A Corte de Imigração dos Estados Unidos marcou para o dia 31 de janeiro uma audiência sobre o caso da estudante paulistana V.L.S., de 15 anos. Ela está detida em Miami desde 27 de novembro, quando foi proibida de entrar no país. A família ainda não sabe o motivo da detenção, nem quando V. será liberada, como o Estado revelou ontem. A garota tinha visto, passaporte e passagem de volta para o Brasil já comprada.
Após nove dias sem contato com a filha, a balconista Alexsandra Aparecida da Silva, de 36 anos, recebeu um telefonema dela ontem à tarde. “Ela está muito chateada. Como marcaram a audiência para o fim do mês, a gente acha que ela só poderá sair em fevereiro. Mas, se é para decidir que minha filha deve voltar, por que não fazem isso logo?”
Diplomatas brasileiros se comprometeram a visitar a garota hoje no abrigo para menores de idade para onde ela foi enviada, segundo o Ministério das Relações Exteriores. A corretora de imóveis Marli Volpenhein, de 41 anos, tia-avó de V. que vive em Miami, também pretende tentar visitá-la hoje, já que é o aniversário de 16 anos da garota.
No setor de imigração do aeroporto, uma pessoa lhe disse que duas coisas podem ter pesado na hora de V. ser barrada: a falta de uma autorização assinada pelos pais da menina e escrita em inglês para que ela viajasse sozinha – o documento estava em português – e a ausência de um papel que concedesse a guarda provisória da adolescente a Marli.
A família garante que enviou ao Consulado do Brasil em Miami a autorização, com tradução juramentada, em 28 de novembro. Já o documento que concede a guarda temporária foi entregue aos diplomatas brasileiros em 5 de dezembro. O Itamaraty informou que está trabalhando para chegar a uma solução rápida para o caso.
Fim do sonho. A notícia da marcação da audiência para o fim de janeiro foi recebida com tristeza por V., segundo sua mãe. “Eles estragaram um sonho que minha filha tinha, que era conhecer os Estados Unidos e visitar os parques da Disney. Ela perdeu a vontade de ficar lá. Ela me disse: ‘Mãe, não quero mais conhecer nada aqui. Só quero voltar para casa”, disse Alexsandra.
V. ganhou a viagem para os Estados Unidos da tia e pretendia ficar lá até 26 de maio. As autoridades americanas dizem que não podem dar explicações sobre o caso para não invadir a privacidade de V.
Fonte: Estadão
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