Josias de Souza
No comando da CPI dos anões do Orçamento, um escândalo de 18 anos atrás, o senador-coronel Jarbas Passarinho espantou-se com o que viu.
Passarinho pronunciou uma frase que sobrevive no verbete da enciclopédia:
“A corrupção nasceu com Adão, implementou-se com Eva e só termina quando o último homem sair da face da terra, levando pela mão a última mulher”.
Passarinho tinha razão. O tempo passou, o Apocalipse não veio e a corrupção se alastrou entre os seres humanos brasileiros.
Sob o governo do ex-PT, nem mesmo o homem de farda escapou à onda de suspeição que engolfa a administração pública.
O repórter Marco Antônio Martins conta, na Folha, que nem só de pêérres e de pemedebês é feito o descaminho das verbas públicas.
A Procuradoria-Geral Militar apura, desde maio, o envolvimento de oficiais em fraudes que resultaram no desvio de verbas de obras tocadas pelo Exército.
Entre os investigados estão –espanto (!), surpresa (!!), estupefação (!!!)— o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e outros sete generais.
Os oficiais chefiaram duas repartições obreiras: o DEC (Departamento de Engenharia e Construção) e o IME (Instituto Militar de Engenharia).
Entre 2004 e 2009, período coberto pela investigação, o Exército firmou convênios com o famigerado Dnit. Tinham como objeto a realização de obras rodoviárias.
Nos últimos cinco anos, o Exército recebeu do Dnites últiSomente do Dnit, órgão gangrenado do Ministério dos Transportes, R$ 104 milhões.
Investigações preliminares farejaram indícios de fraude em 88 licitações geridas pelo Exército. Os desvios são estimados em R$ 11 milhões.
No curso da apuração, verificou-se que um grupo liderado por dois oficiais criou meia dúzia de empresas para beliscar licitações do IME, feitas com verbas do Dnit.
Os oficiais são o coronel Paulo Roberto Dias Morales e o major Washington Luiz de Paula. Esse ultimo movimentou em conta bancária mais de R$ 1 milhão.
O inquérito de maio foi aberto pela procuradora-geral da Justiça Militar, Cláudia Luz. Um dos objetivos é apurar se Enzo e os outros generais sabiam dos malfeitos.
Enzo chefiou o Departamento de Engenharia e Construção do Exército entre 2003 e 2007. Dali, foi alçado, sob Lula, ao comando do Exército, posto que ocupa até hoje.
Depois dele, comandaram a repartição os generais Marius Luiz Teixeira, na reserva desde março; e Ítalo Fortes Avena, agora lotado na missão do Brasil na ONU.
Encontram-se também sob investigação os generais que chefiaram o Instituto Militar de Engenharia.
São eles: Rubens Brochado, Silvino Silva, Ernesto Ronzani, Emilio Aconcella e Amir Kurban.
Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército manifestou-se por meio de nota. No texto, disse desconhecer a investigação contra os generais.
Anotou: “Não cabe à Força e nem aos militares citados emitir qualquer tipo de posicionamento sobre o assunto.”
Em depoimento aos promotores militares, o coronel Paulo Roberto Dias Morales e o major Washington Luiz de Paulo negaram os malfeitos. O inquérito prossegue.
Brincadeira, está explicado o motivo pelo qual estes ladrões nunca reclamam da vida que levam, ou seja, quem passa fome somos nós assalariados que nunca conseguiremos sair da miséria de fome. Afinal, para que eles querem aumento salarial??