O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, tomou posse de seu terceiro mandato como presidente nesta sexta-feira (10) para um mandato de seis anos em uma cerimônia esvaziada de chefes de Estado e governo, numa mostra de seu isolamento político. No poder até no mínimo 2031, ele deve superar Hugo Chávez como o presidente mais longevo da história da Venezuela.
A cerimônia foi acompanhada, segundo o chavismo, por convidados de 125 países, mas poucos dele de alto nível. O Brasil enviou a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira para a cerimônia. Outros países de esquerda da região, como o México e a Colômbia, também enviaram embaixadores. O Chile não enviou ninguém.
Poucos os chefes de Estado e governo estiveram presentes em Caracas. Entre eles estavam o ditadores de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e o da Nicarágua, Daniel Ortega. Aliados antigos do regime, como o presidente Luis Arce, da Bolívia, também não compareceram.
Rússia e China, aliados cruciais de Maduro, mandaram representantes de segundo escalão. Wang Dongming, vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo representou Pequim. A Rússia enviou Viacheslav Volodin, presidente da Duma, a Câmara baixa do Parlamento.
Protestos da oposição
A cerimônia ocorreu em Caracas apesar dos protestos da oposição venezuelana, que acusa o regime de fraude eleitoral, e da repressão aos dissidentes nos atos da quinta-feira (9). Edmundo González, candidato opositor que diz ter vencido a eleição, prometeu retornar à Venezuela nesta sexta para tentar impedir a posse, mas até agora não há indícios de que isso tenha acontecido.
Denúncias de fraude
Maduro venceu as eleições de julho em meio a denúncias de fraude. Atas de colégios eleitorais reunidas pela oposição e verificadas por centros de monitoramento e por órgãos de imprensa internacional indicam a vitória de González por ampla margem.
Com mais de 80% das atas reunidas, a oposição diz ter tido 67% dos votos contra 30% de Maduro. O regime, que demorou horas para divulgar o resultado parcial, e nunca divulgou as atas urna por urna, alega ter tido 51,2% dos votos contra 44% de González.
A cerimônia foi breve e conduzida pelo presidente da Assembleia Nacional, o chavista Jorge Rodríguez. Após uma breve apresentação, Maduro tomou o juramento.
“Juro que este novo mandato presidencial será um período de paz”, disse ele a Rodríguez, que replicou: “Está investido no cargo de presidente constitucional.”
Em nota, a oposição venezuelana qualificou a cerimônia de “golpe de Estado”.
Pela manhã, o governo da Venezuela fechou nesta sexta-feira (10) sua fronteira com a Colômbia, horas antes da posse. A fronteira colombiana com o Estado venezuelano de Táchira é a principal entrada por terra no país. A fronteira com o Brasil permanece aberta.
Fonte: Portal 98Fm
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