento mínimo para entregas dos atuais R$ 6,50 a R$ 7,50 para automóveis e motos, enquanto bicicletas terão alta de R$ 6,50 para R$ 7. As mudanças passam a valer no dia 1° de junho.

Os aumentos para os entregadores de bicicleta são de 7,7%, enquanto para os entregadores de carro e moto o aumento será de 15,4%.

Os trabalhadores recebem valores adicionais por cada entrega extra feita na mesma rota ou por quilômetro rodado, além da taxa mínima.

Em paralelo, o iFood padronizou, desde janeiro, as entregas feitas com bicicleta em até quatro quilômetros e ampliará o seguro em caso de ferimento grave ou falecimento.

As entregas feitas de bicicleta passam a ter, em média, quatro quilômetros. O iFood pondera que as distâncias podem ser maiores, a depender de particularidades regionais.

Outra mudança anunciada foi a ampliação do seguro pessoal em casos graves de acidente.

O valor pago por conta da Incapacidade Temporária (DIT) foi ampliado de sete para 30 dias. O valor pago por indenização em casos de morte ou invalidez pode chegar a R$ 120 mil. A companhia não informou o valor anterior.

O seguro pessoal abarca o reembolso ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares em rede credenciada, no caso de acidentes graves. Em caso de morte, o plano contempla o auxílio-funeral, apoio emocional e financeiro para as famílias e apoio com educação dos filhos até 18 anos.

O seguro pessoal é oferecido gratuitamente a todos os entregadores ativos na plataforma desde 2019. Não é necessária inscrição ou qualquer tipo de pagamento.

Para ativar o seguro, o entregador ou familiar pode fazer a solicitação via aplicativo, site ou no telefone 0800 725 2144.

“Estamos sempre ouvindo nossos entregadores e buscando entender suas necessidades para oferecer soluções reais. Este novo pacote é resultado direto desse diálogo, com o objetivo de aumentar seus ganhos e garantir que sua experiência na plataforma seja cada vez melhor”, explica Johnny Borges, Diretor de Impacto Social do iFood.

Apesar do reajuste no pagamento mínimo para entregas, o valor está abaixo do defendido por movimentos de entregadores. A categoria esteve em greve no início do mês de abril.

Os entregadores exigem um pagamento mínimo de R$ 10 por entrega e R$ 2,50 por quilômetro rodado, limites de 3 quilômetros para entregas com bicicletas e o fim do agrupamento de corridas sem a devida compensação financeira.

O movimento, denominado “Breque dos APPs”, é liderado por entregadores em São Paulo.

CNN

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Esporte

VÍDEO: Galvão fala em “crime” e “ofensa” ao se referir sobre camisa vermelha da Seleção Brasileira

 

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Vídeo: Reprodução

Galvão Bueno criticou a criação da camisa vermelha da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026. No Galvão e Amigos desta segunda-feira (28), o apresentador questionou: “O que isso tem a ver com a nossa história?”.

“Apareceu alguém para cometer aquilo que eu digo ser um crime. Saiu a notícia de que a fornecedora de camisas da Seleção, em acordo com a CBF, para a Copa do Mundo de 2026, a camisa azul vai deixar de existir e vai ter uma vermelha. O que isso tem a ver com a história? Isso é uma ofensa sem tamanho à história do futebol brasileiro”, disse.

O comentarista Walter Casagrande complementou a crítica de Galvão sobre a decisão da fornecedora, em parceria com a CBF, e afirmou: “Não vejo motivo para mexer na nossa história dessa maneira”.

“É um horror. Não vejo motivo para mexer na nossa história dessa maneira. Teve a branca, depois a azul. Não tem que fugir das cores da bandeira do Brasil. A nossa história é aquela. O mundo conhece a gente desse jeito”, comentou Casagrande.

Com o surgimento da nova cor, a camisa azul da Seleção Brasileira deixará de ser usada a partir da próxima competição mundial. A decisão também foi criticada pelos comentaristas Falcão, Mauro Naves e pelo ex-jogador Ricardo Rocha.

“Um horror. Eu tenho a segunda camisa, a azul da Olimpíada de 1972. É lindíssima”, disse Paulo Roberto Falcão.

“Também não concordo. Se fosse um jogo comemorativo… mas em uma Copa não vejo a menor necessidade”, criticou Mauro Naves.

O campeão mundial com a Seleção, Ricardo Rocha, afirmou que a atitude é “uma falta de respeito com a camisa azul”.

“Não vejo a menor necessidade. Você pode fazer comemorativa, agora em uma Copa do Mundo… e outra coisa, é uma falta de respeito. A primeira Copa foi com a camisa azul”.

Band Esportes

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  1. Esse vagabundo da CBF quer fazer uma ligação da cor da camisa da Seleção Brasileira com o PT. Fora bandidos.

  2. O radicalismo partidário com sede de poder que falar para o povo que manda, sem respeitar as cores da bandeira e seu povo, acorda Brasil e diga que o verde de suas florestas, o amarelo de suas riqueza, o azul de seus rio , e o branco de seu céu representa a nossa nação, nada a mais.

    1. Na bandeira, o verde representa a Casa dos Bragança e o amarelo a dos Harsburgo.

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Polícia

Detento é assassinado dentro de cela em cadeia pública de Ceará-Mirim

Foto: Seap

Um detento da Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, Grande Natal, foi assassinado dentro de uma das celas na tarde de segunda-feira (28). A Secretaria da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Seap) confirmou a morte do interno, de 23 anos, custodiado na Cela 6 do Pavilhão 1. Um suspeito foi identificado. A motivação será esclarecida através de investigação da Polícia Civil.

De acordo com a Seap, os policiais penais perceberam uma movimentação atípica na cela e foram averiguar o que ocorria. Ao chegar, perceberam o interno já ao chão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, porém ao chegar ao local o interno já se encontrava sem vida. No momento do ocorrido a cadeia se encontrava com suas atividades normais sendo realizadas de forma rotineira.

O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) e Polícia Judiciária foram acionados e se dirigiram ao local para realização dos procedimentos cabíveis. Apesar do ocorrido, a unidade seguiu com suas atividades normais. O advogado da vítima e seus familiares foram comunicados.

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