Carvalho / Agência O Globo
O presidente Lula reduziu drasticamente o número de compromissos oficiais com ministros, e apenas dois titulares da Esplanada tiveram mais espaço na agenda neste ano do que em 2023. Segundo dados públicos levantados pelo GLOBO, o petista diminuiu em 89% o número de audiências com seus subordinados. No geral, membros de partidos aliados foram preteridos, com espaço privilegiado para integrantes do PT e para os que despacham do Palácio do Planalto.
Apenas quatro ministros mantiveram o número de encontros com o presidente em 2024, em comparação com a agenda oficial de 2023. Os que tiveram mais conversas do que o ano anterior, por sua vez, lidaram com crises em suas respectivas áreas.
É caso da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que saltou de seis encontros para 14. Ela enfrentou turbulências com o maior número de queimadas florestais. O território brasileiro chegou a ficar 60% coberto por fumaça.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi outro que teve mais encontros. Foram quatro registros oficiais, em comparação com três no último ano.
Um desses encontros, em junho, foi para tratar de uma questão sensível: o seu indiciamento pela Polícia Federal. Lula decidiu mantê-lo no cargo, mesmo sob suspeita de desvio de dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Procurada, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) justificou o volume maior de agendas em 2023 dizendo que, no primeiro ano de governo, Lula “se dedicou ao projeto de reconstrução de políticas públicas e sociais, ações voltadas para atender diferentes áreas críticas e que foram negligenciadas na gestão anterior”.
O governo acrescentou que mantém diálogo “constante com todos os ministros e ministras de Estado, não só em reuniões ministeriais e individuais, como também em outras agendas, como por exemplo, nas viagens nacionais e internacionais”.
No MEC, o ministro Camilo Santana manteve os 15 encontros registrados no ano passado. Ele tem sido bem avaliado nos bastidores do governo e conduz uma das principais apostas do terceiro mandato de Lula, o Pé-de-Meia.
De acordo com o ranking, o presidente priorizou reuniões com pastas de aliados próximos e do PT. Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Secom), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Ricardo Lewandowski (Justiça), Camilo Santana, Marina Silva, Esther Dweck (Gestão), José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Luiz Marinho (Trabalho), Nísia Trindade (Saúde) e Jorge Messias (AGU) despontam como os mais recebidos, tendo entre 8 e 55 registros na agenda oficial.
Ministros indicados pelo Centrão, por sua vez, ocupam o pé da lista. O de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos); o dos Esportes, André Fufuca (PP); e o do Turismo, Celso Sabino (União), tiveram entre um e três encontros.
O ministro Marcos Amaro, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não teve nenhum encontro registrado na agenda oficial. Apesar de não ser frequentador assíduo do gabinete presidencial, Amaro recebe Lula diariamente na sua chegada ao Planalto. Amaro diz que assim consegue dar fluxo às próprias demandas.
O ministro da Pesca, André de Paula (PSD), teve apenas um registro na agenda de Lula. Ele afirma, no entanto, que só marca encontros oficiais com o presidente quando é necessário um debate mais político:
— Despacho para levar um assunto de anuência e esclarecimento, só vai ter um. Mas contato sobre programas são mais frequentes.
O Globo
LULADRAO e os quarenta ladrões. KkkkClaro que se for contar com todos os comparsas desse criminoso, esse número multiplica por mil.
Com 39 ministérios como atender a todos?