Uma única dose da droga alucinógena LSD poderia ajudar alcoólatras a parar de beber, segundo uma análise de pesquisas realizadas nos anos 60.
O estudo, publicado no Journal of Psychopharmacology, utilizou informações de seis experimentos envolvendo mais de 500 pacientes e concluiu que a droga teve um “efeito benéfico significativo” contra o abuso de álcool, que durou por vários meses depois que a substância foi utilizada.
O LSD é uma das drogas alucinógenas mais fortes já identificadas, que aparentemente bloqueia uma substância química no cérebro, a serotonina, que controla funções como percepção, comportamento, fome e humor.
Pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia analisaram estudos sobre a droga realizados entre 1966 e 1970.
Todos os pacientes participavam de tratamentos contra o alcoolismo, mas alguns receberam uma única dose de LSD de entre 210 e 800 microgramas.
No grupo de pacientes que usou a droga, 59% mostraram uma queda no consumo de bebidas alcoólicas em comparação com 38% no outro grupo.
‘Efeito duradouro’
O efeito se manteve por seis meses após o consumo do alucinógeno, mas desapareceu após um ano.
Aqueles que tomaram o LSD também apresentaram níveis mais altos de abstinência de álcool.
Os autores do estudo, Teri Krebs e Pal-Orjan Johansen, concluíram, então, que o LSD tem um efeito benéfico importante no combate ao alcoolismo e disseram que doses mais frequentes podem ter um efeito mais permanente.
“De acordo com as provas sobre o efeito benéfico fo LSD contra o alcoolismo, é difícil entender por que esta abordagem de tratamento foi amplamente ignorada”, eles afirmaram.
Outros especialistas elogiaram o estudo, entre eles David Nutt, que já foi conselheiro do governo britânico sobre drogas e que defende um relaxamento das leis sobre drogas ilegais para permitir a realização de mais pesquisas.
“Curar a dependência de álcool requer enormes mudanças na maneira como você se vê. É isso que o LSD faz. É um efeito muito forte. É difícil encontrar algo com resultados tão bons. Provavelmente, não há nada melhor (para tratar alcoolismo)”, diz ele.
Fonte: BBC Brasil / Estadão
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