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Enquanto especialistas e a sociedade em geral debatem formas de minimizar os danos (humanitários e econômicos) da pandemia do novo coronavírus, só uma solução pode nos salvar da crise: o desenvolvimento de uma vacina. O primeiro sequenciamento genético do SARS-CoV-2 foi publicado em 11 de janeiro, e desde então a comunidade internacional de pesquisa está tentando criar uma vacina.
De acordo com um levantamento da Nature, até o último dia 8 existiam 115 candidatas a vacina autorizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), das quais 78 estão em estudos ativos e 37 não têm seu status de desenvolvimento confirmado a partir de fontes de informação disponíveis ao público. Dos 78 projetos ativos e confirmados, 73 estão atualmente em fase exploratória ou pré-clínica.
As vacinas que estão mais avançadas, e que passaram recentemente para o desenvolvimento clínico, são a mRNA-1273 da Moderna, Ad5-nCoV da CanSino Biologicals, INO-4800 da Inovio, a LV-SMENP-DC e aAPC do Shenzhen Geno-Immune Medical Institute.
Na última quarta-feira (8), a Novavax anunciou disse que iniciaria testes em humanos na Austrália em meados de maio. No mesmo dia, uma empresa especializada em células-tronco, a Mesoblast, disse que estava iniciando um ensaio clínico de 240 pacientes para saber se células derivadas da medula óssea poderiam ajudar pacientes que desenvolveram uma reação imune mortal ao coronavírus.
A Nature ainda destaca a diversidade de plataformas tecnológicas no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19. Desde estudos do ácido nucleico (DNA e RNA) do vírus, até a criação de partículas semelhante a vírus, peptídeo, vetor viral (replicante e não replicante), proteína recombinante, abordagens com vírus vivo atenuado e vírus inativado.
“Atualmente, muitas dessas plataformas não são a base para vacinas licenciadas, mas a experiência em áreas como oncologia está incentivando os desenvolvedores a explorar abordagens de que oferecem uma maior velocidade de desenvolvimento e fabricação”, destaca o relatório. É possível, inclusive, que algumas plataformas de vacina possam ser mais adequadas a subtipos específicos de população, como idosos, crianças, mulheres grávidas ou pacientes imunocomprometidos.
Ainda dentro do universo dos candidatos ativos confirmados para vacina, 56 (72%) estão sendo desenvolvidos por laboratórios privados, enquanto os 22 restantes (28%) são projetos sendo liderados por acadêmicos, setor público e outras organizações sem fins lucrativos. A gigante Johnson & Johnson disse espera iniciar testes clínicos em setembro e recebeu uma parceria de quase US$ 500 milhões por meio de uma divisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.
Mas embora outras grandes desenvolvedoras multinacionais, como Janssen, Sanofi, Pfizer e GlaxoSmithKine, tenham se engajado no desenvolvimento de vacinas da Covid-19, muitos dos principais laboratórios são pequenos ou inexperientes na fabricação de vacinas em larga escala.
A América do Norte lidera a corrida das vacinas, com 36 (46%) desenvolvedores entre os candidatos confirmados, contra 14 (18%) na China, 14 (18%) na Ásia (excluindo China) e Austrália e 14 (18%) na Europa. A Nature não encontrou informações públicas sobre a atividade de desenvolvimento de vacinas na África ou na América Latina, “embora exista capacidade de fabricação de vacinas e estruturas regulatórias nessas regiões”.
Olhar Digital, via Nature/The New York Times
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