Saúde

Mais de 100 especialistas alertaram para falhas em estudo que condenou o uso da cloroquina no mundo

Mais de 100 médicos e estatísticos de vários países lançaram um alerta sobre graves irregularidades no maior estudo sobre a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a covid-19. Os responsáveis pela iniciativa exigiram que os dados do trabalho sejam revistos para que ele seja corrigido ou retirado.

O estudo em questão provocou uma tempestade mundial em torno de dois possíveis tratamentos que há poucos meses eram considerados os mais promissores contra a doença, mas que agora parecem ter caído em desgraça. O trabalho foi uma análise de dados anônimos de mais de 96.000 pacientes em 600 hospitais do mundo todo. Concluiu que a cloroquina e a hidroxicloroquina não só não oferecem nenhum benefício para os pacientes, como também podem aumentar o risco de morte em 30%. O trabalho foi publicado na The Lancet, uma das revistas científicas de maior prestígio do mundo.

Como resultado desses dados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu o uso destes medicamentos no estudo clínico Solidarity, que tenta provar a eficácia de diversos tratamentos contra a Covid em hospitais do mundo inteiro. Foi uma suspensão temporária, até que um grupo independente analise os dados e responda se é seguro continuar. Mas depois do anúncio da OMS, a França proibiu o uso desses medicamentos como tratamento e parou os ensaios clínicos em andamento. A Itália também suspendeu seu uso como tratamento e a Bélgica alertou sobre sua utilização fora dos estudos clínicos, de acordo com a Reuters.

Na Espanha, a agência de medicamentos concluiu que o estudo não fornecia provas suficientemente sólidas sobre o risco associado aos dois medicamentos e recomendou que continuem em andamento os ensaios clínicos com esses fármacos no país. Um porta-voz da agência explicou ao EL PAÍS que até agora o órgão não havia recebido nenhum alerta de segurança por parte dos responsáveis por esses ensaios.

VEJA MAIS – Após The Lancet por em dúvida estudo contrário e repercussão de reportagem de jornal britânico ganhar o mundo, OMS anuncia retomada de testes com hidroxicloroquina para covid-19

MUITO GRAVE: The Lancet “põe em dúvida” estudo que levou OMS a suspender cloroquina; investigação do britânico The Guardian pode revelar escândalo

BOMBA: Governos e OMS mudaram suas políticas e tratamentos da Covid-19 com base em dados suspeitos de pequena empresa e estudo da Lancet é questionado, destaca reportagem do The Guardian

A origem inicial do boom que promoveu os dois medicamentos foi um estudo comandado pelo médico francês Didier Raoult, que encontrou benefícios no uso contra a covid-19. A pesquisa, no entanto, foi considerada posteriormente como irregular, mal projetada e muito pouco confiável. Isso não evitou que esses tratamentos fossem apontados como “revolucionários”, nas palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou que toma hidroxicloroquina para se proteger do coronavírus, sendo seguido, posteriormente, pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. No momento, não existe nenhuma prova sólida de que esses medicamentos funcionem contra a doença. Existem apenas dados parciais apontando que eles podem aumentar o risco de arritmias em pacientes graves.

O último estudo, que condenou o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, “tem um nível de inconsistências alarmante”, alerta Pedro Alonso, diretor do programa de malária da OMS, ao EL PAÍS. “Há enormes dúvidas sobre a qualidade desse trabalho e tanto seus autores como a revista que o publicou vão ter de prestar contas”, ressalta.

A cloroquina e sua derivada são usadas para combater a malária há décadas e têm um perfil de segurança muito alto, lembra Alonso. Além disso, esses medicamentos são utilizados para combater doenças autoimunes como o lúpus. “Até agora não sabemos se funcionam ou não contra a covid-19, mas a solução não é interromper os ensaios com esses medicamentos e, sim, seguir adiante com eles, pois precisamos de bons ensaios clínicos controlados e randomizados para saber se oferecem algum benefício, principalmente para a segunda onda da doença”, considera Alonso.

O estudo em questão é assinado por Mandeep Mehra, do Hospital Brigham de Mulheres de Boston; Frank Ruschitzka, do Hospital Universitário de Zurique; Amit Patel, do departamento de bioengenharia da Universidade de Utah, e Sapan Desai, da empresa Surgisphere, que forneceu os dados anônimos dos 96.000 pacientes incluídos no estudo.

Mas o trabalho tem inconsistências, como o tratamento dos dados, que não foram publicados para que possam ser analisados pelo restante da comunidade científica, e a ausência de um comitê de ética para verificar se o tratamento dos dados dos pacientes está de acordo com a lei, segundo a carta aberta publicada quinta-feira, assinada por mais de 120 médicos, bioestatísticos e pesquisadores biomédicos e enviada à direção da revista The Lancet.

O estudo não dá informações detalhadas sobre os hospitais de cada país de onde vêm os dados, afirmam os signatários. Além disso, utiliza doses de cloroquina e hidroxicloroquina que são em média 100 miligramas mais altas do que as recomendadas pela agência de medicamentos dos EUA, acrescentam.

Na Austrália, o estudo considera um número de pacientes mortos (73 até 23 de abril) que é superior ao registrado em todo o país até essa data pela Universidade Johns Hopkins, segundo o jornal The Guardian. Na África, inclui 25% de todos os infectados que havia no continente e 40% de todos os falecidos, o que significaria, pela expressividade da amostra, que eles teriam acordos para poder acessar os dados computadorizados detalhados dos pacientes, algo que os signatários da carta consideram “pouco provável” —e Alonso considera “impossível”— dado o baixo grau de digitalização de muitos hospitais no continente. O estudo reúne informações de pacientes de seis continentes e, apesar das diferenças entre eles, a incidência de doenças prévias, como diabetes e os problemas cardiovasculares, é “extraordinariamente pequena”, assinala a carta.

Os signatários exigem que a empresa Surgisphere forneça todos os dados e que uma comissão independente da OMS ou outro organismo independente os analise. Também pedem à revista que cumpra os compromissos que assinou sobre dados públicos e publique também os detalhes da revisão desse estudo por especialistas independentes.

Na tarde de sexta-feira, a The Lancet publicou uma correção, alterando o número de pacientes analisados na Ásia (8.101 em vez de 4.402) e na Austrália (63), mas sem mudar os resultados principais do estudo.

Mandeep Mehra, cardiologista do Brigham e primeiro autor do estudo, disse ao EL PAÍS que, além das correções, foi iniciada uma “revisão independente dos dados”, acrescentando: “Os resultados e conclusões do trabalho continuam sendo os mesmos”. A Surgisphere, empresa responsável pelo banco de dados, defendeu em um comunicado enviado ao EL PAÍS a validade de seu sistema, baseado no estabelecimento de acordos de colaboração com 1.200 hospitais de 45 países para que lhe deem acesso a dados anônimos de pacientes, e garantiu que cumpre as principais normas internacionais de proteção de dados.

Bloqueio de ensaios clínicos

O trabalho deu um golpe fatal em muitos dos ensaios clínicos que estavam em andamento. Isto, por sua vez, pode fazer com que nunca se saiba se, de fato, esses medicamentos podem ajudar contra a covid-19, possivelmente em doses que não sejam altas e com pacientes que não apresentam anomalias no batimento cardíaco. Para isso, são necessários ensaios controlados —nos quais um grupo não toma o medicamento ou toma um placebo— e randomizados, ou seja, cada paciente é colocado aleatoriamente em um dos grupos.

“Uma questão muito importante agora é que as pessoas com poder científico na organização de saúde apostaram em diferentes medicamentos que estão sendo testados em estudos randomizados”, afirma Julián Pérez Villacastín, presidente eleito da Sociedade Espanhola de Cardiologia. “[Os estudiosos da cloroquina e hidroxicloroquina] fizeram um investimento enorme e estão no meio do caminho, e em alguns casos, estão sendo forçados a parar. Além disso, têm o problema de que no início havia muitos pacientes e, com isso, poderiam ser obtidos resultados confiáveis em um prazo relativamente curto. Mas o que aconteceu é que o recrutamento ficou muito mais lento porque o número de pacientes diminuiu. Está sendo muito difícil concluir os estudos e muitos poderão não ser concluídos nunca”, assinala. Alonso ressalta também que, devido aos dados do estudo publicado na The Lancet, os pacientes não queiram participar de ensaios por “medo”.

El País

 

Opinião dos leitores

  1. Para vocês pensarem por que não vêem isso aqui nos jornais. Apreciem o Lancet la no final.
    1) May 20, 2020 – Times of India – Hydroxychloroquine research shows some promise in interim study conducted by Telangana Govt – An interim report prepared by the Telangana Government has yielded promising results on the efficacy of prophylactic use of Hydroxychloroquineor HCQ, as it s popularly known on preventing COVID-19…

    2) Este é o melhor relatório de todos, pois estabelece protocolos caso seja ministrada, embora não recomende o uso devido aos testes não serem ainda completos.
    Last Updated: May 12, 2020 – USA/NIH COVID-19 Treatment Guidelines – Potential Antiviral Drugs Under Evaluation for the Treatment of COVID-19 – Chloroquine/Hydroxychloroquine: The Panel recommends against using high-dose chloroquine (600 mg twice daily for 10 days) for the treatment of COVID-19 (AI), because the high dose carries a higher risk of toxicities than the lower dose.

    3) Este foi noticiado aqui com alarde, porque não recomenda o uso, e como sempre, aceito como verdade por quem não lê ou acredita na imprensa. Mas é só um artigo do professor de Epidemiologia e Bioestatistica, Rosemberg. Na conclusão ele mesmo diz que o estudo teve inúmeras limitações, principalmente na coleta de dados. A Dra. Elizabeth, co-autora, é esposa de um cientista que trabalha numa pesquisa financiada sobre o Rendesivir. Dá o que pensar.
    JAMA May 11, 2020 – Association of Treatment With Hydroxychloroquine or Azithromycin With In-Hospital Mortality in Patients With COVID-19 in New York State

    4) 07ABRIL2020 PFARMA – Hidroxicloroquina apresenta bons resultados contra o coronavírus – A hidroxicloroquina (HCD), um derivado menos tóxico da cloroquina, demonstrou boa eficácia na inibição do novocoronavírus SARS-CoV-2. – Um artigo publicado na Nature revisou sete estudos de ensaios clínicos, publicados no Chinese Clinical Trial Registry, para o uso do hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19.

    5) Thursday, April 9, 2020
    NIH clinical trial of hydroxychloroquine, a potential therapy for COVID-19, begins. Search identifier NCT04332991

    6) 18 March 2020 – Nature – Hydroxychloroquine, a less toxic derivative of chloroquine, is effective in inhibiting SARS-CoV-2 infection in vitro

    7) E olha só. O Lancet hoje faz pouco caso da hidroxicloroqiuna/cloroquina, mas recomendava a aplicação sem mencionar os efeitos colaterais.
    February, 2006 – The Lancet – New insights into the antiviral effects of chloroquine. Effects of chloroquine on viral infections: an old drug against today's diseases?.
    2005 – Chloroquine is a potent inhibitor of SARS coronavirus infection and spread.
    2004 – In vitro inhibition of severe acute respiratory syndrome coronavirus by chloroquine.

  2. Quantas vidas poderiam ser poupadas se não fossem essa resistência idiota de pseudo cientistas e imprensa tendenciosa, com viés ideológicos e extremista reverberando lorota contra as evidencias clinicas favoráveis ao protocolo na fase precoce !!!

  3. O Presidente esteve certo desde o início da Pandemia, ainda no mês de março. Mas aí veio à esquerda, politizou a Pandemia, inventou que a Cloroquina era da direita ……. Agora estamos vendo que a Cloroquina é o "cara"!

  4. Temos que correr contra o tempo e passar a usar a cloroquina urgente e a ivermectina, depois eu falo que Bolsonaro tem razão

  5. São corruptos que querem receber mais propina dos laboratórios com a venda de remédios mais caros. Viva o Presidente Bolsonaro.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

Opositores de Maduro vão denunciar fraude a deputados do Brasil

Foto:Marcelo Perez del Carpio/Getty Images

Os principais nome da oposição contra Nicolás Maduro, María Corina Machado e Edmundo González, vão discutir os problemas nas eleições presidenciais da Venezuela em um evento no Brasil, na próxima terça-feira (2/12).

Machado e González vão participar de um debate na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara dos Deputados, onde a lisura das eleições na Venezuela será tema de discussão. Ainda não está claro se os dois participarão do evento de forma presencial ou remota.

Exilado na Espanha desde setembro, González disputou a presidência pela coalizão Plataforma Unitária Democrática (PUD), após o primeiro nome da oposição, María Corina Machado, ser impedida de participar do pleito.

Após o fim da votação, a coalizão afirmou que González foi eleito o novo presidente venezuelano. No entanto, autoridades eleitorais do país, ligadas ao chavismo, proclamaram a vitória e reeleição de Maduro no pleito que tem sido contestado internacionalmente.

Ao não reconhecer a vitória do herdeiro político de Hugo Chávez, a comunidade internacional aponta que houve fraude nas eleições. A acusação é sustentada pela não divulgação das atas eleitorais do país, que poderiam atestar ou não a reeleição de Maduro.

Além de não tornar os dados públicos, autoridades chavistas emitiram uma ordem de prisão contra González, forçando o ex-diplomata a deixar o país.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gastronomia

O Papo de Fogão desta semana está recheado de sabor e criatividade: um tradicional prato do Maranhão e uma pizza mexicana

O Papo de Fogão desta semana está recheado de sabor e criatividade! O Chef Warwick Trinta, do Alameda Trinta em São Luís/MA, prepara uma irresistível Pescada com Risoto de Batipuru, unindo tradição e sofisticação. Para completar, na Dica Rápida, Natanael Costa, do Holy Pizza em Fortaleza/CE, apresenta uma Pizza Mexicana cheia de personalidade. Duas receitas imperdíveis que vão te inspirar! Vem com a gente e não perca!

SÁBADO
BAND
MARANHÃO, 7h
CEARÁ, 8h
PIAUÍ, 8h
PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RECORD
PERNAMBUCO – TV GUARARAPES, 8h30
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Presidente do PT responde a Bolsonaro sobre pedido de anistia feito a Lula; “Sempre foi um covarde”

Foto: Reprodução

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após ele pedir anistia aos presos pelas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro indicou que a concessão do benefício aos aliados poderia gerar uma “pacificação” no Brasil.

Ao fazer críticas ao ex-presidente, Gleisi relembrou casos envolvendo apoiadores de Bolsonaro com o intuito de provocar pânico na sociedade, como o episódio em que George Washington de Oliveira Sousa tentou explodir uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília na véspera do Natal, em 2022.

“Depois de apelar aos militares desonrados, aos acampados nos quartéis e seus financiadores, aos terroristas do aeroporto de Brasília, aos juristas de golpe e à horda que atacou os 3 poderes para derrubar o presidente Lula, Bolsonaro agora ‘faz apelo’ ao STF e até a Lula para não pagar por seus crimes contra a democracia e o país”, escreveu a presidente do PT na rede social X.

Gleisi chamou Jair Bolsonaro de “covarde” e defendeu a punição de todos os envolvidos na trama desvendada recentemente pela Polícia Federal (PF), que tinha como objetivo uma tentativa de golpe de Estado em 2022, com a morte de autoridades, como o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Sempre foi um covarde, como eram covardes os torturadores que ele defende, e agora virou chorão. A quem poderiam apelar as vítimas se tivesse dado certo o golpe que ele ‘planejou, atuou e teve domínio’, como demonstrou a PF? Punição para todos! Sem anistia! Arquivamento já!”, defendeu.

PL da Anistia
Na Câmara dos Deputados há um projeto de lei que visa conceder o benefício aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. A matéria aguarda a criação de uma comissão especial para ser analisada, mas o tema submergiu depois do envolvimento de bolsonaristas na trama golpista.

Em entrevista nesta semana, Jair Bolsonaro pediu ação de Lula e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conceder anistia aos envolvidos nas manifestações antidemocráticas.

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Em 1979, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica!”, disse o ex-presidente.

Por outro lado, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já defendeu a condenação de todos os envolvidos nos atos antidemocráticos.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

“Sei que o povo do Brasil está ao nosso lado”, diz presidente da Ucrânia

Sei que o povo do Brasil está ao nosso lado”, diz Zelensky em encontro com parlamentares brasileiros.

Presidente da Ucrânia criticou texto final da Cúpula do G20 em reunião com congressistas de países da América Latina.

Sérgio Moro, Damares Alves, Magno Malta e Paulo Bilynskyj foram os parlamentares brasileiros que participaram do encontro.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Lula anuncia 3 indicados para diretorias do BC em 2025; Senado vai decidir

Foto: Agência Brasil

O BC (Banco Central) informou nesta 6ª feira (29.nov.2024) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu os 3 nomes restantes para as diretorias da autoridade monetária. Serão 2 funcionários públicos concursados da autoridade monetária e um chefe de operações do Bradesco. Os indicados ainda deverão passar pelo crivo do Senado.

Nilton José Schneider David será o responsável por ocupar o cargo que hoje é de Gabriel Galípolo, que deixará a Diretoria de Política Monetária para substituir Roberto Campos Neto na presidência do BC. Nilton é chefe de Operações Tesouraria do Banco Bradesco. Ficará no cargo até 28 de fevereiro de 2027, caso tenha indicação aprovada.

Izabela Correia substituirá Carolina de Assis Barros na diretoria de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta. Ela será a única mulher da diretoria. Antes de Lula assumir o governo, a diretoria era composta por duas mulheres (Carolina de Assis Barros e Fernanda Magalhães). Se nomeada, fica no cargo até 31 de dezembro de 2028.

Gilneu Vivan substituirá Otavio Damaso na Diretoria de Regulação. Damaso era o diretor mais antigo, indicado por Dilma Rousseff (PT) e reconduzido ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A diretoria de Regulação é, historicamente, ocupada por funcionários públicos do Banco Central. Também fica no cargo até 31 de dezembro de 2028.

LULA TERÁ MAIORIA
Em 2025, o presidente Lula terá indicado 7 dos 9 integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária), que define a taxa básica, a Selic. Da gestão Bolsonaro, só Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) permanecem. Os mandatos dos dois terminam em 31 de dezembro de 2025. Lula poderá indicar mais 2 no próximo ano.

Apesar das mudanças, o futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, declarou nesta 6ª feira (29.nov.2024) que a taxa básica, a Selic, deverá ficar em patamar elevado por “mais tempo”. Também alfinetou quem faz críticas à autoridade monetária: “O arcabouço legal e institucional que existe da política monetária hoje está muito claro. O Banco Central não recebe comandos por entrevistas, por post em redes social”.

A presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), deputada Gleisi Hoffmann (PR), é uma das aliadas de Lula que mais critica a autoridade monetária.

Fonte: Poder 360

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Mulher usa IA para fingir sequestro e extorquir R$ 30 mil do marido

Uma mulher de 53 anos foi presa nesta sexta-feira (29/11) após simular o próprio sequestro para roubar R$ 30 mil do marido e fugir para começar uma nova vida. Ela teria usado uma ferramenta de inteligência artificial para redigir a mensagem de sequestro, utilizando a linguagem supostamente usada por criminosos e causar pânico no companheiro.

De acordo com as investigações da Coordenação de Repreensão dos Crimes Patrimoniais (Corpatri) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o casal originário de Araguari (MG) estaria morando temporariamente em Planaltina (DF) a trabalho. A mulher, nessa quarta-feira (27/11), teria dito ao marido que faria uma viagem de carro para voltar ao município mineiro.

A esposa, no entanto, teria permanecido na região administrativa e, um dia depois, nessa quinta-feira (28/11), enviou uma mensagem de falso sequestro para o marido. Se passando por criminoso, a mulher escreveu ameaças direcionadas a si mesma, exigindo do cônjuge R$ 30 mil. Além disso, também teria afirmado que os “criminosos” ficaram com outros bens compartilhados do casal, como carro, televisão e uma airfryer.

Veja:

“Vc quê sua Muié de volta maluco faz depósito de trinta mil na conta dela ou vc nunca mais vé essa lindeza. Amanhã vou com essa morena no banco bra. do mundão se num tive nada lá já era a gata. O tel dela tem muita gente com cara de dinheiro tô sendo razoável só pra eu ir embora seja rápido mano a morena tá malzona. já desmaio monte de vezes pra se ter certeza do bagulho esse carro dela é maneiro e tá cheio de cosa dela e umas que gostei tv, arefare. e muito mais. e não tente gracinha vi sua foto aqui cabuloso se move rapidinho aí. [Sic]”

Ainda segundo os investigadores, essa teria sido apenas a primeira de várias mensagens enviadas para ameaçar e extorquir a vítima. Ao receber a mensagem, o marido se dirigiu à 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), que por sua vez acionou a Corpatri.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Bancada evangélica quer que Lira ande com PEC do Aborto ainda este ano

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara

A bancada evangélica na Câmara dos Deputados tenta pressionar o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para que ele instale a comissão especial da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece o direito à vida desde a concepção. Na prática, a proposta proíbe o aborto legal no Brasil.

O texto é de autoria do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e, se aprovado pelo Congresso Nacional, restringirá de forma significativa a legislação sobre a interrupção da gravidez.

Atualmente no Brasil, o aborto só é permitido em três casos: quando há risco de morte para gestante, em caso de estupro e no cenário de fetos anencéfalos. Caso aprovada pelo Congresso, a PEC vai acabar com todas essas permissões.

O texto é de autoria do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e, se aprovado pelo Congresso Nacional, restringirá de forma significativa a legislação sobre a interrupção da gravidez.

Atualmente no Brasil, o aborto só é permitido em três casos: quando há risco de morte para gestante, em caso de estupro e no cenário de fetos anencéfalos. Caso aprovada pelo Congresso, a PEC vai acabar com todas essas permissões.

Nesta semana, a proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que tem maioria bolsonarista e favorável a matéria. Foram 35 votos favoráveis e 15 contrários.

Ao Metrópoles, o presidente da bancada evangélica na Câmara, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), disse que vai insistir com Lira para que a instalação se dê ainda neste ano.

O tema é uma prioridade do grupo, que, pelos dados oferecidos pelo portal da Casa, tem 219 parlamentares. Apesar do número alto, existem membros que divergem nessa pauta.

Faltam só três semanas para o recesso parlamentar, e a pauta de costumes não é uma prioridade para o presidente da Câmara nessa reta final de sua gestão. Lira vai deixar o comando da Casa em fevereiro, e a probabilidade é de que a pressão sobre a continuidade da proposta seja herdada pelo próximo presidente.

Aprovação foi tumultuada na CCJ
A proposta avançou na Câmara dos Deputados depois de muito tumulto durante a discussão da PEC. Manifestantes aos gritos de “criança não é mãe, estuprador não é pai” fizeram com que a presidente do colegiado, deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), transferisse o debate para outro plenário.

Apesar da mudança de lugar, a confusão se manteve e os deputados retornaram ao plenário de origem e voltaram, então, a discutir a PEC que visa garantir direito à vida desde a concepção.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

FEZ O PIX: Alexandre de Moraes doa para campanha de quitação da Arena Corinthians

Foto: Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, doou para a campanha de arrecadação feita pela torcida do Corinthians para quitar a Neo Química Arena.

O Metrópoles teve acesso ao certificado que confirma a informação. O ministro não revelou o valor da contribuição.

A campanha é uma iniciativa da torcida do Corinthians lançada na noite da última quarta-feira (27/11). O objetivo da vaquinha é arrecadar R$ 700 milhões e ajudar na quitação da Neo Química Arena, estádio da equipe alvinegra.

Até o momento, quase R$ 15 milhões já foram arrecadados em menos de 48 horas.

Fonte: Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Lira promete ‘celeridade’ da Câmara para cortar gastos, mas não para reforma do IR: ‘Uma coisa de cada vez’

Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (29) em uma rede social que os deputados darão “todo esforço, celeridade e boa vontade” para aprovar as medidas de cortes de gastos anunciadas pelo governo federal

“Reafirmo o compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal. Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar”, publicou.

Na sequência de posts, Lira afirma que a inflação e a alta do dólar são “mazelas que atingem de forma mais severa os mais pobres”.

E, em seguida, sem citar o projeto nominalmente, indica uma ressalva contra o outro tema anunciado pelo governo nesta semana: a reforma da tabela do Imposto de Renda, que vai elevar a faixa de isenção para até R$ 5 mil.

“Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas. Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável”, escreveu Lira.

Pacheco acompanha ressalva

Minutos após as postagens de Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a falar sobre o tema – desta vez, em nota à imprensa. Nesta quinta (28), depois de uma reunião entre líderes da Casa e Haddad, Pacheco já havia dito que as mudanças no IR ficariam para 2025.

Pacheco defendeu que é “importante que o Congresso apoie as medidas de controle, governança, conformidade e corte de gastos, ainda que não sejam muito simpáticas”.

Mas fez coro à fala de Arthur Lira e disse que a questão do Imposto de Renda, “embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora”.

“Em se tratando de política fiscal, é preciso afastar o medo da impopularidade que constantemente ronda a política. […] Inclusive outras [medidas] podem ser pensadas, pois esse pacote deve ser visto como o início de uma jornada de responsabilidade fiscal”, afirmou Rodrigo Pacheco.

“A questão de isenção de IR, embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora e só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições fiscais para isso. Se não tivermos, não vai acontecer. Mas essa é uma discussão para frente, que vai depender muito da capacidade do Brasil de crescer e gerar riqueza, sem aumento de impostos”, completou.

Fonte: G1

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Previdência quer proibir uso de aposentadorias e pensões em bets

Foto: Freepik

Ministério da Previdência Social pode proibir o uso de aposentadorias e pensões em sites de apostas esportivas, as bets. De acordo com o ministro Carlos Lupi, uma alternativa legal ainda está sendo estudada e ele espera colocá-la em prática “o mais rápido possível”.

“O benefício da Previdência é para a subsistência da pessoa. O desafio da gente é que a gente não pode intervir no dinheiro privado. Mas como os pagamentos têm subsídio do governo, a nossa equipe jurídica está estudando a proibição baseada nisso, de que tem dinheiro do Tesouro e dinheiro público não foi feito pra entrar no jogo”.

Lupi fez uma palestra no Instituto dos Advogados do Brasil, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira e chegou a classificar o mercado das bets como um “sistema mafioso”. Em entrevista ao final do evento, também foi enfático: ” Eu não quero ser arbitrário, nem autoritário. Eu entendo que é o dinheiro do cidadão, mas eu entendo também que não é para isso que existe aposentadoria e pensão. É para garantir o sistema de sobrevivência da pessoa. E jogo, em nenhuma parte do mundo, é sistema de sobrevivência “.

O ministro argumentou que a medida seria semelhante à proibição do uso dos benefícios assistenciais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada – BPC. Lupi acrescentou que os bancos têm mecanismo para evitar que os clientes consigam fazer transferências para os sites de aposta: “O banco separa todos os pagamentos. Se você pega seu extrato está lá: mercado, compras, luz. Se proibir, o próprio sistema consegue coibir isso”.

De acordo com Lupi, a equipe jurídica do Ministério está avaliando se a proibição pode ser feita diretamente pelo Instituto Nacional de Seguridade Social, via portaria, ou se precisa ser avaliada pelo Conselho Nacional da Previdência.

Fonte: Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *