Manifestantes protestam no acesso ao estádio Mané Garrincha neste sábado. O grupo se posiciona contra a realização da Copa do Mundo no país e alega que o dinheiro utilizado para a realização do Mundial poderia ser usado em educação e saúde. A construção do estádio em Brasília consumiu cerca de R$ 1,5 bilhão dos cofres públicos.
O protesto começou de forma pacífica, com os participantes carregando cartazes. Eles foram em direção à avenida Eixo Monumental, próxima ao estádio. Quando chegaram em frente ao Mané Garrincha, foram impedidos de avançar. A polícia já havia posicionado a Tropa de Choque para fazer uma barreira.
Não há confronto neste momento, mas o clima é tenso e, pouco antes, os policiais chegaram a usar três bombas de efeito moral para dispersarem a manifestação.
“Até agora é um protesto pacífico. A ação da Polícia vai acontecer se houver ataque ao patrimônio. Ninguém foi atingido (sobre as bombas jogadas)”, disse o Coronel Adilson Evangelista.
Segundo o coronel, não houve conversa com os manifestantes, pois não há uma liderança. São vários movimentos que se juntaram na frente do Estádio e querem apenas protestar.
Na linha de protesto sem violência, os manifestantes se limitaram a provocar torcedores na fila para entrar no Mané Garrincha, gritando que eles também estavam sendo lesados pela Copa do Mundo e que não deveriam aceitar a situação.
O estádio será palco da estreia da seleção brasileira na Copa das Confederações, contra o Japão, às 16h, neste sábado. A cerimônia de abertura está marcada para as 14h30.
A mobilização para o protesto deste sábado foi feita durante toda a semana pela internet. “Frente a todas as violações aos Direitos Humanos trazidos pela Copa do Mundo. Brasília se tornará, neste sábado, a capital da vergonha nacional”, diz a convocação para o protesto na página “Copa para Quem?”, que convida “a todos e todas para trazerem seu cartaz, seu apito, seu protesto para o dia da abertura desta Copa que não é do povo”.
Um dos manifestantes, o estudante Daniel Gomes citou problemas na área da saúde para justificar sua participação no protesto. “Abandonaram Brasília por causa do estádio. Fecharam o hospital, adiaram cirurgias e uma criança já morreu”, disse.
Na sexta-feira, um enorme tumulto ocorreu também nos arredores da arena. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) assumiu a autoria do protesto justificando que milhares de famílias foram despejadas em Brasília, considerando que o governo federal dá prioridade apenas à realização da Copa.
Do UOL
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