Saúde

Mais de 100 especialistas alertaram para falhas em estudo que condenou o uso da cloroquina no mundo

Mais de 100 médicos e estatísticos de vários países lançaram um alerta sobre graves irregularidades no maior estudo sobre a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a covid-19. Os responsáveis pela iniciativa exigiram que os dados do trabalho sejam revistos para que ele seja corrigido ou retirado.

O estudo em questão provocou uma tempestade mundial em torno de dois possíveis tratamentos que há poucos meses eram considerados os mais promissores contra a doença, mas que agora parecem ter caído em desgraça. O trabalho foi uma análise de dados anônimos de mais de 96.000 pacientes em 600 hospitais do mundo todo. Concluiu que a cloroquina e a hidroxicloroquina não só não oferecem nenhum benefício para os pacientes, como também podem aumentar o risco de morte em 30%. O trabalho foi publicado na The Lancet, uma das revistas científicas de maior prestígio do mundo.

Como resultado desses dados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu o uso destes medicamentos no estudo clínico Solidarity, que tenta provar a eficácia de diversos tratamentos contra a Covid em hospitais do mundo inteiro. Foi uma suspensão temporária, até que um grupo independente analise os dados e responda se é seguro continuar. Mas depois do anúncio da OMS, a França proibiu o uso desses medicamentos como tratamento e parou os ensaios clínicos em andamento. A Itália também suspendeu seu uso como tratamento e a Bélgica alertou sobre sua utilização fora dos estudos clínicos, de acordo com a Reuters.

Na Espanha, a agência de medicamentos concluiu que o estudo não fornecia provas suficientemente sólidas sobre o risco associado aos dois medicamentos e recomendou que continuem em andamento os ensaios clínicos com esses fármacos no país. Um porta-voz da agência explicou ao EL PAÍS que até agora o órgão não havia recebido nenhum alerta de segurança por parte dos responsáveis por esses ensaios.

VEJA MAIS – Após The Lancet por em dúvida estudo contrário e repercussão de reportagem de jornal britânico ganhar o mundo, OMS anuncia retomada de testes com hidroxicloroquina para covid-19

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BOMBA: Governos e OMS mudaram suas políticas e tratamentos da Covid-19 com base em dados suspeitos de pequena empresa e estudo da Lancet é questionado, destaca reportagem do The Guardian

A origem inicial do boom que promoveu os dois medicamentos foi um estudo comandado pelo médico francês Didier Raoult, que encontrou benefícios no uso contra a covid-19. A pesquisa, no entanto, foi considerada posteriormente como irregular, mal projetada e muito pouco confiável. Isso não evitou que esses tratamentos fossem apontados como “revolucionários”, nas palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou que toma hidroxicloroquina para se proteger do coronavírus, sendo seguido, posteriormente, pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. No momento, não existe nenhuma prova sólida de que esses medicamentos funcionem contra a doença. Existem apenas dados parciais apontando que eles podem aumentar o risco de arritmias em pacientes graves.

O último estudo, que condenou o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, “tem um nível de inconsistências alarmante”, alerta Pedro Alonso, diretor do programa de malária da OMS, ao EL PAÍS. “Há enormes dúvidas sobre a qualidade desse trabalho e tanto seus autores como a revista que o publicou vão ter de prestar contas”, ressalta.

A cloroquina e sua derivada são usadas para combater a malária há décadas e têm um perfil de segurança muito alto, lembra Alonso. Além disso, esses medicamentos são utilizados para combater doenças autoimunes como o lúpus. “Até agora não sabemos se funcionam ou não contra a covid-19, mas a solução não é interromper os ensaios com esses medicamentos e, sim, seguir adiante com eles, pois precisamos de bons ensaios clínicos controlados e randomizados para saber se oferecem algum benefício, principalmente para a segunda onda da doença”, considera Alonso.

O estudo em questão é assinado por Mandeep Mehra, do Hospital Brigham de Mulheres de Boston; Frank Ruschitzka, do Hospital Universitário de Zurique; Amit Patel, do departamento de bioengenharia da Universidade de Utah, e Sapan Desai, da empresa Surgisphere, que forneceu os dados anônimos dos 96.000 pacientes incluídos no estudo.

Mas o trabalho tem inconsistências, como o tratamento dos dados, que não foram publicados para que possam ser analisados pelo restante da comunidade científica, e a ausência de um comitê de ética para verificar se o tratamento dos dados dos pacientes está de acordo com a lei, segundo a carta aberta publicada quinta-feira, assinada por mais de 120 médicos, bioestatísticos e pesquisadores biomédicos e enviada à direção da revista The Lancet.

O estudo não dá informações detalhadas sobre os hospitais de cada país de onde vêm os dados, afirmam os signatários. Além disso, utiliza doses de cloroquina e hidroxicloroquina que são em média 100 miligramas mais altas do que as recomendadas pela agência de medicamentos dos EUA, acrescentam.

Na Austrália, o estudo considera um número de pacientes mortos (73 até 23 de abril) que é superior ao registrado em todo o país até essa data pela Universidade Johns Hopkins, segundo o jornal The Guardian. Na África, inclui 25% de todos os infectados que havia no continente e 40% de todos os falecidos, o que significaria, pela expressividade da amostra, que eles teriam acordos para poder acessar os dados computadorizados detalhados dos pacientes, algo que os signatários da carta consideram “pouco provável” —e Alonso considera “impossível”— dado o baixo grau de digitalização de muitos hospitais no continente. O estudo reúne informações de pacientes de seis continentes e, apesar das diferenças entre eles, a incidência de doenças prévias, como diabetes e os problemas cardiovasculares, é “extraordinariamente pequena”, assinala a carta.

Os signatários exigem que a empresa Surgisphere forneça todos os dados e que uma comissão independente da OMS ou outro organismo independente os analise. Também pedem à revista que cumpra os compromissos que assinou sobre dados públicos e publique também os detalhes da revisão desse estudo por especialistas independentes.

Na tarde de sexta-feira, a The Lancet publicou uma correção, alterando o número de pacientes analisados na Ásia (8.101 em vez de 4.402) e na Austrália (63), mas sem mudar os resultados principais do estudo.

Mandeep Mehra, cardiologista do Brigham e primeiro autor do estudo, disse ao EL PAÍS que, além das correções, foi iniciada uma “revisão independente dos dados”, acrescentando: “Os resultados e conclusões do trabalho continuam sendo os mesmos”. A Surgisphere, empresa responsável pelo banco de dados, defendeu em um comunicado enviado ao EL PAÍS a validade de seu sistema, baseado no estabelecimento de acordos de colaboração com 1.200 hospitais de 45 países para que lhe deem acesso a dados anônimos de pacientes, e garantiu que cumpre as principais normas internacionais de proteção de dados.

Bloqueio de ensaios clínicos

O trabalho deu um golpe fatal em muitos dos ensaios clínicos que estavam em andamento. Isto, por sua vez, pode fazer com que nunca se saiba se, de fato, esses medicamentos podem ajudar contra a covid-19, possivelmente em doses que não sejam altas e com pacientes que não apresentam anomalias no batimento cardíaco. Para isso, são necessários ensaios controlados —nos quais um grupo não toma o medicamento ou toma um placebo— e randomizados, ou seja, cada paciente é colocado aleatoriamente em um dos grupos.

“Uma questão muito importante agora é que as pessoas com poder científico na organização de saúde apostaram em diferentes medicamentos que estão sendo testados em estudos randomizados”, afirma Julián Pérez Villacastín, presidente eleito da Sociedade Espanhola de Cardiologia. “[Os estudiosos da cloroquina e hidroxicloroquina] fizeram um investimento enorme e estão no meio do caminho, e em alguns casos, estão sendo forçados a parar. Além disso, têm o problema de que no início havia muitos pacientes e, com isso, poderiam ser obtidos resultados confiáveis em um prazo relativamente curto. Mas o que aconteceu é que o recrutamento ficou muito mais lento porque o número de pacientes diminuiu. Está sendo muito difícil concluir os estudos e muitos poderão não ser concluídos nunca”, assinala. Alonso ressalta também que, devido aos dados do estudo publicado na The Lancet, os pacientes não queiram participar de ensaios por “medo”.

El País

 

Opinião dos leitores

  1. Para vocês pensarem por que não vêem isso aqui nos jornais. Apreciem o Lancet la no final.
    1) May 20, 2020 – Times of India – Hydroxychloroquine research shows some promise in interim study conducted by Telangana Govt – An interim report prepared by the Telangana Government has yielded promising results on the efficacy of prophylactic use of Hydroxychloroquineor HCQ, as it s popularly known on preventing COVID-19…

    2) Este é o melhor relatório de todos, pois estabelece protocolos caso seja ministrada, embora não recomende o uso devido aos testes não serem ainda completos.
    Last Updated: May 12, 2020 – USA/NIH COVID-19 Treatment Guidelines – Potential Antiviral Drugs Under Evaluation for the Treatment of COVID-19 – Chloroquine/Hydroxychloroquine: The Panel recommends against using high-dose chloroquine (600 mg twice daily for 10 days) for the treatment of COVID-19 (AI), because the high dose carries a higher risk of toxicities than the lower dose.

    3) Este foi noticiado aqui com alarde, porque não recomenda o uso, e como sempre, aceito como verdade por quem não lê ou acredita na imprensa. Mas é só um artigo do professor de Epidemiologia e Bioestatistica, Rosemberg. Na conclusão ele mesmo diz que o estudo teve inúmeras limitações, principalmente na coleta de dados. A Dra. Elizabeth, co-autora, é esposa de um cientista que trabalha numa pesquisa financiada sobre o Rendesivir. Dá o que pensar.
    JAMA May 11, 2020 – Association of Treatment With Hydroxychloroquine or Azithromycin With In-Hospital Mortality in Patients With COVID-19 in New York State

    4) 07ABRIL2020 PFARMA – Hidroxicloroquina apresenta bons resultados contra o coronavírus – A hidroxicloroquina (HCD), um derivado menos tóxico da cloroquina, demonstrou boa eficácia na inibição do novocoronavírus SARS-CoV-2. – Um artigo publicado na Nature revisou sete estudos de ensaios clínicos, publicados no Chinese Clinical Trial Registry, para o uso do hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19.

    5) Thursday, April 9, 2020
    NIH clinical trial of hydroxychloroquine, a potential therapy for COVID-19, begins. Search identifier NCT04332991

    6) 18 March 2020 – Nature – Hydroxychloroquine, a less toxic derivative of chloroquine, is effective in inhibiting SARS-CoV-2 infection in vitro

    7) E olha só. O Lancet hoje faz pouco caso da hidroxicloroqiuna/cloroquina, mas recomendava a aplicação sem mencionar os efeitos colaterais.
    February, 2006 – The Lancet – New insights into the antiviral effects of chloroquine. Effects of chloroquine on viral infections: an old drug against today's diseases?.
    2005 – Chloroquine is a potent inhibitor of SARS coronavirus infection and spread.
    2004 – In vitro inhibition of severe acute respiratory syndrome coronavirus by chloroquine.

  2. Quantas vidas poderiam ser poupadas se não fossem essa resistência idiota de pseudo cientistas e imprensa tendenciosa, com viés ideológicos e extremista reverberando lorota contra as evidencias clinicas favoráveis ao protocolo na fase precoce !!!

  3. O Presidente esteve certo desde o início da Pandemia, ainda no mês de março. Mas aí veio à esquerda, politizou a Pandemia, inventou que a Cloroquina era da direita ……. Agora estamos vendo que a Cloroquina é o "cara"!

  4. Temos que correr contra o tempo e passar a usar a cloroquina urgente e a ivermectina, depois eu falo que Bolsonaro tem razão

  5. São corruptos que querem receber mais propina dos laboratórios com a venda de remédios mais caros. Viva o Presidente Bolsonaro.

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Geral

Ex-assessor de Moraes investigado no STF pede sigilo do caso

Foto: reprodução/Instagram

O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Eduardo Tagliaferro pediu para que o inquérito em que é alvo no STF (Supremo Tribunal Federal) tramite em sigilo. Segundo ele, deixar a investigação aberta é um erro “crasso e pueril”, que coloca em risco a segurança nacional e a segurança de integrantes dos poderes da República, familiares dos ministros da Corte, entre outros.

Segundo o ex-assessor no pedido ao STF, o veículo de comunicação Gazeta do Povo noticiou conteúdo da sua vida privada e do seu advogado, contido em documento da Polícia Federal que entrou nos autos do processo. Em reportagens na última semana, o jornal divulgou conversas do ex-assessor com sua mulher em que dizia sentir medo de Moraes, o chamava de “fdp” e afirmava que gostaria de expor o que presenciou trabalhando para ele.

Tagliaferro afirma que em link inserido pela equipe de investigação nos autos, há a exposição de dados de 3.608 pessoas. Dentre essas, estão diplomatas, diretor da OEA (Organização dos Estados Americanos), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, integrantes da presidência da República, familiares dos ministros da Corte, funcionários da Corte Eleitoral e os seguranças dos ministros.

Segundo ele, permitir o acesso irrestrito a esses dados é expor os integrantes do Poder “para os mais vorazes inimigos da democracia”. Também declara que é preocupante que a Polícia Federal ainda não tenha realizado qualquer controle de acesso sobre o conteúdo.

“Nossa missão é defesa, mas isso é questão de ordem, em prol de pessoas dedicadas à causa pública, as quais não podem ser colocadas em risco, por um ato equivocado da equipe PF”, disse.

EX-ASSESSOR INDICIADO

Tagliaferro foi indiciado pela PF (Polícia Federal) em 2 de abril deste ano por “violação de sigilo funcional com prejuízo à administração pública”. A polícia investiga o vazamento de mensagens do ministro com servidores do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal) a um jornalista da Folha de S.Paulo. Segundo o relatório da PF, ele relata à mulher que enviou informações ao jornalista. A apuração baseou-se em depoimentos e na quebra de sigilo telemático.

Na época, Tagliaferro ocupava cargo na AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) da Corte Eleitoral. Ele era responsável pela produção de relatórios sobre políticos, influenciadores e veículos de comunicação que publicavam desinformação sobre as Instituições Públicas e as eleições.

Poder 360

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Trump confirma presença no funeral do papa Francisco

Foto: Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na tarde desta segunda-feira (21/4) que irá comparecer ao funeral do papa Francisco, em Roma. O pontífice, de 88 anos, morreu, durante a madrugada, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), coma e colapso cardiocirculatório irreversível, segundo o Vaticano.

“Melania [primeira-dama dos EUA] e eu iremos ao funeral do Papa Francisco, em Roma. Estamos ansiosos para estar lá”, escreveu o republicano em sua rede social, a Truth Social.

Trump também prestou homenagem ao Santo Padre: “Descanse em paz, papa Francisco! Que Deus o abençoe e a todos que o amavam”. O último encontro entre os dois ocorreu em 2017.

O funeral de um papa é um evento de enorme importância para a Igreja Católica e para milhões de fiéis ao redor do mundo. O Santo Padre havia expressado o desejo de ser enterrado fora do Vaticano, um fato que acontecerá pela primeira vez em mais de um século.

Metrópoles

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Lula decide comparecer à cerimônia de sepultamento do papa Francisco

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu comparecer à cerimônia de sepultamento do papa Francisco.

O petista avisou na tarde desta segunda-feira (21) a assessores do governo que aguarda apenas a definição da data da cerimônia.

O petista deve viajar acompanhado da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja. Mais cedo, a assessoria de imprensa da Vice-Presidência informou que Geraldo Alckmin não deve viajar ao Vaticano.

A expectativa é de que o velório comece na quarta-feira (23).

O funeral ainda não está definido, mas deve ser realizado a partir de sexta-feira (25).

Lula se reuniu três vezes com o Papa Francisco ao longo do pontificado de doze anos.

CNN Brasil – Gustavo Uribe

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Ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, acusa TRE-RN de fraude em relatório sobre eleições

Foto: Carolina Antunes/PR

Na véspera do julgamento que pode torná-lo réu por interferência no processo eleitoral de 2022, a defesa do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, apresentou acusações contra a Justiça Eleitoral.

Segundo os advogados de Vasques, a juíza eleitoral Érika Souza Corrêa Oliveira e o técnico judiciário Bruno Teixeira da Silva, ambos do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), teriam produzido um relatório fraudulento para sustentar a narrativa de que a PRF teria interferido no segundo turno das eleições presidenciais.

Vasques é acusado de ter utilizado a estrutura da PRF para montar barreiras em série nas rodovias do Rio Grande do Norte, supostamente dificultando a chegada de eleitores aos locais de votação em Campo Grande (RN), o que teria beneficiado o então presidente Jair Bolsonaro em detrimento do candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-diretor da PRF nega as acusações.

A defesa de Silvinei Vasques contratou uma agência para atuar como assistente técnica na análise dos resultados das eleições presidenciais de 2022, com foco específico na 31ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte. O laudo técnico produzido pela consultoria aponta supostas falhas metodológicas no relatório elaborado pelo TRE-RN.

De acordo com o documento, o relatório oficial baseou-se em “percepções empíricas” de mesários, com dados coletados através de grupos de mensagens instantâneas, sem qualquer critério científico ou automação na coleta das informações.

“A tentativa, novamente, empírica de registrar ‘snapshots’ de momentos de cada seção de votação torna-se falha, haja vista que, não há o registro de automação da coleta das informações repassadas pelos mesários, ocasionando a imprecisão do resultado do ‘momento’, tampouco a comprovação de que todos os responsáveis pelas seções encaminharam os dados no mesmo instante de tempo”, afirma trecho do laudo técnico.

A análise técnica contratada pela defesa utilizou dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo os arquivos de log das urnas eletrônicas e informações de votação por seção eleitoral. Segundo o laudo, até às 12h46 do dia da votação, aproximadamente 73% das seções já haviam registrado o comparecimento de mais de 50% dos eleitores, totalizando 3.236 eleitores.

Este número contrasta com os dados apresentados no relatório do TRE-RN, que registrou apenas 2.232 eleitores no mesmo período, uma diferença de mais de mil votantes. O documento da defesa também afirma que, no segundo turno, houve um incremento de mais de 700 eleitores no período matutino, apesar da presença ostensiva da PRF, e que o total de votantes no segundo turno foi maior que no primeiro.

Até o momento, o TRE-RN não se manifestou sobre as acusações da defesa de Silvinei Vasques.

Metrópoles – Mirelle Pinheiro

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Veja o girocóptero que caiu na praia de Areias Alvas, litoral do RN, vitimando duas pessoas

Este foi o girocóptero que caiu na tarde desta segunda-feira (21) na praia de Areias Alvas, no litoral potiguar, entre Grossos e Tibau.

O acidente teve duas vítimas fatais. Uma delas foi o piloto Flavius Neves, proprietário da pequena aeronave.

Flavius costumava registram em vídeo vários de seus voos e publicar nas redes sociais.

@flaviusneves #LIVEhighlights #TikTokLIVE #LIVE ♬ Cowboy Country – S O:) BLUK

 

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Prefeito Jaime Calado decreta luto oficial em São Gonçalo do Amarante pela morte do Papa Francisco

 

O município de São Gonçalo do Amarante, assim com todo o mundo, amanheceu de luto nesta segunda-feira (21) após o falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco. Em reconhecimento à relevância espiritual, ética e histórica do líder da Igreja Católica, o prefeito Jaime Calado decretou Luto Oficial de três dias por meio do Decreto nº 1.934, publicado nesta mesma data.

O decreto destaca a trajetória de Papa Francisco como Chefe de Estado do Vaticano e líder espiritual de mais de um bilhão de católicos em todo o mundo, com forte presença no Brasil e, particularmente, em São Gonçalo do Amarante, município que carrega em sua identidade a fé e a memória dos mártires de Uruaçu, hoje reconhecidos como santos pelo Vaticano.

Entre os pontos ressaltados no documento está o fato de que o Papa Francisco foi o primeiro pontífice a receber oficialmente o prefeito da cidade em audiência no Vaticano, no ano de 2014. O gesto, segundo o texto, representou um momento histórico para o povo são-gonçalense, consolidando laços de fé e reconhecimento com a Santa Sé.

Outro marco relevante citado no decreto foi a canonização dos Protomártires do Brasil — entre eles André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro — realizada durante o pontificado de Francisco, o que consolidou a importância espiritual do Rio Grande do Norte no contexto da Igreja Católica.

Durante os três dias de luto oficial, a bandeira do município será hasteada a meio-mastro em todos os prédios públicos como sinal de respeito e homenagem à memória do Papa. “Sua Santidade deixa um legado incomparável de humildade, justiça e fé, que tocou corações no mundo inteiro, inclusive em nossa terra”, afirmou o prefeito Jaime Calado.

O decreto já está em vigor e representa uma demonstração formal do pesar coletivo da cidade diante da perda de uma das maiores figuras espirituais do século.

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Geral

VÍDEO E FOTOS: Duas pessoas morrem em queda de girocóptero na praia de Areias Alvas, entre Tibau e Grossos


Fotos: reprodução/Mossoró Hoje

Duas pessoas morreram na queda de um girocóptero na tarde desta segunda-feira (21). O acidente com a pequena aeronave ocorreu na praia de Areias Alvas, entre Tibau e Grossos.

Uma mulher que testemunhou o acidente afirmou que o motor da aeronave parou.

O BLOGDOBG confirmou a informação de que o piloto Flavius Neves é uma das vítimas do acidente. A segunda vítima não teve a identidade confirmada até o momento.

 

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Esporte

PRÊMIO LAUREUS: Rebeca Andrade vence na categoria “Retorno do Ano”

Simone Biles e Rebeca Andrade com o troféu do Laureus — Foto: divulgação

A lista de conquistas de Rebeca Andrade aumentou, nesta segunda-feira (21), durante a cerimônia do Prêmio Laureus, sediada em Madri, na Espanha. A ginasta ganhou o troféu na categoria “Retorno do Ano” e se tornou a primeira brasileira da história a vencer o “Oscar do Esporte”, que completa 25 edições.

Principal nome do esporte brasileiro em Jogos Olímpicos, Rebeca Andrade derrotou a lendária Simone Biles na prova de solo, em Paris 2024, faturando a medalha de ouro. A ginasta, que ainda saiu dos Jogos com duas pratas (individual geral e salto) e um bronze por equipes, alcançou este resultado mesmo após ser submetida a três cirurgias no joelho. O pentacampeão mundial Cafu foi o encarregado de entregar a estatueta à compatriota.

– Eu me sinto muito feliz e honrada por receber meu primeiro Laureus. Estou orgulhosa, me sinto abençoada pela equipe que tenho e pela família que eu tenho. Eles acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava. Eu gostaria de fazer um agradecimento especial para uma pessoa que está aqui conosco essa noite, que foi uma peça importantíssimo para que o mundo me conhecesse não só como atleta, mas como pessoa também, que é a Aline (Wolff), minha psicóloga. Quero agradecer pelo trabalho, companheirismo, pelo cuidado durante meu período de lesões. Fico feliz de ser uma grande referência para as gerações que estão vindo e para pessoas em geral, de força, de mostrar que a gente pode alcançar os nossos objetivos, independentemente do lugar de onde a gente tenha vindo. – declarou Rebeca.

A volta por cima de Rebeca Andrade superou a de seus concorrentes, o nadador americano Caeleb Dressel, que se afastou das piscinas para cuidar da saúde mental e voltou de Paris 2024 com medalhas olímpicas; a esquiadora alpina suíça Lara Gut-Behrami, bicampeã da Copa do Mundo oito anos após o primeiro título; o motociclista espanhol Marc Márquez, que cogitou aposentadoria após lesão no braço, mas encerrou a “seca” de 1000 dias sem vitórias no circuito de motovelocidade; o jogador de críquete indiano Rishabh Pant, reintegrado à seleção nacional depois de um grave acidente de carro; e a nadadora australiana Ariarne Titmus, primeira mulher a defender com êxito o título olímpico dos 400m, depois de retirar um tumor no ovário.
Veja todos os vencedores do Laureus 2025

Atleta Masculino do Ano

Armand Duplantis (salto com vara – Suécia)

Time do Ano

Real Madrid (futebol – Espanha)

Atleta Feminina do Ano

Simone Biles (ginástica artística – EUA)

Revelação do Ano

Lamine Yamal (futebol – Espanha)

Retorno do Ano

Rebeca Andrade (ginástica artística – Brasil)

Atleta do Ano com Deficiência

Jiang Yuyan (natação – China)

Atleta do Ano em Esportes de Ação

Tom Pidcock (ciclismo de montanha – Reino Unido)

Prêmio Esporte para o Bem

Kick4life (Lesoto) – usa o futebol para ajudar crianças e jovens em risco

Homenagem pela Trajetória Profissional:

Kelly Slater (surfe – EUA)

Homenagem Ícone do Esporte

Rafael Nadal (tênis – Espanha)

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Geral

Em testamento, papa Francisco pediu túmulo simples e lápide com uma única inscrição; leia a íntegra

Foto: Getty Images

O papa Francisco deixou um testamento no qual apontou as orientações para seu sepultamento. Divulgado nesta segunda-feira (21), o documento é datado de 29 de junho de 2022.

O santo padre expressou que gostaria que seus restos mortais fossem colocados na Basílica de Santa Maria Maggiore, num túmulo simples, escavado no solo, sem decoração e apenas com a inscrição “Franciscus”.

“Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.

“Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura.

“Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.

“Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado.

“Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo.

“O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.

“As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.

“Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.

“Santa Marta, 29 de junho de 2022”

Com informações de Metrópoles

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Geral

Papa Francisco morreu de insuficiência cardíaca e AVC, diz Vaticano

Foto: Vaticano/Getty Images

Insuficiência cardíaca e um AVC foram as causas da morte do papa Francisco, afirmou nesta segunda-feira (21) o Vaticano.

Segundo a certidão médica que atestou a morte do papa, Francisco sofreu um AVC cerebral, entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível às 7h35, pelo horário de Roma (2h35 em Brasília).

O boletim médico informa que o quadro foi agravado por uma pneumonia bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo II. A morte foi confirmada por registro eletrocardiotanatográfico.

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano.

O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado 38 dias internado. Ele morreu em seu apartamento, na residência de Santa Marta, na Cidade do Vaticano, onde vivia desde sua eleição em 2013.

g1

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