A Câmara Municipal do Natal está brincando com fogo. E corre sério risco de se queimar.
Basta ver o que anda acontecendo nos gabinetes e salas de reuniões do Palácio Padre Miguelinho.
A Comissão Especial de Inquérito dos Contratos , aquela que tem sido um imbróglio desde antes de nascer, anda à procura de um relator. Para apresentar um relatório que já existe e aponta responsabiliza de cerca de 20 pessoas envolvidas com os contratos firmados pela atual administração municipal.
O relator oficial, vereador Júlio Protásio, pediu afastamento da CEI depois de ter sido condenado pelo juiz Raimundo Carlyle no processo judicial derivado do escândalo que ficou conhecido como “Operação Impacto”.
Protásio alegou, para sua renúncia ao posto de relator, que seu relatório seria questionado por conta de sua condição de condenado.
Outro cotado para o posto, Adenúbio Melo, também não aceitou pelo mesmo motivo. Também figura entre os condenados na Operação Impacto.
Como Júlia Arruda é presidente da CEI e a vereadora Sargento Regina, por ter sido autora do requerimento de instalação da Comissão, não pode ser a relatora, restou o Bispo Francisco de Assis.
Que reluta em aceitar a indicação. E alega que deseja ver primeiro o relatório para dizer se concorda ou não com as conclusões.
E nessa confusão toda, a imagem da Câmara está indo para o ralo.
De que serve o Legislativo de Natal?
Conveniências à parte, de que tem medo os vereadores de Natal para não aceitar ser relator da CEI dos Contratos?
Que outras razões existem para tantas recusas e hesitações?
Os cidadãos natalenses aguardam uma definição.
E no segundo semestre, muito provavelmente, os eleitores natalenses vão opinar sobre tudo que vem acontecendo na Câmara e na administração municipal.
Brincar com fogo costuma ser muito perigoso.
Que os vereadores resolvam hoje se vão produzir uma marmelada ou se vai tratar esse processo com a devida seriedade que ele merece.
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