Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Com mais de um ano até as eleições de 2026, a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode influenciar o cenário político brasileiro e a corrida pelos votos. Especialistas entrevistados pelo R7 avaliam que o caso pode retirar Bolsonaro do jogo, mas fortalecer outros candidatos conservadores e reacender o discurso da base de apoio do ex-presidente, que ainda tem grande peso eleitoral.
Segundo o cientista político André César, a direita pode até “perder Bolsonaro como candidato, mas a ideologia e a mobilização continuam”.
A denúncia, apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na terça-feira (18), aponta o ex-presidente como peça central em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O documento de 272 páginas, que será analisado pela Primeira Turma do STF, descreve como o suposto plano teria sido arquitetado, detalha o envolvimento de Bolsonaro e outros 33 aliados e apresenta evidências, como o discurso que teria sido preparado caso o golpe tivesse sido concretizado.
A cientista política Carolina Botelho, doutora em ciência política e pesquisadora da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), acredita que, apesar da gravidade das acusações, a denúncia da PGR não terá grande impacto no cenário eleitoral, pois já era esperada.
“Era um caminho sem volta. Tanto as instituições políticas quanto jurídicas já previam que Bolsonaro seria denunciado, principalmente por causa da robustez do relatório da Polícia Federal. A surpresa seria se isso não acontecesse. Seus apoiadores também contavam com essa possibilidade”, avalia.
A influência de Bolsonaro
Para Botelho, Bolsonaro ainda tem influência sobre uma parcela da direita, mas perdeu muito capital político desde a eleição de 2022, quando foi derrotado por Lula.
“Ele perdeu a eleição, ficou inelegível, e agora enfrenta uma denúncia grave no STF. Ainda assim, não é uma figura desprezível. Segue mobilizando uma base fiel, mas não catalisa sozinho os anseios da extrema direita. Outros nomes começam a aparecer”, diz a pesquisadora.
Segundo Botelho, a direita pode sobreviver sem Bolsonaro, e figuras emergentes tentam ocupar esse espaço.
“Há candidatos que cresceram e querem se consolidar. Já vemos Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo], Nikolas Ferreira [deputado federal] e outros políticos buscando se manter no jogo. O movimento pode continuar forte, mas sem Bolsonaro como liderança principal”, analisa.
O cientista político André César, da Hold Assessoria Legislativa, vai pelo mesmo caminho. Ele aponta que nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) começam a se movimentar para ocupar o espaço de Bolsonaro.
Ele também destaca que a denúncia pode ter um efeito de unificação entre os apoiadores do ex-presidente. “Nas redes sociais, apoiadores já começaram a reagir, pedindo união. Já há uma manifestação convocada para o dia 16 de março. Mesmo sem poder disputar, Bolsonaro pode seguir sendo um fator de mobilização e manter sua influência política”, explica.
Segundo André César, o campo conservador pode até radicalizar ainda mais o discurso, mantendo as pautas defendidas pelo ex-presidente.
“A direita vai continuar empunhando suas bandeiras, como a pauta de costumes, educação cívico-militar, segurança pública e temas relacionados à liberdade de expressão e religião”, ressalta.
A direita pode buscar um candidato mais moderado?
A busca por um nome moderado, que consiga dialogar com eleitores conservadores sem adotar uma postura tão radical, é uma possibilidade discutida há anos, mas que ainda não se concretizou nas urnas. André César lembra que, nas últimas eleições, candidaturas mais ao centro, como Simone Tebet (MDB) em 2022, Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) em 2018, e Marina Silva (Rede) em 2014, não tiveram sucesso.
“Sempre se fala na necessidade de um candidato moderado, mas a realidade mostra que esses nomes não conseguem se firmar. O histórico das últimas eleições é ruim para essa vertente da política brasileira”, observa.
Carolina Botelho concorda que a direita deve continuar sendo uma força relevante no Brasil, mas não descarta que o campo conservador passe por adaptações para continuar competitivo.
“A direita democrática, que tem uma pauta econômica liberal, mas defende a democracia, ainda precisa encontrar uma nova liderança forte. Enquanto isso, os políticos mais próximos de Bolsonaro seguem tentando se consolidar. Mas não há vácuo na política. Se Bolsonaro perde espaço, alguém vai ocupar esse nicho”, conclui.
R7
Em 2026 esse rato estará inelegível e preso!
Quem viver, verá!!!
Vai apodrecer no fundo de uma cela imunda igual a ele e aos seus seguidores!
O bom é que até o cachorro caramelo ganha do Lula, isso é o que interessa. 😭😭😭😭
O que é que eu faço agora??
Saiu recente pesquisa dizendo que, se a eleição fosse hoje Bolsonaro venceria.
Já nessa reportagem, fala que Bolsonaro perdeu capital político.
Aí fica difícil.
O jeito é não escutar ninguém e em 2026 marcar o 22.
É o que sobrou pra mim.
hehehehe….